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Primavera Sangrenta

Uma promessa

Isabel jovem de origem Italiana, mas reside atualmente em um pequeno vilarejo na Bulgária.

Era primavera, as rosas formavam um

lindo tapete vermelho, e o verde das

folhas sobressaltava. Haviam cores por

todas as partes e os pássaros entoavam

uma linda melodia.

Para Isabel a primavera era uma estação

especial que trazia consigo esperança, mas

quando partia deixava desilusões e amargura,

pois haverá se tornado mais um ano que

uma promessa era descumprida.

Tinha dezessete anos, pele bronzeada, longos

cabelos, e olhar marcante.

Tinha dois irmãos. O mais jovem chamado

Brian tinha dez anos de idade, e estava aos

seus cuidados. O mais velho chamado Haiden

tinha vinte um anos de idade.

Haiden tinha partido anos antes, deixando

para trás apenas uma promessa. A cada ano

na primavera, a garota sentava diante do lago

com um sorriso no rosto e esperava

esperançosa, mas no fim, acabava chorando

de desilusão.

Vini- Ainda esperando?

Isabel- Não é da sua conta.

Vini- Você passa o ano inteiro se matando

de trabalhar, apenas para perder tempo na

primavera esperando por alguém que não

vem. Não percebe que é boa demais para

este lugar? Case-se comigo e prometo

levar você e seu irmãozinho para longe

daqui.

Isabel- Ah, vai passear, e deixa de me incomodar.

Vini- Pensa que vai ter esse rostinho bonito

para sempre? Vais muchar igual essas flores.

- Falou apontando para as flores secas no chão.

Isabel- Mesmo que eu tivesse enrugada,

não me envolveria com alguém como você.

Vini- Aquele casal de velhos que acolheu

vocês, não vão durar muito. Quando se

forem, você vai engolir o orgulho e implorar

para ficar comigo.

...----------------...

Enquanto caminhava de volta para casa ela

não conseguia parar de pensar nas palavras

ditas pelo filho do açougueiro. Ao chegar em

casa entrou e encostou na porta, pensando.

Lucia- O que te atormenta querida?

Isabel- A senhora já pensou em ir embora

daqui?

Estela- Não, eu nasci e fui criada aqui. Conheço

cada árvore e pedra deste lugar.

Isabel- Faz cinco anos que Haiden partiu, e um

que parou de mandar correspondência. Penso

que chegou o momento de partirmos também.

Vou para cidade em busca de emprego fixo.

Quero que Brian tenha uma boa educação, pois

o que eu ganho aqui mal dá para comer.

- Afirmou contando algumas moedas. -

Estela- Você têm certeza querida? Seja lá

qual for sua decisão apoiarei.

Isabel- Também gosto daqui, mas não tem

trabalho.

Estela- Fiquei sabendo que vão abrir uma

fábrica na região. - Falou segurando uma

xícara de chá, sentada em uma cadeira de

balanço.

Isabel- Sério? Quem falou? - Perguntou entusiasmada.

Estela- Foi a senhora Gil. Ela ouviu na cidade.

Isabel- Isso é ótimo!

Se a informação vinha de senhora Gil era

verdadeira. Aquela mulher sabia de todos

os assuntos da região.

O vilarejo que Isabel morava abrigava quinhentos

habitantes, que viviam em casebres de sapê.

Era um lugar sem infraestrutura ou saneamento básico, porém pacato. Todos ali se conheciam

e se respeitavam.

O progresso chegou, eo lugar cresceu.

Muitos se mudaram pra lá. As casas

outrora de sapê deram lugar a alvenaria, mas

junto com o progresso vieram a violência, as

drogas e talvez algo a mais.

Construíram uma mansão em um lugar

afastado do povoado. Aparentemente

pertencia aos donos da fábrica, que eram

pessoas misteriosas nunca vistas antes.

Pessoas começaram a desaparecer, e as

vezes corpos mutilados eram encontrados

na região. Na maioria das vezes eram corpos

de desconhecidos.

As pessoas estavam tão focadas em suas

preocupações cotidianas que se tornaram

cegas, e não percebiam que algo terrível

estava acontecendo ao redor.

Porque as autoridades não faziam nada a

respeito?

Talvez fosse porquê muitos partiam em

busca de novas oportunidades, sem se

dar ao trabalho de dizer Adeus.

Até o ar estava pesado. Aves e animais já não

eram mais vistos com tanta frequência. Era

como se algum predador estivesse a espreita.

Onde abita o medo

Estela- Sabe menina Isabel. Talvez o

progresso não seja tão bom assim.

- Afirmou decepcionada.

Isabel- É, aqui não é mais um lugar pacato.

Estela- Para você Isabel- A senhora falou mostrando uma pequena caixa

Isabel- Não precisa vovó. Aliás eu só

completo anos daqui a uma semana.

Estela- Eu sei querida, mas me deu vontade

de te dar hoje- Falou abrindo a caixa, retirando

uma pulseira de pérolas e colocando no

braço direito da jovem.

Isabel- Obrigada vovó. - Agradeceu com lágrimas nos olhos.

Estela- Agora vá abrir a porta. Não aguento mais esse barulho.

Quem batia na porta era a vizinha. A filha

dela estava doente, ela se revezava entre

trabalhar e cuidar da filha, porque o marido

dela foi um dos primeiros a desaparecer.

Marry- Boa tarde.

Isabel- Boa tarde.

Marry- Você têm algum trabalho para hoje a tarde Isabel? Fico tão envergonhada! Sabe, Luna piorou...tenho um trabalho para hoje a tarde e não poderei ir, mas já me pagaram. Gastei metade, mas tenho a outra parte aqui. Você poderia ir em meu lugar?- Perguntou esticando a mão para dar o dinheiro.

Isabel- Não tenho trabalho para hoje a tarde. Irei em seu lugar. Pegue esse dinheiro e compre remédios para Luna. - Respondeu fechando a mão dar mulher.

Marry- Obrigada. Você é um anjo.

Isabel narrando

Tomei um banho, vesti lingerie preta e uma calça preta surrada, mas que ainda cabia perfeitamente em mim. Depois vesti um camiseta branca, e coloquei uma jaqueta azul por cima. Aquela jaqueta pertencia a meu irmão. Foi uma das poucas coisas que ele deixou pra trás antes de partir.

Era inverno, e o vento soprava forte agitando

a capa das árvores, enquanto o céu estava nublado anunciando a chegada de uma

tempestade.

Esfreguei as mãos na tentativa de aquece-las, depois as coloquei nos bolsos da jaqueta e segui adiante.

Thales- Oi, Isabel.

Isabel- Oi.

Thales- Quer uma carona?- Perguntou quase parando o carro.

Isabel- Não, obrigada.

Thales- Alguém já te falou que és a moça

mais linda da região?

Isabel- Não têm tantas moças assim na

região, não é?

Thales- A sua beleza ofusca até as estrelas!

- Falou abrindo os braços com o carro ainda em movimento.

Isabel- Conquistador, maluco.- Falei virando as costas o ignorando.

Fazia um ano que Thales havia se mudado para o vilarejo, ele era gerente da fábrica,

embora fosse um cara legal eu não estava

interessada em me envolver com ninguém.

Caminhei por duas horas, meus pés doíam, pois minhas sandálias estavam desgastadas.

Senti um alívio quando cheguei próxima aos limites da enorme propriedade. Ao me aproximar dos grandes portões, ouvi gritos de desespero! Os dois homens que estavam de guarda, se retiraram.

Fiquei aterrorizada, e pensei em correr para longe dali, mas minha consciência não permitiu. Se alguém estivesse precisando

de ajuda?

Caminhei na ponta dos pés, sendo guiada por gritos estridentes, depois de um tempo caminhando avistei um celeiro. Me aproximei cautelosamente e encostei o rosto para olhar entre as frestas que haviam entre um madeira e outra.

A cena que eu vi a seguir foi aterrorizante! Nunca havia visto tal coisa nem em meus piores pesadelos!

Regresso

Dentro do celeiro haviam pessoas acorrentadas, nos braços e pernas. Algumas

eram conhecidas, e outras não.

Notei que não pareciam bem, aparentavam insanidade. Seus olhos estavam vermelhos e sangrando. Tinham unhas enormes, que mais pareciam garras... gritavam, arranhavam e se mordiam.

O que aconteceu com aquelas pessoas?

Estariam contaminadas com algum tipo de vírus? Talvez alguém as estivesse usando

em experiências.

O medo me paralisou. Era como se tivesse

que suportar uma carga enorme sobre meus

ombros. Reuni a coragem que me restou e

me esforcei para correr, pois as pessoas

precisavam saber o que estava acontecendo.

Corri sem olhar para trás. Naquele momento começou a chover, a água deixou o chão escorregadio, e minha visão embasada.

Enquanto corria sem rumo, senti uma forte pancada nas costas, e cai batendo o rosto

no chão.

Fiquei desorientada, sem saber o que me atingiu, e um gosto de sangue misturado

com terra preencheu minha boca.

Isabel- AI! COF...COF

Alguém me levantou bruscamente pelos cabelos.

Irina- Óh, tá doendo? É uma pena, porquê eu

só comecei.

Isabel- Pôr...por quê está fazendo isso?

Irina- Não finja ser ingênua. Fale...quem mandou você aqui?

Isabel- Vim trabalhar no lugar...- Fui interrompida.

Irina- Acredito em você.- Falou enquanto segurava meus cabelos com apenas uma

mão e acariciava meu rosto com a outra.

Isabel- Posso ir?

Quando a olhei fiquei impressionada com a beleza da mulher, ela tinha olhos azuis turquesa brilhantes, boca rosada em forma

de maçã, pele perfeita e traços delicados.

Também possuía força e agilidade

sobrenaturais.

Irina- Você não pode ir, porque sabe demais.

Sei que descobriu o segredinho que guardo

no celeiro.

Isabel- Não sei de nada.

Irina- Além de curiosa é mentirosa, mas têm um aroma maravilhoso de lírios do campo- Falou enquanto cheirava meus cabelos.

Isabel- Não vou contar pa-para ninguém.

Minhas roupas estavam encharcadas, o frio estava tão extremo que eu mal conseguia sentir meu corpo.

Haiden- Solte-a Irina!- Ordenou autoritário.

Aquela voz me parecia familiar, tinha um tom Suave e melodioso, que de alguma forma me acalmava. Me esforcei para lembrar a quem pertencia, mas estava confusa demais para assemelhar qualquer coisa.

Irina- Porque eu faria isso? Vou entrega-la

para meus bichinhos.

Haiden- Ela é Isabel, você sabe que não pode machuca-la.

Ele me conhece?- Perguntei a mim mesma.

Quando o rapaz saiu da escuridão finalmente pude ver seu rosto. Não acreditava em meus olhos...

Era Haiden, quando ele partiu tinha dezenove anos de idade e apesar de terem se passado anos, sua aparência continuava a mesma,

excerto pelos olhos, que antes eram

castanhos e naquele momento estavam azuis.

Não era possível que fosse ele, não

acreditava que meu irmão fosse capaz

de se envolver em algo tão monstruoso.

Irina- Bem, acho que teremos uma reunião familiar, não é irmão? Não faça isso Haiden. Se fizer quebro o pescoço dela .

Não percebi nenhum movimento vindo dele, mas obviamente ela notou algo.

Haiden- Você não percebeu que ela não está bem?- Deixe-me ajuda-lá. - Falou dando alguns passos cuidadosos adiante.

Irina- Desafiaste regras antigas por ela! Quantas vidas mais estais disposto a

a sacrificar por ela?

Haiden- Entregue ela a mim, e depois

conversamos sobre isso.

Irina- Sabe Haiden acho que vou resolver

resolver este problema agora mesmo.

- Ameaçou, depois sorriu revelando presas pontiagudas.

Haiden- Essa decisão não cabe a você. Eu mesmo farei isso.

Queria falar, protestar ou confronta-lo, mas

era como se meus lábios estivessem selados.

Irina- Ótimo, Porque já estou cansada de

perder meu tempo com este assunto, mas

ainda pretendo ajuda-lo- Falou olhando em meus olhos como se buscasse algo.

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