Obs: Para postar cada capítulo é necessário mínimo de 500 palavras, então como o capítulo de "Personagens" ainda não tem, irei postar os dois juntos. No futuro irei separar.
*** Personagens***
. Fenrir Kordei
- Espécie: Alfa
- Signo: Falcão
- Idade: 24 anos
- Altura: 2\,10m
- Aparência: cabelos lisos e negros\, pele branca olhos pretos.
. Luke Jackson
- Espécie: Ômega
- Signo: Lobo
- Idade: 20 anos
- Altura: 1\,60
- Aparência: cabelo branco e curto\, olhos castanhos pele clara.
. Jack Ross
- Espécie: desconhecido
- Signo: desconhecido
- Idade: desconhecida
- Altura: 2 metros
- Aparência: pele clara\, cabelos ruivos e olhos negros.
. Alice Jasen
- Espécie: Alfa
- Signo: Serpente
- Idade: 20 anos
- Altura: 1\,98 metros.
- Aparência: pele morena\, cabelos castanhos e olhos castanho-escuro.
. Jun-Seo
-Espécie: Ômega
- Signo: dragão
- Altura:2\,02
- Idade: 17 anos
- Aparência: cabelos ruivos\, olhos puxados e pretos\,
pele clara
*** Prólogo***
“O mundo está em colapso! ”, ou, “A humanidade está com seus dias contados! ”, todas as manchetes de jornais falavam a mesma coisa há mais de 100 anos atrás. O tempo passa o ser humano perde a lembrança de sua quase extinção e volta a cometer os mesmos erros.
Tudo começou por causa de um pesquisador financiado por uma grande empresa, anunciou ao mundo: “Sangue de lobo é a fonte da beleza humana. ” E na mesma época que os lobos havia virado uma praga, ou seja, a caça estava liberada.
Mesmo ele não possuindo provas suficientes para afirmar um absurdo tão grande, todas as pessoas, principalmente as que queriam possuir a beleza eterna; começam a se banhar no sangue de qualquer espécie de lobo. Todos os que tentavam ir contra a teoria eram calados. Bem... passaram-se dias, meses e anos.... Os jornalistas logo anunciaram: “Todas as espécies de lobo estão oficialmente extintas. ”. Logo a busca desenfreada por lobos, se tornou desesperadora para muitas pessoas, mas logo seus olhos se abriram não há
mais nenhum em toda face da Terra.
O tempo passou, os cientistas resolveram os problemas com as superpopulações de animais que o lobo caçava. Desenvolveram uma máquina capaz de identificar um animal doente, muito velho ou ferido e mata-lo
imediatamente.
Passaram mais alguns anos e por causa do aquecimento global as geleiras derreteram muito rápido, dando aparecimento as “novas”
doenças. As duas mais conhecidas que quase dizimou a população humana foram as DLO, em inglês significa: death of lymphocytic organs, traduzindo para português: morte dos órgãos linfocitários e o outro: EM, significa: Endometriosis mutagenesis, em português Endometriose mutagênese.
A EM, mesmo sendo antiga e conhecida ela modificou muito a ponto de ser dividida em dois graus. O primeiro grau: quando uma criança do sexo feminino a adquire, ela terá uma vida normal e poderá ter
apenas uma criança que será menina e não possuirá útero. O segundo grau: quando uma mulher mais velha, entre 12 a 40 anos, adquiri a praga, no início tem os sintomas normais de endometriosis, a camada de tecido parece um ninho para um tipo de um vírus que causa apoptose*(alto destruição da célula) em todas células do corpo. A pessoa tem um ano para viver normalmente, depois ela vai morrer de um jeito lento e demorado.
A DLO atinge mais os homens. Destrói todas as defesas do corpo, ou seja, os órgãos linfoides primário e secundário, se a pessoa conseguir sobreviver mais de um mês, depois de ter contraído a doença, o vírus
evolui e devora lentamente os glóbulos vermelhos.
O bastante para ter uma morte dolorosa e lenta, o sistema imune humano não conseguiu criar um jeito de ser defender contra estas duas pragas. Mesmo com a variedade de humanos, todos estavam contaminados,
ficando cada vez mais doentes e em menos de um ano o falecimento.
As pessoas entram em pânico, os cientistas não conseguem desenvolver vacina ou soro contra isto, o sistema imune humano não pode com um vírus de mais de 2 milhões de anos e que agora depois de ser
descongelado consegue evoluir para ir contra qualquer anticorpo.
Até que... um cientista não muito popular, que conseguiu salvar o último lobo da face da Terra e manteve escondido por anos. Ele descobriu que existe uma célula do lobo capaz de fazer o sistema imune humano evoluir e combater mais rápido. Ele inventou um meio de modificar o código genético humano.
Em 5 anos as duas doenças foram totalmente erradicadas do mundo, junto com mais algumas como a aids. Todavia teve uma consequência o ser humano perdeu um pouco de sua humanidade, as crianças começaram a nascer com um pequeno gene de lobo, mas nada tão sério, há não ser para alguns homens.
Alguns homens começaram a nascer com a capacidade de engravidar, mesmo não sendo hermafroditas. Os cientistas começaram a criar teorias que o motivo disso é a evolução, já que a espécie humana teve um declínio de cerca de 70%, a natureza deu um jeito do ser humano se adaptar ao ambiente e ter mais filhos para que repovoasse mais rápido o planeta. Entretanto outros não acreditam que a mãe natureza fosse tão boazinha a ponto de dar mais uma chance para os seres mais impiedosos e cruéis que pisaram neste planeta e quase o devastaram.
– Não seja tímido, vamos brincar? – um garotinho de seis anos aproxima de mim e fala abaixando um pouco.
Não consigo ver o
rosto dele por completo, apenas seus lábios e seus cabelos marrons é
como se uma sombra tampasse um pouco de sua face.
– Não quero. – o respondo friamente.
– 627, não precisa ter medo de mim. – ele fala com uma voz doce, depois se levanta e estende a mão. – Vamos?
Olho para minhas mãos que antes de adulto agora estão pequenas. "Então sou uma criança desta vez..." – pensei.
– Então 627? – ele questionou.
Acendi com minha
cabeça e quando ia pegar a mão dele, para que ele possa me ajudar a
levantar, notei um vulto preto no formato de uma besta indo rapidamente
na direção do garoto. E antes mesmo que eu pudesse avisa-lo, o ser
saltou e pulou em cima do menino. Levantei velozmente e fitei a cena, o
vulto preto é um lobo negro com olhos vermelhos e vibrantes, ele o
segura usando sua boca o menino morto. O ser negro solta o menino, que
antes de falecer dá uma leve engasgada, agora seu corpo não para de
jorrar sangue, depois a criatura cospe em seu rosto.
– Este ômega é meu. – ele diz com uma voz um pouco grossa, mas com um leve tom infantil.
Depois ele começa a rosnar e não tira os olhos de mim.
Minhas pernas tremem
sem parar e o lobo vem em minha direção bem devagar, mostrando suas
presas e sua boca escorrendo saliva e sangue.
Fechei meus olhos com forças e coloquei minhas mãos na frente.
– Não se aproxime! – berrei.
Logo escuto as vozes
de pessoas rindo e quando abro meus olhos, estou em pé na sala de aula.
Meu rosto fica vermelho de vergonha, não acredito que dormi de novo.
– Gostaria de
compartilhar seu sonho conosco, senhor Luke? Já que que a aula está
muito entediante. – disse o professor de meia idade usando jaleco.
– Desculpe senhor... – o respondi enquanto sento.
Abaixei a cabeça
envergonhado com a situação. Fazer isso, ainda mais em um anfiteatro que
está cheio de pessoas. Fico imaginando minha voz nos celulares dos
alunos que estão gravando o áudio do professor.... Como isto é
constrangedor.
Ouço o som da cadeira do meu lado direito sendo arrastado.
– Vai ficar ai de cabeça baixa se lamentando pela sua cagada até quando? – escuto a voz de Alice.
– Até todos irem embora. – a respondi.
Ela coloca algo na minha mesa.
– Todos já saíram.
– O quê? Mas já?!
Levanto velozmente minha cabeça e fito para um lado e para o outro e a sala está vazia.
– Como saíram tão rápido?!
– Isto não importa. – ela respondeu sorrindo.
Olho para minha mesa e
noto que o que ela colocou é um copo de papel, que dentro possui uma
bebida quente, pois dela sai fumaça. Alice usa um trench coat preto, todo abotoado e uma calça jeans clara.
– Trouxe chocolate quente? – perguntei enquanto meus olhos brilham.
Devo admitir, que no
inverno tomar algo doce e quente é a melhor coisa do mundo. E não sou
diferente da maioria dos ômegas, nos amamos doces.
– Não. Isto é um café
expresso extraforte. – ela fala de um jeito frio, olha para minha
carinha de cachorro pidão e depois suspira – Eu mandei adicionar um
pouco de chantilly...
– Ebah! – gritei contente.
Ela sabe o quanto amo doces, sempre faz algo para me agradar, isso que é amiga. Talvez que quero que ela seja mais do que isso.
– Menos...É só chantilly.
– Não precisava trazer, mas mesmo assim muito obrigado.
– Somos amigos, não precisa agradecer. – ela deu uma pausa, enquanto eu degusto o café – Não está dormindo direito?
Para mim Alice é mais do
que uma simples amiga, eu realmente gosto muito dela. Nós estudamos
juntos dês do ensino médio e agora estamos na mesma faculdade, uma das
mais renomadas da cidade.
– Não.... Aqueles sonhos infernais não me deixam em paz.
– Você deveria procurar por ajuda.
– Não posso fazer isto.... Talvez eu tenha que trancar a faculdade.
– Não! – ela berra e
levanta batendo fortemente as mãos sobre a mesa – Você é o único ômega
na faculdade inteira! Tem noção da honra que é estar aqui?!
– Eu sei disso! Mas fui
demitido no meu segundo emprego de meio período, ficar em apenas um não
vai adiantar muito, pois logo terei que decidir entre ficar na faculdade
ou comer e ter um lugar para morar.
– Não desista, irei me
esforçar para ajudar a achar um emprego. Não pode ficar em um dos
dormitórios da faculdade? Ou dividir com um amigo? E seus familiares?
– A faculdade já avisou
que todos os alojamentos não possuem quartos individuais e os que tem
vaga estão com um alfa no mínimo, se eu aceitar ficar em um dos quartos,
tenho uma chance de ser estuprado pelos meus companheiros. E você sabe
que não tenho família, e meus amigos.... Acho que só tenho você como
amiga.
– Por que não arrisca
ficar no alojamento da faculdade temporariamente. Você já está com 20
anos e seu cio não apareceu, talvez você nem seja um ômega, se você for
um beta?
– Olha para minha altura e aparência, é óbvio que sou um ômega.
– Mas está começando a surgir ômegas na altura de betas e você nunca fez um exame para confirmar se você é realmente um ômega.
– Não importa, esqueceu
que já fiz todo tipo de exame possível, eu sou um ômega e ponto final. E
eles podem me estuprar e usar como desculpa que estava no cio, mesmo
não estando. Ou até mesmo não tomando os supressores.
― Não tinha parado para
pensar nisso... – ela colocou a mão não queixo e ficou com cara de
pensativa. – Tinha até mesmo me esquecido que você fez algum exame.
Tive que mentir para ela, eu não fiz nenhum exame, apenas não posso ir para o hospital ou qualquer médico.
– Tem isso... Esqueci daquela desculpa idiota. – ela comentou revirando os olhos.
Bebo um pouco mais do café, depois levanto, enquanto pego minha mochila, que está ao lado da minha carteira.
– Onde você vai? Daqui a 15 minutos a aula começa.
– Preciso dormir.
– Tudo bem.... Depois te passo as anotações. – ela respondeu sorridente.
Não há motivos para ficar na faculdade, preciso de ar.
O anfiteatro é bem
grande, é como se fosse uma sala de cinema, cada fileira de cadeiras
fica em um degrau, em baixo o quadro, a mesa do professor e a porta. As
portas das maiorias das salas são iguais, de madeira com uma pequena
janela de vidro em algumas o vidro é como um espelho falso, a pessoa que
está fora da sala pode te ver, mas você não pode ver o que acontece do
lado de fora. Do lado da porta um lugar para dependurar agasalhos. Fui
em direção a saída, peguei meu agasalho bem grosso com pelos em volta do
capuz, vesti-o e me retirei do recinto.
Os corredores que dão
para as salas e os anfiteatros são em frente a um grande pátio coberto
por grama verde, mas por esta muito frio, a grama está com aspecto
amarronzado, com uma fonte bem chamativa no meio, mas está desligada. A
temperatura está quase perto de zero e está bem úmida, talvez comece a
nevar.
Na saída da faculdade um
lado dá para uma floresta preservada, onde somente os alunos e pessoas
autorizadas podem entrar e mesmo assim, tem que seguir uma trilha, já
que é fácil se perder e o outro caminho da para uma estrada longa de
terra até a cidade.
Entrei na floresta e continuei andando seguindo a trilha marcada por uma faixa amarela.
Não lembro muito bem o
que aconteceu no meu passado, apenas me recordo que aos dez anos de
idade fugia de alguém, eu estava cansado, com frio e muito ferido. E
nesta cidade encontrei uma cabana nesta floresta de uma beta, uma
senhora sozinha e bem velha. Ela me acolheu como se fosse seu filho,
sete anos depois ela faleceu. Foi minha primeira perda e agora teria que
ficar sozinho nesse mundo enorme.
Pulo a faixa e continuo andando dentre as árvores e deixo minhas coisas em um canto e permaneço caminhando.
O vento sopra forte.
Sinto a falta de em uma
situação dessa o jeito que aquela senhora, que eu chamava de mãe me
abraçava, acariciava meus cabelos e dizia que iria ficar tudo bem,
depois ela fazia chocolate quente com marshmallow e biscoitos. O cheiro
da lenha queimando enquanto ela balança na cadeira antiga dela e tricota
roupas para mim. Daria qualquer coisa, para poder dar um abraço nela e
dizer o quanto sinto saudade.
Bem... não é hora de
pensar nisto. Tiro minha blusa de frio e jogo no chão. Talvez se eu
vivesse como um lobo? Não seria má ideia deixar minha humanidade de
lado, todavia não há mais lobos vagando por aqui a maquinas caçando
cervos de tempos em tempos, caçadores em determinada época, mesmo sendo
poucos há sempre caçadores, ou lenhadores, ou contrabando de animais,
com certeza se um deles me vesse eu estaria perdido.
Paro e retiro toda minha
vestimenta e jogo no chão, fico de quatro enquanto cresce uma pelagem
misturado com penas cinzas e brancas nascem devagar, sinto meus ossos
movendo lentamente, minhas costas sendo rasgadas, longas asas aparecem,
meu corpo vai deformando até ficar na forma de um lobo.
Não sou um ômega normal,
posso me transformar e vagar como um animal, ou melhor, como um lobo
alado, todavia com cuidado, já que um lobo vale milhões e um hibrido
como eu no mercado negro, nem posso imaginar o valor.
Começo a farejar o ar.
Sinto o cheiro de fumaça misturado com carne e está próximo.
Provavelmente são caçadores, algo que não deveria existir em uma área
preservada como esta.
A faculdade decidiu
preservar uma grande parte da floresta para estudo, sendo proibida a
entrada de visitante, fora da linha amarela e caçadores. Seres malditos!
Tinham que estragar minha paz?
Pego minhas roupas com a
boca e começo a correr o mais rápido que consigo, passando entre as
árvores e moitas. Paro meio distante e observo, dois homens que mataram e
estão cozinhando um cervo e perto deles um filhote de cervo acorrentado
e bem ferido. Posso escutar os grunhidos dele, seus olhos mostrando o
pavor que sente com a cena. Meu sangue ferve de raiva.
Como aquelas pessoas podem ser tão cruéis?
O ponto da floresta que
eles estão não é qualquer lugar, é um ambiente sagrado que poucos
humanos conhecem e tem coragem de voltar. Pedras grandes em volta
formando um círculo, com símbolos. Uma foi derrubada para eles sentarem,
no meio à fogueira que fizeram. Além de judiar de um podre cervo estão
desrespeitando um ambiente sagrado, isto é intolerável!
Fico na minha forma humana, visto minhas roupas e vou ao encontro deles.
– Senhores, não podem ficar aqui. – falei enquanto caminho pelas costas.
Eles me olham de rasteiro e depois dão as costas para mim.
– O que ele faz aqui?! Você não disse que ninguém vem aqui?! – o homem da esquerda fala.
– Não me ignorem.
Os dois se viram e puxam a corrente do filhote de cervo com força, o machucando um pouco.
– Saiam daqui, por favor, e soltem o cervo.
– Não. – o da direita me respondeu friamente.
– Não queremos machucar você, ainda mais que você é um ômega.
― É garoto! Você não nós intimida por ser um ômega.
Eles são alfas...
– Acham que alfas me assustam?
Os dois se levantam, o
que está segurando a corda do cervo o solta, ambos têm mais de dois
metros. Um deles é musculoso e outro tem músculos no braço, mas uma
barriga, ambos com barba comprida.
– Acho que não tenho escolha. – falo depois suspiro.
Minhas unhas transformam em garras negras e afiadas e minhas presas aparecem.
– Vamos nos divertir rapazes.
Eles não notarão na minha aparência, isto é melhor ainda, odeio quando saem correndo de uma luta.
O da esquerda veio com
um direto em minha direção, pulei tão alto que parei nas costas dele,
depois uso minhas garras para cortar a garganta dele. Saiu de cima dele e
ele cai no chão.
– Quanto maior o homem, maior será sua queda. – disse sorrindo.
– Miserável... O que é você? – o outro pergunta recuando.
– Um ômega, não é? Sou o seu fim.
Ele começa a correr, mas em segundos eu o alcanço e corto sua garganta.
– Alfas... Sempre se acham demais.
Posso ver o desespero em seus olhos querendo se agarrar a vida enquanto se engasga com seu próprio sangue.
– Qual é a sensação da morte? – questionei enquanto ele deu seu último sobro de vida.
Aproximo devagar do
cervo encolhido e assustado. Volto na minha forma totalmente humana. Ele
está muito machucado e é muito novo para se virar sozinho. Se algum
animal não o devora-lo, os caçadores de metal irão fazer isto.
Tirei a corda do pescoço
dele e segurei-o em meus braços, ele é tão leve e nem se quer faz
movimentos para tentar se afastar de mim, acho que lá no fundo ele sabe
que sou o herói dele. Apaguei o fogo que aqueles malditos fizeram.
Amanhã dou um jeito nos corpos.
Caminhei até onde deixei minhas coisas, peguei e sai da floresta.
***
– Você o trouxe a tempo. – fala a medica veterinária Haley.
Ela é morena com cabelos
anelados, usa óculos e um jaleco branco. A sala de espera dela é bem
limpa e arrumada, possui dois sofás, uma TV e uma lixeira no canto.
– Eu agradeço por ter aceitado a cuidar dele.
– Ele não é minha
especialidade, já que me especializei em pequeno porte e o especialista
de silvestre estão fora, todavia é o mínimo que posso fazer.
– Ele ficará bem?
– Sim. – ela responde
tirando as luvas ensanguentadas e jogando no lixo – Poderia me informar
aonde conseguiu achar esse filhote de cervo?
– Perto da faculdade.
– Pensei que os cervos nem chegassem perto da faculdade, por ter muitas pessoas. – ela me falou com um olhar meio de dúvida.
Não posso falar para ela que achei dois caçadores alfas e os matei, muito menos que entrei na floresta fora da trilha.
– Ele estava perto da trilha com uma corda no pescoço, parece que ele conseguiu fugir dos caçadores.
– Isso explica os hematomas no pescoço.
– Preciso falar do pagamento, você poderia parcelar?
Ela respirou fundo, depois soltou o ar.
– Sei que você foi
despedido do seu último emprego injustamente, sua amiga veio conversar
comigo. Você tem que pagar aluguel, comida, água e faculdade e ainda é
um ômega, tornando as coisas mais difíceis.
Infelizmente ser um ômega significa não ter muitos privilégios, há não ser na área da prostituição.
– Por isso estou pedindo para parcelar. – disse de um jeito bem óbvio.
– Já entendi, porém, estou tentando te ajudar, já que mais cedo sua amiga Alice veio conversar comigo.
– Desculpe... – falei arrependendo.
– Tudo bem. Minha faxineira se despediu ontem, preciso de um novo faxineiro. Gostaria de trabalhar para mim?
Meus olhos nesse momento brilham.
– Mas não tenho como te
pagar muito, talvez seja o suficiente para você pagar a comida e a
vestimenta. Tenho um quarto nos fundos, que está vazio, era aonde ficava
estudando até mais tarde. Você pode vigiar a clínica e ficar no quarto
em troca. O que você acha?
– Aceito! Você me salvou! – falei contente – Espera... Por que uma beta está me ajudando?
– É raro ver um ômega
ter a força de vontade de ser alguém neste mundo e sei o quanto é duro a
faculdade. Quando era menor, eu não tinha família, apenas meus amigos,
por ser uma beta a faculdade ainda me ajudou em muitos aspectos, mas sei
que você é um ômega e eles estão te negando muita coisa que é de
direito seu, para que você saia de lá. Por isto quero-te dá um apoio.
Você me ajuda e eu te ajudo.
– Doutora, serei eternamente grato.
Agradeci novamente para ela e me retirei da clínica.
***
– Luke! – uma voz feminina vindo por minhas costas grita.
Olho para trás e a vejo Alice Jasen. Parei para esperar ela aproximar de mim.
– Ficou sabendo? – ela questionou.
– O quê?
– Você não olha o celular? – ela me fita – O que aconteceu com sua roupa? Por que está ensanguentada?
– Meu celular está dentro da mochila. E isto é sangue de cervo.
Ela rapidamente pegou o celular em sua bolsa e ficou mexendo.
– Você veio me encontrar correndo só para mexer no celular? Espera.... Como conseguiu me achar?
– Não é obvio? Se você não está aqui, está em casa.
– Onde está...? – ela resmungou.
– O que está procurando que não pode esperar até amanhã na aula?
– Encontraram dois
corpos na trilha que dá para floresta. Bem próximo à entrada da
faculdade. – ela fala concentrada mexendo do celular.
– Eles sempre encontram corpos de animais lá, é algo normal.
– Não é de um animal qualquer, é de um humano! E está todo despedaçado.
Ela me mostra a foto de
dois policiais da cidade juntando as partes dos corpos, e no momento da
foto, estão pegando a cabeça de um dos cadáveres. Posso reconhecer os
corpos perfeitamente, são os dois caçadores!
– Impossível... – retruquei.
– O que foi? Você conhece um dos falecidos?
– Nada, apenas fiquei surpreso. – disse friamente.
– Não é louco isto? Algo
tão brutal acontecer tão perto de onde estamos? – ela dá uma pausa –
Estão comentando que uma das maquinas caçadoras está com defeito, outros
que tem uma seita satânica.
Será que pode ser aquilo que me caçava quando era pequeno?
Que sensação estranha... sinto como se algo tivesse me observando.
De repente vejo dois olhos do nada é como se estivessem cravados na minha mente, deixei a mochila cair no chão.
– Preciso ir. – falei e sai correndo.
– Luke! – escuto ela gritando.
***
Abro a porta de casa rapidamente e a tranco, ofegante.
– O que está acontecendo? – questionei comigo mesmo, enquanto sento apoiando minhas costas na porta.
– Isto nunca aconteceu!
Mesmo que achem os
corpos, o estado de decomposição é muito avançado e a maioria dos
caçadores não tem família ou qualquer coisa do tipo, para preocupar com
eles. E sempre mato longe da trilha ou da faculdade.
Alguém achou minhas
presas e fizeram isto, justamente para que os corpos serem encontrado
com mais facilidade. Mas quem faria isto? E o pior será que ele ou ela
me viu?
Está tão escuro e abafado, mas estas sensações são tão reconfortantes... por quê?
Ouço o som da porta rangendo. Pelo barulho parece bem pesada. E alguns raios de luzes atravessam o cobertor que está por cima de mim.
– Ômega 627? – uma voz feminina falou.
Entendi, estou preso a outro sonho ridículo, em que sou uma criança indefesa.
Sinto meus batimentos cardíacos acelerarem.
– Preciso ficar calmo... é só um sonho... – sussurrei.
Tudo está muito calmo e quieto. De repente alguém tira o cobertor, posso ver dois homens em cima de mim, me encarando, mas não enxergo seus olhos. A mão de um deles veio em minha direção, com minhas mãos pequenas de criança dei um tapa na mão do homem e me afastei para o canto da cama enquanto rosno.
Preciso acordar deste pesadelo.
– Doutora, ele não quer vim.
Logo sinto um choque saindo do meu pescoço, todo no local e sinto uma coleira de metal, a energia passa por todo meu corpo, a dor é horrível. E depois de alguns segundos intermináveis, aquilo cessou, fazendo meu corpo cair para frente da cama. Não consigo sentir meus braços e pernas.
– 627, vamos ter que passar por isto de novo? – uma mulher usando jaleco e óculos aproxima de mim, não conseguia notar muito bem os detalhes de sua aparência e seu rosto, depois daquele choque é como se tudo estivesse embasado, mas sua voz é bem nítida e marcante.
Ela ajeita os óculos, posso notar que está segurando uma prancheta e algo parecido com um controle.
Um homem me pega pelo braço esquerdo e o outro pelo direito e me arrastam para fora do quarto
escuro, levando-me para um corredor com a iluminação bem forte. Não conseguia levantar a minha cabeça direito, estou olhando para azulejos brancos.
Queria poder perguntar: "Para onde estão me levando? ", e "quem são vocês? ", todavia mal conseguia manter meus olhos abertos mesmo com toda a claridade.
Eles subitamente eles pararam.
Escuto o ranger da porta, nem entrei e sinto o cheiro forte de água sanitária, tão forte que até queima minhas narinas. Com dificuldade levanto a cabeça e noto a mesa de metal, com correntes de cada lado, em seu lado outra mesa menor com materiais cirúrgicos em cima, não conseguia ver mais nada além do vazio atrás daqueles objetos e algumas sombras de homens e mulheres vestindo jalecos brancos, acho que aproximadamente cinco.
– Andem. – escutei uma voz feminina.
Eles me amarram na mesa de bruços, depois cortaram as roupas das minhas costas.
– Este é o Ômega 627, ele irá nos ajudar voluntariamente em nosso pequeno experimento. – ouvi a mesma voz feminina falando bem alto.
Posso escutar uns "bips" de um controle e sem eu ter consciência minhas asas ficam a mostra.
Noto que a sombra da mulher que invadira meu quarto aproxima de meu ouvido.
– Não tenha medo criança, isto não vai doer. – ela sussurrou bem baixo e seu tom de voz para um mais risonho.
Que mulher sádica!
De repente sinto uma agulha grossa e longa passando penetrando minha bacia. Não pude aguentar a dor e segurar os gritos, não conseguia me mover, precisava fazer algo, a dor é insuportável!
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