Hoje estava ensolarado e quente como em todos os dias nesse verão, minha pele estava um pouco bronzeada o que deixava Marcelo nervoso, ele sempre dizia que eu descuidava da minha cor natural, até hoje não sabia qual cor seria essa.
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Enquanto observava o movimento na minha rua, podia sentir o calor do sol entrando em meus poros e respirei fundo. Ouvi alguns barulhinhos vindo do andar de baixo, Marcelo devia estar procurando alguma coisa. Já estávamos juntos a sete anos e ele nunca achava as coisas quando procurava, sete anos de casamento era muito tempo para alguém como ele, que não durou nem três anos no último casamento. Ele costumava dizer que a outra não cuidava dele da forma que uma mulher deveria cuidar, as vezes me questionava sobre isso, como uma mulher deveria cuidar de um homem?
Sai da sacada de minha varanda e entrei em nosso quarto, estava um pouco bagunçado com as coisas do trabalho de Marcelo, ele nunca foi organizado por mais que eu tentasse, eu também não era muito, então dava nisso. Peguei meu celular e chequei as mensagens dos grupos que logo cedo estava bombando, dei bom dia para minha amiga Regina, ela devia estar dormindo ainda, afinal eram sete horas da manhã numa segunda, por isso Marcelo estava nervoso.
Desce as escadas mexendo no celular e quase cai se não tivesse me segurando teria tombado com força no chão.
_ mais que droga Marcelo, pode por favor tirar essas suas coisas das escadas eu quase cai - reclamei pois era constante isso.
Marcelo me encarou de onde estava, as mãos ocupadas com seus desenhos das plantas das casas novas do condomínio em que ele estava trabalhando no momento.
_ desculpe amor, estou tentando organizar tudo, e também procurando um número de telefone importante. - ele falava rápido e como sempre não me olhava nos olhos.
_ bom, deve estar na sua agenda querido, tudo você joga nela, já tomou café vai se atrasar de novo! -rumei para a cozinha para pegar mais café quentinho, liguei a cafeteira nova que compramos na nossa última ida a são Paulo, que não foi tão legal assim.
_ vou tomar apenas café estou em cima da hora, ah não esqueça que hoje temos um jantar na casa de mamãe, minha tia chega hoje do Rio ela pediu para nós reunir, sabe como ela é - disse ele me beijando na bochecha, era sempre assim, jantares importantes com a família dele, que na maioria das vezes eu ficava no canto.
_claro não vou esquecer, amor... - Olhei a notificação em meu celular do meu período fértil se aproximando e olhei para Marcelo, ele estava disperso como sempre e suspirei.
_Sim querida estou com presa - ele pegou a bolsa e o restante das plantas e já estava na porta, ignorei a falta de atenção dele e disfarcei num sorriso.
_ tenha um bom dia no trabalho.
_ você também, compre um vestido novo quero você linda hoje a noite. - ele soltou um beijo e saiu batendo a porta apressado, me sentei num dos bancos altos do balcão e tomei meu café em silêncio como em todas as manhãs.
_ claro, como uma mulher deve ser !
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_ não acredito que você não gosto de nenhum, aquele bege ficou perfeito em você, agora que está bronzeada destacou mais. - comentava a vendedora querendo que eu levasse o vestido sem cor que ela chamava de bege, odiava isso, comprar, Marcelo me fazia passar por isso todos os eventos que íamos, eu tinha um closet que não cabia mais nada, e ele continuava me fazendo ter mais.
_ quero olhar outros. - pedi degustando o champanhe que ela me ofereceu, Regina apenas questiona calada. Sabia que ela queria dizer algo.
_ vai diz logo, sei que você está engasgada aí! - cutuquei ela que bufo.
_ esses vestidos são todos lindos Cecília, mais nos duas sabemos que você não quer escolher nenhum por que não diz por dominador do seu marido que você quer ir do seu jeito não do jeito que ele quer ! - Regina achava Marcelo um dominador, que ordenava e ditava tudo que eu tinha que fazer, mais eu não achava isso, ele cuidava de mim da maneira dele, foi assim deste quando nos conhecemos, ele escolhia as coisas que seriam melhores para nós dois, nunca fui contra a nada que ele dizia, não queria brigar.
_ eu gostei sim, só quero ver outras opções para de ser chata okay.
_ okay, não digo mais nada, já falou com ele sobre nossa viagem pro Rio ?
_ ele anda ocupado com as casas do domínio sabe como ele é, ainda não tive oportunidade.
_ você vai acabar ficando, sabe que essa viagem é importante para mim Cecília, Pedro já reservou o hotel é tudo mais.
_ eu sei, vou falar com ele, tenho certeza que ele vai encaixar essa viagem na agenda apertada dele. Você já escolheu o nome dela? - Regina e Pedro eram casados a oito anos, um ano a mais que eu e Marcelo, fomos padrinhos e casamentos deles é seríamos da filhinha que eles estavam adotando. Ela nasceria no final do mês e Regina me queria presente nesse momento, seu sonho sempre foi ser mãe, Pedro e ela tentaram por cinco anos quando Regina descobriu que tinha endometriose e por mais que fizesse tratamento não conseguiria gerar, e já com seus 35 anos ficava cada vez mais difícil, então os dois decidiram adotar uma menina, adotar não era a palavra correta, eles teriam uma filha deles, que nasceria de outra mãe.
Eu e Marcelo tentamos sim um filho no começo, mais esse filho se tornava cada vez mais difícil conforme ele avançava no trabalho, Marcelo era engenheiro Civil, amava o que fazia e ele fazia muito bem.
Nossa casa quem fez a planta e toda a construção para deixar do jeito que estava hoje foi tudo graças a ele, me orgulhava do meu marido, por mais que desse sonho de uma família ele não compartilha-se muito comigo.
_ quero escolher o nome dela assim que a segurar em meu colo, aí Cecília estou tão ansiosa, Pedro mandou pintar o quartinho dela essa semana você precisa ver como ficou lindo - Regina se emocionava toda vez que comentava sobre a filha, e eu sentia uma dor em mim, eu queria sentir o que ela estava sentindo naquele momento, mais estava tão distante de mim.
_ posso imaginar como deve estar, você merece - sorri engolindo a lágrima que queria sair.
_ ei você também vai sentir tudo isso, ainda continuam tentando?
_ ah Regina Marcelo não está nessa comigo, ele diz que ainda é cedo que quer crescer mais na profissão dele para depois pensar em filhos...
_ você já tem 32 Cecília o tempo está passando, já fizeram exames para saber a demora? Ele tem que pensar nisso quanto mais O tempo passa mais difícil vai ficando.
_ é eu sei disso, ele também sabe disso, mais para Marcelo tudo é mais difícil de se entrar num acordo.
_ eu sei bem disso, só não deixe seus desejos serem esmagados por ele, tenha voz apenas uma vez mulher... - era um concelho que eu devia seguir só não conseguia.
Já havia desistido de tentar uma família com Marcelo, estávamos bem só nos dois, ele tinha seus negócios que tomavam seu tempo e eu tinha o luxo e tudo o mais que ele podia me dar, menos uma família, isso era a única coisa que ele não podia me dar naquele momento.
_ vamos mudar de assunto, vamos escolher logo esse vestido quero comer alguma coisa estou faminta. - disse me levantando indo atrás da moça dos vestidos.
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Escolhe um pretinho bem detalhado, sabia o que Marcelo iria dizer, mais iria arriscar dessa vez. Paramos para almoçar no Iguatemi querendo menos atenção, Regina escolhia seu prato bem recheado, e eu ficava com as coisas que não engordavam muito.
Eu não podia engordar muito, parecia bobagem mais Marcelo tinha pavor quando eu engordava.
_ você devia comer mais, parece que vai sumir qualquer diz desses.
_ eu quero cuidar do meu corpo, evitar gordurinhas indesejadas.
_ você ou o doido do seu marido, sério Cecília não sei o que você viu nele, Marcelo é tão controlador. Você não pode nem respirar sem que ele mande.
_ não é bem assim, você está exagerando um pouco.
_ você sabe que o exagerado é ele. - ela tinha ração mais eu não iria questionar isso agora.
Fizemos nossos pedidos e enquanto respondia minha mãe por mensagem, ela e meu pai viviam preocupados comigo por estar longe deles. Mais Marcelo e eu até decidimos que era melhor morar longe das famílias. Eu gostava de morar em Fortaleza, tinha sol as festas que eu gostava, o movimento era até melhor aqui, tinha mais " privacidade " dos familiares.
_ olha o que achei! - exclamou Regina me mostrando o celular.
Olhei na tela o anúncio de uma clínica de reprodução humana aqui no Ceará, a era de origem americana que dava oportunidade a casais que queriam realizar esse sonho de ter um filho, seja qual fosse a maneira.
_ Cecília ela é bem recomendada, você poderia ir lá com Marcelo.
_ você ficou louca, ele me mata se eu comentar sobre isso fertilização? Ele surtaria se ouvisse isso.
_ não custa tentar, vou mandar pro seu número depois você mesma faz a busca, Cecília já disse a você que abrisse a boca pro Marcelo, ele nunca vai te ouvir se você ficar calada o tempo todo.
Suspirei devolvendo o celular para ela, avaliei por um momento aquela possibilidade, e parecia tão louco, porque eu e meu marido precisaríamos de uma fertilização, Marcelo era novo e eu também poderíamos conceber sem isso, claro tinha n motivos para isso.
_ diz que vai pensar ? -Regina ficou me olhando com a carinha de cachorro pidão e eu comecei a rir dela.
Ela sabia me fazer rir em qualquer que fosse o momento. Ela era a parte boa dos meus dias, minha cúmplice.
_ tá, podemos comer em paz por favor - rir dela enquanto nossos pratos chegavam. Ela ainda fez graça comigo e eu não tirava aquela ideia da cabeça.
Me olhava no espelho enquanto meus pensamentos flutuavam na minha cabeça, já tinha feito meu penteado faltava apenas a maquiagem e os sapatos pois o vestido eu já estava vestida.
...
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Marcelo estava ao telefone pela terceira vez desde que chegou, a gravata em seu pescoço estava de qualquer jeito o terno de linho feito sobe medida para seu corpo o deixava ainda mais charmoso, hoje era um dia especial, estava carente e desejava meu marido, mais ele estava ao telefone e me ignorava.
Toquei meus lábios pensando na cor que iria por e desisti de pintar quando meu celular me alertou novamente do período fértil, bufei olhando a mensagem de Regina sobre a clínica de fertilização.
...
...
Marcelo voltou para o quarto e beijou meu pescoço fazendo todos os pelos da minha nuca se arrepiarem, ele sabia que era meu ponto fraco.
_ você poderia colocar um vermelho nessa boca, adoro quando fica toda vermelha, porque não escolheu o vestido bege iria combinar mais com seu tom de pele atual ! - ele comentou indo terminar de se arrumar, murchei encarando ele.
_ não gosto desse? Ele realça meus seios e minhas pernas pensei que gostasse delas assim.
_Sim gosto, mais para um jantar de família preferiria você mais coberta, minha mãe odeia quando você veste algo vulgar. - Ele arrumou a gravata e olhou se seus cabelos estavam bem alinhados.
_ eu não me importo com o que eles dizem Marcelo...
_Mais eu me importo Cecília, quero você elegante e não vulgar, devia saber isso. - falou rude me olhando com raiva nos olhos. Marcelo se importava muito para o que as pessoas iriam dizer, eu nem ligava.
_ posso vestir outro tenho tantos vestidos que nem devia comprar mais.
_ não dar tempo, infelizmente vai ter que ir assim, da próxima vez você faz o que eu pedir. - ordenou ele encerrando o assunto.
Engoli calada, e levantei calçando os sapatos de salto, odiava ter que coloca-los eles me deixavam alta demais e tonta.
_ querido, Regina esteve comigo hoje ela está tão ansiosa pela chegada da bebê, nos espera na viagem com eles, tem falado com Pedro? - comentei animada, Marcelo me olhou sem animação.
_ falei, é somente nisso que ele fala, para ele não existe outra que não seja esse bebê, tem outras coisas mais importantes do que isso.
_ tipo o que? Morrer de trabalhar se encher de luxo, de dinheiro e de ordens - me irritei e coloquei o que estava preso m minha garganta a muito tempo, Marcelo calado me olhava com espanto.
_ Cecília... Você sabe muito bem porque não tivemos um filho ainda...
_ não Marcelo, não sei... temos condição de ter quantos quiser, mais não temos nenhum e isso.... - me calei ou iria chorar e não chorava mais na frente dele, pois ele não gostava.
_ eu quero que tenhamos mais amor, entenda isso, vamos ter muitos filhos ainda mais agora eu não posso... Você vai ter que aceitar.
É eu tinha que aceitar, estava farta disso. Peguei meu celular e coloquei na bolsa de mão junto com meu documento e meu Baton caso precisasse retocar.
_ espero você lá em baixo . - disse ao sair do quarto não querendo mais falar com ele.
Fui até a cozinha e abre uma garrafa de vinho que estava guardada a muito tempo na geladeira, enche uma taça, só assim que iria aguentar essa noite com a família de Marcelo.
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Marcelo dirigia com pressa para chegar na casa de seus pais, eu tentei colocar alguma música para escutar no caminho mais ele desligava o som, estava calado emburrada como de costume.
Nos aproximamos do condomínio dos pais de Marcelo e ele estacionou em frente a luxuosa mansão de seus pais, nossa casa não chegava aos pés da deles, mais também o pai de Marcelo foi um famoso cirurgião cardíaco e conseguiu ao decorrer de sua carreira construir um império para a esposa e seus filhos, Marcelo tinha mais dois irmão mais velhos, Victor que era engenheiro agrônomo e Esther que morava na Holanda com o marido, ela puxou os dons do pai, era médica na área de estética. Pouco a víamos, eu gostava dela era engraçada, a diferente da família acho que por morar bem longe.
Marcelo era o mais novo, mais nem por isso foi mimado pelos pais, o pai dele o fez desde pequeno a acreditar que conseguiria tudo com seu próprio esforço, Marcelo levou ao pé da letra.
Minha sogra, era formada em direitos civis mais nunca exerceu sua função pois casou cedo com seu Leônidas e logo teve filhos, mais nunca lhe faltou nada, acho que por isso Marcelo pegava no meu pé, queria que eu fosse igual sua mãe, teria os luxos e tudo que ele pudesse me dar, menos os filhos. Eu era formada em letras e fiz quatro anos de administração, que foram jogados fora pois Marcelo não me deixa trabalhar ele me quer por perto o tempo inteiro.
_ você já sabe como vai agir, não quero que aconteça o que aconteceu da última vez -alertou Marcelo olhando como estava seus cabelos no espelho do retrovisor.
Me arrumei ao sair do carro e concordei com ele apenas balançando a cabeça, da última vez eu sem querer comentei que a comida estava ruim, e que discordava da política de meu sogro, o que deixou os dois me odiando ainda mais.
Assim que chegamos a porta minha sogra veio de imediato nos receber, abraçou Marcelo com fervor e me ignorou novamente.
_ pensei que não viria filho, soube pelo seu irmão que você está com um projeto grande nas mãos! - a grande matriarca da família gomes vestia um vestido todo rodeado de pérolas, umas que brilhavam e doíam na vista, ela queria mostrar que era maior que qualquer uma, mesquinha demais.
_ sabe que sempre tiro um tempo para nossa família mamãe, onde está o pai quero falar de negócios com ele. - só não tinha tempo para a nossa família.
_ entrem ele está na sala de estar com seu irmão, Cecília seu vestido está um pouco apertado querida andou engordando de novo? -lá vinha ela com os comentários.
_ não, ele me caiu muito bem aliás o seu está glorioso como sempre.
Ela sorriu pelo meu elogio e entramos mais naquela imensa grandeza que era sua sala de estar, meu sogro estava em sua poltrona com uma taça de uísque na mão enquanto discutia algo com seu mais velho.
_ querido nosso bebê chegou. - comentou minha sogra sentando do lado de Victor, meu cunhado era alto assim como Marcelo, os cabelos lisos estavam bem alinhados na cabeça e em seu rosto brilhava os olhos verdes, Marcelo também tinha olhos verdes só que numa tonalidade um pouco mais escura.
Cumprimentei meu sogro que olhou diretamente para minha roupa, logo depois cumprimentei meu cunhado que me apertou num abraço quente. Ele não perdia a chance de me tocar, Marcelo odiava isso.
Sentei ao lado de meu marido e o mesmo pôs a mão possessivamente em minha perna, olhando diretamente para o irmão como um sinal de alerta, que dizia " ela é minha, esqueça " . Victor sorriu ignorando a ameaça do irmão.
Marcella minha sogra serviu alguns petiscos com champanhe, iríamos comemorar alguma coisa que eu não sabia o que era.
A tia de Marcelo chegou atrasada e trouxe consigo alguns presentes, para mim ela sempre trazia brincos ou colares que valiam mais que meu celular.
Na mesa do jantar enquanto comíamos eu observava cada um, perdido em seu universo particular. Marcelo contava ao pai sobre o projeto do condomínio que estava em construção, e Victor tinha sempre que discorda de alguma coisa comentada, marcella estava a falar que isso era rixa de irmão.
Eu mexia meu garfo na comida que estava ruim ao meu paladar, preferia mil vezes a minha. Marcelo estava feliz com seus familiares que falavam da mesma coisa que ele, me senti uma intrusa no meio deles. Enquanto estava perdida em pensamentos a tia de Marcelo, dona Agnes fez uma pergunta inusitada.
_ já que Esther está grávida quando você Marcelo fará as honras nessa família em trazer um herdeiro para seus pais? - ela já estava um pouco bêbada, Marcelo engoliu a comida de uma vez e eu bebi mais um gole de vinho.
Victor encarou o irmão rindo internamente dele, Victor era solteiro, nunca quis se prender a ninguém e se orgulhava disso, Marcelo já foi casado mais não deu netos a família comigo seria igual ?
_ tia ainda é cedo para este assunto, Cecília e eu estamos curtindo nosso momento a dois antes de ter mais alguém. - era uma mentira que ele nem sabia contar .
Meu sogro se meteu na conversa.
_ com sete anos de casados filho eu e sua mãe já esperávamos Esther, você é Cecília estão dormindo no ponto.
_ talvez seja você Cecília que tenha problemas, acontece com nos mulheres durante o tempo - minha sogra tinha que tocar nesse assunto, me acusar por algo que era o filho dela que evitava.
_ eu não tenho problemas... - ia me defender mais Marcelo me calou.
_ não queremos filhos agora a verdade é essa mãe, talvez um dia, mais por agora não queremos. - como sempre falando por nós dois, afundei na cadeira e bebi o restante do vinho.
O jantar seguiu com mais conversar sobre política da qual fiquei calada. Enquanto Marcelo estava entretido com seu pai eu fiquei na sacada admirando a brisa que vinha da praia a pouco metros dali.
_ não ligue para o que minha mãe disse, ela não gosto do seu vestido por isso que irritar você -Victor se aproximou se encostando na sacada ao meu lado.
_ eu sei disso, deixei ela bem irritada - tentei rir mais não deu.
_ meu irmão é que tem problemas, ele mente para você mais não acredite nele ele sabe que não pode oferecer o que tem de melhor para você.
_ porque está dizendo isso?
_ porque eu sei, ele não fez Amanda ser feliz, e não faz você feliz ele não sabe o que é isso, se eu fosse você sairia logo dessa loucura.
_ você bebeu demais sabia, eu e Marcelo somos felizes sim...
_ nem você acredita nisso e quer que eu acredite de verdade, Cecília doce Cecília tão inocente, estou te alertando pois não quero que você se machuque mais na frente.
_ Boa tentativa mais não deu certo, Marcelo e eu somos felizes e tenho pena de você por achar que eu acreditaria nas suas invenções. - ia sair de perto dele quando meu braço foi apertado por Victor.
_ você merece mais Cecília, e ele nunca vai poder dar o que você merece de verdade.
Victor me olhou de uma forma diferente que me assustei puxei meu braço com força e olhei ao redor para saber se alguém tinha visto, me afastei dele com medo.
_ fique longe de mim Victor. Bem longe. - alertei ao sair. Voltei para o lado de Marcelo e tentei acalmar meus nervos.
No final da noite já estava exausta nos despedimos de todos e voltamos para nossa casa, eu precisava com urgência de um banho deixar a água levar tudo de ruim dessa noite familiar horrível.
Assim que chegamos Marcelo tirou seu paletó junto com a gravata e deixou na cadeira al lado da janela. Tirei os sapatos assim que entrei no quarto e tratei de tirar l vestido mais Marcelo me ajudou com isso, desceu o zíper do vestido rapidamente me livrando do mesmo.
Suas mãos seguraram minha cintura com força e seus lábios devoraram meu pescoço num beijo molhado que fez meu corpo inteiro estremecer.
_ eu vê o jeito que Victor olhou para você essa noite, quero que você saiba que é minha Cecília, somente minha. -dizia ele ao me empurrar para a cama, aquela não era a voz normal de Marcelo, era sua voz de ciúmes.
Cai na cama com força Marcelo me virou se uma vez e puxou minhas pernas de encontro as suas, ele já havia se livrado das calças e da cueca, nossos corpos estavam prestes a se unir, mais quando eu pensei que ele seria gentil foi totalmente o oposto, Marcelo rasgou minha calcinha e me penetrou com força me causando uma dor que nunca antes havia sentido.
_você é só minha Cecília...entendeu - ele dizia enquanto aumentava a velocidade das estocadas, me agarrei na cama e virei o rosto, Marcelo era muito ciumento e descontada esse ciúmes na cama.
Me machucava sem perceber, fechei os olhos e pensei em apenas uma coisa, que talvez uma única vez Victor estivesse certo.
Acordei na manhã seguinte com o corpo inteiramente dolorido, o quarto estava escuro ainda não me deixando identificar se era dia ou madrugada ainda. Me move na cama querendo me sentar foi aí que doeu mais ainda meu corpo.
Mesmo descalça e enrolada com lençol cheguei ao banheiro e liguei o chuveiro, precisava de um banho para aliviar a dor que estava sentindo, minha cabeça também estava explodindo devido o vinho da noite passada.
Ao me virar para o box dei de cara com Marcelo, ele me admirava enquanto tomava banho, já estava vestido para o trabalho, só que dessa vez vestia uma calça jeans e uma camisa de linho marrom. Os cabelos estavam penteados de um lado e bem alinhados, a barba já dava sinais que nasceria em breve. Ele sorria e tinha nas mãos uma caneca de café, a mesma que dei a ele no nosso aniversário de casamento.
_ nem vê você chegar.
_ levantei cedo e fiz café pra gente, Cecília sobre ontem eu queria pedir desculpas....bebi um pouco e posso ter machucado você...
_ você tem que controlar isso, você prometeu que nunca mais agiria daquela forma Marcelo... - me enrolei na toalha e sai do banheiro, ele veio atrás de mim.
_ eu sei, fiz besteira me perdoa por favor o Victor me deixa louco quando ver você.
_ ele sabe que você se irrita fácil por isso faz aquilo... -entrei em meu closet e procurei o que iria vestir hoje. Marcelo me virou de encontro a ele me parando.
_ eu sei está bem, me perdoa Cecília eu prometo que não farei mais, vou me controlar...
_ não acredito mais em você... nem adianta.
_ nem se eu disser que eu quero ter um filho com você? - ele soltou como se fosse uma coisa normal.
Eu fiquei estática, não esperava isso dele, não agora, depois de tanta recusa.
_ porque agora você quer ter um filho, não foi você mesmo que disse que queria esperar que estava cedo? O que te fez mudar de ideia
_ eu pensei muito, e percebe que estamos na hora, um filho vai te animar mais e deixar você mais feliz aqui na nossa casa.
Eu não podia acreditar no que estava ouvindo, Marcelo devia estar doente.
_você está falando sério mesmo?
_Sim Cecília estou falando serio, quero fazer você feliz sempre sabe disso.
_ Marcelo.... - não aguentei e acabei soltando o choro que a muito tempo eu estive prendendo.
Marcelo não entendeu e ficou assustado pelo meu choro tão repentino.
_ não era isso que você queria? O que está acontecendo Cecília?
_ é tudo que eu mais quero amor, um filho nosso, para tornar nossas vidas ainda mais feliz você me fará a mulher mais feliz e completa desse mundo - pulei nos braços de tão animada que a caneca de café caiu no chão sujando tudo.
Comecei a rir da situação e Marcelo fez carinho em meu rosto de uma forma singela.
_ você não rir assim a muito tempo, devia sorrir mais vezes fica ainda mais bonita. -seus dedos tocavam minha bochecha e eu fechava os olhos aproveitando o carinho.
_ eu amo você Marcelo.
_ eu também amo você Cecília - sorri corando o rosto como sempre.
Nos soltamos e terminei de me vestir pois hoje estava um dia até melhor. Tomei café da manhã com Marcelo o que era novidade ultimamente.
_ pensei em procurarmos uma clínica com pessoas que possam nos ajudar assim que voltarmos do Rio o que acha? - perguntou ele avaliando sua agenda.
_perfeito Regina me indicou uma clínica especialista nisto, é americana e bem conhecida.
_ deixo você ver isso, vou tirar um tempo no trabalho para acompanhar você nos exames - olhei para ele sem entender.
_ me acompanhar nos exames?
_ sim, você tem que ver porque ainda não gerou nenhum bebê esse tempo todo.
_ eu não tenho problemas Marcelo, nos dois temos que passar por exames o casal tem que ser avaliado não é culpa minha. - ele tinha o mesmo pensamento que a mãe, e isso me chateou me fazendo perder o apetite.
_ não custa tentar investigar o que pode ser, eu farei depois os exames. Eu tenho certeza que não é comigo ! - fiquei pasma e irritada ao mesmo tempo. Marcelo levantou da mesa e guardou a agenda na bolsa, veio até mim e ia me beijar mais virei o rosto.
_ olha foi só um comentário, devia estar feliz, por eu ter aceitado essa ideia, não se irrite por causa disso, bom vou indo e não venho almoçar em casa.
Continuei calada olhando pra mesa, quando ele saiu foi que soltei a raiva que cresceu dentro de mim. Gritei jogando a louça do café toda no chão.
Pensei que meu casamento fosse diferente de outros que conhece, seria feliz, e perfeito como o de alguns contos e fadas, que Marcelo era meu príncipe no cavalo branco, que me amava ao ponto de fazer o impossível por mim. Mais acreditar isso tudo não me deixou ver a realidade do que era o meu casamento.
Marcelo só pensava nele, e eu era a culpada naquele momento por não termos um filho. Quando pensei que ele tinha mudado, ele vinha e me machucava de outra maneira ainda pior.
Subi para o quarto e peguei minha bolsa e as chaves do carro. Precisava esfriar minha mente, e já que ele me dava de todo o luxo iria aproveitar isso.
♤♡♤♡♤♡♤♡
Fiz minha reserva numa clínica de estética, marquei um horário com a massoterapeuta, precisava relaxar com urgência ou iria surtar. Meu celular tocava a cada mensagem que chegava, era Regina, ela queria saber onde eu havia me metido, uma mensagem de minha mãe, outra de minha sogra que queria que eu desse uma olhada em seu anúncio sobre gastos desnecessários em meio a crise econômica. E por última da secretaria de Marcelo, ele não me mandava mensagem, era sempre ela quando queria avisar algo dele, e naquele momento o aviso era que eu não o esperasse mais tarde!
Desliguei o celular no mesmo instante e bufei franzino a testa. A recepcionista me ofereceu um drinque de ervas calmantes e me levou para a sala onde eu iria receber minha dose de calma.
Ela colocou uma música ziem para melhorar o clima do ambiente.
_ sua energia está tensa, seu chácara está escuro o que aconteceu em mocinha? - perguntou a terapeuta preparando os óleos de essências.
Tirei minha roupa e coloquei o roupão me deitando na maca macia e confortável. Quando ela veio até mim senti o cheiro o óleo na vasilha e já podia me sentir aliviada.
_ não tive uma semana muito boa, problemas em casa, precisava de uma sessão relaxante para não terminar a semana com mal humor. -expliquei a ela que abriu meu roupão e com o óleo nas mãos massageou meu corpo onde estava tenso e onde minha irritação era maior, ela parecia saber aonde tocar.
Já conseguia sentir meu corpo relaxar nas mãos habilidosas dela.
_ seu marido novamente? - perguntou apertando meu tórax empurrando para baixo, dei um grunhido pelo aperto, mais relaxei em seguida. _o que ele aprontou dessa vez?
_ ele não me entende, o ciúmes dele o trabalho dele são coisas que são maiores do que eu, do que o nosso casamento, ele parece esquecer que eu existo.
_ homens são assim, ainda mais o seu que é teimoso, mais esses anos todos que você vem aqui, hoje está mais tensa do que antes, inclusive estranhei pois você é sempre tão sorridente.
_ é não tenho mais tanto motivo para sorrir... só queria que Marcelo continuasse o mesmo de antes, quando nos casamos, ele me ouvia se preocupava com o que eu estava sentindo e óbvio me deixava ser quem eu era... - eu sentia falta dessa liberdade, mais com a falta dela veio também a solidão de Marcelo comigo.
_ entendo o seu lado, mais as vezes as mudanças são assim, Marcelo amadureceu ele só não entende que não precisa ignorar mulher dele - a terapeuta que já havia virado minha confidente por mais de quatro anos deu uma risadinha no final.
Me virei de costas para que ela trabalhasse na minha nuca que mais parecia uma tábua de passar roupa de tão dura que estava.
_ você devia fazer alguma coisa, sabe. Você não disse que tinha bastante tempo livre!
_e eu continuo tendo, Marcelo passa o dia nos negócios dele, eu fico praticamente sozinha o tempo inteiro, a casa é enorme para nós dois e mesmo que eu quisesse ocupar meu tempo limpando ela, ele já se encarregou de contratar uma pessoa que limpa te o teto... - bufei só de lembrar do dia da faxina, eu tinha que supervisionar mais não podia mexer em nada, a equipe da faxina fazia tudo.
_ você tem uma vida de princesa literalmente... mais está infeliz, sinal de que ele não está fazendo um bom trabalho.
_ sou uma princesa infeliz, tenho tudo que uma mulher iria querer, roupas caras e bonitas, dinheiro para gastar como quiser, um marido que me deixa livre para fazer o que quiser, menos as coisas que eu gosto, mais me falta mais sabe, falta a atenção dele, o carinho que antes recebia sem pedir o amor que Marcelo gritava aos quatro ventos para todos ouvir...e falta também... - lembrar que um filho fazia falta mais do que tudo deixava meus olhos molhados.
Me sentei e a terapeuta que pela primeira vez pude ver o nome no crachá, se chamava Jessica, me encaro limpando as mãos.
_um filho? - perguntou já sabendo minha resposta. Recoloquei meu roupão e suspirei.
_ você nunca quis isso? É o sonho de toda mulher, quando ela encontra o cara certo é construir uma família.
_ sim é a lei da natureza minha cara, mais você já se perguntou se Marcelo é o cara certo para você construir uma família? Devia pensar nisso. - a revelação dela foi como um soco no estômago.
_ claro que é... estamos juntos a sete anos, eu... o amo - demorei a dizer isso, pois as palavras em minha mente estavam confusas.
_ eu não sei bem sobre amor, sou solteira a muito tempo e na minha idade nem sei se conseguiria arranjar alguém que me queira - ela riu querendo parecer velha, mais não era, Jessica tinha a idade de Regina, uns três anos mais velha.
_ então você não é a pessoa perfeita para me dar concelhos minha cara - rir levantando indo me vestir, sentia meu corpo mais relaxado.
_ Cecília você devia pensar no que eu disse, você já tem 32 se quer um filho o tempo está correndo contra você!
Todo mundo tinha dado esse mesmo alerta sobre minha idade, eu sabia que dificultava um pouco, mais não que eu fosse me preocupar muito agora, Marcelo aceitou ter um filho já era um bom sinal para nossa família.
_ não preciso pensar sobre isso, Marcelo e eu vamos tentar um filho esse ano, ele me confirmou isso, não preciso mais me preocupar com isso... - sorri com a promessa dele.
_ sei. Espero que esteja certa disso
_ bom se eu não estiver ainda vou poder pagar suas sessões minha cara - rir pegando minha bolsa.
Jessica não sorriu, não compartilhava da minha alegria, suas mãos eram boas mesmo já me sentia bem melhor agora. Paguei a sessão e peguei meu carro no estacionamento respirando um ar que não tinha respirado antes.
Liguei o som do carro e liguei o mesmo saindo com ele pelas ruas movimentadas já as onze horas do dia. Meu estômago reclamou de falta de comida, olhei pelo retrovisor um local para comer.
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Estacionei o carro em frente a um bistrô de massas, sabia que uma massa hoje iria me render algumas gramas, mais não queria nem saber. Entrei no estabelecimento e me sentei numa mesa com vista para a janela, podia ver o movimento de uma das avenidas mais movimentada de Fortaleza, a beira mar. Eu adorava estar aqui, podia sentir o gostinho do mar, a brisa era mais leve me fazia sentir o cheiro da minha infância.
Precisava sair mais vezes, ir a praia por exemplo iria ser meu próximo passeio. O garçom me atendeu me trouxe o cardápio e muito gentil me ofereceu um suco diet.
Fiz um pedido de uma massa que a tempos não comia, Marcelo e eu não saímos muito para comer fora, ele sempre dizia que faria mal ao nosso corpo. E quando eu cozinhava fazia questão de cozinhar apenas coisas saudáveis para nós manter em forma.
Liguei meu celular depois de muito tempo desligado, esperei a chegada das mensagens e havia até mesmo uma ligação da secretaria de Marcelo, olha ela me ligou, isso era novo.
Responde algumas das mensagens e o restante apaguei pois não queria me aborrecer. Me conectei ao Wi-fi do local e fiz uma breve pesquisa sobre a clínica que Regina me indicou, queria colocar logo os planos em dias.
Avaliei a história da clínica se era mesmo de confiança, o histórico médico, quais eram e as especialidades. Tinham apenas os nomes e não os rostos queria matar minha curiosidade.
Meu almoço chegou e o garçom sorridente me deu uma piscadela, o encarei pensando ter visto coisa. Me envergonhe quando ele saiu e peguei o talher dando início a matança, da minha fome.
Enquanto comia fazia a leitura do histórico da clínica, parecia ser bem conceituada e já havia ganho vários prêmios fora do país pelo desempenho no trabalho que fazia. Um toque de esperança se ascendeu em mim, estava tão próximo que me emocionava.
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Depois do almoço dei mais uma volta pelas lojas comprando coisas desnecessários mais que poderia vir a usar algum dia.
Cheguei em casa quase as oito da noite, meus pés estavam moídos, precisava de um banho de banheira. Olhei a sujeira na cozinha que continuava do jeito que deixei, coloquei as sacolas de compras na mesa e amarrei meus cabelos antes de começar a arrumar a minha bagunça.
Liguei o meu iPhone no som de Marcelo no volume máximo e comecei a arrumar, me divertia mais quando ouvia música, Marcelo odiava meu estilo de musicas, ele curtia mais o forró ou então musicas antigas demais até para mim.
Joguei as coisas quebradas no lixo, passei a vassoura em toda a cozinha e depois um pano com desinfetante no chão deixando o mesmo brilhando e cheiroso. Olhei para a sala e vê as coisas de Marcelo jogadas no chão ou pelo sofá e resolve organizar, não seria como ele deveria querer, pois só ele podia mexer nas coisas dele, eu estava apenas tirando as coisas do caminho.
Quando terminei a "faxina" estava suada e fedendo. Desliguei o som e guardei as coisas da limpeza na área de serviço e subi para o quarto. Tirei a roupa no banheiro e em seguida enche a banheira com meus sais de banho perfumados.
Olhei em meu celular que horas eram, e notando que Marcelo ainda não havia chegado e nem mandado mensagem dizendo que estava perto, não era novidade ele mandar, nunca mandou antes.
Mais eu sentia a falta dele, queria saber quando ele ia chegar. Entrei na banheira e deixei os problemas de lado, queria relaxar era só isso que importava agora.
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Depois de meia hora na banheira com a pele enrugando e com frio sai da banheira e veste minha camisola que Marcelo gostava, era toda de renda vermelha transparente nos seios com um ferro que deixava eles mais levantados.
Fui até a sacada da varanda e observei o movimento da rua, os meus vizinhos da frente, um casal de idosos que eram bem animados estavam passeando com seu cachorro de dois mil reais, eles eram felizes sorri olhando eles. Imaginava eu e Marcelo no futuro.
Bocejo pois já estava ficando tarde, olhei no celular e passava das onze, comecei a me preocupar, onde Marcelo estava. Fechei a porta de vidro da varanda e as cortinas também, coloquei o ar condicionado no mínimo e me sentei ligando a TV enorme que ocupava quase o espaço todo da parede.
Deixei ligado em um programa de culinária enquanto ligava para meu marido, meu coração estava em agonia, e só piorou quando ele desligou o telefone antes de me atender.
Continuei a esperar por ele, até que o sono e o cansaço me venceu. Acabei tendo pesadelos naquela noite.
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