Estou cansado de ser controlado como uma criança, onde sua mãe o controla todos os dias.

Eu pensei que quando eu ficasse adulto e bem sucedido, eu iria ter autonomia de controlar minha própria vida, porém por minha família ser bem sucedida, eu sou submetido aos caprichos da minha mãe.

Ela faz questão de controlar tudo, mas para mim foi a gota d'água quando ela sem a minha permissão, me noivou a uma jovem de linhagem nobre.

Ela passou dos limites, tenho 28 anos, sou adulto o suficiente para escolher uma dama ideal para mim.

Eu gerencio uma empresa de nivel multinacional, eu posso muito bem gerênciar minha própria vida. E isso que vou fazer a partir de agora!

Eu olho para o retrovisor e vejo meu motorista rindo das minhas frustrações, depois olho pela janela do carro e vejo que vai chover logo logo, nesse exato momento fico olhando para o céu e esqueço um pouco dos meus pensamentos ruins. Eu me aconchego mais no banco e pego no sono.

***

Lana narrando:

As pessoas olham para mim com cara de nojo, elas pensam que sou pior do que o lixo que elas jogam nas latas de lixo.

Sou moradora de rua, e eu não tenho dinheiro nem para comprar o de comer, eu sobrevivo pelas esmolas das pessoas, mas ultimamente com as esmolas que recebo não consigo comprar o que comer.

Nesse momento sinto cãibras no estômago por sentir tanta fome, as vezes eu penso que pular de uma ponte poderia resolver todos meus problemas, talvez seria mais fácil não viver mais.

Agora nesse momento resolvi fazer tal ato contra minha propria vida. Irei pular dessa ponte e deixarei meu corpo ser levado pelas águas desse rio.

Hoje fui acusada injustamente de roubar uma lanchonete, eu não sabia que pegar resto de comida no lixo é crime. Eu posso ser da rua, mas não sou ladra.

Nesse momento começa chover, eu começo pensar que até a hora da minha morte vai ser triste. Não tenho ninguém para chorar na minha morte, sou uma jovem órfã que não tem ninguém.

Eu passo para outro lado da cerca de proteção da ponte, eu tento não olhar para baixo, mas vejo o pequeno espaço que estão situados meus pés.

A chuva banha meu ser, e cada instante que passa, mas medo eu sinto.De repente eu lembro do padre que as vezes me dava o de comer. Lembrei que tirar sua vida é pecado mortal. Porém do jeito que está minha vida não dá!

- Deus, Deus! Por favor! Eu preciso de um milagre! Me ajuda! Eu quero viver! - Falei gritando.

Depois que falei tudo isso, ouvir trovões e vi raios no céus, e logo em seguida vi um farol de um carro vindo em minha direção. O carro parou e logo a porta de trás se abriu e saiu um homem bem vestido e veio até mim. Eu não consegui ver seu rosto por causa da chuva.

- Moça por favor, não faça isso! - Eu escutei sua voz escoar em meus ouvidos.

- Por favor me ajuda, eu não quero morrer! - Falei com todo meu desespero.

- Me da sua mão! - Quando fui pegar sua mão eu sentir a dor no meu estômago. Eu perdir o equilíbrio e quase cair, porém ele conseguiu e pego minha mão e me impediu de cair.

Apareceu outro moço e me ajudou a voltar para lado seguro da ponte. Depois de tudo ele fica em silêncio e eu tento me recuperar do susto. A chuva contínua a cair, mas com calmaria do que antes.

- Oi! Meu nome é Arthur e o seu? - Eu olhei para seu rosto de vi sua expressão preocupado.

- Meu nome é... - De repente tudo ficou escuro.

Eu fiquei ao lado daquela jovem toda a noite, pela prescrição do médico, essa jovem sofria muito.

Pela primeira vez vi um lado da vida que não correspondia a minha propria vida. Eu pensei será que eu poderia mudar o destino dessa jovem?

Pego em suas mãos e vejo alguns vestígios de sua vida representada nos pequenos hematomas que ja cicatrizaram. Eu seguro sua mão com cuidado em seguida sinto pouco de tristeza, eu sinto que tenho que ajuda-la.

De repente meu motorista entra no quarto e se aproxima de mim, ele me entrega uma pasta e meu notebook, olho para o lado onde tem uma mesa e cadeiras, e vou na direção, não demora muito e já estou sentado e lendo o conteúdo que tem na pasta, analiso, olho as informações no notebook e fico surpreso com tudo que li.

Olho para direção onde a jovem está repousando e penso mais um pouco.

- Joaquim, acho que vou cometer uma loucura! - Digo e começo rir apenas só de pensar nessa loucura que estou pensando em fazer. - O que você acha Joaquim, eu devo fazer algo louco?

- Meu senhor, mesmo que eu diga não, quando o senhor coloca algo na cabeça, apenas sua mãe consegue o controlar! - Começo rir alegremente do que Joaquim falou.

- Ótima resposta! - Me levanto e vou até a jovem, olho para ela. - Joaquim você fez o que eu te pedir?

- Sim meu senhor, liguei e informei sua mãe que você resolveu seguir o conselho dela e quis ficar mais um tem nessa cidade.

- Ótimo, assim minha mãe não irá desconfiar na minha permaneça nessa cidade.

- Senhor, eu já tomei a liberdade e liguei para o Gabriel!

- Por isso você é o melhor! Você sabe o que fazer sem eu pedir. - Eu pego mão da jovem novamente. - Vou mudar sua vida e seu destino cruel!

***

O Joaquim ficou com a jovem no hospital, e eu estou no quarto do hotel com o Gabriel, estou mostrando o conteúdo da pasta e as informações do notebook.

O Gabriel fica surpreso com o que eu mostro. Eu sei que o Gabriel tem capacidade de mim ajudar, ele é o meu melhor amigo, e ele sempre me ajuda quando eu preciso.

- Então pelas informações que eu vi, essa jovem que esta internada é uma morada de rua. Ela não tem pais e nem parente familiar. Ela fugiu aos 8 anos do orfanato onde ela morava e desde então ela vive na rua. - Ele suspira e depois olha para mim. - A historia dessa moça é bastante triste, agora entendo o por que de querer ajuda-la! Vou preparar a documentação o mais rápido possível, porém ela vai precisar assinar os documentos, será que ela sabe ler ou escrever.

- Se ela não saber, eu ensino, agora preciso da documentação o mais rápido possível! - Depois que eu falo isso, eu vejo que o Gabriel está com uma expressão curiosa.

- Posso saber qual o motivo para querer essa documentação tão rápido, que eu sabia algumas documentações tem prazo para ser feito, e não é simplesmente feito em apenas um dia!

- Preciso para o casamento!

- Que casamento? Espera, não me diga que você vai casar essa moça, e quem vai ser o noivo? O jeito que você é louco, só pode ser você! - Ele começa a rir constantemente, depois de um tempo ele para de rir quando viu que não entrei na brincadeira. - Pera era só uma piada, não estou falando serio! Pera, você realmente vai casar com ela?

- Esse meu real objetivo, essa jovem seria meu plano perfeito para acabar com o controle e a manipulação de minha mãe. Talvez você pense que estou fazendo loucura e realmente acho que estou!

- Mas, por que essa jovem? Não seria melhor uma jovem do seu nivel social!

- Ela totalmente tudo que minha mãe não aprovaria para ser minha companheira, a minha esposa! Quero que minha mãe pague por fazer um noivado sem minha aprovação. - Eu começo rir só de imagina quando minha mãe for pesquisa sobre a vida da minha futura esposa. - Quero ver pela primeira vez a decepção em seu olhar pelos meus futuros atos.

- E se a jovem não aceitar se casar com você?

- Ela vai aceitar, por isso preciso de mais uma ajudinha sua, eu preciso que faça um contrato!

Ja se passaram 15 dias que estou internada no o hospital, eu demorei para me recuperar, por causa que recebi alguns chutes na região da barriga e além do mais a falta de alimentação, prejudicaram minha recuperação.

Hoje eu fiquei sabendo que vou receber alta, eu não sabia que fica num hospital poderia ser tão bom de ficar e tão confortável que isso me deixa muito alegre e ao mesmo tempo triste por saber que terei que voltar para as ruas.

De repente sinto tristeza no coração, foi a primeira vez na vida que sentir tanto calor humano. Eu nunca tinha recebido tanta gentileza, tanta atenção e carinho. Pela primeira vez alguém se importou comigo e não me abandonou.

Eu começo sentir as lágrimas cair na minha face, quando percebo a porta se abri, limpo rapidamente minhas lágrimas. Fico surpresa quando vejo o Arthur entrar com um grande sorriso alegre para mim, vejo que ele está segurando uma caixa grande de presente. Ele vem se aproximando com passos curtos, até chegar até mim.

- Oi, como senhorita está hoje? - Ele fala todo empolgado.

- Estou muito bem, e você? - Faço um sorriso alegre.

- Eu estou ótimo, mas percebo que você andou chorando! - Ele limpa alguns resto de lágrimas em minha face. - Acho que vou alegra você um pouquinho, te trouxe um presente! - Ele me entrega a caixa de presente.

- É para mim? - Sinto que vou chorar novamente.

- Claro! - Eu começo a chorar, pois fazia tanto tempo que não recebia algo que era realmente para mim. Eu tento controlar o choro, mas não consigo, em meio ao soluços. O Arthur tenta me consolar. - Não chora, eu queria ter fazer sorrir, mas acho que te deixei mais triste. - Ele pega minha mão e segura gentilmente. Depois de um tempo eu paro de chorar e me acalmo.

- Obrigada, acho que vou gostar muito do presente!

Eu abro a grande caixa e dentro da grande caixa tem uma caixa media de presente. Então fui abrindo caixa por caixa, até ficar pequena, e na última caixa tem um bilhete encima da tampa que está escrito: Posso te fazer uma pergunta?

- Sim, pode! - Eu falo calmamente.

- Abra a caixa primeiro e ai vou fazer a pergunta. - Eu abro a caixa e vejo uma identidade, vejo que é minha foto. - Como é seu nome?

- Lanna Medeiros! - Eu começo a sorrir, pois agora tenho cidadania. - Obrigada por tudo! Você é um anjo em minha vida!

- Você merece mais, isso é muito pouco! - Ele me olha nós olhos. - Lanna vamos para casa!

***

Estou num quarto do hotel, e nesse quarto tem um homem que a primeira vez que vejo. Ele parece ser jovem, e está muito bem vestido. Eu olho para o Arthur que sempre esta sorrindo.

- Então eu vou me apresentar, eu sou Gabriel Santana, sou advogado do Arthur e hoje estou aqui para te parabenizar, estou aqui com restante de sua documentação. - Ele me entrega em seguida ele olha para o Arthur.

- Muito obrigada! Não sei como agradecer por tudo que você fez por mim.

- Não foi nada, agora vou deixar você e o Arthur a sós! - Ele saí e nos deixa a sós.

- Lanna eu preciso contar a minha história para você!

Ele começa me contando um pouco de sua mãe, depois um pouco de sua infância e em seguida de como ele sente e a maneira que ele é tratado por sua mãe. Ele falou até sobre o noiva arranjada. E por fim ele me conta sobre seu plano perfeito.

Quando ele começa falar sobre se casar comigo eu fico assustada, depois eu percebo que pela primeira vez eu era necessária na vida de alguém.

Ele fala o que a mãe dele faria se caso eu aceite a proposta, e também como será minha vida se eu aceitar. Ele pega o contrato e começa ler cláusula por cláusula.

Em seguida ele fita aqueles olhos azuis nós meus e me promete que irá me proteger, que ele me dará um lar, um abrigo. Por fim ele me entrega o contrato e me deixa só por um momento.

Eu começo ler cláusula por cláusula novamente. Eu sei ler e escreve por causa de um Padre de bom coração que me abrigou na igreja quando eu era criança, ele me ensinou a ler e a escrever e me catequizou.

Depois de tanto ler eu coloco o contrato na mesa e saio do quarto. Eu fico triste, mas mesmo com a minha documentação, eu não sou digna para viver do lado daquele homem maravilhoso, ele merece uma mulher melhor.

Não demora muito e eu saio pela portas do fundos do hotel, sinto uma dor no meu coração, pois nunca mais verei o meu anjo. Me desculpe por não ser digna para ser sua esposa por contrato.

Arthur Ferroz