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Se For Capaz Prenda-me (Melina e Renan)

O Início

Inglaterra, 1214.

- Onde está essa menina? (gritou o pai de Melina)

- Eu não sei milorde. (disse a serva)

O rosto do pai ficou vermelho de irritação. Melina era sua única filha mas a preocupação que causava a ele era de 12 filhos varões.

Melina estava no campo apontando uma flecha para o seu alvo, ela adorava caçar e tinha apreendido desde criança a manusear o arco e flecha.

- Quase lá, venha aqui coelhinho chegue mais perto. (disse ela baixinho)

Melina esperava o animal ficar perto o suficiente para disparar o tiro certeiro.

Em poucos segundos ela esticou o cordão do arco e lançou a flecha que rapidamente foi em direção ao seu alvo.

- Acertei, acertei... (disse ela animada)

Ela andou até o animal abatido.

Melina pegou o corpo sem vida do Coelho e colocou dentro do cesto de palha animadamente. De repente ela viu alguém se aproximando identificou Nonato o cavalariço, e pelo semblante estava desesperado. Correndo em sua direção.

- Lady Melina, Lady Melina. (Gritou o moço)

Ela já imaginara qual séria a gravidade do assunto. Seu Pai.

Assim que o Nonato chegou perto quase sem fôlego, ela respondeu.

- Meu pai descobriu que eu saí. (disse Melina pondo o arco nas costas e pegando o cesto)

- Ele está furioso Milady quase pondo o castelo a baixo.

- Hunf!! Imagino. Vamos antes que ele fique pior.

Ela andou em passos rápidos, já imaginando o sermão que iria receber de seu pai.

Chegando no castelo de pedras ela ao invés de entrar pela porta principal, foi sorrateiramente pela porta dos fundos que dava acesso a cozinha.

- Seu pai está louco da vida atrás de você menina, porque demorou tanto??? (perguntou Tânia a cozinheira e responsável pela administração do castelo)

Melina deu os ombros sem querer prolongar o assunto e disse:

- Demorou mais do que o previsto para achar a caça perfeita. Tome! (estendeu ela o cesto)

Tânia pegou o cesto de palha e olhou dentro.

- Bom! Eu me encarrego desse coelhinho e você vá agora ver seu pai. Não queira receber outro castigo.

"Céus eles me tratam como criança." Pensou Melina.

Ela apenas assentiu em afirmação com a cabeça, antes de sair deu um grande beijo na bochecha de Tânia e saiu correndo.

Melina pode escutar os resmungos de seu pai do corredor, não séria fácil ser perdoada dessa vez. Tomando coragem ela respirou fundo e entrou na sala.

- Olha ela ai, filha desnaturada. (disse ele aborrecido)

- Eu não fui muito longe dessa vez pai. (disse ela se sentando na cadeira)

Sabia que nenhuma justificativa ia adiantar usar. Se dependesse de seu pai ela ficaria reclusa em uma torre alta para sempre.

- Porque não pode se composta como uma dama Melina?! Se sua mãe fosse viva ela ia... (disse o pai pondo as mãos nos olhos)

- Ela não iria sentir vergonha de mim pai, disso tenho certeza. (disse ela triste)

O pai a olhou com pesar.

- Eu só quero o melhor pra você minha filha, vê-la casada com filhos e sendo cuidada por um bom marido.

Irritada Melina falou:

- Eu não preciso que nenhum estranho cuidando de mim, não tenho ambição de casar pai, só quero cuidar do senhor e de nossa casa.

O pai dela já havia tocado anteriormente sobre ela se casar mas todas as vezes Melina fugia do assunto.

- Melina não tem como você ficar sozinha neste mundo sendo uma mulher. Eu te mimei demais e agora você se acha independente. Entenda que uma mulher sozinha e mau vista na sociedade, sem a segurança de um homem logo iriam tomar tudo oque tem. (disse o pai preocupado)

Ele sabia que sua filha tinha problemas com a palavra casamento. Mas ele tinha que tentar convencê-la a aceitar a proposta, afinal quem iria cuidar dela futuramente.

- Eu lutarei armada até os dentes se for preciso, ninguém seria louco de me desafiar pai. Eu só quero ficar aqui com você, em nossa casa. (fala ela)

Ela apertou o tecido do vestido evitando se desesperar. Não queria casar.

- Casada você teria mais vantagens alguém que te defenda, eu não vou viver pra sempre sabia!! Melina minha filha, você já é uma mulher madura de dezoito anos, sabe que toda essa terra e sua por direito, mas não adianta nada se não tiver alguém com status para cuidar.

Melina queria esquecer o assunto. Toda vez era a mesma conversa sobre marido e status.

- Eu não preciso de ninguém, eu sei lutar com minha espada ela e tão afiada quanto a de qualquer guerreiro da corte, e no arco e flecha sou campeã. (disse ela orgulhosa)

A voz do pai de alterou.

- Mas nada disso importa para a nossa sociedade uma boa dama é afiada na cozinha, na costura, em cuidar dos filhos, tem bons modos e está acompanhada de um marido. Eu te proibi várias vezes de sair por ai como uma selvagem.

Melina reviroou os olhos.

- Eu não sou como as outras. (disse ela irritada)

- Mas terá que aprender a ser já passou da hora na verdade. Pensando no seu bem-estar, enviei um mensageiro ao meu amigo Conde de Lisboa, ele tem um filho herdeiro, podemos fazer uma boa aliança entre as famílias com a união de vocês.

Disse o pai decidido.

Melina levantou da cadeira bruscamente.

Ela pensou: "Que? Casar?"

- Eu NÃO aceito. (falou ela)

- Você não é mais criança Melina já tem dezoito anos e está mais que na hora de ter sua família. E aprender a ser uma dama prendada. Se eu não consegui realizar tal proeza seu marido fará por mim.

Melina bufou.

Ela não falou mais nada era inútil continuar a discussão, seu pai estava decidido atormenta-la com essa idéia absurda.

Melina fez uma reverência em sinal de respeito e saiu do recinto. Precisava respirar ar fresco por em ordem sua mente tão atribulada, e pensar em um jeito de afugentar seu pretendente.

Oque mais ela desejava era ficar ao lado de seu pai e ser dona de seu destino.

Ela tinha um espírito de guerreira mas preso por cordas invisíveis, todos esperavam que ela fosse uma dama uma verdadeira Milady mas seu coração era selvagem.

"Eu não vou permitir que me prendam."

Pensando ela com calma acharia um jeito de sair desta situação.

....

Eu não quero

Melina estava em seu quarto sentada de frente para sua penteadeira, enquanto isso Magnólia sua criada escovava seus cabelos.

- Deveria evitar brigas senhorita, não é bom para nenhuma das partes. (disse Magnólia)

Elas conversavam sobre a discussão que Melina tinha tido mais cedo com o pai. A perna dela balançando bastante de nervoso, Raiva e frustração.

- Porque eu deveria parar de me impor? Ele me pede o impossível!! Se meu querido pai parasse com essa idéia maluca de casamento, teríamos uma trégua. (disse Melina irritada)

Magnólia a olhou atentamente e disse:

- Não entendo senhorita, toda moça bem nascida sonha em casar e ter filhos. Cuidar do marido.

- Vivemos presas numa roleta a onde nos impõe que somente a utilidade se formos esposas e mães. Os homens só olham para nós como um meio de conseguir herdeiros. Eu quero mais que isso Magnólia, eu sei empunhar uma espada como ninguém e minhas habilidades seriam mas úteis em um campo de batalha do que numa cozinha. (disse ela indignada)

Melina achava que as regras de etiquetas imposta sobre as mulheres eram cruéis demais. E injustas.

- Os mais velhos sempre dizem que a senhorita não parava quieta quando criança, e aprendeu a se defender cedo.

- Sim meu pai não teve herdeiros varões, depois que mamãe morreu eu fiquei apegada a ele. Em toda reunião do conselho eu ficava escondida de baixo da mesa ouvindo suas táticas de guerra e quando havia treinamento lá estava eu olhando da janela imitando os exercícios dos soldados.

(disse ela orgulhosa de si mesma)

- Mas para nós mulheres isso não vale de nada, os homens nunca confiariam em nossos conselhos em uma guerra. Milady case e constitua uma família, antes que seja tarde.

Disse Magnólia prendendo os cabelos de Melina e terminando o penteado.

Melina respirou fundo.

- Mas eu não quero me casar. (disse Melina melancólica)

- Soube pelos corredores que o seu pretendente e jovem, que mulher não iria ficar satisfeita com uma boa escolha dessas. Nem todas tem a mesma sorte, veja sua amiga a Lady Mari que foi obrigada a se casar com aquele velho babão do Conde Alfredo.

Melina pensou em sua amiga Lady Mari, agora Condesa Mariana. Já fazia tempos que não havia, sentiu a saudade batendo em seu peito. Na última carta enviada sua amiga dissera que estava bem e feliz mas ela a conhecia perfeitamente bem para saber que tudo aquilo era fingimento.

Homens como o conde viúvo e velho só pensava em herdeiros. E em desfrutar do corpo jovem de sua nova esposa.

Ela não queria admitir mas se seu pretendente fosse realmente jovem como Magnólia dissera ia ser apenas um item a menos na longa lista negativa que ela formou em sua cabeça sobre casamento.

- Seja jovem ou venho magnólia eu não anseio me casar. Minha liberdade é mais importante.

Magnólia nada mais disse, recolheu os itens e saiu dos aposentos de Melina.

Melina sentou na janela e ficou observando suas terras, não queria sair do lugar a onde nasceu e cresceu. Uma idéia lhe ocorreu se não conseguisse convencer seu pai a abandonar a ideia absurda de casamento, ela iria fugir.

Iria para um convento ou viveria como nomade.

"Fugir e melhor que ficar presa a um estranho para sempre."

Enquanto isso...

Muito distante dali em outra província. Se encontrava o lar da família Lisboa.

- Vai dar a notícia ao seu filho? (disse a condessa Maria Lisboa)

- Eu sei, estou apenas me preparando mentalmente para o nosso confronto. (disse o Conde)

Os dois se entre olharam. Sabiam que uma hora teriam que fazer isso.

- Ele terá que aceitar sua decisão meu marido, só diga de uma vez. Sem rodeios.

- Isso não vai agradá-lo mas é necessário para aumentar nosso status perante a coroa. A influência que o Duque tem com o Rei, será de grande ajuda para nós.

- Esse será seu argumento? Receio que terá de ser mais convincente que isso meu marido.

- Por isso que tenho você a meu favor minha amada esposa, ele te escuta com sabedoria. (segurou a mão de sua esposa)

Ela olhou com um sorriso tímido nos lábios.

- Farei de tudo para atender suas expectativas meu marido, nos dois juntos iremos convencê-lo do melhor. (disse ela fazendo uma leve reverência)

Minutos depois Renan entrou na sala. Seus pais os aguardava.

- Oque há de tão importante para me dizer que enviou o mensageiro as pressas no campo meu pai.

- Eu e sua mãe queremos te comunicar sobre o seu noivado com a filha do meu grande amigo Duque De Lac.

Renan nada disse apenas ficou parado olhando para os pais, com semblante imparcial.

- Seu pai decidiu que já está na hora de você ter uma família, confio plenamente na escolha de seu pai e tenho certeza que a moça escolhida é uma verdadeira dama e cuidará de sua casa, lhe dará filhos. (disse a mãe)

Renan continuou em silêncio.

- Renan meu filho em suas mãos está o legado de nossa família, em breve você ocupará o meu lugar e com as alianças certas será até melhor e mais importante que eu perante o rei. (disse o pai)

Renan sabia que seus pais estavam tentando fazer e disse;

- Fico lisonjeado pelo seu apreço sobre mim meu pai. (disse ele em reverência)

- Filho sei que teu coração está dolorido pelo que aconteceu com Olívia mas isso e passado, com um pouco de esforço poderá amar novamente. (disse a mãe)

Renan cerrou os punhos ao ouvir no nome de Olívia, seu coração sangrava toda vez que lembrava dela. A simples menção de seu nome o levava ao poço de tristeza. Um vazio ficou no lugar do amor em seu coração e nunca poderia ser preenchido. Nunca amaria de novo.

- Irei cumprir minha obrigação de filho com vocês, só não me peça para amá-la. Serei um bom marido mas a única coisa que não poderei lhe dar é o meu coração, esse foi embora juntamente com Olívia. (disse ele sem emoção)

Renan não queria substituir seu amor perdido. Ele cumpriria suas obrigações de marido mas sem amor.

- Tudo bem meu filho, só por aceitar eu já fico satisfeito e aliviado. O tempo cuidará do restante. (disse o Pai)

Renan fez uma reverência e saiu da sala, ali se sentia sufocado.

A simples lembrança de Olívia o abalava muito, e agora estava sendo forçado a deixar uma estranha entrar em sua vida. Mas não em seu coração pensou ele.

Renan pegou o seu cavalo e saiu para o campo.

A idéia

Tinham se passado duas semanas após a mensagem que o pai de Melina o Duque Jorge De Lac, enviou ao seu amigo o Conde de Lisboa.

- Meu senhor novidades o mensageiro trouxe do condado de Lisboa. (disse o servo)

- Me de a mensagem. (disse o Duque ansioso)

Ao ler ficou com um largo sorriso.

O acordo de noivado estava firmado, logo Melina seria uma mulher casada, a notícia era ótima.

- Chame Melina aqui, rápido. (disse o Duque)

- Sim Milorde. (saiu o servo)

Melina estava pegando um ar no campo e aproveitou para descarregar suas frustrações no arco e flecha.

Seu objetivo na vida era outro e não envolvia casamento, ali com o arco em suas mãos ela sentia que sua vida era essa flecha a onde ela mesma podia direcionar para onde quisesse ir;

Mas na prática ela sabia que a realidade estava distante de ser como ela imaginou que fosse, seu pai foi irredutível nestes dias seguidos, não querendo tocar no assunto da desistência da ideia sobre casamento.

Ela tentou diversas vezes faze-lo desistir de arranjar um marido para ela mas seu pai a ignorou.

Melina sentia sua vida sair do controle de suas mãos, sua concentração estava péssima pois quando ela atirou a flecha, errou o alvo.

- Ahhh! (gritou irritada)

- Milady, Milady... (gritou o servo)

Ela fechou os olhos frustrada.

- Oque há de novo agora?? (disse ela aborrecida)

- Seu pai o Duque a chama as pressas.

- Vamos ver qual e a supresa da vez. (disse ela desanimada)

Ela arrumou suas coisas e seguiu o servo até sua a entrada do castelo de pedras, chamado de lar.

Chegando lá a primeira coisa que fez foi guardar o arco e flecha, pois ela sabia que seu pai se visse ia dar-lhe o maior sermão, dizendo o quanto era imprudente da parte dela manusear armas. Depois foi diretamente para a sala de reuniões onde seu pai a esperava.

Assim que entrou no recinto ela sentiu na atmosfera o peso do ambiente, seu pai estava com o semblante relaxado, mas algo lhe dizia que isso para ela era uma coisa ruim.

- Estou aqui Papai.

- Que bom que chegou minha filha, ótimas noticias.

- Para quem? (disse ela seca)

- Para nós. Chegou hoje a confirmação da província do sul.

Disse o pai ainda com a mensagem na mão. Ela olhou o pergaminho.

Seus joelhos tremeram.

O pai sorrindo disse:

- Seu noivado foi firmado e logo será marcada a data para oficializar o noivado e enfim o casamento. Seu noivo estará aqui em breve para oficializar a união.

(disse o pai animadamente)

Melina ficou pálida. Era como se sua alma tivesse sido arrancada.

Sua reação foi se segurar na cadeira a frente para não cair.

- Eu não disse que aceitaria.

O pai dela sabia de sua relutância mas ignorou seu pedido nenhum dos dois iriam ceder.

- Já falamos sobre isso uma dezenas de vezes Melina, você não tem outra opção. Casamento lhe dará a maturidade que precisa.

Ela sentiu seu corpo tremer de raiva. Um nó se formou em sua garganta e sentiu o peso em seu ombros.

- Eu não quero me casar. Não vou casar. (gritou ela)

Melina se sentia presa incapaz de mover-se.

A exigência do casamento era demais para ela.

- Você é minha filha e me deve obediência, irá se casar queira ou não. (falou o pai com uma voz autoritária)

Melina estremeceu diante da ordem. Ficando calada.

- Aqui minha palavra é uma ordem, você irá obedecer Melina. Acabou seus caprichos de menina e agora terá que ser uma mulher madura e aceitar minha decisão. (falou o pai)

Melina nada disse, ficou parada com a expressão fechada, segurando o choro. Pensando.

"Que injustiça."

"Vou ser obrigada a casar. Minha escolha não conta?"

Ela respirou fundo e disse:

- Como queira Milorde. (ela fez uma breve reverência e saiu)

Melina subiu as escadas correndo.

As lágrimas desciam sem parar, seu pai estava sendo tão cruel.

Ela chegou no dormitório se jogando encima da cama, o choro preso por dias saiu como uma corrente furiosa das águas, que nenhuma barreira construída poderia segurar.

Melina queria sumir, não pretendia ficar ali para ver o resultado de sua ruína. Uma idéia lhe ocorreu.

Pensou ela: "Essa e minha solução. "

Ela sentou na cama limpando as lágrimas do rosto com as mãos.

Ela iria fugir.

Não queria ir embora do seu lar mas não iria se casar com um estranho e ser infeliz pelo resto de sua vida.

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