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Era Para Ser Você | Livro 1

PRÓLOGO / CAPÍTULO 1 | MUNDO DE SOFIA.

...♡PRÓLOGO♡...

...Sofia...

Verdade e Mentira. Interessante como essas duas palavras distintas têm tanta influência e domínio sobre as nossas vidas. Quando você acredita em alguém ou algo. Essa certeza de que você está fazendo a coisa certa. E quando tudo não passa de uma ilusão. O momento em que olhamos para nós mesmos e não nos enxergamos.

Momento.

Outra simples e remota palavra. No entanto, foi ela quem determinou as consequências do meu futuro.

Eu sempre tive total controle sobre os meus sentimentos e ações. O meu amor secreto pelo meu melhor amigo Stefan, estava muito bem guardado dentro de mim.

Até eu conhecer o Matteo: um garoto intenso, misterioso e atraente. O grande responsável por chacoalhar os meus sentimentos e adentrar em meu coração de forma avassaladora.

"O primeiro grande amor, nós nunca esquecemos.", li isso em algum lugar que não me lembro onde.

Eu só não contava que esse amor fosse capaz de marcar-me tão profundamente.

Por causa dele e, de um momento, tudo iria mudar... inclusive eu.

...♡♡♡...

...CAPÍTULO 1 | MUNDO DE SOFIA....

...Sofia...

Andando pelo corredor da escola, ouço o barulho da campa informando que a primeira aula vai começar. Algo está estranho. Não vejo mais ninguém no colégio além de mim.

Abro a porta da minha sala de aula e lá está Stefan, em pé a dois passos de onde eu estou, e assim que os seus olhos me encontram, ele abre um largo sorriso.

Eu dou um passo na direção dele e um sorriso estupidamente bobo se forma em meus lábios. De repente, surge o restante da nossa turma atrás de Stefan. Todos apontam-me os dedos sorrindo e rindo de mim. Palavras como "gorda e "feia" eles repetiam sem parar.

Acordo em sobressalto após um pesadelo. Sento-me na cama e o alarme do meu celular dispara informando que já está na hora de me levantar. Hoje é o primeiro dia do meu último ano no Ensino Médio.

Tomo um banho bem demorado e me arrumo do mesmo jeito de sempre: meus cabelos amarrados em um rabo de cavalo e o meu uniforme de um tamanho maior do que realmente me serve.

Eu sofro de um grande BIG complexo de inferioridade em relação ao meu corpo, porque além de ter sido uma criança gorda, que usava óculos

de grau e aparelho ortodontico, eu também era nerd. Então já viu, né? Eu tinha o combo bullying necessário para ser o alvo de outros alunos.

Os meus quadris e bunda até hoje são mais largos e avantajados do que os das outras meninas e as minhas coxas também não colaboram. – suspiro. – .

É isso. Aqui estou eu me cobrindo de roupas para o meu primeiro dia de aula.

Eu me chamo Sofia Amanda Willians e moro em uma cidade chamada Niágara Falls, que fica localizado no Estado de Nova Iorque, perto da Fronteira Americana com o Canadá. Tenho 18 anos de idade e nunca namorei ou beijei alguém em toda a minha vida.

Você agora provavelmente deve estar pensando que isso é impossível para uma garota da minha idade.

Mas, sim.

E a prova viva disso sou eu.

Nenhum garoto demonstrou interesse por mim e eu até posso entender o porquê, já que eu mesma não me considero atraente. – outro suspiro.

Para ser sincera, eu também nunca tive olhos para outros garotos – apenas para um. Porém, eu sempre soube que esses sentimentos não passariam de fantasias e ilusões guardados na imaginação de uma garota boba e de autoestima baixa como eu.

"Filha, você já acordou?". Pergunta meu pai sem abrir a porta do meu quarto.

Todos os dias eu acordo cedo. Eu nunca gostei de chegar atrasada em lugar nenhum. Aliás, eu sempre priorizei ser a primeira em tudo que envolvesse atividades escolares e, por causa disso, todos os anos eu levo o título de "melhor aluna" no Mitchell's High School.

"Estou calçando os meus sapatos e já desço, pai.". Falo enquanto calço as minhas botas.

"OK. Vou preparar o café.". Diz.

Meu pai, Andrew Williams, é o melhor homem que eu conheço. Ele é atencioso e muito extrovertido. Soube criar muito bem a mim e ao meu irmão gêmeo, Sean. A nossa mãe, Amanda Willians, faleceu quando eu e Sean tínhamos 12 anos de idade. Ela era médica e estava a caminho do hospital quando um caminhão atravessou o sinal vermelho e acertou o carro dela. Naquele momento de tamanha dor e sofrimento, eu só consigo me lembrar em como o meu pai ficou devastado. Aquela foi uma época muito sombria para a nossa família, principalmente para ele que era perdidamente apaixonado pela mamãe.

O meu pai é americano nascido dos Estados Unidos e a minha mãe era brasileira, nascida em uma cidade chamada Belém no Estado do Pará. Ela era filha única de uma família rica e foi para os Estados Unidos estudar medicina. Meus pais se conheceram e começaram a namorar na Faculdade. Eles se casaram logo depois que se formaram. Eu e o meu irmão nascemos dois anos depois do casamento. Uma linda história de amor que infelizmente foi interrompida muito cedo.

Meu pai continua o mesmo brincalhão, mas aquele brilho que ele tinha nos olhos, se perdeu no dia em que a minha mãe se foi. Ele, desde então, vive sozinho. Apesar de ser um homem bonito e bem cobiçado pelas vizinhas solteironas daqui do bairro, meu pai não quis mais namorar nenhuma outra mulher. Disse que vai amar a mamãe até o dia em que ele morrer e eu acredito que ele só conseguiu sobreviver após a perda dela por causa de mim e do meu irmão.

Desço as escadas e vejo que meu pai acabara de preparar o café da manhã para nós. Sempre do jeito que eu gosto e do jeito que a mamãe fazia: pão, ovos e café com leite.

"Bom dia, filha!". Diz com um largo sorriso no rosto.

"Bom dia, papai.". Digo retribuindo com o mesmo sorriso.

"Bom dia, pai. Bom dia, gordinha.". Sean aparece logo em seguida.

Não leve à sério esse apelido. É apenas uma forma carinhosa do meu irmão me chamar. Nós dois somos gêmeos bivitelinos, ou seja, somos fisicamente diferentes.

Sean Andrews Willians tem os cabelos castanhos claros quase loiros, um corpo atlético, é alto, tem olhos verdes e é bem popular na escola. Ele se parece bastante com o papai. Imagino o Sean como sendo uma versão jovem do nosso pai. Ele e Stefan jogam no mesmo time de basquete do nosso colégio.

Mesmo eu e meu irmão não tendo semelhanças físicas, nós temos aquela ligação estranha entre gêmeos. Tudo que ele sente, eu também sinto e vice e versa. Até conseguimos nos comunicar telepaticamente apenas com troca de olhares (é esquisito, eu sei. Mas é bem legal.).

Eu, Sofia, sou bem parecida com a minha mãe. Meus olhos são castanhos escuros e os meus cabelos ondulados e compridos são da mesma cor que os olhos. Tenho um corpo cheinho exatamente como era o da mamãe: quadris largos e bunda e seios fartos. Acredito que seja uma característica física das mulheres brasileiras.

"Sean! Eu já falei para você parar de chamar a sua irmã de gordinha.". Meu pai o repreende.

"Ela sabe que só eu posso chamá-la assim.", defende-se. "Até porque ela nem é mais gorda, né gordinha?".

Sean sorri e me dá um beijo na cabeça. Depois senta-se na cadeira ao meu lado para tomar o seu café.

"Bom, eu preciso ir, pois a aula começa daqui a pouco.". Falo bebendo o resto do meu café apressadamente.

Nós damos um beijo de despedida no nosso pai e saímos. Eu e meu irmão vamos no meu carro.

Ao chegarmos na escola, eu estaciono o meu Honda Civic prata 2018 ao lado da vaga em que geralmente o Stefan estaciona o carro dele. Sean segue para dentro do colégio e eu opto por aguardar o Stefan chegar. Sei que ele não vai demorar.

Logo Stef aparece no seu Ford Shelby Mustang da cor vermelha e o estaciona na vaga ao lado da minha.

"Oi Sof, senti falta de dar carona para você.". diz caminhando em minha direção. Um sorriso encantador se forma em seus lábios mostrando todos os seus dentes brancos, grandes e perfeitos.

"Eu também senti falta de receber as suas caronas.". Respondo com sinceridade.

"Bom, pelo menos fico feliz que ainda estudamos na mesma sala.". Diz pondo o braço em volta dos meus ombros. Eu agarro a cintura dele e juntos nós caminhamos abraçados até o interior da escola.

Antes, quando Stefan me abraçava, muitos estranhavam. Alguns pensavam que a gente namorava, e eu conseguia ouvir comentários do tipo: "Por que ele anda com essa garota?".

Ok! Devo admitir que algumas coisas desde o ano passado para cá mudaram. Não sei por que, mas as pessoas não fazem mais chacota ou bullying de mim como faziam antes.

Já Stefan é incrivelmente lindo. Alto, um corpo esbelto e atlético, seus cabelos são bem negros e lisos e sempre estão penteados em um topete. Seus olhos são azuis da cor do oceano, um olhar que arrebata qualquer garota e não é à toa que metade das garotas daqui da escola são caidinhas por ele.

Continua...

CAPÍTULO 2 | AMOR SECRETO.

Sofia

Eu e o Stefan nos conhecemos desde que nascemos. O meu pai é órfão e cresceu em um orfanato. Quando completou a maior idade, ele teve de sair do orfanato e arrumar um emprego. Foi quando conheceu os pais do senhor Richard Jones (pai do Stefan). Meu pai trabalhou para eles na pequena oficina mecânica que o avô do Stefan tinha. E foi através dele que o meu pai conseguiu apoio para estudar medicina e, por causa disso, papai é muito grato aos Jones. Até hoje eles são como uma família.

Sean, eu e Stefan crescemos juntos. Stef foi meu grande apoio depois que a minha mãe morreu. Só que ele também é o garoto que faz o meu coração secretamente bater mais forte. Eu nunca tive coragem de falar para ele sobre o que eu sinto, e reprimo as minhas frustrações todas as vezes em que ele me apresenta a uma de suas namoradas.

Enquanto caminhamos pelo corredor em direção a nossa sala de aula, Jessica, uma garota super gata que é nossa colega de turma (e umas das paqueras de Stefan), se aproxima de nós rebolando exageradamente como se estivesse desfilando em uma passarela.

"Oi gato! Nos vemos hoje à noite?", pergunta com uma malícia um tanto exagerada para essa hora da manhã.

"Poxa, gata! Infelizmente hoje eu não posso.", diz Stefan na maior cara cínica da face da terra. "E vou estudar na casa de Sofia, né Sof?", ele me cutuca com os dedos para que eu concorde com a sua mentira.

"Sim, sim. Temos muito o que estudar.", acoberto-o.

Sim. Stefan é mulherengo. E sim. Eu sou o ponto de escape que ele usa para se livrar das garotas. - Aff!

Stef não fica sozinho nenhum dia sequer. Sempre está engatando um namoro (ou lance) atrás do outro. Ele fica com as garotas mais bonitas e populares da cidade e é por isso que eu nunca confessei os meus sentimentos por ele. Sempre acreditei que meninos como ele: populares e lindos. Nunca se apaixonariam por garotas como eu: gordinhas e nerds.

"Você não sabe o que está perdendo!". Jessica não disfarça a cara de desgosto por levar um fora e caminha em direção a sala de aula pisando duro no chão.

"Acho que o espírito de Gisele Bündchen finalmente desencarnou do corpo dela agora.", Stefan zomba baixinho.

Eu solto um risinho com a piada dele.

"Valeu, Sof! Te devo uma!", sorri mostrando-me uma piscadela cínica.

É preciso muito óleo de peroba para passar naquela cara de pau dele!

"Você me deve muitas!", exclamo aproximando o meu rosto no dele. "Quantas vezes eu já livrei a sua cara dessas garotas?", indago tocando com o meu indicador na ponta do seu nariz.

Stefan sorri docemente sem mostrar os dentes e meneia a cabeça em concordância.

"Certo! Preciso começar a quitar as minhas dívidas com você. Por onde eu começo?", pergunta.

"Pelo tanto que eu já lhe acobertei... Só se você pagasse o meu lanche durante um ano inteiro!", ironizo.

"Fechado!", concorda com um largo sorriso.

A campa da escola toca sinalizando que a primeira aula vai começar. Eu e o Stefan somos os primeiros a entrar na sala. Sento-me na minha carteira e ele senta-se em outra ao meu lado, como sempre costumamos fazer. Meu irmão entra na sala ao lado do Erick, que também é nosso amigo.

Erick joga pelos Wolves MHS junto com os meninos e é um garoto muito, muito gato. Ele é alto e mais musculoso que o Sean e o Stefan. Erick é negro dos cabelos bem baixos, passados na máquina dois ou três, eu diria. Tem os lábios carnudos e um sorriso bem branco e largo, daqueles dignos de propaganda de creme dental.

"E aí Stef!".

"Fala Rick!". Eles fazem um toque de mãos com uma palma e um soco.

"Cara, estou organizando uma festa para esse final de semana lá em casa. Meus pais vão para o Caribe. Quero você e a Sof lá!".

Erick olha em minha direção e acena para mim com uma leve erguida de queixo. Ele sorri, pisca com um olho e volta a olhar para o Stefan.

"Beleza, vou sim. Vamos, Sof?". Stefan pergunta se inclinando em minha direção.

"É... Eu...". Gaguejo.

"Ela vai sim!". Meu irmão responde por mim. Provavelmente porque ele já sabia que eu iria dar uma desculpa esfarrapada do porquê que eu não poderia ir aquela festa.

"Ótimo! Eu aguardo vocês lá em casa no sábado as sete da noite!". Erick sorri e vai para os fundos sentar-se em sua cadeira.

Eu olho de cara feia para o Sean e ele levanta as mãos como se estivesse se inocentando e caminha para a sua carteira também.

O professor de Literatura Inglesa entra na sala de aula.

"Bom dia, alunos! Sejam bem-vindos ao seu primeiro dia de aula. Vamos começar falando sobre um grande escritor chamado Ernest Hemingway.".

Após falar sobre as obras mais famosas de Hemingway, o professor Smith pede para que escolhamos uma e que façamos um debate sobre elas na próxima aula.

As aulas passam tão depressa que logo toca a campa do intervalo.

Estou sentada ao lado do Stefan na mesa do refeitório. Eu estou tentando enganar a minha fome tomando apenas um suco, - sim, para ver se os meus quadris diminuem um pouco e eu consiga vestir uma roupa tamanho 38 (porque visto 40🙄).

Já Stef, devora o seu sanduíche como se estivesse a dias sem comer. Ele sempre foi bastante comilão.

"Calma leãozinho! O sanduiche não vai fugir de você!", zombo.

Ele sorri de boca cheia e envesga os olhos. Eu sorrio por causa da careta engraçada que ele faz. Logo em seguida, Stef volta a se concentrar em seu sanduíche.

Barbara aparece na nossa frente e fica em pé ao lado das suas três amigas: Sarah, Caroline e Melissa (que é namorada do Sean e minha amiga também).

Barbara Thompson é a líder de torcida dos Wolves. Ela é negra, magra e alta, tem os cabelos longos e ondulados e pernas incrivelmente compridas. Tão bonita que parece uma modelo das Victorias Secret's. Sem dúvida é a garota mais bonita e popular da escola.

Ela é ex-namorada de Stefan. Porém, como os relacionamentos dele são sempre relâmpagos, não demorou muito para que Stef terminasse com ela.

Sem ligar para o fato de eu estar bem na frente dela, Barbara pergunta:

"Por que você sempre anda com essa garota, Stefan? Olha para você e... olha pra ela.". Desdenha olhando para mim dos pés à cabeça. - Ah sim! Eu esqueci de mencionar... Ela também adora implicar comigo. - reviro os olhos.

Continua...

CAPÍTULO 3 | O VELHO E O MAR.

Sofia

Stefan, ainda com o sanduíche em uma das mãos, estende o outro braço em volta dos meus ombros e responde:

"A Sofia é a minha melhor amiga, Barbara. Eu por acaso perguntei a sua opinião sobre com quem devo andar ou não?".

Ai! Essa doeu.

"Ok. Só acho muito bizarra essa amizade. Você, sendo um cara tão gato, amigo de uma garota que não sabe nem se vestir.", sorri debochada.

Sarah e Caroline riem e Melissa olha de cara feia para Barbara. Na hora, eu senti uma pontada no peito, daquelas que sentimos quando estamos inseguras. Porém, me fiz de indiferente, eu simplesmente não posso demonstrar fraqueza na frente de Barbara.

Finalmente depois de debocharem de mim o quanto queriam, as três cobras (como eu as chamo), se afastam. A Melissa não quis acompanhá-las e preferiu ficar comigo e com Stefan no refeitório.

"Não liga, Sof. Elas são umas idiotas. Nem sei mais por que eu ainda ando com elas.". Diz Mel.

Melissa Carter é muito bonita. Alta, loira e olhos verdes. Eu gosto de chamá-la apenas de "Mel". Ela estuda no terceiro ano do Ensino Médio, na mesma turma que a Barbara. Eu só a conheci quando ela começou a namorar o Sean. Gostei dela de cara. Ela é simpática, extrovertida e muito alto astral. Além de cunhadas, nos tornamos boas amigas.

"Eu não ligo para o que os outros pensem ou falem de mim. Contanto que não seja o que vocês pensem.". Aponto para os dois. "Não ligo para a opinião de ninguém além da de vocês.".

Sean se aproxima de nós, e abraça as costas de Melissa envolvendo os braços dele na sua cintura dela. Ela solta um gritinho de susto e se vira para dar um beijo longo e apaixonado em seu namorado. Meu irmão é louco por ela. Eles namoram desde o início do ano passado, quando a Mel entrou na nossa escola.

"Vocês estão sabendo que temos um aluno novo na escola?". Pergunta Sean assim desgruda os lábios dele dos de Melissa.

"Sério? Não estava sabendo.". Responde Stefan.

"É um cara do Canadá. Erick me disse que ele vai jogar no nosso time.".

Erick Mitchell é filho de Robert Mitchell. Dono e Diretor da nossa escola. Rick sabe de tudo do que vai acontecer no colégio antes dos outros.

Estaciono o carro na garagem de casa, e Sean me espera para que entremos nela juntos.

"Sean, você não deveria ter dito que eu vou para a festa do Erick. Você sabe que eu não quero ir.". Reclamo assim que entramos em casa.

"Você tem que parar de ser tão antissocial, Sofia! É só uma festa. Eu, a Mel, o Erick e o Stefan vamos estar lá. Sem contar que esse é o nosso último ano do Ensino Médio, você precisa curtir mais a sua vida, garota!", rebate.

Tá! Confesso que meu irmão sempre foi bom com argumentos.

"Ok, ok! Vou só por causa de vocês.". Resolvo ceder.

Até porque sei que Sean vai encher meu saco a semana inteira se eu disser que não vou. Pensando bem, acho que meu irmão tem razão. Eu nunca saio, nunca me divirto. Tenho 18 anos e nunca sequer beijei alguém. Talvez esteja mesmo na hora de eu me soltar um pouco.

...***...

Estou em uma sala grande, toda coberta de espelhos que vão do chão ao teto. Me lembra a sala de dança do Mitchell's High School. Em pé no meio da sala, eu fecho os olhos e começo a dançar. Tenho a sensação de que estou sendo observada, a forte presença de alguém faz com que eu sinta como se um peso pressionasse o meu peito. Quando abro os meus olhos, a sala está completamente escura e não há nada além de um breu total.

Cheguei bem cedo na escola, não dormi bem essa noite. Outro sonho. Só que dessa vez não parecia ser um pesadelo e não sei por que, esse sonho mexeu um pouco comigo.

Entro na sala de aula que ainda está vazia. Sento-me na minha carteira e pego o livro "O velho e o Mar" de Ernest Hemingway. Escolhi essa obra, pois além de ser a minha favorita, foi a última lançada por ele enquanto ainda estava vivo. Tenho um tempinho antes dos alunos começarem a entrar na sala, faltam 20 minutos para a campa bater. Abro a página 32 do livro e leio em voz alta o trecho que eu mais gosto:

"Falam do mar como de um adversário, de um lugar ou mesmo de um inimigo. Entretanto, o velho pescador pensava sempre no mar feminino e como se fosse uma coisa que concedesse ou nevasse favores; mas se o Mar praticadas selvageria ou crueldades era só porque não podia evitá-lo...".

Minha leitura é interrompida por uma voz grave e rouca que termina a frase do escritor:

"A lua afeta o Mar tal como afeta as mulheres.".

Eu ergo a cabeça e vejo um rapaz de braços cruzados e com o ombro recostado na porta da entrada da sala. Ele é branco, alto e tem um corpo atlético como o do Stefan.

UAU! Do tipo bonito e bad boy.

Eu confesso que quase tive um mini-infarto agora! - Jesus me abana!

É quase impossivel não encarar aquele par de olhos verdes e penetrantes que fazem um ótimo contraste com os seus cabelos castanhos ondulados.

Noto que há um desenho na mão esquerda dele, acredito que seja uma tatuagem, mas não consigo enxergar direito o que é.

LIMPA ESSA BABA, SOFIA!! - Gritou meu subconsciente para que eu pudesse parar de encarar aquele garoto igual uma pateta.

Ele me esboça um sorriso com o canto da boca e eu rapidamente desvio o meu olhar dele e volto a tentar me concentrar em meu livro.

Droga! Provavelmente agora estou com as minhas bochechas vermelhas igual um pimentão de tanta vergonha.

"Oi.". Ele diz.

"Oi.". Falo ainda fingindo estar concentrada no livro.

Meu Deus! O que deu em mim?

Eu estou sendo uma completa mal educada com o coitado.

Talvez, por eu não ter dado a mínima para ele, percebo que ele se desencosta da entrada da sala e começa a caminhar em minha direção. Eu volto a encará-lo. É mais difícil do que eu pensei ficar sem olhar para ele.

"Me chamo Matteo.". Diz estendendo a sua mão para me cumprimentar.

Matteo. - Gosto desse nome.

"Sofia.". Apresento-me.

Solto o livro que estava segurando e aperto a mão dele. O toque de sua mão provoca um arrepio nos pelos do meu braço como se fosse uma corrente elétrica que percorresse da mão dele até o meu corpo. Me esforço muito para manter-me indiferente. Não quero que o Matteo note o que o seu toque me provocou.

"Prazer em conhecê-la, Sofia.". Diz sedutor.

Misericórdia! Acho que o meu nome nunca ficou tão bonito na voz de alguém antes.

"Prazer em conhecê-lo, Matteo.". Falo quase me engasgando com a minha própria saliva.

Continua...

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