Olá, meu nome é Kuran Mizuki, sou uma garota normal de 16 anos, cabelo comprido loiro, frequentemente com tranças à frente e ondulado atrás com meus, olhos puramente azuis.. Sou atualmente a presidente estudantil na escola Yume, uma escola de dança mas também contém as disciplinas normais, mas esta tem este extra para quem quiser ser um profissional no mundo incrível da dança, porém, eu não sou reconhecida pelo meu trabalho como presidente ou bailarina, e todos me ignoram, talvez por ser calma, por não ser o centro da atenções, por ser pobre ou por minhas questões familiares mas não faz mal, estou habituada e todos esses assuntos só dizem respeito a mim mesma e a mais ninguém na verdade, eu só quero paz, e viver a minha vida sem complicações, sou fraca fisicamente como mentalmente mas não tolero injustiças perante mim por isso que em certas situações acabo por me magoar ou ser uma desastrada por completo.
Hoje é dia de Natal, dia 25 de Dezembro, e estão a organizar uma festa especial no centro da cidade, onde podemos ir de Yukata, e eu amo vesti-la! Vou com a minha melhor amiga, Megumi, ao contrário de mim, ela é uma rebelde, e não pára de forma alguma! Acho que o único mal nela é ser a maior pervertida da história da humanidade e do mundo ou mesmo da galáxia! Mas ainda assim eu a amo e não a trocaria por nada deste mundo.
Vesti a minha yukata rosa e a minha mala de llama onde escondi a prenda da Megumi rezando e esperando que ela gostasse do que tinha feito especialmente para ela e finalmente dirigi-me à entrada de casa e calcei-me, já era hora, quase de noite, ao fundo já se via um lindo e maravilhoso pôr-do-sol que colocava fim a mais um dia e dava lugar à lua e à noite.
-Itekimasu. - Disse a sair de casa olhando para trás com um sorriso triste.
Não obtive resposta, mas não se preocupem, minha família me ama, mas minha mãe só trabalha desde que meu pai tinha falecido à uns poucos meses e com a sua morte tinha deixado dividas, com pessoas cruéis e malvadas, então minha mãe trabalhava para pagá-las, para sustentar-nos, ajudar-me na escola e ainda cuidar da casa. Ela andava muito cansada e me preocupava mas teimosa como é, não me dava ouvidos.
Não culpo o meu pai, afinal, era um bom negócio, mas ele faleceu, há quem diga que não foi um simples acidente de carro, mas sim, um assassinato e sendo sincera eu acredito muito nessa hipótese, o caso foi encerrado muito rápido quando havia muita coisa a ser revista mas falam que eu não sei de nada e me acomodar ao meu estatuto social e calar, eu amava meu pai, tenho imensas saudades dele, mas não deixo ninguém ver isso, deixar transparecer a minha fraqueza não estava nos meus planos e sim talvez um dia trazer a justiça ao que foi feito.
Eu tinha combinado encontrar-me com a Megumi-chan junto à árvore de Natal, ela andava na mesma sala que eu e ela é uma excelente bailarina como uma das melhores alunas, porém, não consegue ficar parada muito tempo sendo já parte da sua personalidade.
Eu já estava atrasada para a encontrar, então comecei a correr e a correr pela rua fora sem prestar a mínima ate não na minha frente, até que fui contra um rapaz, ele era-me familiar, mas não me lembrava de onde, tinha um cabelo um pouco comprido e castanho de olhos verdes, vestia também uma yukata esta de azul escura, e ele era ... irritantemente. Lindo! Mas o que não reparara era na garrafa de água que ele trazia consigo na mão e que me tinha acabado de molhar!
-Ahhhh! - Gritei ao ficar toda molhada, uma voz que segundo quem a ouve, uma voz angelical e doce pena eu não achar o mesmo, sou um pouco pessimista desculpem.
-Oh Meu Deus, desculpe! Não tinha intenção! - Disse ele pegando num lenço de pano de sua manga e limpando o molhado o melhor que podia com um ar culpado o que por alguma razão me fez lembrar um cachorrinho perdido.
-Não faz mal... em parte a culpa é minha, eu é que ia a correr sem prestar atenção, minha melhor amiga está à minha espera e já estou atrasada. Desculpe-me!
-Vai para a festa de Natal no centro, não é? Eu também estou atrasado, aquele doido que espere, acontece, posso fazer companhia?
-Não… Me importo. Vamos para o mesmo sítio. - Respondi um tanto feliz como envergonhada com um sorriso no canto.
Fomos em silêncio, e chegando já de noite ao local, e quando finalmente a Megumi-chan me viu começou a correr em minha direção e acenei-lhe sorrindo, mas de repente seu olhar parou no rapaz que me acompanhava e ela parecia surpresa, mas...Antes de a conseguir alcançar e perguntar qualquer coisa perdi-a de vista quando todos começaram a dançar naquela noite com as lindas estrelas a iluminarem o céu..
-Dá-me a honra desta dança? - Perguntou-me fazendo uma vénia cordial enquanto lançava um sorriso de canto e pegando lentamente a minha mão em forma de convidar e eu não conseguir rejeitar.
-Claro, meu bom senhor. - Respondi fazendo uma vénia ao aceitar. - Porém, acho que com yukata não dará muito jeito.
Ele sorriu, pegando melhor na minha mão e colocando-se pronto para dançar, nas mãos que estavam dadas reflectimos os braços, e ele colocou a mão à volta da minha cintura enquanto eu colocava a mão no seu ombro confiantemente mas com delicadeza.
-Não consigo dançar bem de yukata, eu posso cair, nós dois podemos cair e perante tanta gente tenho vergonha. - Disse eu ficando vermelha baixando a cabeça com um beicinho no lábios.
-Não irá cair, não deixo, olhe para mim e esqueça o resto das pessoas, esqueça o mundo. - Disse ele, pegando em mim com mais força para me animar, juntando-se mais a mim, e com um olhar e sorriso encantadores aumentando minha confiança.
Tinha começado uma nova música e com ela começamos a dançar, nossos passos eram exactos, nossos cabelos voavam connosco e a neve dava um efeito de uma magia linda e tal como ele me disse, ele sempre me agarrava com força para não cair, guiava-me para não me enganar, e seu olhar me dava confiança e no final, ele ia para me beijar no fim da dança mas não o fez parando mesmo quando nossos narizes quase se tocavam, e quando olhamos estávamos rodeados de pessoas que nos aplaudiam e assobiavam.
-Vocês andam, em alguma escola de dança? Vocês são fantásticos! - Perguntou um menino pequeno que se aproximou. - Quando crescer quero ir para a mesma escola que vocês.
-Ando na escola Yume. - Respondemos ao mesmo tempo e olhamos surpreendidos um para o outro.
As pessoas começaram a se separar e a falar da nossa dança, enquanto estavam com as suas famílias, namorados ou amigos, e comiam, bebiam ou dançavam.
-Não sabia que andávamos na mesma escola. Como te chamas? – Perguntei a ele de boca aberta pela surpresa ao largar gentilmente a minha mão.
Quando ele ia para me responder a Megumi-chan veio a correr e a chamar-me.
-Mizumi-chaaaaaaaan! – Gritava ela, uma menina gentil de cabelo vermelho como o sangue e olhos pretos como a escuridão, mas era completamente diferente da sua personalidade alegre!
-Kuran Mizumi? A presidente do Conselho Estudantil. – Perguntou-me.
-Sim… e tu és? – Perguntei.
-Não sabes mesmo quem ele é? Ele é o rapaz mais… - Começou a Megumi-chan a falar eufórica aos saltos sem se conseguir conter até ser interrompida pois tal como a mim, outra pessoa apareceu a chamá-lo.
-Yoshiro-kun! – Gritava alguém com uma voz grossa e sedutora,, era um rapaz alto, de cabelo curto e preto de olhos verdes.
-O rapaz mais popular da escola…. Akagame Yoshiro! – Comentei surpreendida. – O rapaz prodígio, no estudo, nos desportos, na dança e em capturar os corações de todas as raparigas e para além disso, ser herdeiro de uma grande fortuna.
-Uau! Não sabia que eras outra fã minha. – Disse ele com um ar um pouco dececionado o que era estranho confesso.
-E não sou, mas ao ouvir o teu nome, percebi logo quem eras, afinal, devo lembrar que eu sou a presidente do conselho estudantil? E agora que sei quem és, um garanhão qualquer, e outro convencido só por teres dinheiro e beleza, não quero saber mais. Com licença. – Disse pegando na mão da Megumi-chan que se babava perante ele.
-Mas eu ainda não acabei de falar. - Mencionava Megumi enquanto a arrastava para o lado oposto estendo a mão ao rapaz com um sorriso de orelha a orelha. - Akagame Yoshiro dá-me o teu número!!!!!
-Megumi-chan, controla-te! – Disse baixinho olhando o chão que pisava a passo acelerado.
Ela por fim ficou a olhar para a frente deixando-se ser arrastada por mim.
-Mas ele é um gato e para além disso… rico! Como podes não estar perdida de amores por ele? Todas estão! – Disse-me ela e eu parei fazendo ela ir contra mim pelas costas.
-Pois, mas eu sou diferente! Ele…. De certeza que é tudo camuflagem, ele… não sei! Simplesmente… não quero estar próxima dele. Não me interessa beleza ou dinheiro. Pessoas como ele trazem má sorte... E eu só tenho um amor... a dança! Vamos mas é divertir que é melhor! – Disse eu.
O resto da noite passámos a rir, a comer, a beber, a dançar, sentamos perto da foto no meio da praça depois a conversar sobre as coisas mais aleatórias possíveis tentado desviando a atenção da minha amiga sobre o Sr.Prodígio para os rabos e músculos dos rapazes que passavam por nós e nos encaravam alguns nos avaliando como peças de museu.
Eu odeio! Mas se ela estava distraída era bom o suficiente então limitei-me a superar e encarar com um sorriso e aproveitar aquela noite de natal com a minha querida amiga que tanto adorava e oferecendo-lhe a prenda que escolhera com tanto amor, carinho e cuidado, um desenho de nós duas quando fomos aceitas na escola feito por mim (um dos meus outros talentos).
** -Desculpa ser tão pequeno mas o dinheiro....**
Ela a começou a chorar, baixava a cabeça a pensar que tinha odiado, foi nesse preciso momento que ela me abraçou ao sorrir.
** -Idiota! Baka! É perfeito!**
*Akagame Yoshiro narrando*
Meu melhor amigo chega por fim perto de mim com o seu enorme sorriso e com um cara ainda mais de curioso com uma mão no queixo e um braço a passar por cima do meu ombro. E claro.... mas claro que ele não iria aguentar ficar calado. Vai uma aposta?
Em....
3
2
1
-Quem é ela? Brinquedo novo? Posso torturá-la? – Perguntava o meu amigo louco e completamente psicopata, doido da cabeça Hotaru. As vezes me pergunto como ainda sou seu amigo mas esse pensamento me faz rir, eu adoro ele.
Já sabia! Este é o meu Hotaru!
-Ela não é um brinquedo… tens de deixar de ser assim, psicopata, ok?! Precisas de ir mais vezes ao psicólogo sem torturá-lo!
Hotaru é um rapaz que teve uma infância complicada, e isso causou uma certa personalidade nele, eu e ele somos amigos de infância, logo sei o que ele sofreu, ele refugiava-se na minha casa, ele finge ser uma coisa quando é outra.
-Então o que ela é? Como se conheceram? – Perguntou-me.
-Ela… é diferente… especial e tivemos um acidente a vir para cá. – Expliquei, meu coração batia rápido ao pensar nela. O olhar era diferente das outras e isso chamava a minha atenção.
-O quê… o famoso Akagame Yoshiro está apaixonado? Amas algo mais para além da dança?
-Depois de ver aquele sorriso, como ela dança, o brilho do seu olhar… diria que posso ter outro interesse, alguém que queira conhecer melhor.
Tinha passado o Natal e com ele rapidamente chegou o Ano Novo, como toda à gente fui ao Templo local, e como a minha mãe tinha ido bem mais cedo que eu porque tinha de novo ir para o seu trabalho, decidi ir com a minha melhor amiga Megumi-chan, depois do almoço.
Vesti-me com uma saia preta um pouco a cima dos joelhos com collans da mesma cor, com uma linda camisola de malha branca e luvas brancas e para terminar um casaco bem quentinho preto. Tudo simples assim como eu. Nada de começar o ano com grandes coisas estranhas, já me basta o ano inteiro.
Assim que fiquei pronta peguei na minha mala de llama com as minhas coisas e saí de casa sorridente ao pensar encontrar minha grande amiga, assim fui a passo acelerado pelas ruas que me levariam ao templo mais rápido, sendo que já conhecia cada rua da zona.
Ao subir as escada do templo já sentia a sua grande presença à minha espera o que me fez largar um enorme sorriso ainda sem a conseguir ver mas assim que os últimos lances de escadas terminavam comecei a vê-la a olhar para cada rapaz que passava com um sorriso e um olhar maroto de avaliação constante.
-Feliz Ano Novo! – Gritei ao aproximar-me dela que me esperava à entrada do templo.
-Feliz Ano Novo, que este ano seja muito melhor e cheio de sorte amiga, bem precisas! – Disse-me ela quando cheguei por fim ao lado dela e me encheu de abraços e beijos. – E que tenhas sorte com o gato mais popular e rico da escola! E depois façam isto e aquilo… - Falou piscando-me o olho e rindo sabendo que eu não aprovaria a sua brincadeira.
-E já irá começar… não quero saber desse playboy, e deixa de ser pervertida, sua hentai! - Ri com ela ao revirar os olhos. Ela era uma pervertida amorosa era a sorte dela! E aquele playboy nem devo ver ou cruzar caminhos com ele. Passo a vida na sala do conselho e a escola é grande. Só com azar isso se iria realizar!
Nós fomos juntas e de mãos dadas como duas irmãs pequenas com as bochechas e narizes vermelhos por conta do frio até ao centro do templo que se enchia de linda neve branca, e chegando atiramos uma moeda cada uma, batendo as palmas três vezes e pedindo um desejo, eu desejei que a vida da minha mãe e a minha melhora-se, que os problemas acabassem, e meus amigos incluindo a Megumi-chan ficassem bem e com sorte, e que todos os nossos sonhos se realizassem, e vindo da Megumi-chan não era difícil adivinhar o que ela pedira, era tão simples como: arranjar “gatos” para curtir toda a noite com eles e eu ficar com o senhor popular e playboy.
A seguir fomos ver a sorte, a da Megumi-chan dizia: “Sorte: Aplique-se nos estudos” e ela fez uma cara de desgosto mas rindo mostrando-me sabendo já o que eu dizer com a minha cara de quem diz "Eu tenho dito!", já eu quando fui abrir a minha vi, que não era assim tão boa: “Má sorte: Cuidado no amor, no estudo, e nas dívidas” e fiz uma cara triste e preocupada, pois aquilo parecia ter razão, minha sorte não ia melhorar nada, as dívida já as tinha, estudos mais ou menos não sou assim tão má... penso eu mas no amor... ficarei bem se o idiota ficar por longe!
-Má sorte? Cuidado com o amor e dívidas?! Isso está mau! – Disse uma voz conhecida por trás ao meu ouvido em forma de sussurro, uma voz doce e brincalhona mas que me agitava por dentro, eu já sabia quem era mas ainda assim, virei rapidamente assustada.
-Akagame-senpai! – Disse assustada e petrificada com a situação ficando corada.
Estúpida! Corada porquê? Não falaste ou fizeste nada de mal! É só este maldito papel que diz algo do assunto, nem estava a pensar como era ele! Estava? Ai....
-Prazer em revê-la presidente estudantil Mizuki-chan! – Disse ele fazendo-me uma vénia meia irónica e beijando as costas da minha mão a qual tirei rapidamente e ele sorriu com aquele sorriso malvado do qual eu revirei o olhar chateada.
Juro que não entendo os pensamentos deste baka!
-YO! – Disse outra voz conhecida, o melhor amigo de Akagame-senpai. – Prazer, eu chamo-me Shinsuke Hotaru, o melhor amigo desta espécie de pessoa, quero dizer do Yoshiro-chan. Prazer jovens damas. – Disse ele fazendo uma vénia com um ar muito cordial mas algo naqueles olhos me assustavam, o contrário da sua atitude... um outro doido?
Olhando melhor o rapaz havia definitivamente algo de errado além do olhar mas sim também no sorriso dele, que não gostava…era um sorriso de um… psicopata! Mas acho que a Megumi-chan reparara, mas só vira o rosto dele e o seu físico. Ela é um caso completamente perdido, não há mais nada que pode ser feito por esta míuda, nem este templo a consegue salvar!
Todos à nossa volta, colegas da mesma escola, ou então alunos de outras, e mais velhos, como rapazes e raparigas, comentavam de nós duas estarmos a falar com os rapazes mais populares da escola Yume, e eram bem conhecidos em todo o lado… como era isto possível gente?! Perguntavam-se se estavam a rolar um filme.
Eu só quero sair daqui! Como ninguém pode ver como isto... eles são rídiculos? Como podem estar todas apanhadas por estes dois esquisitos? Eles são o contrário do que eu desejo, paz! Eles vão me trazer o terror para a vida, já posso sentir.... estes dois.... hungh.....
-Não me chames de Yoshiro-CHAN! – Disse ele reclamando o olhando furioso mas passando pouco depois como se fosse já hábito neles.
-Hai hai! E como se chama a tua amiga? – Perguntou-me Shinsuke-kun ao apontá-la com um sorriso e analisando de cima a baixo.
Se ele quer saber porque não pergunta à pessoa em questão?! Está mesmo à sua frente!!! Olá???!!!
O Sr.Prodígio deve ter reparado ou descoberto o que eu pensava pois colocou a mão à frente da boca desviou um pouco a cabeça a tentar que ninguém notasse ele a rir, mas eu notei! Estúpido!
-Chamo-me Yui Megumi. – Disse a Megumi-chan a babar-se literalmente.
-Vou para casa, já vi o que tinha a ver. Beijos. – Disse a ir-me embora sem nem olhar para trás com passos pesados e fechando os punhos e a minha expressão.
-ESPERA Mizuki-chan! – Gritava ela mas eu já tinha desaparecido.
*Yui Megumi narrando*
-Desculpem-na, ela no fundo não têm a mínima confiança nos homens, e ela não confia mesmo nada em si Akagame-senpai, não sei porquê. – Desculpei-me agora com expresão mais séria fora de quem eu costumo ser. Apesar de tudo tenho de proteger minha amiga.
-Mas que preocupação foi aquela às dívidas mencionadas num papel? São apenas um acaso. Ela parecia demasiado preocupada para uma simples "rifa"?. – Perguntou-me e senti-me obrigada a falar, ele parecia na verdade preocupado com ela, via-se em seu olhar, e se ele pudesse de alguma forma ajudar, porque não?
-O pai dela faleceu há uns meses, ele tinha um bom negócio, que podia fazer a família melhorar, porém morreu num acidente de carro, há quem diga que foi assassinato para tirar depois o dinheiro à família. Sinceramente… estou preocupada com o que possa acontecer com ela e sua mãe, que trabalha agora sem parar e a Mizuki-chan está a pensar fazer o mesmo deixando seu sonho de dançar! – Expliquei tristemente.
-Percebo. – Disse ele pensativo olhando agora o chão com as mão no bolsos. – É melhor ires ter com ela.
-Se lhe fazes mal… eu te mato! Não me interessa que sejas o senhor popular e playboy. – Disse. - Ela é mais importante que a tua existência mínima!
-Playboy? – Perguntou ele confuso e a rir apontando para si mesmo.
-É como a Mizuki-chan te chama… Playboy rico e popular ou Sr. Prodígio mas de forma irónica claro. Sayonara! – Disse e após esse me afastei para tentar alcançar ainda a minha amiga.
** *Recomeço das aulas / Kaname Mizuki narrando* **
-Kaname Mizuki, presidente do conselho estudantil, dirija-se por favor à sala do diretor juntamente com o vice-presidente e o secretário, imediatamente! – Falava o diretor da escola, pelo altifalante, parecia preocupado e aflito.
Que se passa? Não é normal.
Eu fui até à sala do diretor como foi mandado, e os outros dois também se dirigiam ao local atrás de mim, a escola era aberta e bela, batemos à porta e com a devida autorização do diretor entrámos, ficando eu no meio dos outros dois e de frente ao diretor com o devido respeito e posições.
-Chamei-vos por causa de um grande problema… o maior problema que a escola Yume já enfrentou… A escola poderá ser fechada, existe outras escolas de dança a fazer concorrência, e irão ajudar mais nessas escolas. Querem fechar a escola, dentro de poucas semanas. – Afirmou o diretor cada vez mais preocupado e tristeza em seu olhar. - Esta escola foi das primeiras a ser fundadas com uma enorme história e de ter dado asas aos maiores dançarinos dos dias de hoje.
-E os sonhos de todos os alunos aqui?! Como podem retirar os sonhos a todos?! – Perguntei batendo na mesa enervadada e triste. E o meu sonho?! Eu não estava chateada com o diretor, ele é um ótimo diretor e pessoa mas sim com quem tomou a decisao!
-Foi o que disse, dizem para se inscreverem noutras escolas, porém, estão todas cheias, eu já tentei. Não sei mais o que fazer, a escola Yume, corre perigo! – Disse o diretor agora em desespero retirando seus óculos e pondo as mãos à cabeça.
Eu fiquei desesperada, meu coração se partiu naquele mesmo momento... meu sonho, meu amor, a dança… poderia acabar ali, tudo pela qual me esforcei e dediquei, estava ali, e tal como eu, muitos amavam dançar ali, na escola Yume!
-Eu vou tentar encontrar uma forma, e enquanto isso diretor, não desista! Lute pela escola, por seus alunos e seus sonhos! É isso que um diretor deve fazer! Rapazes… temos trabalho a fazer! – Disse eu parecendo confiante, mas na verdade, queria cair e chorar.
-Dispensados! – Disse o diretor e os outros dois saíram de imediato comigo desta vez atrás ainda em descrença.
No dia seguinte já todos deviam saber do problema, pois a jornalista do Jornal da Escola esteve a ouvir tudo!
Eu retirei-me, fechei a porta, e fui a correr pelo corredor mesmo eu sabendo que não devia mas não aguentava a dor, até que encontrei um som maravilhoso, o som de uma guitarra, eu seguia-a automaticamente e ia dar ao fundo do corredor, e o que mais me surpreendeu era quem tocava… Akagame-senpai!
-Que se passou? – Disse ele pousando rapidamente a guitarra e me abraçando e limpando as lágrimas.
Quando me apareceram lágrimas? E porque... está difícil de parar agora que ele me falou.
-Vão fechar a escola! Dizem que não tem dinheiro para tantas, e as outras vão melhor e assim, querem desistir da nossa escola! Da NOSSA! Uma das primeiras a serem inauguradas! Todas as outras estão cheias… e o sonho de todos os alunos da Yume? E a paixão pela dança?! Eu disse que ia arranjar uma maneira mas… não consigo! Eu não sei que fazer! – Disse eu a cair de joelhos no chão enquanto chorava nos braços dele, sem perceber.
Porque dizia aquilo a ele? E logo a ele??? Mas aqueles braços fortes e quentes, que me abraçavam como se fosse algo precioso, raro, valioso, e que enxugava as minhas lágrimas me ajudava a acalmar.
-Parece que vamos ter de arranjar uma maneira. – Disse ele esfregando a minha cabeça tentando acalmar-me.
-Como? – Perguntei afastando-me de seus braços para olhar nos seus lindos olhos verdes. – Falas como se fosse fácil.
-E é, esqueces que sou um playboy rico e popular, basta um telefonema ao meu pai. – Disse ele pegando no seu telemóvel ao abaná-lo no ar à minha frente e a começar a ligar ao seu pai mas parei ele de imediato.
-Não! Quero fazer isto sem precisar disso! Não vou enfrentar esta situação da mão de um estranho! – Disse com convicção e limpando as lágrimas e via-o todo distorcido por causa das lágrimas.
-Mas choraste nos braços do mesmo, de um estranho. – Disse ele a sorrir agora com as mão nos meus ombros ainda tentando me tranquilizar.
- Foste o primeiro que encontrei. – Disse desviando o olhar\, enquanto ele se aproxima de mim e me colocou entre si e a parede.
Meu coração acelerava, e estava a ficar vermelha.
-Porquê és a única que me mete louco assim? Que me rejeita? – Perguntou-me ele aproximando os seus lábios dos meus e me prendendo. – Tão frágil…
-Yoshiro-chaaaaaaaaaaaaaaaaaan. – Gritava o Hotaru-kun a correr aos pulinhos e eu aproveitei e escapei dos braços dele quando o apanhei desprevenido.
Enquanto o Akagame-senpai me olhava com um olhar triste e preocupado, e por trás dele, vi de novo o sorriso e o olhar assustador e psicopata de Hotaru-kun, e isso assustava-me o que me fez correr mais rápido ainda… era muita coisa só para um dia. Este dia precisava de terminar urgentemente!
Fui para casa de rastos e mecanicamente, e como o meu dia não tivesse sido mau o suficiente, quando cheguei a casa vi a minha mãe caída no chão como a casa toda desarrumada.
-Oka-saaaaaaaaaaaaaan! – Gritei a abraçá-la enquanto telefonava para o hospital.
Mas alguém colocou um pano na minha boca me fazendo dormir, e só me lembro de ouvir o telemóvel a dizer: “Telefonou para o Hospital, em que lhe podemos ajudar? Estou?”.
-Oka…-san, Yoshiro-kun… – Disse ao ficar inconsciente.
*Akagame Yoshiro narrando*
Que posso fazer? Não consigo ver ela a chorar, não consigo parar de pensar nela, nunca pensei que isto pudesse acontecer comigo! Logo COMIGO! Eu que posso ter várias mulheres, agora… só consigo pensar nela… e quase nem nos falamos. Minha única paixão verdadeira é a dança. As lágrimas dela… são quase como uma facada no meu coração. Mas eu mal a conheço! Ela é a única que não se importa por dinheiro, e pela beleza, mesmo eu sendo o rapaz mais procurado da escola, rico… ela não se interessa, e confesso que foi um choque para mim. Que aquela miúda tem na cabeça?! O problema definitivamente não sou eu! Ela tem gostos distorcidos, só pode, um nerd rabugento talvez.
Ela quer salvar a escola, mas não quer usar o meu dinheiro, se fosse outra já estava a escola salva, mas porquê ela não aceita?! O orgulho dela é mais importante?! Quem é ela afinal? Como posso ajudá-la a salvar a escola sem usar o meu dinheiro ou da minha família?! É meu e posso usá-lo como bem quiser e desejar não preciso de uma pirralha a autorizar-me!
E como se alguém lesse os meus pensamentos e ouvisse meu coração enquanto caminhava na rua a caminho de casa, aparece um papel a voar que fica preso nas minhas calças.
Concurso de Escolas de Dança
Inscrição: Até dia 12 de Janeiro de 2021 às 15h.
1ª Fase: Dia 14 de Fevereiro.
Objetivo: Unir todas as escolas de dança, e convívio entre alunos.
Prémio aos vencedores: 1 milhão de yens.
Parece interessante… porém o prazo acaba amanhã!
-Vamos! Levem-na! – Ouvi sussurros por perto, guardei o panfleto e olhei para cima ao virar a esquina.
Mi…zu…ki…
Meus pensamentos e o meu corpo paralisaram ao vê-la a ser levada ao colo inconsciente, ela parecia uma boneca frágil sendo levada assim nos braços de alguém, seus braços abanavam ao ritmo de quem a levava e o cabelo voava com o vento, fiquei aterrorizado, o que me fez ficar confuso, porque nunca, mas NUNCA ficara assim no meio de uma cena daquelas, mas fiquei aterrorizado ao vê-la assim, a ELA… como se estivesse… com medo, mas passado a onda do choque, deu-me uma fúria interna visíveis em meus olhos cerrei meus punhos e comecei a correr até ao veículo negro de vidros fumados que a estavam a colocar mas não conseguira chegar a tempo e assim a levaram rapidamente do local mas não antes de eu conseguir tirar uma fotografia à matrícula do carro.
Corri até à casa de onde eles saíram, uma casa pequena, modesta comparada com a minha… era como um armário, fiquei ainda mais preocupado, ao saber que ela vivia ali, e o pior era a confusão, que calculei que tinham sido os homens anteriores que vira a levar a Mizuki-chan. E uma mulher estava caída que devia ser muito provavelmente a mãe de Mizuki-chan. Ajoelhei-me de frente à senhora conferindo seu estado e feridas.
-Ei! Senhora Kaname-san?! – Chamei-a segurando a senhora que estava caída no chão muito magoada e telefonei logo ao meu pai, na ausência de sua voz quem me atendera fora um dos seus leais “servos” assim pedi para chamar uma ambulância de acordo do local do meu GPS atual.
A ambulância chegou, dei o meu número em caso de emergência, e pode ser orgulho, mas dando os dados aos bombeiros eu decidi partir logo sem esperar a polícia, queria ser eu… a dar a minha justiça, e acabar com eles! Fizeram a minha Mizuki sofrer tal como a oba-chan e isso eu não admito!
Esperem... eu disse... minha? Não liguem, passando à frente, tou nervoso e confuso com a situação!
Saí da casa da Mizuki-chan e telefonei de imediato, ao Hotaru.
-Preciso das tuas manias de perseguição e de seres psicopata! – Disse e realcei a parte do psicopata por alguma razão que já nem eu percebo e pela sua reação ao meu telefonema, vi que ele ficou confuso. – A Mizuki-chan foi raptada e preciso que descubras onde ela está! Tenho a matrícula do carro.
Como ele viu a gravidade e a instabilidade na minha voz, pediu-me de imediato a matrícula sem mais perguntas, e colocando-me em chamada de espera, o que me fez desesperar mais fazendo que eu começasse eu mesmo a correr pelas ruas à procura de qualquer pista que fosse apesar de ser a coisa mais inútil Ele telefonou a algumas pessoas, e rastreava pelo computador à procura do carro, a saber para onde se dirigia, quantas pessoas eram ao todo, e suas identidades.
Enquanto ele falava eu fui apontando num papel que tinha estado desesperadamente à procura:
Local: Casa abandonada no meio da floresta perto da escola
Número de pessoas: 3
Vigilância: Altíssima, cerca de 37 homens em todo o perímetro.
Identidades: Cães do Dono da empresa do pai da Mizuki.
Sem família.
Sem nome, antigos mercenários.
Ao ouvir isto apercebi-me de que a história que a melhor amiga de Mizuki-chan contara sobre o pai dela ter sido provavelmente assassinado era verdade.
Fui a correr e pelo caminho recebi uma chamada do hospital, estava a ofegar de tanto correr, tinha já chegado à floresta, mas esta era enorme, e não via a casa em lado nenhum, a mulher do outro lado, dizia que a oba-chan estava bem, e isso aliviou-me um pouco, desliguei, e continuei a correr até finalmente encontrar a casa.
-Finalmente! – Disse enquanto subia acima de uma árvore, e enquanto pensava num plano. – Ahh, que se lixe o plano, o plano é atacar, não morrer, e tirar dali a minha Mizuki… - Ahn? Minha? Que estou eu a dizer e a pensar pela segunda vez?!
Está na hora da brincadeira!
Eu sempre fui treinado em combates, desde pequeno, logo aqueles cães não eram nada para mim, saltei da árvore e fui a correr a eles, e começou a porrada, vinham todos para cima de mim. Eu deitava cada um ao chão, mesmo ficando com alguns arranhões… e a ficar com sangue. Alguns como eram apanhados sozinhos ou desprevenidos conseguira deitá-los ao chão, um por um. Com sangue em mim, mas pelo menos vivo.
Finalmente conseguira acabar com todos! E entrei… Tinham ainda mais três, os que eu vira anteriormente a levá-la, e atrás deles, estava a Mizuki-chan deitada, amarrada e inconsciente, com o lábio ferido, quer dizer… ela estava toda ferida, mais que eu talvez, talvez por ter resistido a ser presa e a falar mal… ela odeia injustiças… até isso já eu percebera, e não evitar de soltar um pequeno sorriso misturado com um riso por imaginar, ela amarrada e a insultar os grandalhões que ali estavam. ELA! Uma menina doce e frágil. Mas aquele lábio ferido por alguma razão me incomodava mais. Não a tentaram beijar pois não?!
-De que ris seu miúdo insolente?! – Perguntou um deles, parecia estar com medo. Afinal eu tinha derrotado os 37 mercenários no local de fora.
-Para vires até aqui, e lutares, esta miúda deve ser importante para ti. Um menino rico do papá, está apaixonado! – Disse o que estava no meio, e começaram os três a rir a debochar de mim.
-Deixem de ser IDIOTAS! – Disse eu partindo logo a correr para cima deles a dar socos e pontapés com força, até fazendo eles não se conseguirem mexer mais. – Se voltam a tocar na minha Mizuki-chan, MORREM! Digam isso ao vosso chefe! Digam que se ele continuar, o nome Akagame irá destruí-lo!
Os três ficaram inconscientes, e eu estava furioso!
Corri até à Mizuki-chan, e tirei-lhe as cordas, limpei o sangue e suas feridas, tão frágil, tão indefesa, e tão bela. Eu só queria proteger o seu sorriso naquele momento! Sentei-me ao seu lado peguei-a, sentei-a no meu colo e abracei-a até ela acordar. Era já pôr-do-sol, conseguia ver pela janela o sol a desaparecer, mas sentia o calor dela em mim e a sua pulsação, e não consegui evitar um sorriso, e acabei por adormecer.
*Kaname Mizuki narrando*
Acordei assustada e dei um pequeno berro.
Reparei que não estava mais amarrada, e sentia o calor de alguém… era… bom… era o Akagame-senpai! Mas que raio, ele fazia ali? Ele me abraçava e dormia profundamente, e completamente abraçado a mim com a cabeça na minha, como se fosse algo… precioso? Não! Não podia! Estava ainda a sonhar.
Eu olhei para os homens que me tinha raptado, no chão estava sangue, e na testa do Akagame-senpai também! Não consegui evitar e acabei por dar um berro de medo, o que o fez acordar, e me encolhi no colo dele.
-Desculpa… acordei-te mas… - Disse ao tentar-me desculpar, peguei num pano e limpei o sangue da testa dele.
Ele pegou no meu braço, puxou-me mais para junto dele, abraçou-me ainda mais forte e … caiu lágrimas pelo seu rosto.
-Estava com medo, baka! – Berrou ele a abraçar-me ao esconder o rosto de lágrimas. O senhor playboy estava a chorar ... por mim?
-Des… culpa.. – Falei quase num sussurro a tremer ainda de medo e de cabeça baixa olhando minhas mãos com pequenos cortes.
-Vamos para casa. – Disse ele e eu assenti com a cabeça.
Quando me levantei, senti-me tonta, e levei a mão à cabeça, talvez pelo liquido que me colocaram, e da pancada da cabeça que me tinham dado para me por inconsciente, por isso, ia caindo.
-Estás bem?! – Perguntou-me ele preocupado, segurando-me. – É melhor levar-te ao colo, e não quero discussões!
Eu fiquei calada, não me apetecia discutir estava fraca demais. Ele me pegou e fiquei abraçada às suas costas pondo minhas mãos em seu peito. Sentia seu coração acelarado.
-A mi...nha mãe? – Perguntei.
-No hospital, ela está bem. – Respondeu-me, enquanto me levava por um caminho que não conhecia. – É tarde demais, e a tua casa está uma confusão, por isso ficarás na minha casa.
-Na… tua casa?! – Perguntei fazendo esforço e senti-me logo tonta pousando a cabeça no ombro dele.
-Não te esforces baka! Sim, minha casa, é enorme, podes lá ficar, não tens onde ficar ou tens? – Perguntou-me e fez-me ficar em silêncio, pois não tinha onde ficar. – Bem me parecia.
Chegámos à casa dele… quer dizer… mansão! Várias pessoas estavam lá para recebê-lo, e colocou-me de pé, segurando-me.
-Tomem conta dela, e cuidado, ela ainda está fraca.
Eu não estava com disposição ainda para contrariar, mas quando estivesse bem, ele ia apanhar! Agora estava mais preocupada com outras coisas. Quem eram eles? Que queriam? Porquê minha casa estava aquele caos? Que fizeram à minha mãe? Tem algo a ver com meu pai? Como o Akagame-senpai sabia onde estava? Porquê estava assim comigo? Eu só de pensar no que acontecera antes com ele estava vermelha! E do que acontecera antes, me fazia medo.
Era muita coisa só para um dia!
Descubro que a escola pode ser fechada e os meus sonhos e paixão destruídos, o Akagame-senpai, me tenta beijar - Fiquei agora vermelha de novo, que nervos! Porquê fiquei vermelha?! – Encontro minha mãe desmaiada na sala desarrumada, sou raptada, sou maltratada pelos raptores, acordo no colo do Akagame-senpai, e sou levada ao colo até sua casa!
*Flashback on*
-Quem são vocês?! Que querem de mim?! MORRAM SEUS IDIOTAS! Morram e ardam no inferno! – Gritei me contorcendo nas suas mãos.
-Tens coragem! – Mencionou um, ao mesmo tempo que me prendia com cordas.
-Uau! Milhares de homens contra uma menina, ainda se dizem homens! – Falei com desprezo na voz e no olhar.
-Cala-te sua vadia! – Berrou-me outro dando um pontapé no estomago, que me fez deitar por fim no chão gelado.
Outro tentou beijar-me porém mordi-lhe o lábio fazendo-o sangrar para tentar afastá-lo, pois estava amarrada porém ele ripostou, fazendo-me o mesmo.
Eles tentavam violar-me, porém eu contorcia-me toda, e dava pontapés, ou cabeçadas neles.
Eles eram fortes… eu sempre fora fraca… não me conseguia… defender, era… frustrante!
-Estou farto desta vadia! Não nos deixa divertir! – Reclamava alguém.
De repente, só me lembro de sentir o mesmo cheiro que antes na minha casa, por trás, num pano, e uma grande pancada na minha cabeça e ouvindo antes: “Bem feita, mereces, vadia, vingança!” acabando por desmaiar.
*Flashback Off*
-Terminamos minha senhora! – Disse uma voz doce, que me fez voltar ao presente.
Levantei-me, quando reparei, tinha tomado banho, estava penteada, vestida (um lindo pijama! Até os pijamas eram lindos naquela mansão!), e com as feridas desinfetadas, e tratadas. Eu não me lembrava de nada que tinham-me feito ali! Eu… estava tão preocupada com o que acontecera hoje, que acabei por viajar! Estava com medo… Ainda estava com medo o que me fazia tremer e querer chorar mas aguentava tal.
Levaram-me até a um quarto segurando-me com cuidado por estar fraca, bateram à porta e abriram-na após a devida autorização.
O Akagama-senpai estava em sua cama sentado, a olhar pela janela para as estrelas, seu olhar perdido, seu rosto, ele… era… perfeito… Esperem lá! Que estou eu a dizer?!
Aproximei-me.
-Obrigado por me salvar! – Falei baixo a tremer ainda do medo e olhando o chão e entrelacei meus dedos sem jeito.
-Ainda estás com medo, não é? – Disse ele com um olhar preocupado, ao levantar-se devagar e indo com cuidado até mim como se fosse um gatinho ferido e assustado e por fim quando chegara a mim me abraçou soltando um longo suspiro de alívio ao ter-me em seus braços ao seu lado. – Está tudo bem agora.
Aquelas palavras… eram poucas… mas… eram reconfortantes, e me fizeram na verdade sentir segura. Mas a questão era, aquelas palavras eram para mim ou para ele mesmo?
Ele puxou-me para sua cama devagar e me mostrou algo, um panfleto e eu li com atenção.
Após eu terminar de ler e ele notar o brilho que se fazia no meu olhar decidiu falar.
-Acho que isso pode salvar a escola… que dizes?
-Oh meu Deus! Irei falar disto ao Diretor amanhã! Vens comigo? Foste tu que encontraste… - Disse emocionada e feliz, enquanto o abraçava… o medo agora, dera lugar a alegria. As dores que tinha desapareceram momentaneamete.
-Sim… vou… - Respondeu-me vermelho desviando o olhar e escondendo o rosto de mim com a mão quente dele.
O quê? Porquê ele estava vermelho?
Ele aproximou-se de mim, estávamos na cama dele… ele me pegou pela mão, e eu caí para trás, e ele colocou-se por cima de mim apoiando-se com as mãos e os joelhos em cada lado, agarrando as minhas mãos.
-Não consigo me segurar mais… porquê tu? Porquê só tu me consegues colocar louco assim? – Perguntava-se a ele mesmo, baixinho, passado o dedo pela mordida do lábio e do sangue que antes ali escorrera e deu um pequeno sorriso, de ódio… contra ao que parecia… os homens anteriores.
-Do que estás tu a falar? – Perguntei.
Meu coração batia forte, não estava com medo… estava… nervosa! O rosto dele estava vermelho, sentia sua pulsação a bater forte, sentia o seu calor… Sentia meu rosto a arder, e bastante vermelho!
Seus olhos verdes, perdidos, preocupados, brilhantes e seus lábios vermelhos se aproximavam cada vez mais, até que se encontraram com os meus, fechamos os olhos, e beijamo-nos.
Um beijo doce, triste, preocupado… maravilhoso…
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