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O Perigo De Amar

Capítulo 1

"Droga, Estou atrasada!" 

É só o que me vem a mente quando olho a hora no meu celular. Cheia de contas para pagar, não posso me dar ao luxo de perder esse emprego, mesmo que pague mal. Ando sendo mal tratada desde que recusei a investida do meu chefe, aquele pervertido escroto. 

- Ah como eu queria ter nascido rica! - falo sozinha enquanto saio do apartamento correndo.

- Que pressa é essa vizinha? - 

"Ótimo, só me faltava essa velha fofoqueira para me atrapalhar".

- Só estou um pouco atrasada dona Celeste, tchau! 

     Corro tanto que levo metade do tempo para chegar no trabalho. Antes de entrar na loja, meu chefe aparece e me direciona até a sala dele.

- Pelo visto você está atrasada, isso me parece um ótimo motivo para uma demissão, não acha senhorita Thompson?

Ele é gordo, careca, e tem um olhar nojento.

- Acredito que possa me perdoar somente esta vez senhor Daves.

Ele me olha de cima a baixo, o que me causa uma sensação ruim.

- Acho que tem razão - suspiro aliviada - mas só se você aceitar ir na minha casa hoje, o que me diz?

Ah merda, sabia que não seria fácil.

- Eu não sou esse tipo de mulher, o senhor não faz o meu tipo.

Ele parece irritado, mas não demonstra por muito tempo. Se aproxima de mim e me encurrala na parede. "Merda, o que eu faço?"

- Senhor Daves, está me deixando desconfortável, por favor, se afaste de mim.

- Ah querida Sarah, por que não me dá apenas um beijo?

- Não, senhor Daves...- começo a ficar desesperada quando ele passa a mão nas minhas coxas por cima da calça - ... Se afaste de mim! - ele começa a subir - NÃO! - grito e dou uma joelhada no meio das pernas dele, ele cai de joelhos no chão e eu saio correndo, esbarrando em outro funcionário que acabou de entrar. É o Jerry.

- Deixe-a em paz de um vez, ou vou processá-lo por assédio! 

    Meu chefe começa a rir, eufórico, parece ter enlouquecido. Ele para de rir e olha para nós dois.

- Claro, vou deixar ela em paz... - sinto que tem um 'mas' na frase - ... Mas vocês dois estão demitidos! Saiam daqui agora! Ele grita.

Antes que eu consiga processar Jerry está me puxando para longe dali. Paramos em um café ali perto, e eu me sento em uma das mesinhas que ficam do lado de fora.

- Não acredito, não estou conseguindo achar outro emprego, e perdi o único que pagava pelo menos minha alimentação e aluguel, e ainda por cima fiz você perder o seu, me perdoe, o que vamos fazer agora? - fico desesperada, principalmente por ter feito o Jerry ficar desempregado.

- Ei, se acalma! - ele segura minha mão - eu estava indo até ele justamente para pedir demissão, vou abrir uma lojinha de doces com meu marido. ( Sim, ele é gay) Olho para ele.

- Não acredito, nossa, parabéns! Estou muito feliz por você! - e eu realmente fiquei feliz por ele.

- Obrigada, estamos muito animados mesmo. Mas o que você vai fazer?

- Eu vou dar um jeito, vou ficar bem. Obrigada por me ajudar! Mas é melhor eu ir para casa descansar a mente e começar a procurar outro emprego.

- Tudo bem, também vou indo, a gente se vê.

- Tchau, se cuida. 

  E então eu vou para casa em estado de choque, e acabo dormindo por 5 horas seguidas. 

 

Capítulo 2

 Já se passaram dois meses desde o acontecido, e eu estou em maus bocados, cheia de contas e sem um centavo no bolso. Então, essa sou eu Sarah Tompson 21 anos, cabelos castanhos, olhos castanhos, 1,58 cm de altura, magra... Beleza mediana! Solteira e desempregada. Vivo sozinha na vida, desde que minha mãe morreu e meu pai simplesmente me abandonou depois que fiz 18 anos. A única amiga que tenho é a Isabelle Turner, Isa tem a mesma idade que eu, aspirante a fotógrafa, é meu oposto, uma loira natural linda, olhos azuis, lábios carnudos, 1,60 cm de altura, magra com todas as curvas no lugar certo, muito carismática e meio maluquinha. Nos conhecemos no campus da faculdade, um ano antes do meu pai me abandonar. Ah sim, eu estava cursando Administração, mas, como devem imaginar, foi preciso trancar o curso por um tempo, digamos... Indeterminado. 

Depois de tanto tempo cheio de frustração por não conseguir nada, resolvo fazer uma caminhada pra relaxar e tirar a pressão da mente, antes que eu comece a chorar descontroladamente. Visto minha roupa de ginástica, calço um tênis, coloco músicas barulhentas pra tocar e ponho os fones de ouvido, e saio para correr em uma praça próximo a minha casa. Passo pelo menos uma hora correndo, até ficar exausta e sentar em um dos bancos da praça, já que não tem ninguém por perto, me permito desfazer o sorriso do rosto, e sinto uma lágrima escorrendo pela minha bochecha. Justamente nesse momento ouço a voz de um homem falando, olho na direção e vejo que ele está ao telefone e vem em minha direção, seu olhar encontra com o meu e eu desvio no mesmo instante.

- Mãe, não pode esquecer esse assunto por um tempo?

Percebo que ele está de terno e seus sapatos parecem caros, deve ser de alguma empresa milionária. Ele nota que estou observando e sorri, fico sem graça e paro de olhar. Ele é lindo, parece ter 1,80 cm, seu rosto sugere que ainda não está na casa dos 30 anos, o terno ajustado em seu corpo dá a impressão de que ele frequenta academias, os olhos são azuis, mas não muito claros, cabelo castanho claro, simplesmente de tirar o fôlego, deixaria qualquer mulher babando, ainda bem que quando se trata de homens, é muito difícil eu me deixar levar.

- E se eu disser que já resolvi isso que a senhora chama de problema?

Olho de lado e vejo que ele está me olhando, com um olhar de predador. Me levanto pra ir embora, mas ele me segura pelo braço. O encaro sem entender nada e com um pouco de receio.

- Tudo bem mãe, vou falar com ela e perguntar que dia ela vai poder conhecer vocês... Também amo você, tchau. E assim ele desliga o telefone.

- O senhor poderia me soltar por favor? - olho pra ele indignada e ele sorri, sorri de verdade e é... Lindo. Ele me solta.

- Eu só quero conversar, pela sua expressão de agora pouco, você também precisa. Respiro fundo.

- Eu acho que você não pode resolver os meus problemas, a não ser que tenha um emprego decente para mim.

- E se eu disser que tenho? - ele parece refletir - Só não sei se você diria que é decente.

- Eu não vou dormir com você! - digo enfaticamente. E ele simplesmente começa a rir.

- Tudo bem, nós podemos pular essa parte sem problemas.

- Eu devo estar maluca por dar ouvidos a um estranho - falo baixinho - do que exatamente você está falando?

- A lanchonete da minha tia é aqui perto, vamos lá que eu te explico direitinho. E ele vai andando na frente, todo sorridente, enquanto eu o acompanho com alguns centímetros de distância. 

     Chegamos na lanchonete, um espaço bem americano, e bem decorado, simples e bonito. A bancada cheia de doces e salgados. Uma senhora vem até nós, diria que ela tem cerca de 50 anos, muito bonita apesar da idade, e tem um sorriso familiar ao do cara na minha frente.

- Meu sobrinho favorito, o que faz por aqui com essa linda moça?

- Olá tia, como você está? Trouxe ela aqui para falar sobre negócios.

Ela me olha.

- E qual é o seu nome senhorita?

- Olá, eu sou a Sarah, Sarah Tompson, é um prazer.

- O prazer é meu Sarah, bem, fiquem a vontade, vou lhes trazer um suco por conta da casa.

E ela entra na cozinha dando uma piscadinha para o sobrinho dela. 

- Vamos aos negócios! Primeiro, meu nome é Richard Evans, tenho 26 anos e sou o atual CEO das indústrias Evans, meu pai faleceu a pouco tempo, e acabei ficando responsável por tudo na empresa, mas isso não vem ao caso. - continuei quieta, esperando ele falar - Bem, pelo que disse mais cedo, obviamente você precisa de um emprego, a quanto tempo está desempregada?

- Já tem uns dois meses.

- Você estuda?

- Estudava administração.

- Bem, como eu ia dizendo, depois que assumi a empresa, minha mãe está louca para me ver casado, e você precisa de emprego certo?

- Poderia ser mais direto?

- Okay, então... Você aceitaria fingir ser minha namorada? - ele me olha esperançoso, e eu fiquei atordoada.

- O quê?

- Te pago 3 mil.

Esse cara quer me pagar tudo isso apenas para eu fingir ser namorada dele?

- Nós podemos ser só amigos, não vou forçar você a nada, o salário é bom, vai poder voltar a estudar... E então? 

"Será que eu aceito? Realmente preciso do dinheiro."

- Eu aceito com duas condições... - ele me olha curioso - ... Uma é que a gente não vai transar, de jeito nenhum.

- Estou de acordo.

- E a segunda, é que eu quero estagiar na sua empresa. Estou cheia de expectativa esperando pela resposta dele, sei que as indústrias Evans é muito famosa, seria perfeito para o meu currículo.

- Tudo bem, aceito suas condições. - ele parece um pouco pesaroso agora - Tenho que te falar, ser minha namorada pode ser perigoso, então a gente vai manter o máximo de sigilo para a mídia.

- Acho que entendo o que quer dizer.

E então meses se passaram, a família dele é adorável e realmente nos tornamos muito amigos, Isabelle simplesmente o adorou, e desde então formamos o trio perfeito. Até que um dia a família dele descobriu toda a mentira, mas, por incrível que pareça, ficaram super de boa e ainda me tratam como da família, a irmã dele Ellen, me adora, ela diz que sou um exemplo para ela, é tão linda quanto o irmão. Já o irmão dele, David, que ainda nem chegou aos 20 anos se diz apaixonado por mim, ele é muito fofo. 

Capítulo 3

Já faz três anos desde que conheci o Richard e sua família, tanta coisa mudou, tantas coisas aconteceram. São tantas cicatrizes, a maioria delas o Richard se culpa, mas eu não o culpo, afinal fui avisada desde o início. Me pego pensando em como tudo aconteceu, em como o tempo passou rápido. Agora, com 24 anos estou pronta para fazer a entrevista na empresa dos meus sonhos. Preciso passar por uma entrevista e se me acharem qualificada fico um mês estagiando. Atualmente existe apenas uma vaga, a de secretária executiva do CEO, fazendo o trabalho de uma analista administrativa. E eu a quero! 

    Estamos em frente ao prédio principal das empresas Wood, uma empresa renomada que coopera com as empresas Evans, da família do Richard. O nome do CEO é Thomas Wood, sinceramente não sei muito sobre ele, muito menos que aparência ele tem, já que ele nunca aparece em fotos e aparentemente não tem rede social, o Richard fala que conhece ele e que são amigos de infância, mas nada além disso.

- Deixa eu te recomendar, você terá 100% de chances assim.

- Richard eu já te disse, quero conseguir isso sozinha, não confia no meu potencial?

 

Depois que terminei a faculdade, fiz vários cursos para completar o meu currículo e ainda passei alguns meses trabalhando pra ele como estagiária, mas eu prefiro não trabalhar lá, quero algo mais difícil, onde eu não tenha começado facilmente.

- Claro que confio garota! Mas não tem que ser tão teimosa.

- Senhor Evans... Falo isso bem devagar em um tom ameaçador.

- Tudo bem, não toco mais no assunto, vai lá, boa sorte na primeira etapa.

- Valeu.

 

Dou um abraço nele e entro na empresa confiante, não vou falar diretamente com o Senhor Wood, primeiro tenho que passar nas entrevistas, depois de um mês estagiando vamos receber uma tarefa, simulação de projeto, pra ser mais exata, e apresentá-la diretamente ao CEO para ele decidir quem será a sua secretária. 

   Saio do prédio e vejo que o Richard já está me esperando, mas ele não está sozinho, minha amiga Isabelle está com ele. Ela finalmente conseguiu trabalhar como fotógrafa profissional e sem querer me gabar, é uma das melhores do país. Além dela, tem outra menina que está agarrada nos braços do Richard, ela não conheço. - Eai gente... olho para a garota nova. - Ela é a Michele. Richard se apressa em dizer, ela sorri orgulhosa e me dá um oi. É isso mesmo, ele troca de "namorada" toda semana e quase nunca repete, típico playboyzinho, mas não daqueles babacas, no caso dele, as mulheres se iludem por conta própria, tenho pena delas. Sorrio de volta.

- Bem, que tal a gente sair pra jantar? Isa segura meu braço e me encara.

- Tá esquecendo de nada não, meu bem?

Começo a me fazer de desentendida.

- Não sei do que você está falando. 

Richard me olha feio.

- Senhorita Thompson que coisa mais feia de se fazer, esperamos todo esse tempo pra você nos deixar no suspense é isso?

Fico séria e olho pra eles, eles não dão nenhuma demonstração de que vão arriscar falar qualquer coisa.

- Bem, eu passei, podemos comer agora?

 

Os dois ficam de queixo caído, enquanto a Michele começa a rir, gostei do senso de humor dela. Isa me olha toda sorridente.

-  Garota, você é terrível, Vamos comemorar!!!

Ela fala isso bem alto, o que acaba chamando atenção.

- Eu sabia, ninguém é páreo para você. É a vez do Richard falar, mostrando orgulho.

Sou muito grata a esses dois, antes deles eu não tinha alguém que pudesse realmente chamar de amigo. Entramos no carro e saímos pra comemorar no nosso restaurante favorito.

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