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Um Furacão Em Minha Vida

Capítulo 1. Flagrante

Casada há três anos, finalmente saí do consultório com uma notícia boa: estou grávida do meu primeiro filho. Era o nosso sonho desde o ensino médio, casar e ter nossa própria família. 

            Nos formamos e assim que estavamos seguros no emprego, casamos. Agora teremos nosso bebê. É o momento certo, somos prósperos e temos nossa própria empresa de designer gráfico, propaganda e marketing. Eu sou a designer e ele cuida do marketing, temos um terceiro sócio, sócia na verdade.

           Mark, meu marido, nos últimos dias tem estado tão ocupado que não consegue chegar em casa para o jantar e não consegui contar a ele sobre o bebê. Sonja, nossa sócia, trabalha diretamente ligada a ele, pois é ele quem consegue os clientes e ela prepara as estratégias de propagandas, então entro eu, preparando tudo que vai para a internet.

            Ultimamente, tenho estranhado que eles estão trabalhando mais, mas não tem chegado a mim os projetos e por isso, resolvi passar na sala deles depois do expediente.

            — Não vai descer, Sra. Stuart? — perguntou a minha secretária, vendo que não segui para o elevador comum.

            — Preciso verificar uns arquivos, pode ir na frente. — Não sei porque menti. 

            Acho que estou desconfiada de algo e não quero admitir, tanto que subi as escadas até o andar superior, onde fica o escritório deles que são lado a lado. Cheguei sem fazer barulho e o corredor e as outras salas estavam vazias, só o escritório dele estava aceso.

            Ouvi vozes e me aproximei devagar e ouvi o que não queria:

            — Tem certeza, Mark?

            — Claro que tenho, ela nem desconfia. Estou retirando ela dos projetos e aplicando o que seria a parte dela em fundos de investimento da empresa. O lucro tem sido certo e é todo nosso.

            — Mas os clientes notaram a diferença, nós dois não somos tão bons quanto ela.

            — É só nos aprimorarmos mais um pouco. Agora, pare de falar e me dê aquele beijo que só você sabe dar.

            Ouvi os sons da pegação deles e senti nojo. Voltei pelo caminho por onde vim e quando cheguei de volta ao meu escritório, acessei através do computador as imagens da câmera oculta no escritório dele e assisti, chocada, aos dois tansando sobre a mesa. 

            Que indecência!

            Quando colocamos aquela câmera ali, assim como a que tem aqui, foi como uma medida de segurança contra roubos, mas ou ele esqueceu ou está muito confiante em si mesmo e que eu jamais desconfiaria. Minha raiva foi maior do que a mágoa por ser traída.

            Eles não estavam só tendo um caso, estavam me roubando e me deixando fora da sociedade. Isso não podia ficar assim. Aproveitei que estava no computado e rackeei o computador dele. Eu sempre fiz isso quando precisava de alguma informação e não tinha tempo de esperar por ele.

            Ele estava tão envolvido que não desligou o computador e pude ver tudo que ele estava fazendo antes da patifaria. 

            — Aqui está, um total de cinco projetos que não me passaram.

            Consegui baixar os projetos, assinados pelos dois e vi que estava bem abaixo do nível. Eles sabem fazer, mas não são profissionais. Copiei tudo e coloquei em uma pasta na nuvem. Depois abri os tais fundos de investimento e já que era a minha parte do negócio, transferi tudo para minha conta particular como pagamento de comissão devida. Fechei tudo, satisfeita e fui embora.

            Cheguei em casa e ele já tinha avisado que chegaria mais tarde. Preparei uma refeição rápida para mim e fui tomar um banho antes de comer. Quando voltei, ele estava comendo o único prato que fiz.

            — Você não disse que chegaria mais tarde?

            Ele olhou para mim com cara de desentendido e boca suja de molho.

            — Mas já é tarde…aliás, obrigado pela refeição, está uma delícia. 

            Fiquei observando-o comer com a maior cara de inocente, como se não tivesse acabado de me trair com aquela traíra que se dizia minha amiga. Desgraçado, preciso pensar em um bom plano para dar a volta por cima.

            Vi ele se levantar e largar o prato na pia, sequer pensou em limpar a sujeira que fez. Quando penso que cuido dele tão bem e ele nunca deu valor, nunca agradeceu, sempre considerou minha obrigação, me dói a alma. Como posso ter um bebê no meio dessa situação?

            Ele passou por mim e beijou minha bochecha.

            — Estou exausto, vou tomar um banho e cair na cama, boa noite. 

            Como se eu não soubesse como ele ficou tão cansado. Fui até a geladeira e peguei os ingredientes para fazer um sanduíche. Enchi um copo de suco de uva e ao invés de jantar, lanchei. Fui para a sala e liguei a TV para assistir o último noticiário.

       “ O furacão Alice está avançando pelo litoral e deve chegar a nossa costa em 24 horas. Os meteorologistas estão com a esperança de que os ventos contrários, vindos do golfo, o detenham antes que cheguem à Flórida." 

            — Meu Deus, como nem percebemos isso. — achei melhor avisar o Mark — Mark! Mark! — chamei.

            Ele veio pelo corredor, ainda secando os cabelos com a toalha e vestindo só a calça do pijama. Notei que ele estava com uma barriguinha se formando.

            — O que foi, Mary, por que está gritando? Avisei que estou cansado e vou dormir.

            — Larga de mau humor e vem ver, estão anunciando um furacão para amanhã. 

            — E eu com isso?

            — Vai passar por aqui e precisamos nos abrigar, podíamos ir para a fazenda do papai, se sairmos agora, chegaremos lá em cinco horas.

            — Você está louca, se o furacão passar, não nos atingirá, estamos no 13° andar. Quer saber, eu vou dormir, boa noite.

            — Pode ir, sei bem por que você está cansado, — falei, irritada — mas amanhã, não diga que não avisei. Aliás, será que a sua querida Sonja está sabendo do furacão?

            Ô boca!

            Ele estava voltando para me confrontar, quando o celular dele tocou e ele correu para o quarto e eu só ouvi ele falar baixinho:

            — Não se preocupe, não deve passar por aqui… tudo bem, se piorar, eu vou te pegar.

            Ele desligou e voltou até a sala, não esqueceu o que ia me falar.

            — O que você quer dizer com: saber o que eu estava fazendo?

Capítulo 2. Furacão

Será que ele está preocupado? Algum sentimento restou naquele coração cafajeste?

— Exatamente isso. — Porque eu não controlei a minha boca?

            — Então, o que eu estava fazendo?

            Desliguei a TV e fui levar o copo e o prato que usei para a cozinha e falei com a maior tranquilidade:

            — Estava trepando com a Sonja sobre a mesa do escritório. — Larguei a bomba e comecei a lavar a louça, enquanto ele ficou parado com a boca aberta, me olhando.

            Não sei o que se passou pela cabeça dele, mas ele foi para o quarto e quando voltou, estava vestido e carregava uma bolsa de viagem, não uma mala, apenas uma bolsa que cabia algumas mudas de roupa.

            — Vou para um hotel, conversaremos amanhã, quando você estiver mais calma. — se virou e foi em direção a porta.

            — Só mais uma coisa, estou grávida.

            Ele parou, ficou estático por alguns segundos e virou-se.

            — Isso é muita baixaria, Mary. O que é: chantagem emocional? Pense bem antes de manter essa mentira só para me prender, não vou te perdoar.

            Saiu porta afora, sem nem trancá-la novamente. O cretino me trai e eu que invento história. Peguei o celular e tirei um print da imagem do ultra-som que o médico me enviou e enviei para a minha amiga Sonja com a mensagem:

            “ Olha a benção que recebi, estou grávida! " 

            Está armado o circo, vamos ver até onde essa palhaçada nos leva.

O dia seguinte chegou com ventos fortes, eu acordei assustada com o som das janelas balançando. Resolvi pesquisar na internet as notícias sobre o furacão e vi que não eram boas. 

            — Ele passará exatamente por aqui e agora, para onde eu vou? 

            Andei atarantada pelo apartamento e decidi ligar para o síndico. Precisei insistir, pois só dava sinal de ocupado, provavelmente eram os outros moradores ligando, também. Quando finalmente fui atendida, Nem precisei falar nada, o síndico foi logo respondendo: 

            — Estamos todos indo para o subsolo, o estacionamento é de concreto pesado e ficaremos mais protegidos lá.

            — Obrigada e bom dia.

            Mais tranquila, fui tomar um banho e colocar uma roupa mais apropriada, simples, porém fechada e segui até a cozinha para tomar o café da manhã. Pelo noticiário, levaria ainda umas cinco ou seis horas para o furacão chegar, daria tempo de eu pegar os meus documentos, minha bolsa e descer antes.

             A ventania chegava, sim, até o nosso andar e Mark estava errado. A ventania aumentou e dava para ver as árvores se curvando e algumas pessoas correndo e perdendo seus guarda chuvas. Preguei um colchonete, uma cadeira e alguns pacotes de biscoitos e salgadinhos.

            Olhei tudo que separei para levar e faltou a água. Adicionei duas garrafas de 1,5 ml de água. No final, tinha muita coisa para levar e daria trabalho. Foi quando o celular tocar e estranhei ao ver o nome do Mark na tela.

            — Oi, onde você está?

            — Desce e me espera na calçada, rápido, estou indo te pegar, vamos para um lugar seguro.

            — Não precisa, todos estão descendo para o estacionamento e eu já arrumei minhas coisas.

            — Desce logo, estou chegando.

            — Por que você não vai buscar a Sonja?

             — Já levei, pare de drama e desce, agora!

             — Tá bom, já vou.

            Idiota

            Peguei uma capa de chuva e desci, saí do elevador no térreo e corri até a saída, vendo o vento passar forte e quando acalmou um pouco, saí correndo e cheguei na beira da calçada. Avistei o carro dele vindo rápido e enfrentei o vento que voltava.

            Porém, o mais improvável aconteceu  ele não diminuiu a velocidade, acelerou mais, subiu a calçada e pude ver o seu.olhar furioso, antes do carro me jogar para cima e fugir, enquanto eu rolei e caí, batendo forte no chão.

            Meu corpo se quebrou, fiquei estática, sentindo a chuva cair e meu sangue escorrer para o bueiro. Era tanto sangue que tive certeza que perdi o bebê. Não pude me mexer e nem pedir ajuda e pensei:

            “ Desculpe bebê, a mamãe não cuidou bem de você, ye deu um pai crápula. Se eu tiver uma nova chance e nascer de novo, vou agir diferente e escolher melhor um pai para vocêêê…

            Mark

            Saí de casa para não discutir com Mary, como explicaria ter um caso com sua melhor amiga? Seria humilhante admitir que ela era ruim de cama e eu precisava de mais emoção.

            Pretendia ir para a casa de Sonja, mas no meio do caminho, ela ligou e fez um escândalo sobre a gravidez da Mary, enviando até uma foto do ultrassom. Pensei que era um blefe, ciúme, recalque por ser trocada, mas não, era um bebê de verdade. Esse filho não pode nascer, não agora que pretendo me separar.

Não consegui dormir um sono profundo, pensando no que fazer e quando acordei, o vento castigava a janela.

— Então era verdade, o furacão chegou aqui.

Fiquei parado em frente à janela observando a ventania provocada pelo que estava chegando e tive uma ideia, posso usar esse furacão para eliminar o problema. No meio do meu pensamento, o celular tocou, era sonsa desesperada:

— Oi, querida, .... Eu sei, estou vendo.

— *O que eu faço, Mark, estou apavorada*.

— Vou te buscar, me espere.

Desliguei e procurei no celular o abrigo mais próximo e fui buscar Sonja. encontrei-a muito nervosa e abracei-a com carinho, acalmando-a e depois a levei para o abrigo. Ela reclamou de ter que ficar sozinha, não conhecia ninguém, mas expliquei que precisava resolver um problema e saí. fui em direção ao meu apartamento e liguei para Mary pedindo para ela descer.

Ela reclamou dizendo que já tinha para um dia e que estava com tudo pronto, mas eu insisti e ela aceitou, afinal, são anos de relacionamento entre namoro, noivado e casamento. O vento estava cada vez mais forte, mas eu corria pela estrada obstáculos pela frente, pois todos já estavam nos abrigos ou saíram da cidade.

Aproximando-me do apartamento, vi o meu alvo na calçada e aumentei a velocidade, subindo a calçada e pegando-a em cheio. ela não caiu, ao invés disso, foi jogada para o alto, rodou e caiu no chão. não parei para olhar para trás, minha intenção era só de que ela perdesse o bebê e não a vida, então, creio que dará tudo certo.

Capítulo 3. Consequências

Mark

            — O que é isso? Está vindo atrás de mim, será carma? — Olhei pelo espelho retrovisor e vi o furacão chegando. 

            A velocidade do carro diminuiu, sugado pela força centrífuga do vento e o mais incrível foi ver o corpo de Mary ser levado e girar no furacão, acompanhando o vento circulante, mas minha preocupação era não ser apanhado, então entrei no estacionamento subterrâneo de um prédio qualquer.

            Suspirei aliviado, sentindo o vento entrar assobiando no espaço e depois parar. Será que acabou? Os furacões são assim, formam-se de repente e da mesma forma se desfazem. 

            — Ufa! Passou.

            Segurei o volante com as duas mãos e apoiei a cabeça, aliviado, mas também preocupado: preciso encontrar a Mary. Manobrei o carro e saí, encontrando o caos do lado de fora. A minha impressão foi de que, o furacão, largou tudo que recolheu pelo caminho, largou aqui.

            Deixei o carro e continuei caminhando e encontrando as pessoas parecendo perdidas, como eu. Todos a procura de alguma coisa. Ainda não deu tempo dos bombeiros e socorristas chegarem. Vi uma patrulha da polícia a distância e percebi um rapaz entrando em uma loja e levando mercadorias, mas não me importei.

            Segui andando no meio dos destroços, procurando pelo corpo da minha esposa. Não seria possível ela sobreviver depois de ser levada pelo espaço, batendo em tantos destroços. Foram horas procurando. Chegou em frente ao prédio onde morava e os moradores saíam da garagem subterrânea. Parei o sindico e perguntei:

            — Minha esposa estava com vocês?

            — Não, até pensei que ela se juntaria a nós, mas não apareceu. O senhor não a encontrou?

            — Não, quase fui alcançado pelo furacão e precisei me abrigar, não consegui chegar a tempo para buscá-la. — desculpei-me sem sequer saber por quê.

            O prédio escapou só com algumas janelas quebradas, então subi, mesmo sabendo que ela não estaria lá. Nossas janelas estavam intactas e sentei no sofá. Não tinha energia elétrica, mas o prédio tem gerador e logo a energia foi restabelecida. Eu fui um dos que foi contra a compra, mas agora está sendo útil.

            Esse furacão me deu um tapa na cara e acordei para ver que nem sempre tenho razão. Em algum lugar no passado, eu me perdi. Eu amava tanto a Mary e éramos tão unidos, onde foi que tudo mudou? Não sei e nem tenho cabeça para pensar nisso agora.

            Meu estômago roncou e lembrei da última refeição que ela fez para mim e se ela ainda se preocupar comigo, era sinal de que a minha traição não havia minado o amor dela por mim. Eu devia ter pensado nisso antes de atacá-la. Fui para a cozinha e abri a geladeira vendo o que podia fazer para comer eu lembrei que ela fez um sanduíche. 

            Fiz um sanduíche, comi e bebi um refrigerante em frente à televisão, que noticiava os estragos. Uma imagem apareceu e era terrível, o corpo de uma mulher todo quebrado caído sobre um galho de árvore. Estava irreconhecível, mas aquela roupa…aquela roupa era aqui Mary estava usando.

            — Ai. Meu. Deus. Ela está morta! — caiu a ficha: eu matei a minha mulher e o meu filho. 

            Sou um assassino.

            O noticiário continuava falando sobre o assunto e dizendo que o corpo não tinha sido reconhecido, ainda, mas a contabilizavam com o número de mortes causadas pelo furacão. Peguei o número de telefone que deram para contactar os bombeiros caso reconhecer sem o corpo e liguei. 

            — Boa noite, é só para informar que o corpo que acharam na árvore parece ser o da minha esposa, ela estava atrasando aquela roupa quando sumiu. 

            — Precisamos da sua identificação e que traga algo que contenha o DNA dela, uma escova com fios de cabelo ou a escova de dentes,

            Assim eu fiz e fui até o endereço que me deram, o instituto dos bombeiros, onde os corpos vitimados pelo furacão, estavam sendo periciados. Entreguei o que solicitaram e preenchi o formulário, teria que esperar até os resultados ficarem prontos.

            Voltei para casa, estava tão cansado que deitei e dormi imediatamente, nem lembrei de tomar um banho, só queria esquecer tudo o que aconteceu. Acordei de manhã, ouvindo o som, ao longe, das maquinas limpando as ruas.

            Tomei um banho, me arrumei e olhei as mensagens no celular.

            “ Confirmado. O corpo encontrado é senhora Mary Stuart. Pedimos que tome as providências para a liberação do corpo." 

            Suspirei, chegando à conclusão de que era o mínimo que eu podia fazer depois do que causei, mas também, aliviado por ter resolvido aquele problema. Tomei um café da manhã caprichado, com calma, pesquisando no celular uma boa funerária e já deixei agendado a cremação do corpo. 

            Sair de casa, sabendo que teria trabalho, mas tranquilo, como se fosse apenas mais um dia. Enviei uma mensagem para Sonja, tranquilizando-a e pedindo que fosse trabalhar só no dia seguinte. Não tinha problema algum em despejar as cinzas de Mary em qualquer lugar, sem fazer um funeral, já que ela não tinha parentes e nem amigos que ligassem.

            Quando nos conhecemos, estávamos no orfanato e soube que ela tinha perdido a família em um acidente, agora perdeu a vida em um outro acidente, só que natural. Ela era muito pequena quando foi para o orfanato e não se lembrava de ninguém de sua família.

            Consegui a liberação do corpo e comuniquei a funerária, que foi buscá-lo e levou para a cremação. Acompanhei tudo e comprei a urn pote onde foi colocada as cinzas. Não gastei com urnas enfeitadas ou elaboradas para durarem simplesmente peguei o pote, fui até a praia e joguei no mar. 

            — Adeus Mary, adeus bebê, espero que estejam em um lugar melhor. Perdoem-me por tudo e descansem em paz.

            Virei as costas e saí, joguei o pote numa lixeira e tranquilamente, voltei para casa.

            *

            Mary

            Não faço a mínima ideia do que está acontecendo, ou melhor, me envie sentada em uma cadeira, com uma senha na mão e esperando ser chamada para não sei o quê. Fui até a recepcionista e perguntei: 

             — Que lugar é este e o que estou fazendo aqui?

Nota: obrigada por iniciarem essa nova aventura comigo. Estou escrevendo, tenham paciência e não deixem de curtir.

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