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Como (Não) Se Casar com Seu Chefe

Prazo Final

​Catalina estava em seu hábil estado de piloto automático. Eram 7h30 da manhã, e a Adams Corp já fervilhava de pânico discreto. Aos 23 anos, e dois anos como secretária particular de Alexander Sterling, ela havia desenvolvido a capacidade de prever seus ataques de mau humor com a precisão de um sismógrafo. ​Ela estava no luxuoso escritório de Alex, rearrumando a pilha de relatórios anuais e garantindo que o café preto estivesse a exatos 60 graus Celsius, como ditava o manual secreto (e não escrito) de um CEO bilionário. —Catalina! —A voz de Alex, grave e impaciente, ecoou da sala de reuniões interna. —Onde está a nota sobre a fusão asiática? Perdi três minutos valiosos. — Ele apenas estava com mal humor novamente, porque ela havia dito duas vezes onde estavam os malditos documentos. Catalina respirou fundo. — Está no topo da pilha 'Prioridade Urgente', Sr. Sterling, na pasta vermelha. A página 17, inclusive está marcada com um post-it amarelo. Exatamente onde o senhor deixou há cinco minutos. — ​Alex, um homem alto, de terno perfeitamente cortado e olhos azuis frios como gelo, saiu da sala, parecendo um predador irritado. Ele era a imagem do sucesso, o típico CEO implacável que dominava o mundo dos negócios, mas era patético sem a ajuda dela. — Certo. Continue assim. E cancele a reunião das 10h com a equipe de marketing. Eles são incompetentes. Não, espere. Mude para 11h30 e diga que tenho apenas cinco minutos. — ​Catalina assentiu, digitando no tablet. Ela era indispensável. Ela era a razão pela qual o império Adams não desmoronava. E era exatamente por isso que ele aterrorizava o escritório—ele sabia que ela nunca o abandonaria. Ou pelo menos era o que ele pensava.

​Às 9h15, uma visita inesperada quebrou a rotina. O Sr. Arthur Sterling, o avô e fundador da Sterling Corp. Alex empalideceu, Catalina comemorou que agora era a vez dele sofrer.

​Catalina ouviu a porta do escritório de Alex se fechar com força. Dez minutos de gritos abafados depois, Alex saiu da sala, pálido, a gravata ligeiramente torta. Ele estava em choque, seu olhar gélido caiu sobre a morena. —Catalina. Feche as cortinas, tranque a porta e desligue todos os telefones, vamos conversar. —​Ela obedeceu. Alex andou de um lado para o outro no carpete persa. Ela jurou que provavelmente seria demitida ou trabalharia até as onze denovo. —Meu avô... ele me deu um ultimato. Trinta dias. Se eu não estiver casado, ele me tira do cargo, declara minha 'irresponsabilidade' e passa tudo para meu primo Patrick. Patrick, Catalina! O cara que confunde margem de lucro com maquiagem! — ​Alex parou, os olhos fixos nela, e um sorriso lento e assustador se formou. Ele estava tramando. Catalina sentiu um arrepio. — Certo, devo marcar um psicólogo? O senhor parece está com....— Ele a Interrompeu dando um tapa na mesa fazendo um barulho seco ecoar. — Tenha paciência! Você é a única pessoa em quem confio o suficiente para manter um segredo e que é eficiente o bastante para assinar um contrato. — ele disse, ignorando o lado romântico da coisa. Catalina franziu o cenho. —Um contrato, Sr. Adams? Do que o senhor está falando? —​Ele se inclinou sobre a mesa, os olhos frios perfurando os dela. — Estou falando de casamento, Catalina. Um casamento....Com você. — Ele pareceu analisar o corpo dela dentro das roupas largas e não tão chamativas. ​Catalina riu, nervosa. —Senhor, com todo o respeito, o senhor está enlouquecendo. Eu sou sua secretária, e sou...—​Alex a interrompeu, e foi aí que a frieza desapareceu, substituída por algo mais perigoso.

​—Você é uma imigrante mexicana, Catalina, e está no país com um visto de trabalho temporário que, segundo o que ouvi há duas semanas, expira em nove dias, e o seu processo de renovação foi rejeitado. Não foi? — ​O ar saiu dos pulmões de Catalina. Seus olhos se arregalaram em pânico. Essa era a verdade mais dolorosa de sua vida, o segredo que ela escondia por trás de sua fachada de eficiência. Seus pais, no México, dependiam dela. A deportação a destruiria. —Como o senhor...? —Sua voz era um sussurro trêmulo.

​Alex sorriu de novo, mas não era um sorriso vitorioso; era pura manipulação. — Eu sou um CEO, Catalina. Sei de tudo o que acontece na minha empresa e com meus funcionários. Case-se comigo, Catalina. Eu garanto sua cidadania, um salário que você nunca sonhou e a segurança de que jamais voltará para casa contra sua vontade. Recuse, e eu sou forçado a informar ao RH sobre a sua situação irregular. — Ele fez uma pausa dramática. — E Sterling Corp.. tem uma política rigorosa de conformidade legal. — Ela cerrou os punhos irritada, ela sabia quão traiçoeiro ele era, e tinha a noção básica para saber que estava encurralada. — Sete dias, Catalina. Você será a Sra. Sterling. —​Ela fechou os olhos. O contrato de casamento estava sobre a mesa, e parecia mais uma sentença. — Certo, mais saiba... Teremos regras. — Alex assistiu com a cabeça sem perguntar. Ele pegou o telefone com um brilho nos olhos, ele digitou sem preocupação. Catalina parecia estar lendo as linhas com cuidado e atenção a fim de não ser passada para trás. — Catalina, assine de uma vez. Você trabalha comigo a dois anos, depressa. Vamos ter que comprar roupas descentes, está parecendo minha avó vestida assim. — Ele reclamou voltando a olhá-la, a morena olhou para as roupas procurando por defeito. — Eu gosto de me vestir assim, afasta pessoas mal intencionadas. — Ela murmurou deixando sua assinatura no contrato sobre a mesa, ela a empurrou para ele, que deu um sorriso. — Certo, estamos juntos a um ano e meio, mais decidimos ser discretos por ser ambiente de trabalho. Isso você vai contar pra todo mundo, inclusive meu avô.

A Noiva Conveniente

​Cinco dias haviam se passado desde o ultimato e a chantagem no escritório de Alexander Sterling. Para Catalina, parecia que ela tinha sido sequestrada e jogada em uma dimensão paralela.

​No lugar de sua modesta quitinete no Queens, ela agora morava na imponente cobertura de Alex na Quinta Avenida. Sua antiga roupa de secretária — saias lápis e blusas brancas— tinha sido substituída por um guarda-roupa luxuoso e opressor, escolhido por um stylist pessoal em menos de duas horas. ​Ela não era mais a eficiente Catalina, a secretária. Ela era Catalina Santos, a noiva e futura Sra. Sterling.

​A Sterling Corp estava em polvorosa. A versão oficial, distribuída por Alex em um comunicado à imprensa glacial, era que ele e sua "dedicada secretária" mantinham um romance secreto e profundo que finalmente havia sido revelado. A data do casamento estava marcada: daqui a quinze dias, em uma discreta (e muito cara) cerimônia na casa de campo da família Sterling.

​Catalina estava na sala de estar do ático, tão grande que ela se sentia perdida. As paredes de vidro ofereciam uma vista espetacular de Manhattan, mas para ela, pareciam as barras de sua gaiola. Ela sentia falta do cheiro de café coado e do barulho da rua. Aqui, tudo era silêncio e mármore frio. ​Ela estava folheando uma revista de noivas, uma ironia cruel,quando Alex entrou. Ele não estava de terno, mas de calça de moletom cinza e uma camiseta preta, uma visão quase humana que ela raramente via. Isso a incomodava ainda mais. —O que foi? — Alex parou, notando a revista. Ultimamente Catalina apenas o encarava como se tivesse pronta para mata-lo na sala de estar. —Estou tentando entender como a noiva de um bilionário pode ter um casamento em 15 dias sem que o mundo desmorone. O senhor fez um trabalho impressionante, Sr. Sterling. — ela disse, com o tom profissional de secretária, um reflexo condicionado. —É o poder do dinheiro e da necessidade, Catalina. — ele respondeu secamente, pegando uma garrafa de água da geladeira high-tech. —E pare de me chamar de 'Sr. Sterling'. Você deve parecer apaixonada. De agora em diante, é Alex. Ou querido, particularmente eu prefiro querido. — Ele disse com um leve humor que difícilmente manifestava. Catalina revirou os olhos. —Eu não sei se consigo chamá-lo de querido sem vomitar.— ela murmurou baixinho, mas ele ouviu. ​Alex ignorou a provocação e colocou uma pasta de couro preta sobre a mesa de centro. —Este é o seu novo contrato. Eu gastei os últimos cinco dias garantindo que tudo estivesse perfeito e, mais importante, legalmente inquestionável. Eu obtive a aprovação emergencial de visto. Você está segura. Agora, vamos às suas obrigações. — ​Catalina sentiu o estômago embrulhar ao abrir a pasta. Não era apenas um contrato; era um roteiro de vida.

​Aparência Pública: Em público, beijos e toques são obrigatórios. Ela deve expressar "admiração e afeição genuína" por Alex. Vida pessoal Proibido contato com sua família no México. Ele não podia arriscar que o avô descobrisse o arranjo. Ela deve se mudar permanentemente para a cobertura e ser a anfitriã perfeita. ​A Cláusula de Rescisão, era já esperando qualquer tentativa de revelar a farsa resulta na revogação imediata da cidadania, deportação e processo por quebra de contrato.

​A Remuneração, uma quantia exorbitante seria depositada em uma conta segura no dia em que o divórcio for assinado após o avô ou falecer. — Você é cruel, colocar o divórcio, na morte do seu avô. — Ela murmurou baixo continuando a revisão dos papéis. —A última cláusula é a minha favorita. — Alex disse, com um sorriso de escárnio. —Se houver qualquer sinal de infidelidade sua, ou se você se apaixonar por mim, o contrato é automaticamente invalidado. Quero deixar claro que isso é um negócio, Catalina, não um conto de fadas. — ​Catalina sentiu uma pontada de raiva. Ele era inacreditavelmente cruel. Ela o olhou nos olhos, a dignidade intacta apesar do pânico. —Não se preocupe, querido.. —ela respondeu, usando o termo com um sarcasmo cortante. — Eu sou mexicana. Sei a diferença entre um predador e um príncipe. E garanto que o senhor está mais perto do primeiro. — ​Ela pegou uma caneta na bolsa caríssima que ele havia lhe dado. —Onde eu assino a minha alma? ​— Alex sorriu. Ele gostava da luta dela. —No rodapé. E seja rápida. Temos um jantar de 'noivado' em uma hora. — Ela balançou a cabeça negativamente, enquanto assinava. Um ensaio de casamento era péssimo, ela estaria entrando na toca dos lobos diretamente.

A Bela ea Farsa

Uma hora depois de assinar o contrato, Catalina se olhou no espelho do closet. Ela estava irreconhecível. O vestido longo era azul-marinho, de seda, caindo perfeitamente sobre suas curvas, principalmente realçou a cor quente que tinha naturalmente. O cabelo, normalmente preso em um coque apressado, estava em ondas elegantes que caiam até o meio das costas, e o maquiador profissional havia destacado seus olhos. Ela não parecia uma secretária mexicana à beira da deportação, parecia a realeza de Manhattan.

A porta do closet se abriu, e Alex entrou, já impecável em seu smoking. Ele a observou com uma expressão que ela não conseguiu decifrar — não era admiração, mas talvez surpresa pela eficiência da transformação. —Impressionante. — ele admitiu, sem emoção. Ele ajeitou as mangas. —Você faz jus à roupa. — Ele continua com a voz baixa, não havia humor nenhum. Era literalmente neutro. —É o que o dinheiro faz, querido. — ela rebateu, com um sorriso forçado. —Então, qual é o roteiro desta noite? Devo rir das suas piadas sem graça e fingir interesse por suas ações da bolsa? —Alex se aproximou, e o cheiro da sua colônia cara a envolveu. Ele pegou a mão dela e colocou um anel de diamante que parecia pesar uma tonelada. — Você deve ser calorosa, Catalina. Apaixonada, mas modesta. O meu Avô não confia em mulheres excessivamente ostentadoras. Lembre-se, somos o casal que escondeu seu amor no escritório por modéstia, não por indecência. —Ele olhou para ela, frio. —E se meu avô perguntar sobre como nos conhecemos, a versão é encontros noturnos tardios no escritório, disfarçados de horas extras. É como nós...— Ele disse com humor o final da frase soltando um sorriso sarcástico. —Entendi. Uma mentira que é 50% verdade. Brilhante. — ela murmurou. —E mais uma coisa, — ele sussurrou, a centímetros de seu ouvido, causando um arrepio. —Se meu avô suspeitar de algo, você volta para o México no dia seguinte. Não falhe, Catalina. — Ela logo o empurrou para trás suavemente disputando por seu espaço pessoal.

O salão de festas do Plaza Hotel estava repleto de rostos da elite de Nova York. A cada passo de Alex e Catalina, flashes e murmúrios se seguiam.

Catalina manteve o sorriso, agarrada ao braço de Alex, lembrando-se das regras. Era um exercício de atuação intenso. Quando Alex a puxou para um beijo rápido e ensaiado, seus lábios se tocaram, e por um segundo, ela sentiu uma faísca. Mas ela rapidamente atribuiu isso ao pânico. — Sempre, gentil...querido. ela sibilou enquanto se separavam, a respiração ligeiramente alterada. — Você parece que está assinando um memorando, não beijando sua noiva. — Ela ironizou baixo. Alex fechou a mão no braço dela, um aviso silencioso. —Continue falando, e eu dou um beijo de verdade para calar você. — Ela engoliu seco reprimido qualquer palavra que pudesse vir a tona. Uma voz austera cortou a multidão. —Alexander! É bom que você tenha vindo a público, afinal. E você deve ser a jovem... Catalina. — Arthur Sterling, o patriarca, era a versão mais velha e mais ameaçadora de Alex. Os mesmos olhos azuis, mas muito mais penetrantes, fixos em Catalina, avaliando-a como um ativo problemático. —Vovô Arthur. — Alex disse, sorrindo de forma forçada. —Esta é Catalina, minha noiva. Ela é tudo que alguém poderia desejar. — Catalina sentiu a alfinetada, mais ignorou ela estendeu a mão, tentando parecer calma. —É um prazer, finalmente ser apresentada formalmente como noiva do meu Alex. —

Arthur Sterling ignorou a mão dela e estreitou os olhos. — Secretária, não é? Sempre soube que Alex tinha um gosto duvidoso em mulheres, mas misturar negócios e prazer... é irresponsável. — Catalina piscou algumas vezes parecendo mais afundado que antes. — Vovô! — Alex protestou, mas Arthur o ignorou, concentrado em Catalina. — Diga-me, jovem. Se você é tão dedicada ao meu neto quanto diz ser, como consegue casar com ele em 15 dias? Um casamento de Sterling requer meses de planejamento. Exceto se... seja um casamento apressado. Por acaso, Alex a engravidou? — O rosto de Catalina ficou vermelho. O salão parecia ficar em silêncio. Era a hora de sua maior desempenho. Ela olhou para Arthur, e em vez de recuar, a raiva do tratamento injusto lhe deu coragem. — Com todo o respeito, Sr. Sterling, — ela disse, com a voz firme. — Seu neto me pediu em casamento há cinco dias porque, quando você encontra o amor, não espera por uma agenda de eventos sociais. E sobre a gravidez, não, senhor. Mas Alex e eu estamos ansiosos para começar nossa família assim que pudermos. — Ela se virou para Alex, colocou a mão no rosto dele (um toque totalmente não ensaiado) e sorriu para ele com uma intensidade que quase fez Alex vacilar. — Meu querido não precisa de desculpas para se casar comigo. Ele me ama. E eu... o amo. É por isso que é em 15 dias. — Alex ficou em silêncio, a mão de Catalina queimando em seu rosto. Arthur Sterling olhou para a cena, um pequeno sinal de dúvida substituindo sua suspeita. — Veremos, jovem. Veremos se esse 'amor' dura depois do sim. — Arthur finalizou, antes de se afastar para o bufê. Catalina se virou para Alex, trêmula. — Meu Deus! — ela sussurrou, exausta. Alex estava olhando para ela de uma maneira nova. Ele tirou a mão dela do seu rosto e sussurrou de volta, com a voz baixa e rouca: —Você conseguiu. Você é a atriz mais convincente que já conheci, Catalina. Agora, venha aqui Eu acho que o Avô continua olhando. — Ele não esperou que ela respondesse apenas a beijou, mais agora era mais intenso e profundo, ela deslizou a mão pela nuca dele o puxando mais para perto. Em segundos ele simplesmente afastou rápido dando um sorriso pequeno. Pelo menos tudo parecia está correndo bem. Alex a conduziu entre meio os familiares ali presente, não eram muitos.

A porta do elevador privativo se fechou atrás de Alex e Catalina, selando-os de volta ao silêncio opressor do ático. O alívio de Catalina por ter sobrevivido ao interrogatório de Arthur Sterling era palpável, mas logo foi substituído pela raiva. Ela jogou a bolsa de grife no sofá e começou a arrancar o anel de diamante do dedo. —Tira essa coisa de mim. — ela exigiu, estendendo a mão para Alex. —Eu não aguento mais fingir.— Alex estava se servindo de uísque no bar. —Calma. Você foi brilhante. Arthur está desconfiado, mas hesitante. Sua performance sobre o 'amor' e a 'família' foi exatamente o melodrama que ele queria. — Ele tomou um gole. Dando um sorriso pequeno tudo estava indo de acordo. Aliás, você não pode tirar o anel em público, nem quando estivermos aqui. O avô pode pedir fotos a qualquer momento. — Catalina cerrou os dentes. —Eu disse que você estava mais para predador do que para príncipe, mas eu não imaginei o quanto você gosta de me controlar. Você gostou, não foi? Gostou de me ver implorar por um favor legal e de me obrigar a beijar você na frente de todo mundo. — Alex se virou, com o copo na mão, e seus olhos azuis encontraram os dela. A frieza habitual estava misturada com uma irritação perigosa. —Eu odeio teatro, Catalina. Eu odeio encenar. Eu só gosto de ter o controle do que é meu. E no momento, sua situação legal é minha, e sua atuação é minha. — ele rebateu, a voz baixa. —Portanto, tire o dedo da tomada e comporte-se como a Sra. Sterling deveria. — Alexander era alguém irritante, ainda mais pelo fato de terem feito dela uma provável golpista. —Eu não sou sua propriedade, Alex. — Catalina sibilou. —Eu sou sua funcionária chantageada, e se você pensa que pode me mandar como um robô, você está muito enganado. Eu beijei você e sorri para o seu avô, mas eu não vou viver sob o seu polegar. Onde é o meu quarto? — A mexicana disse elevado a mão no zíper das costas com a intenção de já começa a abrir. — Seu quarto é o de hóspedes, do outro lado do corredor, até o casamento. — Alex respondeu, indicando a porta com um aceno frio. —Ótimo. Mas eu quero uma chave e um cadeado. E se o senhor bater na porta, eu vou fingir que não ouvi. Não sou sua secretária 24 horas por dia. — Alex depositou o copo de uísque na mesa com um som seco e avançou em direção a ela. Ele estava zangado, e essa raiva o tornava ainda mais imponente. —Você tem a memória curta, Catalina? Você mora na minha casa, usa minhas roupas e tem a sua liberdade garantida pelo meu sobrenome. Você está no meu tempo, sob as minhas regras. E não, você não coloca cadeados em uma porta que custa mais do que o seu país inteiro. — Ele nitidamente estava insultando seu país de origem, oque a fez bufar. Ele a encurralou contra uma pilastra de mármore. O cheiro de uísque e colônia pairava no ar. A distância entre eles era mínima, e a respiração de Catalina acelerou. —Você... você não pode me intimidar, Alex. — ela gaguejou, mas seus olhos revelavam a mentira.

Alex olhou para a boca dela, os lábios vermelhos e provocantes. Ele não gostava de perder o controle. Ele não gostava que ela o desafiasse. E, mais do que tudo, ele odiava o ar de desafio nos olhos dela. O Avô Sterling desconfiava do amor deles. E ele precisava ter certeza de que Catalina soubesse que ele estava no comando. —Seu avô não confia em nós. — ele sussurrou, a voz tensa. —Precisamos de mais prática no amor. E o beijo de hoje foi péssimo. Você tem que transmitir paixão, Catalina, não terror. — Ele colocou a mão na cintura dela, puxando-a para perto com uma força inesperada, anulando a pouca distância que restava. Antes que ela pudesse processar ou protestar, a boca dele encontrou a dela, não com a frieza ensaiada do jantar, mas com uma necessidade crua e autoritária. O beijo foi avassalador. Não havia o contrato, a deportação, nem o avô. Havia apenas a surpresa elétrica e a maneira como as mãos dele se apertaram na seda do vestido. Catalina tentou resistir, mas a eletricidade entre eles a traiu. Ela ergueu os braços, inicialmente para afastá-lo, mas acabaram enlaçando-se ao redor do pescoço dele, aprofundando o beijo. Ela provando o sabor da raiva, do uísque e de um desejo que ele não queria admitir. Ele deslizou a mão pela cintura dela e começou a descer, ela o empurrou rápido. Quando ele finalmente a soltou, ele estava com a respiração ofegante, e ela estava encostada na pilastra, totalmente desorientada. —Melhor. — ele disse, a voz quase normal, embora ligeiramente rouca. —Mas ainda precisamos de prática...— Ela revirou os olhos, balançando a cabeça negativamente. — Não, não precisamos praticar nada. — Ela respondeu rápido, seguindo pelo corredor longo. Ele tinha acabado de provar que estava disposto a usar a atração para manipulá-la. E a pior parte ela tinha correspondido ao beijo. Mas, voltaria aquilo somente quando fosse necessário e em público.

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