─ Flores do Instinto
CAPÍTULO 1
O despertador tocou. Noah se levantou rápido, lavou o rosto, escovou os dentes e vestiu uma roupa leve. Pegou a pequena cesta sobre a mesa e saiu correndo.
Passou pela sala num instante.
Helena Verdan
Noah! — chamou a mãe, mas ele já estava na porta.
Noah Verdan
— Sorri animado.
O vento da manhã bateu em seu rosto, e ele sorriu antes de desaparecer pelo caminho.
Helena Verdan
Ele já saiu? — perguntou Helena, ajeitando o robe.
Arthur Verdan
Você sabe que sim — respondeu Arthur, tomando café.
Helena Verdan
Espero que ele tenha cuidado.
Arthur Verdan
Ele sempre tem.
Helena Verdan
— Helena se sentou à mesa, curiosa com o tom pensativo do marido.
Você está estranho hoje. Está pensando em quê?
Arthur Verdan
— Arthur deixou a xícara de lado.
Ouvi dizer que a família D’Ambré está à procura de um noivo pro filho.
Helena Verdan
— Ela o olhou surpresa.
E por que está me dizendo isso?
Arthur Verdan
— Arthur sorriu de leve.
Porque quero apresentar o Noah pra eles.
Na torre D’Ambré, o som de passos firmes ecoava pelo corredor.
Magnus ajustou a gravata e entrou no escritório.
Vincent.
Magnus
— chamou o Vicent, com um leve sorriso.
Vincent.
Ouvi dizer que seus pais estão pensando em te arrumar um noivo. Ou talvez uma noiva.
Magnus D'Ambré
— Magnus o olhou por um segundo.
Não quero nenhum dos dois.
Vincent.
Eu imaginei
— respondeu o amigo, rindo.
Vincent.
Mas duvido que seus pais te perguntem isso.
Magnus D'Ambré
— Magnus virou-se de volta pro computador.
Então eles vão descobrir a resposta sozinhos.
CAPÍTULO 2
O dia passou rápido. Quando o sol começou a se esconder, Noah voltou pra casa com a cesta cheia de flores. Colocou-as na mesa, sorrindo.
Helena Verdan
Trouxe flores de novo
— comentou Helena, servindo o jantar.
Noah Verdan
Não consegui evitar
— ele respondeu, se sentando.
Noah Verdan
As do campo estavam lindas hoje.
Arthur observava o filho em silêncio. O olhar dele parecia pesado, como se escondesse algo.
Noah Verdan
Pai?
— Noah o chamou.
Aconteceu alguma coisa?
Arthur Verdan
— Arthur respirou fundo.
Recebi uma notícia hoje. A família D’Ambré está à procura de um noivo pro filho deles.
Noah Verdan
— Noah franziu a testa.
E o que isso tem a ver comigo?
Helena desviou o olhar, como se não quisesse participar da conversa. Arthur continuou, firme:
Arthur Verdan
Quero apresentar você pra eles.
Noah Verdan
— O silêncio caiu sobre a mesa. Noah piscou, sem entender direito.
Apresentar... eu?
Arthur Verdan
Sim
— respondeu o pai.
Eles são uma família poderosa, e seria uma boa oportunidade, quero propor um casamento entre você e o filho deles.
Noah Verdan
— Noah abaixou a cabeça, mexendo no prato.
Então é isso? Quer que eu me case com alguém que nem conheço?
Arthur Verdan
Não estou dizendo pra casar agora
— disse Arthur, tentando soar calmo.
Só quero que conheçam você, depois irei propor o casamento.
Helena Verdan
— Helena o observava quieta.
Arthur, ele ainda é jovem.
Arthur Verdan
Jovem, sim. Mas inteligente, educado e de boa linhagem. É o tipo de pessoa que qualquer família respeitaria.
Noah Verdan
— Noah soltou um suspiro.
Eu não quero ser respeitado por isso.
Arthur Verdan
— Arthur o encarou, mas antes que dissesse algo, Helena colocou a mão sobre a dele.
Vamos conversar melhor outro dia.
Noah Verdan
— Noah se levantou devagar.
Eu vou pro meu quarto. Boa noite.
Saiu em silêncio, deixando os pais sozinhos à mesa.
Helena Verdan
— Helena olhou pro marido, séria.
Você realmente vai seguir com essa ideia, não é?
Arthur Verdan
Já mandei uma carta
— respondeu Arthur, baixo.
Amanhã eles terão o nome do Noah em mãos.
Helena fechou os olhos por um instante.
Do lado de fora, o som do vento carregava o perfume das flores colhidas naquela manhã.
CAPÍTULO 3
A manhã estava silenciosa na mansão D’Ambré. O som dos talheres era o único ruído na mesa de café.
Lianne D’Ambré ergueu o olhar quando o mordomo entrou, segurando um envelope branco.
Mordomo
Uma carta para o senhor Magnus
— anunciou, entregando-a.
Magnus pegou o envelope sem demonstrar interesse. Rompeu o lacre, leu as primeiras linhas e franziu o cenho.
Magnus D'Ambré
É do senhor Verdan
— disse, seco.
Lianne D'Ambré
Verdan?
— perguntou Lianne, com curiosidade.
Aquele homem ainda mantém influência no campo?
Magnus D'Ambré
— Magnus apenas assentiu.
Ele escreveu dizendo que deseja marcar um encontro... entre as famílias.
Lianne D'Ambré
Lianne pousou a xícara com calma.
Encontro?
— um pequeno sorriso surgiu nos lábios dela.
Lianne D'Ambré
Imagino que não seja apenas social.
Magnus D'Ambré
Não é
— respondeu Magnus, dobrando a carta.
Ele quer me apresentar o filho.
Lianne D'Ambré
— Lianne se recostou na cadeira, satisfeita.
Então os rumores eram verdadeiros. Arthur Verdan tem um ômega jovem, educado, de boa linhagem. Parece que o destino resolveu colaborar.
Magnus D'Ambré
— Magnus a encarou com frieza.
Eu já disse que não quero isso.
Lianne D'Ambré
Não é uma questão de querer
— retrucou ela, serena.
É uma questão de futuro.
Magnus D'Ambré
— Magnus se levantou da mesa.
Meu futuro eu escolho.
Lianne D'Ambré
— Lianne suspirou, observando-o sair.
Ninguém foge do que nasceu pra ser, Magnus.
O som dos passos dele ecoou pelo corredor até sumir.
No escritório, Magnus deixou a carta sobre a mesa e ficou em silêncio por um instante. O nome Noah Verdan parecia ecoar em sua mente, mesmo sem nunca tê-lo ouvido antes.
Magnus D'Ambré
Que merda, eu não quero me casar com ninguém.
— Suspira irritado.
Lá fora, a manhã seguia calma.
E enquanto Magnus tentava ignorar o assunto, em outra casa, Noah ainda não sabia que seu nome já havia sido escrito --- e entregue --- ao homem que mudaria completamente seu destino.
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