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Crepúsculo: Herança de Sangue

CAPÍTULO 1: O SABOR DO PERIGO

A chuva caía sobre Forks como um véu de lágrimas finas e incessantes. Cada gota que escorria pela vidraça do meu quarto parecia carregar o peso do mundo, ou talvez apenas o meu próprio. Lilith Blackwood via o mundo através de um filtro de água e sombras, sempre à espera de algo que nunca chegava. Até hoje.

O cheiro veio primeiro.

Era um odor estranho, metálico e doce, que se infiltrou pela fresta da janela entreaberta. Não era o cheiro de terra molhada ou de pinheiro, aromas que eu conhecia tão bem. Era algo... vivo. E perigoso. Um chamariz.

Uma inquietação que não era minha agitou-se dentro do meu peito. Era a herança, o legado de sangue que eu carregava nas veias, despertando com um sussurro. Ignorei. Puxei o capuz do meu casaco cinza sobre os cabelos negros e enfiei os fones de ouvido, tentando afogar o mundo exterior em um mar de acordes distorcidos.

A caminhada pela floresta era uma fuga rotineira, mas hoje o ar estava diferente. Pesado. Carregado de uma eletricidade que fazia os pelos do meu braço se eriçarem. A música no meu ouvido não era páreo para o silêncio opressivo que pairava entre as árvores, um silêncio que gritava.

Foi quando o vi.

Mais adiante, na curva do rio, uma figura pálida e imóvel como uma estátua de mármore. Edward Cullen. Seus olhos âmbar, geralmente dourados e pensativos, estavam escuros como âmbar queimado, fixos em algo no chão. A postura dele era de uma tensão felina, a de um predador prestes a dar o bote.

E então eu vi o que ele olhava.

Uma carcça de veado, dilacerada, com a garganta aberta. O sangue, vermelho-vivo e ofensivo contra o musgo verde, escorria para o riacho, tingindo a água de rosa. Não era a morte que prendia a atenção de Edward. Era o sangue. A fome nele era palpável, um tremor quase imperceptível que percorria seu corpo perfeito. Ele era lindo, assustadoramente lindo, e naquele momento, completamente letal.

Meu coração disparou, um tambor frenético contra as costelas. Eu deveria ter medo. Eu tinha medo. Mas um fascínio mórbido, uma atração perversa pelo perigo que ele representava, enraizou-me no chão.

Ele se virou, tão rápido que foi apenas um borrão. Seus olhos escuros encontraram os meus, e pela primeira vez, eu vi algo neles além da cortesia fria e da curiosidade distante: uma luta interna raw, visceral. A fome contra o controle.

— Saia daqui, Lilith — a voz dele ecoou na minha mente, não nos meus ouvidos. Era um sussurro gelado, uma invasão íntima que me fez estremecer.

Antes que eu pudesse reagir, um calor explodiu à minha direita.

— Afasta dela, sangue-frio.

Jacob Black emergiu da linha das árvores como uma força da natureza. Ele não estava transformado, mas a fúria nele era quase física. Seu corpo, já imponente, parecia ter crescido, seus punhos estavam cerrados e seus olhos negros cintilavam com um ódio puro e protetor. Ele se colocou entre mim e Edward, um muro de calor e fúria contra a frieza e a morte.

O ar entre os dois homens pareceu rachar.

Edward recuperou a compostura, seu rosto tornando-se uma máscara lisa e impenetrável. Mas seus olhos ainda faiscavam.

— Ela não está segura aqui, Jacob — disse Edward, sua voz suave como seda, mas com gume de aço.

— A única coisa de que ela não está segura é de você — Jacob rosnou, o tom mais baixo e ameaçador do que qualquer grito. Seus ombros estavam tão tensos que eu podia ver os músculos tremendo sob a sua camisa.

Eu estava paralisada, o coração batendo tão forte que doía. O cheiro do sangue, a frieza mortal de Edward, o calor selvagem de Jacob. Era uma colisão de mundos, e eu era o epicentro. A herança no meu sangue cantava, um canto de guerra e de atração, confusa e perigosa.

— Por favor — a palavra saiu como um suspiro quebrado da minha boca. — Parem.

Edward olhou para mim, e por uma fração de segundo, vi não o vampiro controlado, mas o homem assustado com o que poderia fazer. Jacob olhou para mim, e vi não o lobisomem raivoso, mas o amigo aterrorizado de me perder.

E naquele silêncio carregado, com a chuva caindo sobre nós três, eu entendi. Esta não era apenas uma briga entre um vampiro e um lobisomem. Era o começo de uma guerra. E o prêmio, fosse por proteção, por posse ou por algo mais profundo, era eu.

E o pior de tudo? Uma parte de mim, a parte que herdara o sangue antigo, ansiava por isso.

CAPÍTULO 2: O CALOR E A GEADA

O silêncio que se seguiu ao meu suplicio era mais alto que qualquer gritaria. A chuva continuava a cair, um som suave e incongruente diante da tensão que cortava o ar como uma lâmina.

Edward foi o primeiro a se mover. Ele recuou um passo, um único e fluido movimento que o colocou fora da linha direta de Jacob. Seus olhos, ainda escuros, mas agora contidos, pousaram em mim.

— Você não devia estar aqui — sua voz ecoou dentro da minha mente, mas desta vez era mais suave, quase um lamento. — Esse sangue... é um chamariz para coisas piores do que eu.

Antes que eu pudesse processar o significado sombrio de suas palavras, Jacob deu um passo à frente, seu corpo bloqueando completamente a minha visão de Edward.

— Você ouviu ela, Cullen. Some — o rosnado de Jacob era baixo, visceral. O calor que emanava dele era quase como um forno, combatendo a friagem sobrenatural que Edward trazia consigo.

— Isso não é sobre você, Jacob — a voz de Edward, agora audível, era gelada e precisa. — Existem perigos que a sua alcateia nem sequer consegue imaginar. Perigos que o sangue dela atrai como um farol.

— E eu não vou deixar nenhum deles chegar perto dela — Jacob revirou, seus punhos se abrindo e fechando. Eu podia ver as veias pulsando em seus antebraços. A transformação estava lá, logo abaixo da superfície, uma fera ansiosa para entrar em guerra.

O meu próprio sangue parecia cantar em minhas veias, uma reação instintiva ao conflito entre as duas forças. Era assustador, mas também... eletrizante. Eu estava no olho do furacão, e parte de mim nunca se sentira tão viva.

— Por favor — repeti, minha voz mais firme agora. Coloquei a mão no braço de Jacob. Sua pele estava quente, quase queimando. Ele estremeceu com meu toque, e seu olhar furioso se suavizou por uma fração de segundo ao se voltar para mim. — Jake... está tudo bem.

— Não, não está, Lili — ele sussurrou, seu apelido para mim saindo em um sopro angustiado. — Você não vê o que ele é.

— Eu vejo — respondi, olhando por cima de seu ombro para Edward. — E vejo você também. Os dois precisam parar. Agora.

Edward me observou, sua cabeça levemente inclinada. Ele parecia estar ouvindo os sinfonios de mil pensamentos que eu nem mesmo sabia que tinha. Um lampejo de algo — curiosidade, talvez, ou surpresa — cruzou seus traços perfeitos.

"Você é diferente", sua voz sussurrou em minha mente.

O contato mental foi tão íntimo, tão invasivo, que me fez dar um passo para trás. Jacob sentiu minha reação e interpretou como medo.

— É isso, já chega — ele rosnou, avançando em direção a Edward.

— Jacob, não! — gritei, agarrando seu braço com mais força.

Foi o que bastou. Edward usou a distração. Com uma velocidade que era mais um pensamento do que um movimento, ele desapareceu. Não houve som de galhos quebrando ou folhas farfalhando. Um momento ele estava lá, e no seguinte, apenas a névoa e a chuva ocupavam o espaço onde ele estivera.

A floresta pareceu respirar aliviada.

A tensão no corpo de Jacob se esvaiu, deixando para trás um tremor de adrenalina reprimida. Ele finalmente se virou para mim, seus olhos escuros escaneando meu rosto em busca de ferimentos.

— Você está bem? Ele te tocou? Ele te assustou? — as perguntas saíram em um turbilhão, suas mãos grandes agarrando meus ombros com uma gentileza que contrastava com a fúria de momentos atrás.

— Estou bem, Jake. Estou bem — disse, e minha voz soou trêmula, traindo minha calma forçada. Suas mãos eram reconfortantes, ancorando-me na realidade. O calor delas era um antídoto para o frio sobrenatural que Edward deixara em seu rastro.

— Que diabos você estava fazendo aqui, Lili? — sua voz era áspera com preocupação. — Você não pode... você não sabe como é perigoso.

— Eu senti algo — admiti, olhando para a mancha escura no riacho onde o veado jazia. O cheiro de sangue ainda pairava no ar, mas agora era apenas morte, não tentação. — Um cheiro estranho. E então... uma sensação. Como se eu precisasse vir aqui.

O rosto de Jacob se tornou sério. — É a sua linhagem. A sua herança. Você está se tornando mais sensível. — Ele passou a mão pelo cabelo curto, frustrado. — Os Cullen podem fingir ser civilizados, mas no fundo, são todos iguais. E o seu sangue... para um vampiro, deve ser como o cheiro de um banquete.

Suas palavras ecoaram o que Edward havia dito. Um chamariz. Um farol.

— Ele disse que existem perigos piores — murmurei, lembrando da voz mental de Edward.

— E ele está certo — Jacob confirmou, seu olhar se tornando sombrio. — Mas os piores de todos não são os que andam sob a luz do sol, Lili. São os que se escondem nas trevas. E os Cullen, por mais que tentem, ainda fazem parte dessas trevas.

Ele colocou o braço em volta dos meus ombros, puxando-me contra o seu lado quente. — Vamos. Vou te levar para casa.

Caminhamos em silêncio pela floresta, o calor de Jacob afastando o frio que se instalara em meus ossos. Mas enquanto me aconchegava em seu abraço protetor, minha mente não parava de voltar para Edward. Para a luta em seus olhos, para o perigo elegante que ele personificava, para a solidão eterna que eu imaginava em seu rosto perfeito.

Eu estava entre o calor que me salvava e a geada que me fascinava. E uma voz sussurrava no fundo da minha alma, na parte que herdara o sangue antigo, que o verdadeiro perigo não era escolher um deles.

Era querer os dois.

CAPÍTULO 3: O ECO DA GUERRA

A casa dos Black era um refúgio de cheiros conhecidos: madeira encerada, ervas que a avó de Jacob colhia para chás e o aroma constante de algo cozinhando. Era um calor que ia além da lareira, um calor de lar. Algo que eu, uma órfã criada por uma tia distante, nunca realmente tivera.

Jacob me levou direto para a cozinha, onde Billy, seu pai, estava em sua cadeira de rodas perto do fogão.

— A floresta está agitada hoje — disse Billy, seu olhar sábio e pesado pousando sobre nós antes mesmo de Jacob abrir a boca. Ele não era um chefe da alcateia, mas sua percepção do mundo ao redor era aguçada como a de qualquer lobo.

Jacob soltou um som grave no fundo da garganta enquanto me puxava uma cadeira. — O Cullen estava lá. A filhote de vampiro.

A palavra "filhote" soou estranha e protetora saindo da boca dele.

Billy's expressão se fechou. Ele olhou para mim, e eu vi não a gentileza do pai do meu melhor amigo, mas a cautela de um ancião da tribo. — O que ele queria, Lilith?

— Eu... eu senti algo — expliquei, minhas mãos envoltas around a xícara de chá quente que Jacob colocou na minha frente. — Um cheiro de sangue. Fui investigar e o encontrei lá. Ele estava... olhando para o veado morto.

— Controlando a sede — Billy resmungou, assentindo com a cabeça como se isso confirmasse algo. — Os Cullen são disciplinados, é verdade. Mas a disciplina tem limites. E o seu sangue, criança... — Ele fez uma pausa, escolhendo as palavras com cuidado. — ...ele não é comum. Ele fala com o predador neles.

Uma frieza percorreu minha espinha. — O que quer dizer?

— Nossa história, a história dos Lobos de Quileute, é entrelaçada com os Frios (Cold Ones, vampiros). Mas a sua linhagem... — Billy olhou para Jacob, uma comunicação silenciosa passando entre eles. — A sua linhagem é mais antiga. Dizem que seus ancestrais não eram apenas caçadores de vampiros. Eram rivais. Um tipo diferente de poder. Um poder que os Frios sempre cobiçaram.

O queixo de Jacob estava tenso. — Ele a chamou de 'farol'. Disse que atrai coisas piores.

— E atrai — a voz de Billy era grave. — Não apenas os Cullen. Os outros... os verdadeiramente antigos e sombrios... eles também sentirão o seu despertar.

De repente, a cabana aconchegante parecia pequena e frágil. As paredes de madeira não eram páreo para os perigos que Billy descrevia. Eu não era apenas uma garota com um triângulo amoroso complicado. Eu era uma peça em um tabuleiro de xadrez ancestral, e as peças estavam se movendo.

— O que eu faço? — sussurrei, minha voz quase sumindo no estalar da lenha na lareira.

— Você fica perto da alcateia — a resposta de Jacob foi imediata e firme. Sua mão cobriu a minha sobre a mesa, e o calor era um bálsamo. — Nós a protegemos. Sempre protegemos os nossos.

O olhar dele era intenso, promissor. Era o Jacob que eu conhecia desde sempre, o menino que consertava carros velhos com o pai e que sempre me defendia dos valentões da escola. Mas agora havia uma fera pairando sob sua pele, uma fera que jurou me proteger de monstros.

E então, como um raio cortando a escuridão, uma voz suave e clara ecoou na minha mente.

"Eles vão te transformar em uma prisioneira, Lilith. Cercada por paredes de pelo e dentes. É isso que você quer?"

Eu estremeci, puxando minha mão da de Jacob. A invasão foi tão repentina e íntima que parecia uma violação.

— Lili? — Jacob franziu a testa, preocupado.

— É nada — menti, me levantando da cadeira. — Só... cansaço. Acho que preciso ir para casa.

O olhar de Billy era perspicaz, como se ele pudesse sentir o eco da voz na minha cabeça. — A estrada está segura. Jacob vai com você.

A caminhada de volta para a casa da minha tia foi silenciosa. Jacob caminhava ao meu lado, sua presença uma fortaleza viva, mas minha mente estava a quilômetros de distância.

A voz de Edward não era ameaçadora. Era... lógica. Sedutoramente lógica. Ele não oferecia as garras e os dentes da proteção de Jacob. Ele oferecia uma perspectiva. Uma pergunta.

Quando chegamos à minha porta, Jacob parou, seu rosto iluminado pela luz fraca da varanda.

— Você está seguro comigo, Lili. Você sabe disso, né? — sua voz era suave, vulnerável de uma forma que raramente ouvia.

— Eu sei, Jake — respondi, e significava cada palavra.

Ele sorriu, um sorriso que não alcançou completamente seus olhos, e se inclinou, pressionando os lábios contra minha testa em um beijo rápido e quente. Foi um gesto de afeto, de posse, de promessa. Um gesto que deveria ter me enchido de calor.

Mas quando ele se afastou e desapareceu na escuridão, a única coisa que consegui sentir foi o frio fantasma de uma pergunta pairando no ar.

E, como um eco, uma única palavra sussurrou na periferia da minha consciência, tão suave quanto o bater de asas de um morcego:

"Escolha."

CAPÍTULO 3: O CHAMADO DAS SOMBRAS

A tranquilidade da casa dos Blackwood era uma mentira confortável. Dois dias se passaram desde o confronto na floresta, e o mundo exterior não parecia se importar. O sol brilhava fraco por entre as nuvens, os pássaros cantavam. Mas a paz era uma fina película sobre uma corrente subterrânea de inquietação.

Para mim, o mundo tinha ganho uma nova camada de percepção. Agora, conseguia sentir a umidade no ar não apenas na pele, mas como uma vibração sutil. O cheiro da terra após a chuva era mais rico, quase capaz de distinguir cada raiz e minúsculo inseto em decomposição. Minha herança estava, de fato, despertando, e era ao mesmo tempo assustador e fascinante.

Jacob estava sempre por perto, um guardaão silencioso e caloroso. Seu toque era constante – um aperto de mão rápido, uma mão nas minhas costas para me guiar, um abraço rápido ao chegar e partir. Cada contato era uma afirmação, uma demarcação de território. "Ela está sob minha proteção", diziam esses toques. "Ela é minha." E parte de mim, a parte humana e assustada, agradecia por isso.

Mas a outra parte, a parte do sangue antigo, sentia falta do frio.

Foi na tarde do terceiro dia que o anúncio chegou. Não por carta, nem por telefone. Foi Billy, o pai de Jacob, quem o trouxe, sua face um mapa de preocupações profundas.

Ele entrou na nossa sala de estar com a pesada dignidade de sempre, mas seus olhos escuros, tão parecidos com os de Jacob, evitavam os meus.

— Jacob — Billy disse, sua voz grave ecoando na sala silenciosa. — Sam convocou a alcateia. Uma reunião urgente. É sobre os Caçadores Frios.

O ar pareceu sair da sala. Jacob, que estava descascando uma maçã para mim na cozinha, parou subitamente. A faca ficou imóvel em sua mão. Eu vi seus ombros se tensionarem, a linha de sua mandíbula ficar rígida.

— O que aconteceu? — a voz de Jacob saiu rouca.

— Eles deixaram uma mensagem — Billy respondeu, seu olhar finalmente encontrando o meu. Era um olhar de pena e de um profundo pesar. — Encontraram um lobo da alcateia de Sam. Não... não estava inteiro. E ao lado do corpo, eles deixaram um símbolo pintado com seu próprio sangue.

Billy estendeu um pedaço de papel onde ele havia esboçado o que vira. Era um símbolo geométrico e complexo, uma estrela de linhas agressivas envolta por um círculo serrilhado. Parecia antigo e profundamente ameaçador.

— O que é isso? — perguntei, minhas mãos tremendo levemente.

— A Marca dos Caçadores Frios — Jacob respondeu, deixando a faca e a maçã de lado. Seus olhos estavam faiscando com uma fúria contida que eu nunca tinha visto antes. — Um clã de vampiros. Dos antigos. Dos que não brincam de ser humanos. Eles... colecionam poderes. Caçam criaturas como nós por esporte. E por vingança.

— Vingança? — minha voz foi um fio de som.

Billy olhou para mim, e sua expressão era a resposta. — A última vez que eles apareceram na região foi há mais de um século. Foi quando sua bisavó, Eleanor, desapareceu. A que tinha o mesmo sangue que você, Lilith.

O chão pareceu ceder sob meus pés. A história de família, sempre tratada como uma lenda trágica, de repente se tornou horrivelmente real. Minha herança não era apenas uma curiosidade; era uma sentença de morte passada de geração em geração.

— Eles não estão atrás da alcateia — Jacob disse, sua voz um rosnado baixo. Ele se virou e seus olhos, cheios de um terror feroz, encontraram os meus. — Eles estão atrás de você, Lili. O anúncio deles... a morte do lobo... foi uma declaração de guerra. E um recado.

— Um recado para quem? — sussurrei, já sabendo a resposta.

— Para os Cullen — Billy finalizou, sua voz grave. — Para mostrar que eles falharam em proteger a linhagem da última vez. E que estão voltando para terminar o trabalho.

O silêncio que se instalou foi diferente de todos os outros. Era pesado, carregado de história sangrenta e da promessa de mais violência. A alcateia se reuniria. Haveria guerra. E eu, o prêmio, o farol, a causa de tudo isso, estava no centro.

Enquanto Jacob se preparava para sair, seu rosto uma máscara de determinação assassina, eu senti uma pontada de culpa tão aguda que quase me dobrou. E, no fundo do meu ser, uma pergunta insistente e perigosa surgiu: em uma guerra entre lobos e vampiros sombrios, de que lado estariam os Cullen? E, mais importante, de que lado eu queria estar?

O anúncio havia sido feito. As linhas de batalha estavam sendo traçadas. E o cheiro doce e metálico do sangue, que agora eu entendia tão bem, parecia impregnar o ar mais uma vez.

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