O Soar do Coração
Introdução ao mundo dos dragões
Autor
Olá queridos leitores, já estão preparados para mergulhar em um novo mundo?
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Já estava com essa ideia à um bom tempo, mas finalmente decidi tirar da caixa e desenvolver. Espero que gostem da estória. Boa leitura ;)
Em um mundo forjado pelo fogo, criaturas gigantes surgiram de explosões vulcânicas e montanhas de pedra que se erguiam até as nuvens. Os humanos que costumavam encher a Terra foram quase extintos pelas criaturas assombrosas que começaram a se rebelar.
Em pouco tempo, dragões gigantes tomaram ciência da magia, e ansiando por tomar o controle do mundo, se juntaram e se tornaram como os humanos. Os homens logo se tornaram minoria, sendo levados como escravos e tratados como a sujeira, servindo à raça dominante.
Logo, rixas entre os próprios dragões surgiram, e o mundo se dividiu em quatro importantes reinos, que concordaram em colaborar entre si. O Reino de Wiligan, o Reino de Leizia, o Reino de Nyanbi, e por último, o Reino de Waublor, o mais distante.
! OS QUATRO REINOS !
1° Reino Wiligan – Exímios na arte da guerra, um reino temido, principalmente por seu povo bárbaro e governantes conhecidos por sua frieza e impiedade. Apesar disso, é um reino próspero.
2° Reino Nyanbi – Tem os melhores feiticeiros, são exímios em magia de todas as formas e mestres em medicina. Também são grandes guerreiros, mas entraram em desgraça após a última guerra.
3° Reino Leizia – Reino parente de Wiligan, todas as grandes rainhas de Wiligan descenderam deste reino, o que fez com que Leizia criasse forte vínculo com Wiligan ao decorrer da história.
4° Reino Waublor – O reino mais pacífico e distante, o menor em território dentre todos. A família real de Waublor costuma ser reclusa e reservada, procurando se envolver apenas em relações comerciais com os outros reinos; se mantendo afastada de rixas e guerras durante toda a história. É um reino espirituoso e rico em cultura, mesmo com sua menor população.
Autor
E então, após anos de paz, um inesperado problema surgiu na Terra. O reino de Wiligan estava à beira de um colapso espiritual: todas as espécies draconianas perdiam vitalidade, o povo adoecia e já não podiam gerar descendentes. A crueldade que perdurava gerações naquele reino estava finalmente sendo retribuída. Rumores então surgiram dizendo que o coração do mundo, a “Fonte Primordial”, pulsava sob o solo de Nyanbi, a terra da magia...
Comandante de Wiligan
Majestade, se os rumores forem verdadeiros, temos a oportunidade de reverter a calamidade que assola nossa terra. Dizem que Nyanbi é regado por boa magia, e isso é a única solução para nos salvar.
Ravoran Winan
Cale-se, estou pensando! — Ravoran suspira fundo sentado em seu trono.
Ravoran Winan
Não temos escolha, nosso reino está ruindo...Nyanbi nunca aceitaria ser explorada por boa vontade.
Comandante de Wiligan
Senhor, o que faremos?
Ravoran Winan
Siga minha ordem. — O rei finalmente se ajeita em seu trono, seu olhar firme e cortante transmite sua decisão antes mesmo das palavras. — Quero que mande um mensageiro até Nyanbi, e prepare o exército. Se eles se negarem a ceder, iremos força-los.
... A decisão agora estava tomada, sentenciando vidas ao fim e um reino à ruína.
O Fogo da Guerra
...Ao receber o mensageiro em seu reino, o Rei Luer já sabia que a guerra estava à espreita. O Rei de Wiligan era autoritário, um bárbaro sem dúvidas, e agora, motivado pelo desespero e orgulho, atacaria com toda força.
Comandante de Nyanbi
Majestade... o que faremos?
Luer estava aflito, aflito por estar em um dilema difícil. Se cedesse suas terras e seu povo para exploração, todos sofreriam. Mas uma guerra...uma guerra traria também sofrimento. Quando se tratava de Wiligan, todo cuidado era pouco. Wiligan desprezava aquilo que chamavam de humanidade. Entregar seu povo à um reino tão bárbaro era como entregar seu filho à bestas.
Luer Niazlor
Guerrearemos com honra. — Luer respira fundo e logo assume a postura de um verdadeiro rei. — Quero que todos aqui presentes entendam que não posso entregar nosso reino nas mãos de Wiligan. Precisamos defender nosso território, e quem sabe quando vencermos possamos encontrar outra forma de ajudá-los. Uma forma que não seja invasiva aos nossos.
Os guardas e soldados na grande sala do trono logo entram em posição e curvam suas cabeças em respeito.
"MAJESTADE, SEGUIREMOS SUAS ORDENS"
Comandante de Nyanbi
Majestade, seguiremos suas ordens. — Ele curva sua cabeça.
Luer Niazlor
A essa altura Ravoran já preparou seu exército. Assim que eu enviar o mensageiro sem resposta, a guerra irá começar. — Luer olha para a grande janela na sala do trono, mas logo seu olhar retorna para o comandante. — Separe nossos melhores homens para a estratégia, precisamos estar preparados.
Após o retorno do mensageiro à seu reino, não houve pausa, a guerra estorou, e como todas, foi sombria e sangrenta. Ravoran havia declarado Luer como seu inimigo mortal por não ceder ajuda ao seu povo, e Luer apenas lutava pela honra de seu próprio povo, não cedendo os condenas à uma realidade exploratória.
A guerra foi brutal, Ravoran almejava a vitória a qualquer custo, não importava o quanto a terra perecia.
Após dias de batalhas, ambos os reis se encontraram pela primeira vez...
Ravoran Winan
Hahahahaha, Luer! Está feliz nesse mar de sangue? Não me parece feliz. — Ravoran segurava fortemente a rédea da criatura, a mantendo no lugar enquanto seus olhos estavam fixos no outro rei que não esboçava expressão.
Luer Niazlor
As coisas não precisavam ser assim. — O tom de Luer era controlado, embora o tilintar de espadas e os gritos dos soldados preenchessem o local. — Vamos acabar logo com isso.
Ravoran Winan
Agora é isso que diz? — Ele gargalhou brevemente, antes de uma expressão de ódio dominar sua face. — Ora, não me faça rir, Luer! É isso que diz, enquanto meu povo está sendo assolado por uma praga sem nome?! Hoje levarei sua cabeça como acalento para meu reino! — Ele ergue sua espada, a apontando na direção de Luer.
Luer Niazlor
A assolação sofrida em seu reino não é culpa do meu povo, e sim da crueldade, a bárbarie, do seu! A terra já não aguenta mais o sangue dos inocentes! — Luer é firme em suas palavras, apontando também sua espada. — Meu povo e minha terra não serão usados como sacrifício nessa história!
Ravoran Winan
Hahahaha, tão certinho, não é? Como ousa? — O rei cospe no chão, seu rosto tomado por ódio mortal. — Espero que tenha aproveitado bem sua vida, porque ela acaba aqui.
A batalha então estava finalizada. O confronto dos dois dragões havia sido encerrado. Ravoran Winan estava morto.
Os gritos do mensageiro enchiam os corredores brilhantes do palácio.
"O REI ESTÁ MORTO! O REI ESTÁ MORTO!"
Os ministros cochichavam entre si, muitos soldados espalhados nos pontos de batalha ainda não sabiam. A guerra ia parar? Wiligan iria perecer em calamidade?
De repente um alto barulho irrompeu na sala do trono. O filho mais velho e favorito do rei entrava, suas vestes pretas bordadas cuidadosamente em fios de ouro dançavam enquanto Ronan caminhava, a coroa dourada reluzia em sua cabeça. A rainha agora viúva o acompanhava. Assim que chegou ao trono, direcionou seu olhar firme à todos presentes.
Nada mais precisava ser dito, agora Wiligan tinha um novo rei.
Todos se curvaram diante da nova majestade.
"VIDA LONGA, MAJESTADE! VIDA LONGA, MAJESTADE!"
Ronan Winan
Ouçam com atenção! — Ronan se senta no trono, seu olhar frio e impiedoso corta o salão até as portas. Todos ficam em silêncio, curvados perante o novo rei. — Trarei glória à este reino!
Autor
Ronan Winan era de fato um bom estratégista. Comandando o exército com punho de ferro, logo conseguiram acabar com o exército de Nyanbi em vários pontos de guerra, reinvindicando cada vez mais território.
Comandante de Nyanbi
Majestade...?
Luer estava aflito, olhando fixamente para o mapa sobre a mesa. Muitos pontos haviam sido dominados, muitos haviam morrido, Nyanbi estava sendo dominada. Nunca havia visto o filho de Ravoran, mas ouvira falar de seus inúmeros talentos e reputação impecável. Naquele momento, o rei não poderia estar mais triste.
Luer Niazlor
Comandante...— Luer o olhou, não tentando esconder seu semblante cansado e frustrado. — Perdemos. Nyanbi se perdeu.
Comandante de Nyanbi
Majestade...não diga isso, ainda temos algumas tropas...ainda...— Ele iria continuar, mas foi interrompido.
Luer Niazlor
Voltaremos para o palácio o mais rápido possível. — O rei engoliu em seco e logo se virou saindo da grande tenda. — Prepare os cavalos e alguns soldados para o nosso retorno.
Os dias se passaram, e logo Nyanbi estava quase rendida, todos os pontos haviam sido dominados. O exército bárbaro de Wiligan marchava até a capital.
O manto sangrento de Luer balançava com seus passos apressados pelo corredor do grande palácio. Ao chegar à ala que conhecia tão bem, sabia onde à encontrar. Ao abrir as portas, pôde ver sua rainha iluminada lendo um livro enquanto tomava chá.
Algo que admirava em sua amada, era que mesmo nos dias mais conturbados, ela era fonte de paz.
Ao ouvir as portas se abrirem, Átami o olhou. Sem demora, a rainha se levantou com pressa e foi até o marido.
Não foram necessárias palavras, os dois apenas se abraçaram ali, deixando de lado todo decoro dos títulos, naquele momento eram apenas uma família.
Luer Niazlor
Precisa tirar A-Li daqui...o exército de Wiligan está marchando, em alguns dias chegarão. Minha rainha, eu falhei em proteger nosso povo...preciso que nosso herdeiro esteja seguro...
Átami Niazlor
Meu rei...não diga mais nada...— Seus dedos alcançam os lábios do marido, o calando de forma suave.— Nosso filho viverá. — Seu tom era suave, mas seus olhos marejados denunciavam sua dor.
Sombras e Estrelas
O lindo palácio brilhava com a luz da Lua. O silêncio era cortado pelo som suave dos ventos que percorriam a estrutura, balançando os tecidos.
Para os moradores da grande capital e do palácio, que dormiam, era apenas mais uma noite comum. Não tinham noção do caos que estava sendo trazido com um reino amaldiçoado. Aguardavam boas notícias, a volta de seus familiares que partiram na guerra. Mas à apenas alguns dias de distância, o exército de Ronan Winan marchava vitorioso.
Luer Niazlor
Minha rainha, deixarei com você a tarefa de garantir a ordem no palácio. O exército de Wiligan marcha à apenas alguns dias de distância. Preciso que me prometa que também garantirá a segurança de A-Li. — Suas mãos estavam no rosto de sua amada, enxugando algumas lágrimas que escorriam.
Átami Niazlor
Não se preocupe, cuidarei do harém e dos servos. — A voz da rainha era firme e determinada. — Quanto à A-Li, ele estará seguro.
Seus narizes se tocaram em uma despedida silenciosa, e logo Luer partiu. O rei precisava se preparar para a chegada do caos à capital.
Átami observou o marido ir. As lágrimas ainda caíam, mas sabia que não se podia ir contra o destino escrito nas estrelas.
A rainha preparou à si mesma, e logo saiu de seus aposentos em direção ao harém. Tudo estava silencioso, mas alguns guardas ainda guardavam o palácio em prontidão. Ao chegar à ala do quarto do pequeno príncipe, dispensou duas servas que cuidavam do pequeno em seu sono.
As servas fizeram uma breve reverência e logo saíram.
Com mais alguns passos, pôde ter a visão do príncipe que dormia tranquilo depois de um dia cheio de estudos. Átami sorriu.
A rainha, graciosamente, se sentou ao lado, tirando alguns fios rebeldes do rosto de seu filho, observando a expressão calma.
A-Li Niazlor
Mamãe...? — A-Li balbuciou ainda abrindo os olhos, sonolento.
A rainha riu baixo. A-Li tinha um sono tão leve, que constantemente preocupava a mãe e as servas quando mais novo.
Átami Niazlor
Como pode ter um sono tão leve? Nem mesmo permite que sua mãe o veja dormir. — Átami disse em tom repreenssivo sussurrado, mas logo voltou a sorrir.
O pequeno príncipe herdeiro soltou uma risada baixa, embora ainda sonolento.
A-Li Niazlor
Mamãe, se quiser, posso fingir.
A rainha balançou a cabeça levemente em negação, ainda sorrindo suave.
Átami logo se levantou, ajudando seu filho a se sentar na cama. Segurou suas duas mãozinhas e olhou para o príncipe fixamente.
Átami Niazlor
Está na hora de te mostrar algo...— A rainha respirou fundo.
Átami Niazlor
Venha comigo, príncipe herdeiro.
O pequeno, apesar de confuso, se levantou e seguiu sua mãe, enquanto segurava sua mão. Os dois então saíram da ala do harém, seguindo pelos grandes corredores do palácio.
A rainha olhava fixamente para frente enquanto caminhava calmamente ao lado de seu filho, mas não deixou de notar, ao desviar o olhar rapidamente, as bochechas rosadas do pequeno príncipe pelo calor dos aposentos, ao contrário do vento que soprava frio enquanto caminhavam.
Átami Niazlor
Está com frio?
A-Li rapidamente olha para a mãe e sorri, negando com a cabeça.
A rainha retribui o sorriso e logo volta seu olhar à frente, continuando a andar.
Átami guia o príncipe herdeiro por algumas escadas de uma ala vazia do palácio, e logo os dois chegam à grandes portas, que se abrem apenas com um gesto da rainha.
O pequeno A-Li arregala os olhos levemente, mas se mantém em silêncio, acompanhando a mãe para dentro.
O príncipe estava impressionado com o lugar, seus olhos brilhavam ao olhar o céu aberto cheio de estrelas. Logo olhou para sua mãe.
Rapidamente A-Li acenou com a cabeça, ainda impressionado. Estava curioso para saber o porque de sua mãe o levar até um lugar tão bonito. Lugar do qual o príncipe não tinha noção da existência.
A rainha então guiou seu filho até o centro do salão. Havia uma grande mesa que parecia um espelho refletindo as estrelas acima.
A-Li continuava olhando maravilhado.
Átami Niazlor
A-Li, você sabe que nosso reino sempre foi rico em magia, não sabe?
A-Li Niazlor
Sim...— Ele olhou confuso para a mãe.— Isso é magia? Meu mestre disse que não posso estudar sobre isso ainda, mamãe.
A rainha então se abaixou, segurando as mãos do filho e olhando em seus olhos.
Átami Niazlor
A-Li, você é um bom garoto. E se tornará um grande governante.
A-Li Niazlor
Sim, mamãe. Quero me tornar igual o papai, quero ser forte como ele. — O pequeno disse empolgado. — Quando o papai voltar da guerra, posso aprender mais ainda com ele! E então eu também vou poder proteger nosso reino.
A rainha sorriu e ergueu uma das mãos para acariciar a cabeça do príncipe.
Átami Niazlor
A-Li...— Ela exitou, desviando o olhar, se perguntando como contaria tanta coisa para o pequeno.
Átami Niazlor
Daqui em diante, nós não poderemos mais estar juntos...— Ela voltou a olhar o príncipe, não conseguindo evitar que seus olhos marejassem.
A expressão do príncipe logo mudou. Agora olhava a mãe com preocupação, nunca havia visto sua mãe daquele jeito.
Átami Niazlor
Querido... o que estou tentando dizer é que... você vai precisar ser muito forte...— A voz de Átami tremulava enquanto tentava segurar as lágrimas.— Ser forte assim como o papai. Ser forte como um verdadeiro governante e guerreiro.
A-Li Niazlor
M-mas, mamãe...— O príncipe estava confuso, e algumas lágrimas já escorriam de seu rosto. Estava assustado também, sentindo o peso das palavras da mãe, mesmo que não compreendesse.
Átami rapidamente se levantou, não deixando de segurar uma das mãos do filho enquanto enxugava suas próprias lágrimas.
Átami Niazlor
Escute, A-Li. Quando você nasceu, o universo lhe concedeu muito poder. Você é tão capaz quanto todos desse reino. — A rainha disse firme, olhando para a mesa que espelhava as estrelas. — Seu destino foi escrito nas estrelas.
O príncipe também enxugou suas lágrimas rapidamente, olhando para a mãe com atenção.
Átami Niazlor
Você não é um simples dragão, meu amor. Você é destinado à uma grande missão, destinado à coisas maiores do que qualquer um pode imaginar. Coisas que só vai descobrir quando estiver mais velho, quando se tornar um homem. Você veio como uma mudança inevitável para o curso do mundo. Uma benção dos céus.
A rainha se virou para seu filho novamente.
Átami Niazlor
Eu e seu pai, e todos os ancestrais, estaremos acompanhando das estrelas...— Ela sorriu entre as lágrimas rebeldes que escorriam. — Nunca ceda à tristeza, meu querido. Você pode me prometer?
A-Li, embora assustado, concordou com a cabeça.
A-Li Niazlor
Sim, mamãe...
Átami sorriu e soltou a mão do pequeno, desprendendo um pingente de jade que ficava pendurado em seu vestido, o estendendo para o príncipe.
Átami Niazlor
Você partirá em uma viagem longa, conhecerá novas pessoas, provará uma nova culinária. Quando sentir falta de casa, segure esse pingente e olhe para as estrelas...
A-Li Niazlor
O-onde...? — A-Li olhou para o pingente em sua mão, mas logo olhou para a mãe novamente.
Átami Niazlor
Para minha amada terra natal.
Átami se afastou levemente, olhando para um canto escuro da sala. O príncipe também olhou, curioso.
Átami Niazlor
Rika, você pode aparecer. — Ela sorriu, enquanto observava as sombras se movimentando, logo dando forma à sua velha amiga.
A-Li pulou para trás quando viu a mulher desconhecida, abrindo a boca em choque. Átami riu levemente ao ver a reação do pequeno príncipe.
Rika caminhou até os dois, e se ajoelhou em reverência.
Com pressa, a rainha ajudou a amiga a se levantar.
Átami Niazlor
Sem reverências, por favor.
A-Li Niazlor
Você é uma feiticeira??
Rika sorriu e acenou com a cabeça para o príncipe.
Havia recebido uma mensagem por magia, de Átami, não muito tempo antes dali. Havia retornado de uma grande expedição para aprofundar seu conhecimento, sabendo dos perigos à espreita através dos rumores que circulavam.
Rika Iasmíchin serviu à sua senhora, Átami, durante toda sua vida. Quando Átami se mudou para o reino de Nyanbi para tomar sua posição como nova rainha, Rika à seguiu, mas foi nomeada dessa vez como guerreira particular da coroa. Desde então viveu entre as sombras, se aprofundando mais na feitiçaria e se aperfeiçoando na arte da guerra.
Rika Iasmíchin
Você cresceu, alteza.
Rika Iasmíchin
É um prazer te ver forte e saudável.
A-Li Niazlor
Você já me viu antes? — O príncipe parecia chocado.
Rika riu e concordou com a cabeça mais uma vez.
Rika Iasmíchin
Sou Rika Iasmíchin, guerreira particular da coroa, e costumava ser a dama de sua mãe.
Rika Iasmíchin
Sou eu quem irá te acompanhar daqui em diante. Espero que possa gostar de mim, pequena alteza. — Rika estendeu os braços fazendo uma reverência.
A-Li apenas piscou algumas vezes e olhou para sua mãe, em busca de confirmação. Átami acenou para o filho com a cabeça, o suficiente para o encorajar.
Átami Niazlor
Vocês partirão em algumas horas. O palácio logo não será mais seguro.
Rika Iasmíchin
Na vinda para cá, observei o exército marchando. Pelo visto chegarão daqui dois dias.
Átami Niazlor
Rika, cuide do meu filho...— A expressão da rainha agora era de tristeza, confiando na amiga.
Rika Iasmíchin
Minha amiga, eu cuidarei bem da pequena alteza. — Rika sorri triste, colocando uma das mãos no ombro da rainha, que acena agradecida.
O pequeno A-Li observava a situação. Apesar de sua pouca idade, já podia compreender o que estava acontecendo. Seu pai havia perdido a batalha.
O tempo passava com rapidez, e logo o príncipe e Rika já haviam deixado o palácio. A-Li se perguntava se veria seus pais e seus mestres de novo. E seus amigos? As concubinas eram tão gentis com ele. Os pensamentos do pequeno corriam desenfreados por sua mente. Não conseguiu ver seu pai, estava preocupado.
O príncipe observava de um navio enquanto a cidade parecia cada vez mais distante.
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