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AMOR SEM LIMITES

Capitulo 1 Apresentação dos personagens.

Meu nome é Geovana Lins, tenho vinte e sete anos e, por muito tempo, achei que minha vida se resumia a observar — observar minha mãe sendo humilhada, meu pai se afastando cada vez mais, e o amor desaparecer dentro de casa.

Cresci vendo a tristeza nos olhos de Simone, minha mãe, uma mulher boa demais para o marido que tinha. E vi também a indiferença de Marcelo, meu pai, que parecia sentir vergonha da própria família.

Durante anos, a palavra “felicidade” soava estranha em nosso lar.

Mas o destino tem seus caprichos. Eu vi minha mãe renascer diante de todos — vi a mulher que sempre existiu dentro dela florescer de novo, mesmo depois de tanto sofrimento. E, naquele momento, percebi que a vida é feita de recomeços… mesmo quando ninguém mais acredita que eles sejam possíveis.

Sou Geovana Lins.

Filha de uma mulher que aprendeu a se amar, e testemunha de um amor que o tempo tentou enterrar, mas não conseguiu.

Meu nome é Simone Lins, tenho cinquenta anos, e confesso… demorei muito tempo para lembrar quem eu era.

Durante anos, vivi à sombra de um casamento que me fez esquecer meus próprios sonhos. Aprendi a silenciar, a sorrir para esconder as lágrimas e a fingir que estava tudo bem — mesmo quando o coração gritava o contrário.

Fui mãe, esposa, dona de casa… mas em algum ponto do caminho, perdi a mulher que existia em mim.

Hoje, olhando para trás, percebo que não há idade para recomeçar. Às vezes, é preciso que a vida desabe para que a gente aprenda a se reconstruir.

Eu sou Simone Lins.

Uma mulher que acreditava ter perdido o amor, até descobrir que o amor verdadeiro nunca se apaga — ele apenas espera o momento certo para voltar.

Meu nome é Marcelo Lins, e se existe algo que aprendi tarde demais é que o orgulho e a traição podem destruir uma família.

Durante anos, me vi como o chefe da casa, o homem que tinha o direito de trair, de mandar e ser obedecido. Não percebi que, enquanto eu buscava reconhecimento lá fora, estava perdendo o amor e o respeito dentro do meu próprio lar.

Desprezei uma mulher incrível — minha esposa, Simone — porque me acostumei a olhar para ela com os olhos da indiferença. E agora, quando o mundo inteiro parece tê-la redescoberto, sou eu quem tenta entender onde errei.

Talvez seja tarde para pedir perdão, mas ainda é tempo de encarar o espelho e reconhecer o homem que me tornei.

Sou Marcelo Lins.

E esta é a história do dia em que percebi que o amor, quando negligenciado, cobra um preço alto demais.

Meu nome é Roger Martins, e há quem diga que o tempo cura tudo.

Mas o tempo não cura o que é eterno.

Construí impérios, dirigi empresas, conquistei respeito — mas nada disso preencheu o vazio que uma mulher deixou quando partiu da minha vida.

Foram trinta anos tentando acreditar que eu a tinha esquecido. Até que, em um simples evento corporativo, o destino me provou o contrário.

Ela estava lá. Simone.

A mesma mulher, com o mesmo olhar… só que agora ainda mais forte, mais linda, mais dona de si.

Naquele instante, percebi que o amor não tem prazo de validade — ele apenas espera o reencontro.

E naquele dia, entendi que há sentimentos que ultrapassam o tempo, a distância e até a própria razão.

Sou Roger Martins.

E esta é a história do amor que o tempo tentou apagar, mas que o destino insistiu em reescrever.

Queridos leitores,

Tenho o imenso prazer de convidar vocês para conhecerem minha nova história: “Amor sem Limites”.

Um romance que fala sobre recomeços, perdão e um amor que desafia o tempo.

Acompanhem a emocionante jornada de Simone Lins, uma mulher que renasce das dores do passado e descobre que nunca é tarde para viver o amor verdadeiro.

Prometo a vocês muita emoção, encontros e reencontros, lágrimas, sorrisos e lições de vida.

O livro será publicado em etapas, mas me comprometo a subir de 3 a 5 capítulos por dia, para que ninguém precise esperar muito pelo próximo momento dessa história.

Peço por favor, que curtam todos os capítulos. A sua curtida, é muito importante para o engajamento do livro.

E os comentários são o combustível que me inspira a continuar escrevendo com o coração. ❤️

Com carinho,

Edna Garcia 🌹

Capitulo 2

Minha vida nunca foi exatamente um conto de fadas. Cresci assistindo minha mãe ser humilhada, e a cada dia sinto mais raiva do silêncio dela diante das atitudes do meu pai.

— Geovana, o jantar está pronto! Vamos jantar, filha — disse mamãe, com aquele tom de voz manso, como se tentasse esconder a dor.

Olhei para a mesa posta e soltei, quase num desabafo:

— Não vamos esperar o papai?

Ela suspirou.

— Ele ligou. Disse que não volta para jantar, vai chegar tarde.

Ri com amargura.

— Com certeza vai se encontrar com a amante novamente. Ele já passou dos limites, mãe, não sei como você suporta isso.

Os olhos dela me cortaram, cheios de súplica.

— Filha, deixa de caluniar seu pai. Tamara é só amiga de trabalho dele.

— Não seja ingênua, mamãe. Papai encontra essa mulher fora do expediente, vive te comparando com ela... Sinceramente, eu não te entendo.

Ela desviou o olhar e o silêncio se estendeu entre nós como uma parede intransponível. Sentamos à mesa, mastigando mais mágoas do que comida.

Depois do jantar, subi para o meu quarto. Tranquei a porta e tentei me distrair. Meu coração batia acelerado — ainda não tinha resposta do hospital para onde enviei meu currículo. Era o meu sonho, a chance de finalmente sair dessa prisão emocional e construir algo só meu. Fechei os olhos e imaginei o telefone tocando com a boa notícia...

Quando dei por mim, o sono me venceu.

Na manhã seguinte, acordei ansiosa. Fiz minha higiene apressada e desci ainda de pijama para o café. O cheiro do pão fresco enchia a cozinha, mas o semblante da minha mãe denunciava o que eu já suspeitava: ele não tinha dormido em casa de novo.

Pouco depois, ouvi a chave girar na fechadura. Meu estômago se revirou. A porta se abriu e lá estava ele — Marcelo Lins, meu pai. O homem que deveria ser o exemplo da minha vida, mas que só me traz desgosto.

— Vou tomar um banho e já desço para o café — disse, como se nada estivesse errado.

— Sim, vai tomar seu banho, o café está pronto — respondeu mamãe, doce como sempre.

Fiquei em silêncio, mas por dentro gritava. O olhar cínico que ele lançou para nós me enojou, e o carinho com que minha mãe ainda o tratava me dava raiva. Como ela conseguia? Como suportava tudo isso?

Eu queria gritar, jogar a verdade na cara dos dois, mas engoli as palavras. Ainda não era a hora. Talvez o hospital fosse minha salvação, minha porta de fuga. Até lá, só me restava observar — e acumular forças para o dia em que não seria mais refém do silêncio da minha mãe, nem das mentiras do meu pai.

Eu ainda estava ali, remoendo minha raiva, quando ouvi o celular vibrar sobre a mesa da cozinha. Meu coração deu um salto. Peguei o aparelho rápido, quase derrubando a xícara de café.

Na tela, um número desconhecido.

Por um instante, pensei em não atender, mas algo dentro de mim sussurrou que aquela chamada poderia mudar minha vida. Respirei fundo e deslizei o dedo.

— Alô? — minha voz saiu trêmula.

— Bom dia. Falo com a senhorita Geovana Lins? — perguntou uma voz feminina, profissional, firme.

— Sim, sou eu.

— Aqui é Júlia, do setor de Recursos Humanos do Hospital Vida Plena. Estamos retornando seu contato em relação ao currículo enviado.

Senti as pernas bambas. Apoiei-me no balcão da cozinha, e minha mãe me olhava curiosa, tentando decifrar pela minha expressão o que estava acontecendo.

— Sim, claro… estou ouvindo — respondi, tentando parecer confiante.

— Analisamos seu currículo e gostaríamos de convidá-la para uma entrevista amanhã às 10h.

Meu coração disparou tanto que parecia querer sair pela boca. Era a oportunidade que eu sonhava, batendo à minha porta.

— Estarei lá! Muito obrigada, de verdade! — respondi quase sem fôlego.

— Ótimo. Traga seus documentos e boa sorte. — A ligação se encerrou.

Por alguns segundos, fiquei paralisada, ainda segurando o celular contra o ouvido, como se temesse que tudo não passasse de um sonho.

— O que foi, filha? — perguntou mamãe, preocupada.

Sorri pela primeira vez em dias, e lágrimas escorreram sem que eu conseguisse segurar.

— Mãe… o hospital me chamou para uma entrevista! Amanhã!

Ela abriu os braços e me abraçou forte, emocionada também. Mas, por trás do meu alívio, senti o olhar de meu pai, que havia acabado de voltar à cozinha. Ele nos observava em silêncio, com aquela expressão fria, como se nada disso tivesse importância.

Foi nesse instante que tomei uma decisão dentro de mim:

Se eu conseguir essa vaga, não vou mais depender dele, nem assistir minha mãe se arrastando atrás de migalhas de atenção. Eu vou construir minha própria vida.

Naquela manhã, mais do que nunca, eu soube que o meu futuro não estava naquela casa — estava além dela.

Capitulo 3

Acordei antes mesmo do sol nascer. Quase não consegui dormir, meu coração parecia uma bateria, batendo forte dentro do peito. Levantei, tomei um banho demorado e fiquei minutos diante do espelho, tentando me convencer de que eu estava pronta.

Escolhi uma roupa simples, mas elegante: uma calça social preta, uma blusa azul clara e um blazer que herdei da minha tia. Não era novo, mas me dava a sensação de estar mais confiante.

Enquanto passava um pouco de maquiagem, minha mãe apareceu na porta do quarto.

— Você está linda, filha. Vai dar tudo certo.

Sorri, mas minhas mãos tremiam.

— Tomara, mãe. Eu preciso dessa vaga, mais do que qualquer coisa.

No ônibus a caminho do hospital, cada parada parecia eterna. Olhava pela janela, vendo a cidade correr, enquanto imaginava como seria a entrevista. Será que perguntariam sobre meus estágios? Sobre minhas notas na faculdade? Ou fariam testes práticos?

Quando finalmente cheguei ao hospital, fiquei sem ar. O prédio imenso, moderno, com portas de vidro giratórias e pessoas entrando e saindo apressadas. Senti-me pequena diante daquilo tudo, mas respirei fundo e segui em frente.

Na recepção, anunciei meu nome. Poucos minutos depois, uma mulher sorridente me chamou:

— Senhorita Geovana Lins? Pode me acompanhar, por favor.

Meu coração disparou de novo. Caminhei por corredores brancos e silenciosos até uma sala de reuniões. Lá dentro, três pessoas me aguardavam: uma médica, um homem de terno e uma mulher que parecia ser a mesma da ligação, Júlia.

— Bom dia, Geovana. Seja bem-vinda. — disse a médica, ajeitando os óculos. — Queremos conhecer um pouco mais sobre você.

Sentei-me, tentando esconder a ansiedade. Respondi às perguntas sobre minha formação, meus estágios, minhas habilidades técnicas. Aos poucos, fui recuperando a confiança.

Então, o homem de terno falou:

— Geovana, aqui prezamos pela prática. Você se sentiria confortável em realizar um teste rápido em nossa sala de radiologia?

Engoli seco, mas assenti.

— Sim, claro.

Fui conduzida até uma sala ampla, com equipamentos que só tinha visto em fotos e nas aulas práticas da faculdade. Um frio percorreu minha espinha. Eles me observaram em silêncio enquanto eu ajustava o aparelho e seguia os protocolos que aprendi. Minhas mãos suavam, mas minha mente parecia afiada.

Ao terminar, ouvi um dos avaliadores cochichar com o outro. Não entendi, mas o olhar de aprovação da médica me deu esperança.

De volta à sala, Júlia sorriu:

— Geovana, você foi muito bem. Temos outras candidatas, mas posso adiantar que seu desempenho foi acima do esperado.

Saí do hospital com o coração leve. Não tinham me dado a resposta definitiva, mas pela primeira vez senti que meu futuro estava se abrindo diante de mim.

Olhei para o céu e pensei:

"Se eu conseguir essa vaga, será o começo da minha liberdade. A chance de provar para mim mesma — e até para meu pai — que eu não preciso dele para vencer."

Dois dias depois da entrevista, eu estava no meu quarto, sentada na beira da cama com o celular na mão, como se pudesse adivinhar quando ele iria tocar. Minha mãe, no corredor, passava e repassava roupa, tentando disfarçar a própria ansiedade.

De repente, o toque do celular ecoou pelo quarto. Meu coração quase parou. Atendi com a voz entrecortada:

— Alô?

— Geovana? Aqui é a Júlia, do Hospital Vida Plena. Estou ligando para dar a boa notícia: você foi selecionada para integrar a nossa equipe de radiologia. Seja bem-vinda.

Por um instante, não consegui responder. Senti um nó na garganta, lágrimas queimando meus olhos. Apertei o celular contra o ouvido e soltei um suspiro entrecortado:

— Muito obrigada… de verdade. Vocês não vão se arrepender.

— Tenho certeza que não — respondeu Júlia, simpática. — Compareça amanhã cedo para assinatura do contrato.

Quando desliguei, desabei em choro. Minha mãe correu até mim, largando as roupas no chão.

— Filha? O que foi?

Entre lágrimas, sorri.

— Mãe, eu consegui! Eu fui contratada!

Ela me abraçou forte, chorando junto. Pela primeira vez em muito tempo, vi um brilho de esperança nos olhos dela. Era como se a vida estivesse finalmente nos devolvendo um sopro de dignidade.

Foi nesse instante que meu pai entrou no quarto, atraído pelo barulho. Ele nos encarou com aquela frieza habitual e perguntou, sem emoção:

— O que está acontecendo aqui?

Mamãe respondeu, orgulhosa:

— Nossa filha conseguiu emprego no hospital!

Ele arqueou uma sobrancelha, esboçando um sorriso torto.

— Que bom… assim ela finalmente vai parar de dar prejuízo. Agora poderá contribuir com as despesas da casa.

Senti meu estômago revirar. Ele não disse “parabéns”, não disse “eu confio em você”, apenas reduziu minha conquista a dinheiro.

Olhei para minha mãe, que baixou os olhos, envergonhada. Era sempre assim. Quando ela pedia dinheiro para comprar uma roupa nova, cuidar do cabelo ou até mesmo trocar nossos sapatos gastos, ele dava mixarias que não serviam para nada. Enquanto isso, desfilava por aí com ternos caros e perfumes importados.

Engoli o choro e ergui a cabeça.

— Eu não consegui esse emprego para te agradar, pai. Consegui porque mereci. E pode ter certeza: o que eu vou conquistar daqui em diante não será para sustentar a sua arrogância, vou tentar suprir um pouco as necessidades minhas e da mamãe que você sempre deixou a desejar.

O silêncio se instalou no quarto. Mamãe apertou minha mão, nervosa, como quem pede que eu me cale. Mas, no fundo, eu sabia que aquela era a primeira de muitas respostas que ele ainda ouviria de mim.

— Filha ingrata, é para isso que criamos filhos, agora que chega a hora de retribuir o que fazemos por eles, é isso o que recebemos.

Afinal, aquele emprego não era só um trabalho. Era a chave da minha liberdade.

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