⚠️ Aviso de Conteúdo
Esta obra contém cenas de nudez e sensualidade explícitas, linguagem imprópria, consumo de álcool, referências a drogas, além de situações de violência física e emocional. Alguns trechos abordam temas sensíveis que podem servir de gatilho para leitores mais vulneráveis, incluindo luto, traumas familiares e saúde mental.
Recomenda-se discrição e maturidade ao prosseguir com a leitura.
Esta é uma obra totalmente autoral e ficcional, os eventos, nomes, datas, locais e personagens aqui mencionados não têm qualquer relação com pessoas ou situações reais, qualquer semelhança é mera coincidência, por motivos de direitos autorais de imagem, esta obra conterá poucas ilustrações todas cuidadosamente escolhidas apenas para fins de ambientação.
Esta história foi escrita com muito amor e dedicação, cada capítulo carrega um pedaço do meu coração, se você está aqui, quero agradecer por me acompanhar e por dar uma chance a esses personagens tão cheios de imperfeições e sentimentos.
✨ Lembre-se de curtir e comentar cada capítulo!
Isso é extremamente importante para mim como escritora e me ajuda a continuar escrevendo com todo o carinho do mundo, obrigada por estar aqui.
Respire fundo, abra seu coração e permita-se sentir, porque às vezes, é nas histórias dos outros que encontramos um pedacinho da nossa.
Descrição dos personagens principais
🌷 Aurora Vega
Idade: 24 anos
Origem: Cidadezinha litorânea chamada Bellevue, interior dos Estados Unidos, um lugar de casas coloridas, vento salgado e ruas pequenas.
Profissão: Atriz e modelo, ex-estrela teen, atualmente tentando retomar a carreira.
Aparência:
Pele clara e delicada, cabelos loiros claros quase dourados, longos e naturalmente ondulados. Olhos azul-acinzentados que parecem mudar de tom conforme o humor, tem sardas suaves que surgem quando toma sol. Costuma usar roupas confortáveis, mas tem um charme natural, parece que foi feita para ser olhada, mesmo quando não quer ser vista.
Personalidade:
Sonhadora, sensível e teimosa, usa o sarcasmo como escudo, mas por dentro é um turbilhão de emoções. Quando se sente nervosa ou vulnerável, tem o hábito de enrolar uma mecha de cabelo na nuca. É muito bagunceira, ama estar rodeada de gente, mas raramente se sente pertencente.
Detalhes únicos:
* É alérgica a amendoim, e evita doces em festas com medo de traços de castanha.
* Tem insônia leve, costuma assistir filmes antigos em preto e branco de madrugada.
* Gosta de chuva, mas odeia trovões.
* Sua cor favorita é amarelo pálido (“porque é a cor da luz quando o sol ainda está nascendo”).
* Sua música preferida é “Fix You” do Coldplay, ela ouve sempre que sente falta de algo que não sabe nomear.
* Comida preferida: panquecas com mel e morangos frescos.
* O que ela odeia: pessoas que fingem perfeição, a frieza de Hollywood e ser comparada à mãe.
🕴️ Enrico Montelari
Idade: 38 anos
Origem: Nova York, Estados Unidos.
Profissão: Empresário CEO de uma renomada empresa de brinquedos infantis, sediada em Manhattan.
Aparência:
Alto, de porte imponente, ombros largos e elegância natural, cabelos castanhos-escuros, barba bem aparada, olhos azuis intensos com aquele olhar que parece ver tudo e esconder o resto. Veste-se com sobriedade: ternos de corte perfeito, cores neutras, relógio clássico e nenhum acessório desnecessário.
Personalidade:
Controlado, racional e discreto, odeia surpresas, atrasos e barulhos altos, sua vida é marcada por rotina, o mesmo café, o mesmo caminho, a mesma música pela manhã. Mas por trás da fachada fria, há um homem leal, profundamente emotivo e protetor, ele raramente sorri, mas quando sorri, parece que o tempo desacelera.
Detalhes únicos:
* É alérgico à poeira, o que o faz ser obcecado por limpeza.
* Sua cor favorita é azul-marinho (“porque é discreto, constante, confiável”).
* Música preferida: “Your Song” – Elton John, que ele costumava ouvir com a falecida esposa.
* Comida preferida: risoto de cogumelos com vinho branco.
* O que ele odeia: improviso, desordem e superficialidade.
* Gosta de ler biografias e ouvir jazz nas madrugadas em seu escritório.
🍭Isabella Montelari
Idade: 8 anos
Origem: Nova York, adotada por Enrico e Clara quando bebê.
Aparência:
Cabelos longos e loiros com luz natural dourada, geralmente presos em tranças ou com laços. Olhos azuis muito claros, cheios de vida e curiosidade, bochechas rosadas e sardas leves.
Personalidade:
Curiosa, afetuosa, muito observadora e um pouco falante demais para a idade. Tem o hábito de que quando está ansiosa, gira uma mecha de cabelo na nuca. Ama colorir, inventar histórias e assistir aos comerciais de TV especialmente os de bonecas.
Detalhes únicos:
* É alérgica a amendoim
* Sua cor favorita é rosa-claro (“porque é a cor do abraço da mamãe do céu”, como ela diz).
* Ama a música “A Million Dreams” (The Greatest Showman).
* Comida preferida: macarrão com queijo e cenourinhas cortadas em estrela.
* O que ela odeia: pessoas tristes, “verduras verdes” e quando o pai fala no telefone durante o jantar.
Aurora
Aurora de 15 anos
Já eram três da tarde e eu ainda estava de pé, sob um fundo branco, com flashes explodindo diante do meu rosto desde as quatro da manhã, quase onze horas, onze horas! Em que a única coisa que entrou no meu estômago foi um copo de leite morno que minha mãe me trouxe na cama às três e quarenta e cinco, como se fosse um lembrete: “modelos disciplinadas não comem muito.” Talvez por isso eu seja tão magra, ela sempre diz que é um “bom sinal” que manter o corpo leve significa manter o sucesso por perto e eu tento acreditar nisso, mesmo quando minhas pernas tremem e minha cabeça gira sob as luzes do estúdio.
As roupas de hoje são de uma marca adolescente, camisetas coloridas, sorrisos falsos, poses espontâneas que não têm nada de espontâneas
o fotógrafo ri, diz que eu sou uma profissional nata e eu sorrio de volta, como se isso fosse um elogio e não uma lembrança de que nunca tive escolha. Desde os seis meses de idade, eu sou um rosto vendável, revistas propaganda de fraldas, comerciais, brinquedos, roupas, tudo o que podia ter uma criança sorridente na capa já teve a minha e por muito tempo, isso foi divertido.
Quando eu era pequena, eu achava bonito ver minha imagem nas vitrines, achava que isso me tornava especial, mas crescer dentro de uma câmera é um jeito estranho de perder a infância.
Hoje, com quinze anos, eu só queria ser uma garota normal, ir pra escola, comer batata frita com as amigas, dormir até tarde, reclamar das provas, sair escondida pra dançar qualquer coisa que tivesse cheiro de vida real mas eu aprendi cedo que querer e poder são verbos que não combinam comigo afinal, o sonho aqui nunca foi meu o sonho sempre foi da minha mãe e eu não posso decepcionar ela, ela e minha única família a única pessoa que sempre vai fazer de tudo pelo meu bem pela minha felicidade e o mínimo que eu posso fazer e aguentar alguns desconfortos para vela se realizar nas minhas conquistas bom na nossa conquista já que tudo que e meu e dele e tudo que e dela e meu, ela e minha mãe e uma mãe sempre quer o que e bom para os filhos bem deveria ser assim. Helena vega é o nome da minha mãe, ela é uma mulher que sempre quis ser modelo, mas “não tinha o perfil” ela se casou cedo, tentou engravidar por anos e, quando finalmente conseguiu, quase perdeu a sanidade no processo. Ela conta que entrou em depressão meses antes do meu nascimento, mas quando me viu, pequena e loira como as bonecas que ela colecionava, decidiu que eu seria o que ela não pôde ser e desde então, eu venho tentando sustentar o sonho que não é meu.
O meu pai foi embora quando eu tinha seis anos
ele era professor de artes, um homem gentil, mas distraído, sempre com o olhar perdido em alguma pintura um dia, ele se apaixonou por uma aluna e simplesmente desapareceu nunca mais voltou.
Desde então, só restou eu e a mamãe e em algum ponto entre o abandono e as câmeras, deixamos de ser mãe e filha pra virar uma sociedade: ela, a empresária; eu, o produto.
— Aurora, levanta o queixo. — A voz dela ecoa pelo estúdio, firme, impaciente, obedeço como sempre.
O incômodo no meu abdômen, que vinha rastejando desde de manhã, finalmente vira dor uma pontada funda, insistente. Eu respiro fundo e forço um sorriso para a próxima foto, mas o sorriso quebra antes que eu possa disfarçar, solto um pequeno gemido e seguro o ventre com a mão.
— Posso… posso fazer uma pausa? — minha voz sai trêmula.
Todos olham pra mim, o fotógrafo suspira, a assistente revira os olhos, Helena aperta os lábios, mantendo o semblante doce até que ficamos a sós, atrás do painel de tecido branco.
— Você quer arruinar o ensaio? — a voz dela é baixa, mas fria. — O que foi agora, Aurora?
— Eu tô com cólica, sério tô com muita dor.
Ela respira fundo, passa a mão na testa e, por um instante, parece ponderar entre ser mãe ou empresária, o resultado é sempre o mesmo do fundo da bolsa, ela tira uma cápsula e uma garrafinha térmica.
— Toma, vai te deixar desperta, ajuda a disfarçar a cara abatida.
— Mãe, eu só tô com fome — tento protestar, mas ela já está me observando como quem vê fraqueza.
O líquido que desce pela garganta tem gosto amargo e forte, e queima levemente não é novidade desde os concursos infantis, ela tinha esse “truque” pra me deixar “animada” eu nem penso mais sobre o que é certo ou errado só engulo e continuo. Mas hoje, pela primeira vez, algo dentro de mim se recusa, talvez porque eu esteja cansada demais pra fingir que tudo é normal talvez porque não seja.
Ela ajeita meu cabelo, sorri como se nada tivesse acontecido, e sussurra:
— Já era para você ter parado com isso, menstruação incha, te deixa cansada amanhã a gente fala com o médico para trocar a medicação já que essa visivelmente não tá funcionando.
Eu hesito, confusa.
— Mas, mãe, eu ainda não menstruei, ainda não desceu, eu só estou com cólica.
Ela apenas me encara, o olhar frio e avaliador.
— Mesmo assim, vamos ao médico.
E pronto, assunto encerrado, sinto o peso familiar do silêncio entre nós aquele em que não há espaço pra perguntas ela volta ao trabalho, ajustando o cronograma, os contratos, os números e eu, como sempre, volto ao set.
A luz me atinge de novo, o ar parece denso, o meu corpo dói mas eu sorrio porque é isso que eu faço porque é isso que esperam de mim. Cada flash é uma martelada lembrando que o mundo me vê como algo bonito e tudo que eu sinto é fome, cansaço e uma vontade absurda de desaparecer por um dia. A última coisa que me lembro, antes do clique final, é do gosto amargo ainda preso na garganta e da certeza de que, de alguma forma, eu estou sendo engolida viva por um sonho que nunca foi meu.
Aurora
A sala do médico tem aquele cheiro frio de desinfetante e ar-condicionado, luzes brancas demais, paredes claras demais, tudo tão limpo que parece pronto pra apagar qualquer mancha, inclusive as que não se veem.
Eu estou sentada na maca há quase vinte minutos, balançando o pé e tentando a sensação estranha na barriga, não e fome hoje eu consegui comer um pouco, tá era uma salada com peito de frango e um suco verde mas já era alguma coisa e talvez eu consiga comer um hambúrguer escondido quando a mamãe sair a noite com as amigas.
Helena, minha mãe, empresária, treinadora, carcereira está ao meu lado, com o celular na mão, respondendo e-mails já fechando novos trabalhos. O doutor Morris é o médico que cuida de mim desde criança um homem calmo, de fala baixa, escolhido a dedo porque “é de confiança”
nada de jornalistas, nada de fofocas a imagem de Aurora vega precisa permanecer intacta a menina doce da TV, o sorriso de propaganda, o modelo de pureza que vende sonhos não há espaço para fraqueza no contrato, quando ele finalmente entra, sinto o coração apertar ele não sorri, não precisa.
— Aurora — ele começa, ajeitando os óculos. — Recebi seus exames e você está com um quadro de anemia acentuada, carência de vitaminas e sinais de exaustão, nada que eu já não soubesse.
Mas então ele hesita e nesse pequeno silêncio, tudo dentro de mim parece parar.
— Além disso, há outro resultado que precisamos conversar.
Claire cruza os braços, impaciente.
— Seja direto, doutor, não temos o dia todo.
Ele inspira fundo.
— Você está grávida, Aurora, aproximadamente três semanas.
O som que sai da boca dela não é um grito, mas é pior é um silêncio seco, o tipo que precede uma explosão e eu? Eu só sinto o sangue gelar as mãos tremem, os olhos ardem o mundo parece girar devagar demais, grávida a palavra pesa, ocupa todo o ar da sala por um instante, penso que talvez ele tenha se enganado, que talvez o exame seja de outra pessoa mas o olhar dele é firme, compassivo e eu sei que é real.
Helena respira fundo, com um sorriso tenso que não chega aos olhos.
— Três semanas?
— exatamente, — responde o médico. — O feto é pequeno, mas ela precisa se alimentar melhor, descansar e suspender o excesso de trabalho. É essencial ou será um risco para ela e para a criança.
Ela desliga o celular, apoia as mãos na mesa e diz, com a naturalidade de quem pede um café:
— Marque o procedimento para o mais rápido possível.
Demoro alguns segundos pra entender o que ela está pedindo, um aborto.
— Mamãe — minha voz sai fina, trêmula.
— Cale a boca, Aurora. — O tom dela é tão baixo que dói mais que um grito.
Ela se volta para o médico.
— Doutor, quero discrição total, nenhum registro, nenhum comentário se essa informação vazar, eu acabo com sua carreira.
Ele hesita, desconfortável.
— Sra.Helena , eu entendo a situação já estou sendo bem remunerado e o sigilo é parte do acordo ninguém saberá.
Ninguém quer saber, ninguém quer ouvir.
Nem mesmo eu, porque o que eu teria a dizer?
Um bebê que não devia existir um corpo que não foi consultado e uma dor que não cabe em palavra alguma.
O caminho até em casa é um borrão de ruas, buzinas e respiração presa quando as portas se fecham atrás de nós, o silêncio explode.
— Você, você acabou com tudo! — ela grita, e o eco percorre cada canto do apartamento. — Você destruiu o que construímos!
Ela me empurra contra a parede, as mãos tremendo, o rosto distorcido de fúria.
— Quem é o pai, hein? Foi aquele garoto do comercial? Quando aconteceu? Por que não me contou?!
Eu tento falar, mas as palavras travam
ela continua, cada sílaba como uma lâmina.
— Você sabe o que isso significa? Um escândalo! A carreira inteira jogada fora! Você foi escolhida para uma série da Disney, Aurora! E agora isso?!
O som da minha respiração começa a falhar, sinto o peito apertar, o chão sumir e então, de algum lugar dentro de mim, algo rompe.
— Eu te disse que não queria ir naquela festa! — minha voz saiu alta, quebrada. — Você me deixou sozinha lá!
Ela para, surpresa.
— Do que você está falando?
— Aquele velho asqueroso do direto abusou de mim.
Eu engulo em seco o passado vem em flashes: o salão cheio, as risadas, a música alta, o cheiro de álcool e muita droga. Eu, com um vestido que não era apropriado para a minha idade, eu parecia uma vadia, cercada de adultos que me olhavam tempo demais. Eu estava procurando minha mãe eu a encontrando ela não estava fazendo algo agradável para os olhos, ela estava em um canto sem muita luz fazendo sexo oral em um homem eu saí correndo de lá e foi quando eu esbarrei naquele velho asqueroso o diretor da série e bem o resto é névoa, fragmentos um sorriso ele me ofereceu uma água e eu fui apagando não completamente eu ainda estava ali, e senti tudo ele fez oque quis com o meu corpo em um quarto daquela mansão onde estava tendo a festa foi horrível eu quis apagar aquilo da minha memória então não contei para ninguém e de alguma forma minha mãe me encontrou " Dormindo" nesse quanto.
Volto a olhar pra ela o rosto dela empalidece e quando fala, a voz é quase um sussurro um que corta.
— Ele, ele prometeu que seria apenas alguns toques nada demais, nada de penetração, que porra eu deveria ter ficado olhando.
Meu estômago se revira.
— Você sabia?
Ela desvia o olhar.
— Você acha que as oportunidades caem do céu, Aurora? Ele tinha poder eu confiei nele pra abrir portas. E nem você conseguiu o papel e você não se machucou tanto assim então vamos esquecer isso, tá bom. Depôs do aborto tudo vai voltar ao normal.
As palavras caem no chão como vidro e tudo o que eu era filha, atriz, menina quebra junto.
— Eu confiei em você e você me vendeu como um produto barato, você fez de mim uma prostituta. Mãe, eu só tenho 15 anos como você pode? — minha voz sai rouca. — Você era a única pessoa que devia me proteger.
Ela tenta se justificar, falando sobre carreira, sacrifício, futuro, mas eu já não escuto, o barulho dentro de mim é alto demais. Subo as escadas, tropeçando nos próprios pés, com a garganta ardendo e o coração em pedaços, tranco a porta do quarto e deslizo até o chão, o corpo inteiro treme e o silêncio pesa. Pela primeira vez, entendo, o verdadeiro significado de estar sozinha não é quando ninguém está por perto é quando até quem deveria te amar se transforma em algo que te apaga.
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