NovelToon NovelToon

Mais que Cliente

● 01 ●

Olá, sou Mariana Clark, tenho 18 anos e moro com minha mãe. É só nós duas, e meu pai... bem, como todos dizem, ele foi comprar cigarros e nunca mais voltou. Não sentimos falta dele, e acho que é melhor assim. Trabalho na cafeteria da minha mãe, pois não consegui emprego em outro lugar e não pude pagar a faculdade.

— É, filha, hoje está mais cheio do que de costume — disse minha mãe, Juliana.

— Pois é, isso é muito bom! Vamos trabalhar, mãe! — respondi.

Era por volta das dez horas, e a cafeteria estava lotada. Até que a porta se abre, e eu vejo... meu cliente favorito, o garoto do café. Ele se senta no balcão e começa a mexer no celular. Sirvo algumas pessoas e logo vou atendê-lo. Ele me olha e sorri, e eu retribuo.

— E aí! O de sempre? — perguntei.

Ele assente, e eu pego uma xícara e o bule de café. Coloco o café em sua xícara e estou prestes a sair quando ele me chama.

— Ah, sabe o que eu estava pensando?

— Hum — respondi.

— A gente nunca conversou mais do que "oi, tudo bem?", queria te perguntar uma coisa!

— Claro, pode perguntar! — disse.

— Queria te chamar para sair, sei lá, como amigos, para te conhecer também.

Tento dizer algo, mas ele me interrompe.

— Não aceito não como resposta!

Ele dá um sorrisinho de lado, e suas covinhas aparecem. Minha mãe aparece também.

— Tudo bem por aqui? — ela pergunta com uma cara séria.

— Está sim, apenas chamei sua filha para sair! — responde ele.

Minha mãe diz "ok" e sorri.

Depois que ele disse que não aceita não, então o jeito é aceitar, né?

— Ok, então vamos sair! — respondo meio sem jeito.

Ele sorri, e seu celular toca. Eu saio e vou atender as outras pessoas. Depois volto, e ele diz que precisa ir, então ele vai embora!

Mas o que eu queria saber primeiro sobre ele é o mais óbvio: se ele namora e qual é o seu nome. Porque se ele tiver namorando e chamar outra garota para sair... vai ficar estranho para o lado dele. E não vai dar para eu ficar chamando ele de "garoto do café".

Ele nem me disse quando iremos sair, acho que ele desistiu! Paro de pensar nisso e volto a fazer o que estava fazendo.

(...)

Já estava à noite, e fechamos a cafeteria. Subimos para casa, e eu me jogo no sofá.

— Quando é? — Juliana pergunta.

Fico sem entender.

— O que? — pergunto.

— Quando você vai sair com o rapaz de olhos verdes? — ela diz com um sorriso malicioso.

— Eu não sei, ele não disse nada, e eu não tenho tempo para isso que você está pensando — respondo.

Ela sorri.

— Não tem tempo, Mari? Claro que tem! Você só tem a Bruna como amiga. Precisa conhecer pessoas novas e sair mais. Você só fica aqui cuidando de mim e trabalhando na cafeteria... tem que cuidar de você também!

Fico pensativa, mas logo nego. É melhor ficar só na minha e ter só a Bruna como amiga.

— Ok, dona Juliana — digo, me levantando e abraçando-a de lado. — Vou tomar banho, estou exausta!

— Não ligo muito para o que ela disse e subo para o meu quarto. Pego algumas peças de roupas e entro no banheiro. Depois saio e me deito na cama, pegando no sono rapidamente.

● 02 ●

Acordei com o sol batendo nos meus pés, queimando-os. Logo, a porta se abre com força e eu pulo de susto. Vejo que é minha mãe com um sorriso enorme.

Pego meu celular e vejo as horas. Faltam dez minutos para eu abrir a cafeteria.

— O que foi, mãe? — pergunto com a voz ainda sonolenta.

— Meu futuro genro está aqui! — ela diz sorrindo.

Como assim futuro genro? Quem?!

— Eu nem namoro, como você tem genro? — pergunto com os olhos fechados e morrendo de sono.

— Ah, Mariana, deixa de ser lerda, vou chamar ele aqui! — ela sai e eu rio das últimas palavras dela.

— Isso é hora de estar dormindo? — essa voz... não pode ser! Minha mãe não é louca de trazer o G.D.C. para dentro do meu quarto, que está uma bagunça. Que vergonha!

Rapidamente, cubro minha cabeça com o edredom.

— É... oi — falo morrendo de vergonha e descubro minha cabeça, deixando apenas os olhos de fora.

— Oi — ele sorri, e esse sorriso é o mais fofo e lindo que eu já vi.

— Você pode esperar lá na sala? Eu estou de pijama e meu cabelo está todo desarranjado.

Ele assente e sorri, de braços cruzados.

— É claro! Mas você vai levantar mesmo ou vai continuar na cama?

— Eu vou levantar porque vou ajudar minha mãe a abrir a cafeteria — digo, já morrendo de calor debaixo do edredom.

— Mariana? Esqueceu que hoje é sábado? Hoje está fechado! — Juliana diz, e eu sorrio morrendo de vergonha.

Ah, por isso que ontem estava cheio... nem tinha reparado.

— Ela é muito lerda, não liga — digo.

— Ah, hahaha, é mesmo, né? — G.D.C. sai do meu quarto rindo junto com minha mãe.

Eu me levanto, fecho a porta e pego minhas roupas. Vou para o banho e faço minhas necessidades.

Saio do banheiro e desço para a sala. Não encontro eles e vou para a cozinha. Ambos estão rindo, e, como sempre, ele está tomando café.

— Gostei do apelido que você me deu! — ele diz, e eu fico sem entender.

— Ahn? — digo olhando para ele.

— Você é lerda mesmo! Sua mãe me disse que você me chama de "garoto do café". Eu gostei!

Engasgo com o café que estava tomando e olho para minha mãe, que desvia o olhar para a parede.

— É que eu não sei o seu nome, não é óbvio? Por isso que te chamo assim — digo, sentindo que fui um pouco grossa.

— Ok, eu me chamo Aidan, Aidan Gallagher! — ele diz com um tom de voz calmo. Gente calma me estressa.

— Tá... eu me chamo Mariana, prefiro Mari! — ele sorri amigável.

— Ok... já que já se conhece, agora eu vou sair — diz minha mãe Juliana.

Ela me deixa um beijo no rosto e sai antes mesmo de eu perguntar para onde ela vai.

— Vamos ficar ali na sala? — digo, e ele assente.

— Primeira as damas! — ele coloca uma mão para trás e a outra na ponta, e eu me sinto poderosa agora.

Me sento no sofá e coloco uma almofada no meu colo, e ele faz a mesma coisa.

— Já que eu te chamei para sair, vou te levar em um lugar — ele diz.

Arregalo meus olhos. Será que...? Mas ele não tem cara disso. As aparências enganam, né, Mariana?

— Relaxe, não vou fazer nada com você, não, Deus me livre tocar em uma mulher sem a permissão dela.

— Que fofo! — digo.

— Ok, então! Mas me diz, você namora? — uma das perguntas que eu mais queria saber a resposta.

— Se eu estivesse namorando, não teria te chamado para sair — ele diz, levantando uma das sobrancelhas.

Grosso! Porém, verdade.

— Eu sou muito fiel quando estou namorando. Você acha que eu vou machucar mulheres? Jamais! Meu pai me criou para ser um homem e não um moleque!

Fico sem saber o que dizer depois disso.

— Desculpa se isso te afetou. Foi... só uma pergunta! — digo olhando e mexendo em minhas unhas.

Ele pega na minha mão e chega perto de mim. Meu coração começa a bater mais rápido. Ele é bem mais bonito de perto.

Ele passa meu cabelo para trás da minha orelha e olha em meus olhos. O mesmo olha para minha boca, e a gente inicia um beijo, um beijo lento....

Saio do meu mundo da lua com ele estralando os dedos na minha frente. Começo a rir. Não é possível que eu já estou pensando em beijá-lo novamente.

— Tá rindo do que? Eu já disse que desculpo você, mas isso não tem graça — Aidan diz, completamente confuso.

— Desculpa! Lembrei de uma coisa — minto.

Claro que eu não vou dizer isso. Imagina, tadinho, ia ficar igual a um pimentão.

— Ok, vou ter que ir. Fica pronta às sete horas, ok? — assinto, e ele sorri e sai às pressas.

Concerteza ele me achou louca.

Ligo para a Bruna, já que minha mãe saiu e não há mais ninguém para conversar. Logo depois, ela chega, e ficamos conversando e rindo igual a duas hienas. Falei para ela sobre o "Aidan Gallagher", e ela ficou tão feliz, parece minha mãe. Meu Deus!

Depois, a mesma foi embora, e minha mãe chegou. Ela comprou um vestido e perguntou que dia eu ia sair com o Aidan. Disse a ela.

Já estava tomando banho. Depois, saio e pego o vestido que minha mãe comprou. Não gostei. Tem muito decote nos seios, coisa que eu não tenho.

Pego um meu mesmo que tampa bem meus seios... que seios, Mariana? Sou mais reta que uma tábua. Vida triste!

Coloco um tênis que combina com o vestido e porque também não gosto de salto. Última vez que fui usar, meus pés ficaram doendo. Prefiro tênis, é mais confortável e esconde meu pé.

A Bruna mesmo, quando vê meu pé, fica falando que é pequeno, que parece aqueles pãezinhos. Minha própria melhor amiga zoando meu pé!

Passo uma maquiagem leve e desço para a sala.

— Filha, como você está linda! Mas por que não colocou o vestido que eu comprei? — minha mãe diz ao me ver descendo as escadas.

— Tinha muito decote nos seios, coisa que eu não tenho — termino de falar, e a campainha toca.

Minha mãe vai toda animada e abre a porta. Entra ele, Aidan Gallagher. Ele estava tão lindo! Ele me olha de cima a baixo com um sorriso de lado, e vou até ele.

— Oi... você está belíssima! — Aidan diz, chegando perto de mim, e o mesmo sorri.

— Oi, você também está lindo — digo.

— Vamos? — assinto.

— Divirta-se! — minha mãe diz com um sorriso enorme.

Saímos de casa, e vejo que ele tem um carro, uma bmw320iM. Que chique!

Ele abre a porta para mim, e eu entro. Depois, ele vai para o outro lado.

— Você gosta de música? Se quiser, pode colocar aí no carro. O Bluetooth é car.media — ele diz.

Então, pego meu celular e coloco as músicas no carro. Aidan dá à partida, e ele estava curtindo meu tipo de música.

Depois de um tempo, chegamos a um restaurante muito chique. Saímos do carro, e ele entrega a chave para o porteiro. Aidan faz um gesto com o braço para mim pegar, e eu sinto que ele é muito cavalheiro.

— Uau... que... quero dizer, que lindo — gaguejo, e ele sorri.

O hostess nos acompanha até a mesa, e Aidan puxa a cadeira para eu sentar. Depois, ele vai para a dele.

● 03 ●

— Então, o que vai pedir? — pergunta Aidan, olhando o cardápio.

— Só uma salada! — Fecho o cardápio que estava comigo, e Aidan ri de um jeito debochado.

— O que foi? — pergunto.

— Isso é vergonha? Se for, não precisa ter. Te trouxe aqui para gente comer mesmo! — Aidan volta a olhar seu cardápio.

— Não é vergonha! Eu realmente como pouco... pergunte à minha mãe — digo.

— Então tá — ele diz, e logo chama o garçom.

— Olá, boa noite! O que vão querer? — pergunta o garçom gentil.

— Eu vou querer um sanduíche vegano, e ela quer uma salada — Aidan sorri gentil para o moço que anotava tudo em um papelzinho.

— Ok, já trago o seu pedido. Licença! — Ele sai.

— Vegano? — pergunto, surpresa.

— É... prefiro ver os animais vivos do que mortos em seu prato! E sem contar que verduras são bem mais saudáveis, não é mesmo? — ele diz.

Assinto, um pouco sem jeito. Eu como carne sem me importar com os animais... kkk, rindo nervosamente.

Passam-se dois minutos, e os nossos pratos chegam. Pego o garfo, pego uma porção da salada e coloco na boca. Meu Deus, é a salada mais ruim que já comi em toda a minha vida! Pego a taça que estava com água e vou comendo a salada e engolindo junto com a água.

O sanduíche do Aidan parece estar bom... Ah, mas é vegano, deve ser nada bom, só folhas.

Acabo minha salada com a ajuda da água. Percebo que Aidan já havia acabado e está me olhando. Que cara estranha!

— O que foi? — pergunto para ele, que desvia o olhar para o seu relógio.

— Não posso te olhar? — Ele volta a me olhar.

— A... eu fico um pouco desconfortável com isso... — digo, e ele para de me olhar e fixa a atenção em outros lugares.

— Quero uma bebida. Você quer? — Aidan pega o cardápio de bebidas.

— Sim, um suco de frutas de melancia! — digo.

Aidan guarda o cardápio e me olha.

— Tava me referindo a bebida com álcool — ele diz, sério.

— Você está dirigindo. Não vou deixar você beber. Depois que você chega na sua casa, bebe e sai de carro... Tenho minha mãe para me cuidar. Estou nova demais para morrer — digo.

Ele não diz nada e chama o garçom.

— Se você pedir, eu vou embora. Pego um táxi e não saio mais com você! — digo, começando a ficar irritada. Odeio gente teimosa. Ele continua calado.

— O senhor quer a conta? — pergunta o garçom.

— Não! Me traga dois sucos de frutas de melancia, por favor — Aidan diz.

O garçom assente e sai.

— Se quiser ir embora, vá. As pernas são suas. Não estou te obrigando a ficar aqui comigo — ele diz.

Olho para ele com uma cara de não estar acreditando nisso.

— Você é um idiota! — Tiro o guardanapo do meu colo e jogo na mesa, e saio da mesa. Mas ele é mais rápido e segura meu braço de leve.

— Desculpa... é que você me fez lembrar de uma coisa, e acabei descontando em você. Me desculpe mesmo — ele diz.

Reviro os olhos.

— Tanto faz! Agora não quero mais suco, não! — digo.

Aidan chama o garçom e cancela os sucos e paga o que pedimos. Saímos do restaurante, e Aidan pega a chave do seu carro. Ele abre a porta para mim, e quando eu entro, reviro os olhos. Ele entra no outro lado.

Seu celular vibra, e ele olha e depois desliga. Aidan liga o carro e coloca o cinto de segurança.

— Vamos para minha casa! — ele diz.

Arregalo os meus olhos.

— Eu não quero ir para lá. Eu tenho casa para que? — pergunto, levantando-me um pouco no banco.

— Senta direito! — ele diz com um tom de voz autoritário.

— Eu vou sentar a minha mão na sua cara se você não me levar para MINHA CASA, porra! — digo, já de saco cheio.

— Achava que você era calma, mas pelo visto não. É estressada! — ele diz, sem tirar a atenção da rua.

— Sua casa está cheia de polícia — ele diz.

— Mais um motivo para eu ir para lá e ver se minha mãe está bem — respondo.

Ele fica calado. Dá uma raiva disso.

Ele entra em um condomínio muito chique, só tinha casas bonitas e grandes.

— A sua mãe está bem. Ela me disse que está tarde, então é melhor ir para minha casa mesmo — ele diz.

Reviro os olhos. É bem a cara da minha mãe falar isso também se.

Ele para o carro em uma garagem grande, com mais três carros. Ele desce, e eu também. Ele dá a volta para abrir a porta para mim, mas eu já havia descido.

Ele assente e diz um "Ok, vamos?" E logo fomos entrando. Sua casa estava toda escura. Aidan acende a lanterna do seu celular, e eu me deparo com uma escada grande. Ele pega na minha mão, e subimos.

Entramos em um quarto, e eu percebo que é o dele. Meu Deus, deu até vergonha do meu. O quarto dele é grande e bem arrumado. Vejo que tem uma prateleira de livros, um toca-discos e um frigobar.

— Lá atrás é o meu closet. Pega uma blusa minha. Na segunda gaveta, tem calcinhas dentro do saquinho — Aidan aponta com o dedo indicador para mostrar onde é e logo sai.

Eu vou junto. Aidan pega só uma cueca e uma calça da Adidas. O mesmo ia saindo, mas o chamo.

— Onde eu vou dormir? — pergunto.

Ele me olha com um olhar de não estar acreditando nisso.

— Não está óbvio? — Aidan abre os braços em volta da sua cintura e palma da mão.

— Tá! E você? — pergunto.

Aidan sai, e eu vou atrás dele.

— Eu vou dormir em outro quarto — diz, parado na porta, pronto para fechar.

— Ou você quer que eu durma aqui? — pergunta.

— Hum, tanto faz — digo, sem pensar. — Quero dizer, é melhor você ir dormir no outro mesmo — digo com um sorriso falso.

Ele sai, fechando a porta, e eu paro de sorrir e vou até lá e tranco a porta. Pego a blusa e o saquinho e vou para o banheiro. Tomo um banho quente e, depois, saio e deito na sua cama grande e macia.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!