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Desert Rose

Avisos, Gatilhos e Tópicos Sensíveis, e Agradecimentos

Pensei muito em um romance — enquanto devaneava dentro do ônibus — ouvindo a música do Sting - Desert Rose (acredito que não da época de muitos de vocês).

A música me levou a relembrar várias cenas da novela O Clone —amo de paixão —. Pensei em como seria a trama se fosse um romance entre homens. E o pensar me levou a idealizar, construir, e por fim, começar a escrever os capítulos.

Teremos muitos gatilhos pois a história se passará na maior parte em Fez—Marrocos— , e por lá o Homossexualismo é criminalizado, e sem contar que existem as questões culturais e religiosas que fazem com que ser gay lá um risco enorme a vida e a integridade.

📢 Aviso de Gatilhos

Esta obra contém conteúdos sensíveis que podem despertar lembranças dolorosas ou causar desconforto. Leia com consciência dos temas abordados:

Violência verbal e física: personagens podem sofrer ou praticar agressões físicas, ameaças e ofensas.

Preconceito em geral (cultura, religião, raça, orientação sexual etc.): a narrativa aborda discriminação e intolerância de diferentes formas, refletindo situações reais e cruéis.

Violência contra a mulher: cenas de opressão, Abuso e agressão contra mulheres. Se você, leitora, identificar algo semelhante em sua vida, denuncie! Ligue 180. A chamada é gratuita, sigilosa e pode salvar vidas. Você não está sozinha.

Palavras de baixo calão: uso de linguagem chula, palavrões e termos ofensivos.

Menção a uso de drogas ilícitas: referências ao consumo ou tráfico de substâncias proibidas.

Alcoolismo: personagens lidam com vício, abuso de álcool e suas consequências emocionais e sociais.

Suicídio: menções e descrições sobre tentativas ou pensamentos suicidas.

Abusos diversos (sexual, familiar etc.): situações de violência e opressão em diferentes contextos de poder e intimidade.

Sexo explícito: cenas eróticas descritas de forma direta e detalhada.

Se algum desses tópicos lhe causa algum gatilho, por favor não siga com essa leitura.

Ou siga com sua conta em risco.

***Apesar de escrever sobre assuntos desse tipo, eu NÃO sou conivente com nada criminoso, e nem que fira a integridade humana, isso aqui é ficção***

...Sonhei com teu olhar, proibido e tão perto,...

...Nas ruas de Fez, o silêncio é deserto....

...Carrego no peito o perigo e a chama,...

...Um amor que se esconde, mas nunca se apaga....

...Minha rosa no deserto,...

...flor que o medo fez nascer,...

...Teu toque é promessa e risco,...

...mas não sei deixar de querer....

...O mundo condena, a cidade vigia,...

...Mas teu corpo desperta o que a noite queria....

...Entre sombras e regras, tua voz me chama,...

...Um sussurro que arde, um segredo que inflama....

...Minha rosa no deserto,...

...frágil e rara de se ter,...

...Se o preço é perder tudo,...

...ainda escolho me perder....

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Em especial aos leitores, a maior forma de apoio é a leitura, os comentários e os engajamentos!

Fico feliz, mesmo a história estando em construção, quando vejo o amor, carinho e o quão acompanham a história. 

Aos meus "conselheiros" de outra dimensão e realidade, por cada vez que tenho a intuição sobre onde ir e pra onde caminhar com cada história autoral.

Aos que apoiam de qualquer forma <3

"Aos que ardem em amores proibidos,

impossíveis, mas nunca vazios...

Até no deserto, há de nascer uma bela Rosa. Chamarás: a mais bela rosa do deserto."

Prólogo

   O sol queimava, queimava muito. A essas horas quem poderia dizer mais sobre isso seriam os camelos dos peregrinos. sério! Mesmo que parem pra descansar, aquelas montanhas desengonçadas nas costas de cada uma, certamente queimavam.

O sol do meio dia é o maior castigo pra quem caminha nessas longas...

Longas...

Não são estradas 

São milhas e milhas de areia e mais areia, fofa, claras, traiçoeiras quando de baixo de uma ventania.

Gostava de observar as caravanas de passagem pelo deserto.

Em um certo ponto de Fez dava pra enxergar, os bichos grandes, os homens não tão grandes assim. Mercadores, talvez? Peregrinos? Melhor... Balduínos?

Existiam mais perguntas do que respostas na cabecinha de Amir. Sua cabecinha de criança de apenas dez anos não lhe permitia responder suas questões pré-adolescentes. Na verdade, não foi criado pra ser um grande questionador, tão pouco um pensador. Foi criado pra levar as tradições de família e as religiosas a frente. Era isso, isso bastava! Não podia se dar ao luxo de pensar enquanto olhava a extensão de areia, nem ao olhar o horizonte aonde a luz do sol lhe cegava um pouco.

—Vamos, Amir. Sua Oummi (mãe) está esperando com o almoço pronto.

— Sim, Baba (pai)

Amir bate a túnica branca que usava, enrola o tapete que usara para o Dhuhr (oração) o colocando por baixo do sovaco assim como seu Baba fazia.

—Baba?

— Sim?

— Podemos ter mais orações assim no deserto? — Amir coça um pouco a ponta do nariz, comichou graças a areia que subiu com a leve brisa passageira.

— Se estivermos próximos, sim.

— Gosto do deserto. Apesar de não ter as flores lindas que temos no canteiro de casa.

Samir sorri, gostava da delicadeza que seu filho carregava quando o assunto era a natureza, afinal, uma criatura de Allah deveria mesmo contemplar todas as suas criações.

— Desertos não são bons para flores, pense que flores nascem nos lugares certos, lugares dados a elas por Allah.

— Allah pensou em tudo, Baba.

— Pelo profeta, não diga coisas assim nessa entonação, fica parecendo que nada ensinei a meu filho.

— Desculpa, não voltará a se repetir.

Samir coça a barba, pensou ter pego muito no pé de seu filho, mas Amir passa por essas fases de descoberta era o momento perfeito para doutrinar. Afinal, Amir levaria o legado da família, orgulharia sua mãe na Medina e no solo de todo o país, seria seu maior orgulho.

Amir caminhava encarando cada lugar com os olhos brilhantes, estava calor, a túnica de mangas longas o deixava aquecido, mas não reclamava, era filho do mais respeitado Imã deveria andar como o costume mandava.

Já em casa, tira as sandálias que usava, anda até a pia do pequeno quintal onde sua mãe gostava de lavar roupa enquanto cantava. Lava as mãos. Agradece a Allah pela água limpa, e pela oportunidade que muitos não tem de estar em casa.

Ao entrar, Zafira arrumava as coisas na mesa, ela tinha os cabelos soltos, e o cheiro de flores já alcançava as narinas do pequeno, misturada com o cheiro do carneiro assado que fazia seu estômago reclamar de fome.

— Oummi! —ele corre para sua mãe e abraça.

—Habib... — suas mão delicadas depositam um carinho nos cabelos negros de Amir, um beijo é estalado em sua testa e ela se endireita. 

— Oramos no deserto, Oummi — ela sorri — a medina estava cheia, vi véus de seda que não estavam lá ontem.

—Veus de seda?

—Vou comprar muitos quando crescer, a senhora vai andar muito mais enfeitada.

— Habib, farás essas coisas pra sua esposa — um sorriso doce se desfaz ao ver Samir entrar na sala e se sentar nas almofadas — a esposa virá em primeiro — sua atenção volta ao homem que coçava a barba pra fazer, ela quase se curva enquanto forçava um sorriso a ele.

— Ela há de entender! Há de entender! —Amir diz com confiança.

— Vamos almoçar... —diz a mulher.

— Chega de assunto, Amir. —o pai diz com firmeza.

— Sim, senhor.

Quando todos estão perante a mesa de centro, Samir faz um agradecimento ao Mohammed, e a Allah. Comem em silêncio. Há muito já não se via festas, e nem sorrisos a mesa, mas Amir ainda era alheio ao que acontecia em casa, não entendia, embora estranhasse o fato de sua mãe não se enfeitar tanto, não usava seda bordada, e nem as jóias que usava há tempos atrás. Não era assunto pra criança, afinal 

Depois da última oração do dia, o garotinho desceu as escadas para roubar algum doce na cozinha, peripécias de criança, nada muito fora do normal, foi nesse instante que algo lhe chamou a atenção, um gatinho andava no muro de sua casa, ele tinha algo preso em sua patinha. Amir correu para fora de casa, tinha a tal regra de não por os pés pra fora após a última oração, mas o gatinho é uma criação de Allah... Certo?

Certo!

Com calma e em silêncio, Amir se aproximou, o gato pulou o muro. Amir se chateou com isso. Abriu o portão e pegou o gatinho pelo cangote que se debateu. Se abaixou após levantar a túnica até os joelhos pra não atrapalhar. Tremeu um pouco de frio, já se arrependendo por estar fora a essa hora. 

Levou uma leve mordida do gato, que se acalmou ao ver que Amir queria ajudar e não machucar. Mas foi aí que o menino olhou para frente, e depois para os lados, escutou uma risada e dispersou do gato que saiu correndo seguindo seu rumo de passeio noturno. Pôs os pés um pouco mais para a rua, cruzou os braços e viu de onde o som vinha.

O que seus olhos contemplavam era...

Lindo?

Achava lindo, e diferente de tudo o que imaginou.

Não sabia o que eram beijos, toques, e nem muito menos os sorrisos que surgem no rosto entre o roçar de lábios. Menos ainda sabia que isso era possível entre dois homens.

Aos seus olhos aquilo era poético.

Tão certo quanto o curso que o rio faz pra encontrar o mar.

Tão certo quanto a delícia das refeições preparada por Oummi.

Perfeito...

— AMIR!

O grito o tirou de órbita, assim como tirou do momento perfeito os dois homens que se beijavam nas sombras, a lua no céu não os tocava com sua luz, mas para Samir, deveria! Era lindo e perfeito para ser tocado por algo tão sublime. O que Amir não esperava era que seu pai fizesse um escândalo, o que fez toda Fez — ok, exagerei — melhor dizendo, aquela pequena ruela despertar. Não demorou muito para que vários homens saíssem de suas casas e começassem a ficar enraivecidos.

— Amir, entra! Quando voltar teremos uma bela conversa!

— Sim, Baba.

Entrou a contra gosto.

Não entendeu.

Porque se enfureceram tanto com algo tão bonito e que fez o coração de Amir bater de forma diferente?!

Entendeu quando disseram:

"Matem essas aberrações, em nome do profeta! Em nome de Allah!"

Foi aí que soube que, de alguma forma, algo tão bonito era proibido 

Capítulo 1

^^^"Sobre as nossas cabeças o sol^^^

^^^Sobre as nossas cabeças a luz^^^

^^^Sob as nossas mãos a criação^^^

^^^Sobre tudo o que mais for do coração"^^^

^^^Marcus Viana - Sob o Sol^^^

...**Oito anos mais tarde**...

Observava as areias do deserto, depois de fazer a terceira oração do dia —Asr—. Carregava o tapete como um rolinho por debaixo dos braços, na volta, fazendo o caminho de casa. Observava os comércios na Medina, os vendedores sempre muito alegres, alguns homens olhando véus de várias cores, estilos e tecidos. Gritos de um lado, gritos de outro. Amir para respirando fundo, amava o cheiro dos temperos e especiarias. Amava a música que vinha de dentro de alguma lojinha.

No mais, o povo ali era bem animado, dava para perceber alguns turistas fazendo compras, tirando fotos. Apenas mais um dia normal em Fez.

Ao chegar em casa se depara com sua Oummi brigando com uma das criadas, os cabelos soltos e recém pintados para esconder os fios brancos que insistiam em nascer, as mãos repousas em sua cintura e o rosto emburrado que logo se alegra ao ver o filho amado, faz uma Salguta (um gritinho) e bate palmas como em ritmo de algum Said. Amava essa alegria que era recebido, como se não morasse nessa casa, se bem que passa mais tempo na Quermesse do que em casa.

—Seja bem vindo de volta, Habibi.

— Oummi — ele beija o dorso da mão da mulher e a coloca na testa em seguida, um sinal de respeito — cadê o Baba?

Amir repara quando a mãe desvia o olhar e perde o brilho de antes. 

Não era mais uma criança e sabia muito bem o que acontecia debaixo daquele teto. Achava errado, ainda mais depois de saber que em outras culturas era criminalizado levantar a mão pra uma mulher. Mas ali, os homens tinham o aval do Profeta e de Allah, era uma forma de corrigir a mulher. 

Achava errado.

Suspira e passa as mãos em seus cabelos, olhando para cima, repara que alguns tecidos de seda que ficavam como decoração foram retirados, com certeza pra lavar.

— Está na Medina, foi conversar com Mohammed sobre sua noiva.

— O que?

— Ah, pensei que seu pai tinha te dito. Ele foi arranjar seu casamento.

— Sem a minha autorização? E sem a minha companhia? Isso é errado! Não é assim que os mandamentos ensinam, Oummi. —protestou com a voz baixa.

— Sabe como meu marido é.

Amir segura o ar nos pulmões depois de o aspirar com força.

Tinha dito que não queria casar.

Não sentia que seria feliz com uma mulher, e nem muito menos fazer uma feliz. Tinha pavor de pensar naquilo que elas tem entre as pernas. Se pegava às vezes olhando as dançarinas, mas só porque achava lindo, nada a mais.

— Habib...

Escutou a mãe o chamar com melancolia enquanto se afastava. O rapaz sobe as escadas, passando pelo corredor iluminado pelo sol, e com sombras demonstrando estar perto da hora do sol se por. Adentra seu quarto, abrindo a porta dupla de madeira tingida de branco. Anda de um lado a outro algumas vezes antes de se sentar na beirada da cama e esfregar o rosto com ansiedade.

Não queria pensar em casamento, ainda mais com uma mulher. Sentia o tempo apertar seu pescoço, sentia a opressão de seu segredo aumentar. Aquele fantasma de anos atrás lhe perseguir, as lembranças que antes o fazia se jogar de baixo das cobertas para tocar seu corpo aonde se sentia bem agora o deixava pra baixo. As coisas podiam ser mais simples se cada um tomasse conta de sua própria vida, se pudessem viver do jeito que queriam. Que mal tinha nisso se envolvia o amor? Allah amava o amor por ele ser o próprio, não era isso que ensinava o Baba?

—Serei sacrificado como um cordeiro, Allah, isso é injusto! Injusto!

Suspira, tentava fazer de tudo pra controlar suas emoções, não queria deixar sua mãe preocupada, mais do que já estava. 

Oummi, ela vem sendo sua melhor amiga, vem sendo seu universo, vem sendo seu chão, seu norte, talvez ela fosse entender se ele contasse seus segredos? Talvez ela passasse por cima das crenças e cultura pelo amor que sentia por seu filho? Era difícil afirmar, Amir esconderia, não poderia deixar esse segredo cair nas mãos de ninguém, só ele e Allah sabiam.

******

Estava na Mesquita, por dentro um santuário de cor e luz, as colunas de mármore sustentavam arcos em ferraduras, que conduziam os fiéis até o mihrab, um nicho esculpido apontando para o Meca, era todo ornado com delicadas inscrições do alcorão. 

Seus pés caminhavam firmes sob tapetes vermelhos e ocres que cobriam o chão do lugar, preparado para as orações. O incensário aceso jogando e levando o aroma para cada canto do lugar. 

Escutava quando alguém se aproximava, os sapatos contra o mármore indicavam isso, não havia silêncio completo ali. Turistas cochichavam, fotografavam. Samir agradecia por não estar fazendo nenhuma prece naquele momento. Não vestia sua djellaba, usava um conjunto social, iria conhecer sua noiva, a contra gosto.

Mexe nos cabelos e suspira se sentindo quase afogado em desespero, talvez fugir fosse uma saída, mas como?

— Licença, poderia tirar uma foto minha?

A voz masculina suave e baixa chega aos ouvidos de Amir, o despertando de seus pensamentos, demorou um pouco a se virar e quando o fez sentiu seu interior se agitar. Os olhos fixaram na imagem a frente, percebeu a mudança da expressão sorridente para uma curiosa, um tanto confusa. Desceu os olhos o suficiente pra perceber a sandálinha de couro nos pés, o bermudão jeans a baixo dos joelhos — coisa de estrangeiro — a camisa verde clara que combinava bem com o tom de pele branco. Subiu os olhos e percebeu o rapaz forçar um sorriso meio amarelo, talvez de constrangimento.

— Desculpa, eu não falo muito bem o seu idioma.

Amir pensou que ele falava bem sim, mesmo que algumas pronúncias não estivessem muito certas, mas achava um charme, o mesmo charme que a pintinha no canto superior esquerdo do lábio davam ao rapaz. Os cabelos curtos, de um jeito social de coloração clara, quase um loiro, os olhos castanhos mel.

"Lindo como o deserto" Pensou ele.

— Senhor?

Amir pisca algumas vezes seus longos cílios e por fim sorri.

— Desculpa, não estou acostumado com estrangeiros — mentiu, convivia com vários diariamente, principalmente com os quais faziam negócios com seu pai — é claro que posso fotografar pra você.

O garoto alarga o sorriso mostrando as covinhas nos cantos inferiores dos lábios, ou talvez fossem marcas de expressões, marcas fofas, concluiu.

— Desculpa se fui mal educado.

Ele entrega a câmera nas mãos de Amir que mais parecia hipnotizado na imagem linda do garoto, um que não se comparava com os brutamontes idiotas que existiam nesse lado de cá do planeta. O garoto olha pra trás pra encontrar uma posição que aparecesse o Minbar, e também o Mihrab. Ele aponta o dedo indicador pra cima, em direção a eles.

— Está aparecendo os dois?

Amir fecha um olho enquanto o outro se encaixava no visor da câmera, ele faz um joinha e em resposta o garoto usa seu melhor sorriso compondo a pose que fazia. Amir fotografa, vê quando o flash pisca. Afasta a câmera do rosto, estava alheio, tinha acabado de ter o vislumbre de algo lindo que sorria gigante em sua direção. O estrangeiro se aproxima, olhando ao redor, o marroquino lhe devolve a câmera.

— Tomara que o filme não queime, preciso mesmo destas fotos para o meu documentário — o garoto sorri e estende a mão pra Amir que não demora a segurar e a apertar com delicadeza — Rafael Montenegro.

— Amir, Amir Al-Mansouri.

—Belo nome!

— Obrigado, o seu também é. 

— Obrigado pela foto, foi um prazer te conhecer, Amir... Fica com... Allah? — ele sorri.

— Ma'a as - salama, é o que dizemos por aqui... 

—Que significa?

— Que a paz esteja contigo... — responde arrastado, ainda estava impressionado que um homem poderia ser tão lindo assim. 

Rafael sorri, não mais o sorriso sem graça, mas um sorriso grato.

— Que a paz esteja contigo também.

Amir solta o ar que nem sabia estar segurando quando o garoto se afasta.

Não acreditava no que seus olhos via.

Não acreditava no quão seu coração bateu forte... O Profeta ensina que se seus olhos o faz pecar, o arranque, melhor que fosse uma metade aos céus, do que o corpo todo ser lançado ao inferno.

Talvez.

O inferno fosse ele.  

Desejou ser lançado por inteiro.

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