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"Meus Sentimentos, Gritam por um Amor!

Capítulo 01! O Roubo que Mudou Meu Destino.

" Meus Sentimentos Gritam por um amor."

O céu daquela tarde cinzenta parecia refletir a alma de Mariah. Aos vinte e três anos, a jovem vivia uma rotina simples e serena, dividida entre os estudos de literatura e o trabalho em uma pequena livraria no centro da cidade.

Sempre sonhadora e delicada, era conhecida por todos como uma mulher de coração puro e palavras gentis — alguém incapaz de ferir sequer uma flor.

Mas o destino, caprichoso e cruel, estava prestes a virar sua vida do avesso.

Tudo começou quando conheceu Jordan Olliver.

A primeira impressão que teve dele foi estranha: um homem elegante demais para aquele bairro simples, com um olhar frio e calculista que parecia ler a alma alheia.

Jordan era o tipo de pessoa que nunca passaria despercebida.

— a postura impecável, o sorriso controlado, e aquele jeito de falar que escondia mais do que revelava.

Ele apareceu na livraria numa tarde chuvosa, procurando por um livro raro sobre arte renascentista.

Mariah, sempre prestativa, o ajudou a encontrá-lo e, a partir daquele dia, Jordan passou a frequentar o lugar com frequência.

Suas visitas eram marcadas por conversas educadas e presentes discretos.

— um café, um buquê de flores, pequenas gentilezas que, aos poucos, foram desarmando a timidez da jovem.

Mariah jamais imaginou que aquele homem, que parecia tão encantador, escondia uma mente ardilosa e um plano sombrio.

Jordan era, na verdade, um homem desesperado.

O testamento de seu pai deixava clara uma condição para que herdasse a fortuna da família Olliver: ele deveria estar casado até completar quarenta anos.

O prazo se aproximava e, sem perspectivas de um casamento por amor, Jordan decidiu que precisaria forjar uma situação que o levasse ao altar.

— mesmo que para isso destruísse a vida de alguém.

Foi então que entrou em cena Solar, sua cúmplice e amante de longa data. Solar era obcecada por Lúcio, o sobrinho de Jordan, filho de seu irmão Joe Olliver.

— um homem poderoso, dono de impérios e influente em todas as esferas sociais. Lúcio, porém, nunca a amara.

Educado e distante, sempre a tratou com respeito, mas nunca com carinho.

Rejeitada e frustrada, Solar viu em Jordan a oportunidade de se vingar e obter o que queria: destruir qualquer mulher que pudesse conquistar o coração de Lúcio e, ao mesmo tempo, manter-se próxima à fortuna dos Olliver.

O plano foi arquitetado com precisão.

Durante um evento beneficente organizado pela família Olliver em sua luxuosa mansão, Jordan convidou Mariah a acompanhá-lo.

Ingênua e lisonjeada, ela aceitou o convite, acreditando que aquele era um passo importante em uma possível relação.

Vestida com um simples vestido azul e o coração repleto de esperança, Mariah entrou em um mundo que não era o seu — salões iluminados por lustres de cristal, convidados vestidos de grife e olhares arrogantes que a mediam da cabeça aos pés.

Foi naquela noite que o pesadelo começou.

Em meio à festa, uma joia avaliada em milhões desapareceu do cofre da família.

O caos se instalou rapidamente.

Guardas, seguranças e policiais revistaram convidados, funcionários e convidados.

Quando a joia foi encontrada dentro da bolsa de Mariah, todos os olhos se voltaram para ela.

— Isso é um absurdo! — disse, tremendo, com as lágrimas ameaçando cair.

— Eu nunca roubaria nada! Eu nem sabia que isso estava aqui!

— E, no entanto, estava — respondeu Jordan, com uma expressão de falsa decepção.

— Mariah… por quê?

A humilhação foi pública e devastadora.

Nenhuma explicação, nenhum argumento foi capaz de provar sua inocência.

Solar, com um sorriso triunfante, observava de longe, satisfeita com o desfecho.

Preso em sua atuação calculada, Jordan apresentou a “solução”: se ela aceitasse se casar com ele, evitaria a prisão e o escândalo.

A acusação sumiria, a polícia seria retirada do caso e sua vida não seria arruinada para sempre.

— É simples — disse ele, em voz baixa, quando estavam a sós. — Você casa comigo e tudo isso desaparece.

— Isso é chantagem! — gritou ela, com a alma despedaçada. — Eu não amo você…

— Não precisa amar — respondeu friamente.

— Precisa apenas ser minha esposa.

Mariah sentiu o mundo desabar. Sozinha, humilhada e sem provas de sua inocência, viu-se sem saída.

O casamento com Jordan era sua única opção para escapar da prisão.

E assim, com lágrimas escorrendo pelo rosto e o coração em pedaços, ela disse “sim”.

O casamento foi rápido e sem alegria.

Mariah estava pálida e trêmula, enquanto Jordan exibia seu sorriso de vitória.

Não havia amor, nem promessas sinceras — apenas um contrato silencioso entre vítima e carrasco.

Nos dias que se seguiram, a vida dela se tornou um inferno. Jordan a tratava com frieza, deixando claro que não havia afeto algum.

Para ele, ela era apenas a chave para a fortuna. Solar, sempre presente, fazia questão de lembrá-la de seu lugar, com palavras cruéis e humilhações veladas.

— Você nunca será uma de nós — sussurrou Solar certa vez, em um jantar. — Jordan não te ama.

E Lúcio… ah, ele nem sabe que você existe.

Mariah suportava tudo calada, engolindo o choro noite após noite.

Sua alma gritava por justiça, por liberdade… e, acima de tudo, por amor.

Um amor que nunca conheceu, mas que seu coração teimava em sonhar.

Enquanto isso, em outro canto da cidade, Lúcio Olliver retornava de uma viagem longa ao exterior, sem imaginar que seu mundo prestes a colidir com o de Mariah.

O filho de Joe Olliver, ao contrário dos tios e de sua madrasta Anabete, era um homem justo e gentil, com um coração livre de ganância.

Desde pequeno, Lúcio fora desprezado por Anabete, que jamais suportou a ideia de que o enteado herdaria boa parte da fortuna que ela tanto cobiçava.

Para ela, o único futuro aceitável seria vê-lo casado com Solar — a mulher que considerava “perfeita” para manter a fortuna dentro da família.

Mas Lúcio sempre recusara esse destino.

Para ele, o amor era algo puro, impossível de ser forçado ou comprado.

E talvez fosse justamente essa fé no amor verdadeiro que, em breve, o levaria ao caminho de Mariah.

Naquela noite, enquanto observava a chuva cair pela janela do quarto, Mariah sussurrou para si mesma:

— Por que meu coração ainda acredita…

que existe um amor capaz de me salvar?

Ela não sabia que, do outro lado daquela mesma tempestade, um par de olhos sinceros e uma alma destinada à dela estavam prestes a cruzar seu caminho.

E que, apesar de toda a dor, seus sentimentos.

— sufocados e feridos — começariam a gritar por um amor que mudaria tudo.

Capítulo 02! Prisioneira de um Casamento.

O vento frio daquela manhã atravessava as janelas da mansão Olliver, mas nada era tão gelado quanto a sensação no peito de Mariah.

Faziam apenas três semanas desde que dissera “sim” a um casamento que nunca desejou.

E cada dia ao lado de Jordan era um lembrete doloroso de tudo que perdera: sua liberdade, sua dignidade e a fé no futuro.

A mansão, imponente e luxuosa, era como uma prisão dourada. Mármore por todos os lados, janelas altas e corredores silenciosos.

— um cenário que parecia bonito aos olhos de quem via de fora, mas que escondia a solidão sufocante de uma mulher que vivia entre as grades invisíveis do medo.

Jordan, desde o dia do casamento, deixara claro que não havia espaço para amor entre eles.

— Você está aqui porque precisa estar — repetia ele, quase como um mantra.

— Não espere afeto, Mariah. Você não é minha esposa por escolha.

Essas palavras ecoavam na mente dela todas as noites. Não importava o quanto tentasse manter a cabeça erguida, sempre havia uma lembrança cruel de sua condição:

ela era apenas um instrumento, uma peça de um jogo perverso pelo qual nunca pediu para participar.

Os dias se passavam lentamente, e Mariah começou a perceber que as humilhações vinham de todos os lados.

Solar, sempre presente nas reuniões sociais da família, fazia questão de lembrar-lhe de seu lugar.

— Que estranho ver uma ladra vestida de seda.

— disse ela certa vez, com um sorriso venenoso durante um jantar. — A vida realmente tem um senso de humor peculiar.

Mariah, com o coração ferido, abaixou os olhos e permaneceu em silêncio.

Nenhuma palavra que dissesse mudaria a opinião daquelas pessoas.

Para todos ali, ela não passava de uma oportunista que se aproveitara da situação para ascender socialmente.

E Jordan nunca se preocupou em defender sua honra — pelo contrário, muitas vezes a deixava sozinha no meio do fogo cruzado.

A única companhia que Mariah tinha era a de Helena, uma empregada antiga da família que, com olhos gentis e voz suave, tentava confortá-la.

— A senhorita não merece isso.

— disse Helena numa tarde chuvosa, ao servi-la no jardim.

— Um coração bom como o seu não foi feito para viver em jaulas.

— Às vezes acho que nunca vou sair daqui — respondeu Mariah, com lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto.

— Sinto que a vida me esqueceu.

Helena segurou sua mão com delicadeza.

— A vida nunca esquece dos corações justos.

Só está preparando o momento certo para surpreendê-la.

Enquanto Mariah enfrentava sua rotina de humilhações, os planos de Jordan seguiam conforme o esperado.

O casamento fora amplamente divulgado e os documentos da herança estavam prestes a ser liberados.

O que ele não imaginava era que, no fundo do peito, começava a surgir um medo que não admitiria nem para si mesmo: o medo de que Mariah, com sua bondade silenciosa, se tornasse uma ameaça à frieza com que sempre viveu.

— Ela precisa lembrar quem manda aqui — disse Jordan a Solar durante um encontro secreto.

— Não posso permitir que ela se sinta confortável.

— Não se preocupe.

— respondeu Solar, com um olhar cheio de desprezo. — Eu cuidarei para que ela nunca esqueça o lugar dela.

Foi numa noite de gala que a situação atingiu seu ponto mais doloroso.

Jordan insistiu para que Mariah o acompanhasse a uma festa importante da família Olliver, onde estariam empresários, políticos e toda a elite da cidade.

Mesmo relutante, ela aceitou. Queria ao menos tentar parecer digna, mesmo que por dentro estivesse em pedaços.

Vestida com um elegante vestido vinho.

— presente de Jordan, escolhido não por gentileza, mas por aparência.

—Mariah entrou no salão de cabeça erguida.

Cada passo era um desafio, cada olhar de desprezo um golpe em sua alma.

No meio da festa, Solar se aproximou com um sorriso falso.

— Está se divertindo, querida?

— perguntou, com a voz carregada de veneno.

— Imagino que não tenha frequentado muitos lugares assim… afinal, onde você cresceu, os bailes devem ser bem diferentes, não?

Mariah tentou ignorar, mas Solar foi além.

— Aliás, deve ser difícil estar aqui sabendo que a única razão de ainda estar livre é esse casamento.

Algumas pessoas acham que ladrões deveriam estar atrás das grades.

Antes que pudesse responder, Jordan se aproximou — não para defendê-la, mas para humilhá-la ainda mais.

— Solar tem razão — disse, com frieza.

— Lembre-se sempre do que você é, Mariah. Sem esse casamento, estaria em uma cela.

As palavras foram como facas afiadas em seu peito.

A dor era insuportável, e o salão começou a girar ao seu redor.

Sentindo o chão sumir sob seus pés, Mariah saiu apressada e se refugiou no jardim da mansão onde acontecia a festa. Lá, sozinha, desabou em lágrimas.

— Por que isso está acontecendo comigo?

— sussurrou, com a voz embargada. — Eu não mereço isso… não mereço…

Enquanto enxugava as lágrimas, uma voz suave e desconhecida soou atrás dela.

— Nenhum coração puro merece sofrer assim.

Mariah se virou, assustada.

Diante dela estava um homem alto, de olhar gentil e expressão sincera. Vestia um terno escuro simples, mas havia algo em sua presença que transmitia conforto e segurança — algo que ela não sentia há muito tempo.

— Desculpe-me…

— disse ele, se aproximando devagar.

— Não quis assustá-la. Vi você sair correndo e… achei que precisava de alguém para ouvir.

— Eu não preciso de pena — respondeu, com a voz trêmula, tentando esconder o rosto.

— E não é pena que estou oferecendo — disse ele, com um sorriso leve. — É empatia.

Houve um breve silêncio. Então, ele estendeu a mão.

— Lúcio Olliver.

O nome soou familiar, e seu coração disparou.

Lúcio… o filho de Joe. O sobrinho de Jordan.

Mariah hesitou, mas acabou apertando a mão dele.

Foi um toque simples, mas despertou nela algo que há muito estava adormecido — a sensação de que talvez, só talvez, ainda existisse bondade no mundo.

— Eu… sou Mariah — disse, quase num sussurro.

— Eu sei — respondeu Lúcio, com um olhar profundo. — E, pelo que ouvi, você tem carregado um fardo pesado demais sozinha.

As lágrimas voltaram a escorrer. Pela primeira vez, alguém não a olhava com desprezo.

Não a julgava, não a chamava de ladra. Lúcio a via como ela era: uma mulher machucada,

mas ainda de pé.

— Eu não sei por que estou lhe dizendo isso, mas…

eu não fiz nada do que dizem — confessou ela, como se tirasse um peso do peito.

— Eu acredito em você — respondeu Lúcio, sem hesitar.

Foi naquele instante que algo mudou.

Um sentimento leve, quase imperceptível, começou a nascer no coração de Mariah.

Depois de tanto tempo sufocada pela dor, sentiu que sua alma, enfim, respirava.

E sem saber, aquele seria apenas o primeiro de muitos encontros que transformariam completamente suas vidas.

— e fariam seus corações gritarem por um amor que nem o destino seria capaz de impedir.

Capítulo 03! O Primeiro Sopro do Amor.

O amanhecer chegou tímido naquela manhã, com o céu pintado em tons de ouro e lilás. Para Mariah, no entanto, o mundo ainda era um lugar cinza, frio e opressor.

A lembrança da noite anterior — da humilhação no salão e do encontro inesperado com Lúcio — ainda dançava em sua mente.

E, por mais que tentasse negar, o olhar dele a perseguia desde então.

“Eu acredito em você.”

Aquelas quatro palavras, simples e diretas, ecoavam dentro dela como um bálsamo.

Nenhuma pessoa naquela casa havia acreditado em sua inocência. Nenhuma… até ele.

Pela primeira vez desde que tudo começara, Mariah sentiu que não estava completamente sozinha.

Na manhã seguinte ao baile, a mansão Olliver estava em alvoroço. A família se reuniria para um café da manhã formal, tradição imposta por Joe Olliver nas raras vezes em que estava em casa.

Era o tipo de evento que Mariah detestava: um teatro de aparências onde ela sempre era a vilã da peça.

Vestiu um vestido simples de tons claros e desceu as escadas com passos tímidos, tentando passar despercebida.

O salão principal estava repleto de rostos que a observavam com desprezo.

Solar, sentada ao lado de Jordan, sorriu ao vê-la entrar — aquele sorriso que não escondia nem um pouco o veneno por trás.

— Olhem só — disse Solar, alto o bastante para todos ouvirem —, a estrela da noite passada.

A ladra de vestidos finos chegou.

Alguns riram discretamente.

Mariah abaixou os olhos e tentou seguir em silêncio até seu lugar, mas a voz de Anabete, a madrasta de Lúcio, cortou o ar como uma navalha.

— Eu ainda não entendo por que Jordan insiste em manter essa… garota sob o mesmo teto — disse ela, sem disfarçar o desprezo.

— Uma mulher que manchou o nome da família com um escândalo.

— Ela é minha esposa, Anabete — respondeu Jordan friamente.

— E merece estar aqui tanto quanto qualquer um.

— Esposa? — riu Solar, debochada.

— Uma esposa que entrou pela porta dos fundos e arruinou nossa reputação. Que piada.

Mariah respirou fundo. As mãos tremiam sob a mesa e seu coração martelava no peito.

Queria gritar, queria contar a verdade, mas a vergonha a mantinha calada.

Ela já não tinha forças para lutar contra as mentiras.

Mas então, uma voz firme e inesperada ecoou pelo salão.

— Chega.

Todos se viraram para a porta. Lúcio estava parado ali, elegante como sempre, mas com um olhar que queimava em indignação.

Ele caminhou até a mesa com passos decididos e se posicionou ao lado de Mariah, como se aquele lugar tivesse sido feito para ele.

— Isso não é uma corte nem um tribunal — disse, olhando diretamente para Solar e Anabete.

— E mesmo que fosse, nenhum de vocês tem autoridade para julgar essa mulher.

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. Solar tentou disfarçar o incômodo com um riso forçado.

— Estamos apenas comentando fatos, Lúcio — respondeu ela.

— Todos sabemos do que ela foi acusada.

— Acusada — interrompeu ele, com a voz firme.

— Não condenada. E até que provem o contrário, Mariah merece respeito.

Ele olhou para ela, e seu tom suavizou.

— Ninguém aqui tem o direito de humilhar você.

Mariah sentiu o coração acelerar. Nunca — jamais — alguém havia se levantado por ela daquela forma.

E o mais impressionante era que ele não parecia estar fazendo aquilo por educação ou piedade.

Havia verdade nas palavras dele. Havia coragem.

Anabete se levantou, visivelmente irritada.

— Você está se esquecendo do seu lugar, Lúcio.

Ela não pertence a esta família. Ela é uma mancha para o nome dos Olliver!

— Se há uma mancha aqui.

— respondeu ele, com frieza —, é a falta de humanidade de quem julga sem conhecer a verdade.

As palavras foram como um golpe direto. Jordan, desconfortável, tentou mudar de assunto, mas o ambiente já havia mudado completamente.

Mariah não conseguia parar de olhar para Lúcio. E, naquele instante, algo dentro dela mudou.

A raiva, a vergonha e o medo que a dominavam começaram a dar lugar a algo novo… algo doce e perigoso: esperança.

Nos dias seguintes, Lúcio passou a aparecer com mais frequência. Às vezes era no jardim, onde Mariah gostava de caminhar sozinha;

outras, na biblioteca da mansão, onde ela tentava esquecer a realidade com os livros. Sempre com a mesma delicadeza, sempre com a mesma proteção silenciosa.

— Você não precisa se esconder de ninguém — disse ele certa vez, encontrando-a sentada no banco do jardim.

— Eles não conhecem você.

— Eles não querem me conhecer — respondeu, triste.

— Para eles, sou apenas um erro que manchou o nome dessa família.

Lúcio se sentou ao lado dela e ficou em silêncio por alguns segundos, observando as flores balançarem ao vento.

— Eu já vi muita gente fingindo ser o que não é — disse enfim. — Mas você…

você é a pessoa mais verdadeira que já conheci.

Mariah sentiu as lágrimas ameaçarem cair.

— Por que está fazendo isso? Por que me defende tanto?

Lúcio sorriu, olhando-a nos olhos.

— Porque é o certo. E porque…

— ele hesitou por um instante — porque eu não suporto ver injustiça, especialmente contra alguém que não merece.

O coração dela disparou.

Nunca imaginou que alguém como ele — forte, nobre e admirado por todos — pudesse ver valor nela.

E, ainda que não quisesse admitir, começou a esperar pelos momentos em que ele apareceria. Começou a contar os minutos para ouvir sua voz.

Começou… a sentir.

Mas o destino não permitiria que essa aproximação fosse fácil. A presença constante de Lúcio ao lado de Mariah passou a incomodar profundamente Solar e Anabete.

Elas sabiam que estavam perdendo o controle da situação — e que aquele elo crescente entre os dois poderia destruir seus planos.

— Você precisa afastá-los — disse Solar a Jordan numa conversa tensa.

— Lúcio está se apaixonando por ela. E, se isso acontecer, não conseguiremos impedir que ele a proteja de tudo.

Jordan franziu o cenho.

— Lúcio não se apaixona fácil. Ele sabe o que faz.

— Está enganado — rebateu Solar.

— Ele está diferente. Eu conheço aquele olhar…

ele está se apaixonando, e ela também.

Jordan permaneceu em silêncio.

Lá no fundo, sabia que Solar estava certa. E isso o assustava mais do que gostaria de admitir.

Naquela mesma noite, durante um jantar formal, a tensão atingiu um novo patamar. Solar, tomada pelo ciúme, decidiu atacar de forma cruel.

— Sabe, Mariah.

— começou ela, em tom provocador —, ouvi dizer que os ladrões sempre acabam voltando ao lugar do crime. Devemos trancar as joias esta noite?

Alguns convidados riram. Mariah abaixou a cabeça, sentindo o rosto queimar de vergonha.

Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Lúcio se levantou da mesa com firmeza.

— Basta, Solar — disse, a voz carregada de autoridade. — Essa piada perdeu a graça há muito tempo.

— Ora, estou apenas brincando — respondeu ela, com falsa inocência.

— Brincadeiras não machucam pessoas inocentes — retrucou ele. — E Mariah é inocente.

O salão inteiro ficou em silêncio.

Os convidados se entreolharam, surpresos com a intensidade da defesa. Mariah, com o coração disparado, mal conseguia conter as lágrimas.

Nunca, em toda a sua vida, alguém havia se colocado à sua frente assim.

— como um escudo, como um porto seguro.

Naquela noite, ao se deitar, ela fechou os olhos e sorriu pela primeira vez desde que tudo começara.

Ainda estava presa a um casamento sem amor, ainda era humilhada por muitos, mas agora havia uma chama acesa dentro de si.

E essa chama tinha um nome: Lúcio.

Ela ainda não sabia, mas estava começando a se apaixonar.

Não pelo homem mais rico, nem pelo herdeiro poderoso, mas pelo único que a via de verdade.

Pelo único que a defendia quando todos a julgavam.

Pelo único que fazia seu coração gritar — não mais por liberdade, mas por amor.

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