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Amor Entre Laços: Volume 2

Capítulo 1/ O Divórcio

Aurora estava em seu consultório, conversando com Alice e Lisa sobre o casamento que ia de mal a pior. As duas ouviam atentamente.

— É sério que você quer o divórcio? — perguntou Alice, tensa.

— Sim, Alice… eu amo a Luna, mas já estou no meu limite! Ela só chega em casa bêbada! Eu estou cansada disso — falou, deixando as lágrimas rolarem.

Lisa estava de braços cruzados; ela também parecia tensa.

— Amiga, se você pedir o divórcio agora, a Luna só vai piorar! — alertou Lisa.

— Mas eu estou cansada, Lisa! Nós temos dois filho lindos, e eu não quero que ela cresça nesse caos que está se formando — disse Aurora, séria.

Nesse momento, Annie entrou no consultório e percebeu o clima tenso.

— O que aconteceu? Que caras são essas? — perguntou, intrigada.

— A Aurora quer o divórcio — respondeu Lisa.

— O quê? Mas por que, Aurora? — Annie se sentou, também tensa.

— Ah, Annie… eu não aguento mais! Discussões, o vício da Luna… juro que estou cansada — desabafou Aurora.

— Mas a Luna vai se afundar mais ainda, Aurora! — disse Annie, preocupada.

— Foi isso que eu falei pra ela, Annie — completou Lisa.

— Mas eu é que estou me afundando, gente. Nós temos duas criança! E ela não pensa nem nela… imagina em mim? — Aurora se levantou, virando-se para a janela.

— Aurora, você não pode fazer isso! — disse Alice se levantando, segurando as mãos dela com firmeza. — Você precisa tentar de tudo antes de desistir.—

— É verdade — completou Lisa, cruzando os braços, mas com a voz suave. — A Luna está passando por um momento difícil, e vocês ainda têm uma filha. Por favor, pense nas consequências.—

Annie se aproximou, olhando firme nos olhos de Aurora:

— Eu sei que está cansada, amiga, mas o divórcio não é a única saída. Vocês podem buscar ajuda… terapia, apoio profissional. Não jogue tudo fora agora.—

Aurora respirou fundo, olhando para as amigas, mas a decisão já estava gravada em seu coração.

— Eu agradeço o apoio de vocês, de verdade… mas já tomei minha decisão. Eu preciso disso, por mim e pela nossa filha.

As três se entreolharam, sem saber mais o que dizer. Elas queriam que Aurora mudasse de ideia, mas sabiam que, por enquanto, não havia argumento que a fizesse recuar.

— Só espero que você saiba o que está fazendo… — disse Alice, a voz embargada.

— Eu sei — respondeu Aurora, com firmeza. — E é o que eu preciso agora.—

O consultório ficou em silêncio. Lá fora, a chuva continuava a cair, refletindo o clima pesado que pairava sobre todas elas.

Já no apartamento, Luna ria enquanto brincava com a filha, que já tinha quatro anos.

— Mamãe, por que a mamãe Aurora briga tanto com a mamãe Luna? — perguntou a pequena. Nesse momento, Luna sentiu que suas brigas já estavam afetando Hellena.

— Ah, filha… é que eu tenho um probleminha! E ele é muito difícil de resolver agora. Por mais que eu tente, está sendo impossível — falou Luna, já em lágrimas.

— Mas a mamãe não precisa chorar. Eu e a mamãe Aurora estamos aqui para te ajudar — disse a filha, limpando as lágrimas de Luna com delicadeza.

— Se um dia a mamãe Aurora quiser ir embora, você ainda vai me amar? — Luna perguntou, com a voz embargada.

— Sim, mamãe! Eu te amo muitão! — respondeu Hellena, abraçando Luna com força.

A noite caiu, e Luna deu banho em Hellena e o Lorenzo,depois preparou a comida. Colocou os filho para dormir, já que iria fazer plantão à noite.

Aurora chegou em casa em silêncio. Luna estava sentada à mesa, olhando para o nada.

— Oi… Luna! — falou Aurora.

— Oi, meu amor, chegou cedo hoje. — respondeu Luna, levantando-se para dar um selinho, mas Aurora virou o rosto.

— Acho que precisamos conversar, Luna. — disse Aurora, com lágrimas nos olhos.

Luna sentiu seu coração acelerar.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, já pressentindo o que estava por vir.

— Eu quero o divórcio, Luna… não dá mais. — falou Aurora, e Luna sentiu seu chão desabar.

— Divórcio?... e a Hellena e o Lorenzo? — perguntou Luna, a voz falhando.

— Ela vai continuar sendo seus filho,Luna! — respondeu Aurora, tentando se controlar. — Mas não dá mais. Está afetando nosso filhos, as brigas… e o seu vício está me destruindo.—

Aurora não conseguiu mais conter as lágrimas, e o silêncio pesado tomou conta do apartamento.

— …eu… eu não sei o que dizer, Aurora — disse Luna, a voz embargada, sentindo o chão desaparecer sob seus pés. — Eu… Eu não queria que chegasse a esse ponto.—

Aurora respirou fundo, tentando controlar as lágrimas:

— Eu tentei de tudo, Luna. Eu tentei te apoiar, te ajudar, mas o ciclo das brigas e do seu vício está destruindo tudo que construímos. Eu não posso mais viver assim… nem você, nem nossa filha.—

Luna se sentou na cadeira com as mãos nos cabelos, o coração apertado:

— Eu sei… eu sei que errei. Eu juro que vou mudar… Eu não quero perder vocês tres … Eu… eu não sei como consertar isso sozinha.—

Aurora suspirou, a voz trêmula:

— Eu já não sei se dá mais tempo, Luna. Eu preciso pensar neles primeiro, e depois em mim. Eu não consigo continuar nesse ciclo sem ver mudanças reais.—

Luna abaixou a cabeça, sentindo a culpa e o desespero se misturarem. Lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto, lembrando cada erro, cada noite em que falhou, cada briga que magoou quem mais amava.

— Eu… vou tentar, Aurora. Por nós. Por Hellena e o Lorenzo — sussurrou Luna, com a voz quase um fio de esperança. — Mas… eu preciso de você comigo, me ajudando.—

Aurora olhou para ela, o coração dividido entre dor e amor:

— Luna… eu ainda te amo, mas não sei se é suficiente. Você precisa provar que pode mudar. Por nós.—

O silêncio voltou a reinar no apartamento, pesado e cheio de incertezas. Luna sabia que a batalha estava só começando, e que cada decisão daqui pra frente definiria o futuro dos filho e do amor que ainda existia entre elas.

Capítulo 2/ Entre Lágrimas e Promessas

Aurora, vendo a situação de Luna, não aguentou e foi para o quarto dos filho. As duas estavam sofrendo, mas Aurora não podia fazer mais nada.

Luna, ainda sentada à mesa e chorando, se levantou e pegou sua mochila. Precisava trabalhar, mesmo com a mente a mil. Ela abriu a porta e deu de cara com as meninas. Nesse momento, desabou ainda mais.

— A Aurora pediu divórcio — disse, enquanto as lágrimas rolavam.

Lisa, Annie e Alice olharam para ela e a abraçaram. As três também não contiveram o choro.

— Vai ficar tudo bem, okay? — falou Lisa, chorando.

— Nós vamos estar aqui com você, sempre,Luna — disse Annie, também emocionada.

— Ela também está sofrendo, Luna… e nós também — completou Alice, com a voz embargada.

Luna saiu do abraço das amigas, enxugando as lágrimas.

— Eu… eu preciso trabalhar — disse, a voz embargada, mesmo com a cabeça a mil e o vício ainda a atormentando.

Ela pegou a mochila e respirou fundo, tentando se recompor.

— Não posso me perder agora… mesmo que tudo esteja desmoronando — murmurou para si mesma, enquanto saía do apartamento, tentando manter a postura, mas sentindo cada pedaço de seu mundo se despedaçar.

Luna chegou ao hospital com o coração pesado e o corpo cansado, resultado da noite de plantão anterior e das lágrimas derramadas mais cedo. Cada passo pelo corredor parecia pesar toneladas.

— Luna! — chamou um colega de trabalho, mas ela apenas assentiu com a cabeça, sem forças para sorrir.

Enquanto atendia os pacientes, sua mente não parava de girar. Aurora… o pedido de divórcio… Hellena e Lorenzo dormindo sozinha enquanto elas brigavam… e seu próprio vício, que a fazia sentir-se cada vez mais impotente.

Ela tentou se concentrar nos exames, nas medicações, nas emergências, mas tudo parecia borrado. Cada sirene, cada choro de criança, cada alerta no monitor lembrava-lhe de que sua vida pessoal estava desmoronando.

Durante uma pausa rápida, Luna sentou-se no corredor, respirando fundo. Sua mão tremeu ao alcançar a garrafa de água, tentando se controlar. Mas a vontade de beber, de escapar de tudo, era quase insuportável.

— Eu não posso falhar… — murmurou para si mesma, as lágrimas misturando-se à exaustão. — Não agora… não com a Hellena e Lorenzo … não com Aurora… eu preciso ser forte.—

Ela respirou fundo novamente, enxugando o rosto, tentando afastar os pensamentos sombrios. Sabia que cada hora naquele plantão era uma batalha contra o próprio vício, contra a culpa e contra a possibilidade de perder tudo que amava.

E, mesmo com tudo isso, Luna se levantou, pronta para continuar. Porque a vida de seus filho e a chance de reconquistar Aurora dependiam dela enfrentar, finalmente, seus próprios demônios.

Por fim, o dia já havia amanhecido. Luna estava no terraço, com pensamentos a mil, quando ouviu a porta se abrir. Virou-se e viu Aurora. Seus olhos denunciavam que ela também havia chorado a noite inteira.

— Eu deixei a Hellena na creche com o Lorenzo, Luna… depois a mamãe vai levá-lo pra casa dela — disse Aurora, sem olhar nos olhos dela.

— Você vai dobrar hoje? — perguntou Luna.

— Não! Eu vou dormir hoje na mamãe — respondeu Aurora, firme, mas com a voz embargada.

— Então eu vou ver Eles depois, na creche — disse Luna, os olhos marejados.

— Tá bom, então — falou Aurora, virando-se, enquanto lágrimas caiam de ambas.

Antes que Aurora saísse do terraço, Luna a abraçou por trás.

— Não me deixe, Aurora, por favor! — soluçava Luna, como uma criança.

— Luna… não faça isso ser mais difícil ainda — disse Aurora, da mesma forma, chorando.

— Eu vou mudar, Aurora, eu prometo! Eu não quero te perder, eu não quero que você me deixe… por favor! — implorou Luna, abraçando-a com força.

Aurora se soltou lentamente do abraço de Luna e seguiu para seu consultório. Assim que fechou a porta, desabou, deixando que as lágrimas finalmente rolassem livremente.

Lisa e Alice, que passavam pelo corredor, ouviram o choro e correram para consolá-la.

— Aurora… calma, amiga… estamos aqui — disse Lisa, segurando-a pelos ombros.

— Eu sei… eu sei — respondeu Aurora, a voz embargada, enquanto se apoiava nas amigas.

Enquanto isso, Luna permanecia no terraço, imóvel, com os pensamentos a mil, os olhos marejados e o coração apertado.

Alguns minutos depois, Annie subiu até o consultório e encontrou as amigas chorando, tentando se confortar mutuamente.

— O que aconteceu? — perguntou Annie, a voz trêmula, aproximando-se.

— É a Aurora… ela está sofrendo — disse Alice, ainda tentando enxugar as próprias lágrimas.

— Nós precisamos estar aqui para ela, agora mais do que nunca — completou Lisa, abraçando a amiga novamente.

No terraço, Luna continuava sozinha, sentindo o peso de cada erro e cada decisão, sem saber se conseguiria consertar tudo a tempo.

Alguns minutos depois, Annie subiu silenciosa pelo terraço, encontrando Luna ainda sentada, olhando para o horizonte com os olhos marejados.

— Luna… — chamou Annie suavemente, aproximando-se com cuidado.

Luna virou o rosto, tentando segurar as lágrimas, mas não conseguiu.

— Eu… eu não sei mais o que fazer, Annie… — sussurrou, a voz embargada.

Annie se sentou ao lado dela, envolvendo-a em um abraço caloroso.

— Eu sei, amiga… eu sei que está difícil. Mas você não está sozinha, tá? Eu estou aqui com você.—

Luna apoiou a cabeça no ombro de Annie, soluçando baixinho.

— Eu só quero consertar tudo… mas parece que tudo que eu faço só piora as coisas — disse, sentindo o peso do vício, das brigas e do divórcio prestes a acontecer.

— Eu sei, Luna… mas respira fundo. Um passo de cada vez. Você ainda tem tempo para lutar por vocês, pela Hellena e o Lorenzo até pelo amor da Aurora — disse Annie, acariciando suas costas, tentando transmitir força e esperança.

No terraço, a manhã clara ainda brilhava ao redor, mas para Luna parecia que o mundo inteiro estava em silêncio, refletindo seu caos interior.

Notícias: Vício da Luna

No início, Luna era aquela mulher organizada, forte e dedicada. No hospital, mesmo diante de emergências e pressão, ela conseguia manter a calma. Mas aos poucos, a realidade começou a corroer seu equilíbrio.

Ela viu pacientes — pessoas que ela tratava como se fossem da família — morrerem diante de seus olhos. Crianças, adultos, pessoas que depositavam nela sua esperança. E, por mais que tentasse, não podia salvar todos. Cada morte era um soco no peito, um lembrete cruel de sua impotência.

No início, ela tentava processar a dor racionalmente. Conversava com colegas, chorava em silêncio, tentava se apoiar na rotina. Mas quando os casos se acumulavam e a pressão aumentava — o medo de errar, as críticas de outros médicos, a culpa de não conseguir salvar uma vida — a sensação de sufocamento tornou-se insuportável.

Então, veio o álcool. No começo, era apenas uma dose para relaxar depois de um plantão pesado. Mas cada gole passou a oferecer um alívio imediato da culpa, do medo e do cansaço emocional. No bar, mesmo por alguns instantes, ela conseguia não sentir o peso da morte, do hospital, da vida que parecia escapar por entre seus dedos.

Logo, beber deixou de ser apenas uma pausa. Tornou-se uma fuga, um modo de anestesiar a mente. Cada recaída alimentava a culpa, mas também fortalecia a associação: álcool \= alívio. Quando estava só, ou diante de Aurora e dos filhos, Luna sentia que não podia se permitir fraquejar, então o vício se escondia atrás do controle aparente, até que ela chegava em casa ou no bar, e a fera do descontrole surgia.

O vício não era apenas pela bebida. Era pelo peso de tudo que ela não podia controlar, pela dor que se acumulava em seu peito.

Cada dose era ao mesmo tempo um alívio e um passo para mais desespero, e essa luta silenciosa a transformou na mulher que seus filhos e Aurora conheciam hoje: alguém que amava profundamente, mas que podia se perder em segundos quando cedida ao álcool.

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