"O Vilão Apaixonado pela Garota que Não Pertence” não é só mais uma história de romance proibido. É um mergulho em um mundo onde o destino parece já escrito, mas alguém ousa rasgar as páginas e reescrever com a própria mão.
Aurora Blackthorn não deveria estar aqui. Uma vida comum, uma morte patética, e de repente ela abre os olhos em um corpo que não lhe pertence, dentro de uma narrativa que ela mesma odiava. Aurora agora é a noiva prometida de um homem frio, perigoso e implacável: Nikolai Dávros, herdeiro de uma família marcada por segredos sombrios e por um legado de sangue e maldição.
Mas Aurora não é a Aurora original. Ela sabe exatamente para onde essa história deveria ir. Sabe que seu noivo vilão não tem redenção no enredo original, sabe que o final é trágico, sabe que o clichê obriga a vilã a cair enquanto a mocinha “de verdade” vence.
Só que ela não está disposta a repetir a tragédia.
E aqui começa o jogo: uma garota comum, perdida em um mundo que não é o dela, tentando sobreviver em meio a um tabuleiro de traições, paixões e escolhas impossíveis. Aurora não quer ser a vilã. Não quer ser a vítima. Mas será que conseguirá quebrar as regras de uma história que insiste em aprisioná-la?
Do outro lado está Nikolai Dávros, o vilão. Alto, intimidador, de olhar que mistura ódio e desejo, criado para ser o monstro da trama. Ele é a sombra que todos temem. Mas também é um homem. E homens guardam cicatrizes, desejos e segredos.
O que aconteceria se o vilão começasse a se apaixonar justamente por aquela que não pertence ao seu mundo?
nessa história o leitor(você) vai se deparar com:
💔 Um romance perigoso, onde cada toque pode ser um veneno ou uma salvação.
🩸 Segredos antigos, que revelam que Aurora pode ser mais importante para o destino dos Dávros do que imagina.
🔥 Conflitos internos, de uma garota que ora ri da bizarrice de viver num clichê, ora chora por perceber que o clichê pode matar.
🕰️ A luta contra o tempo, pois Aurora conhece o enredo original e sabe que o relógio corre contra ela.
Os personagens que cruzam esse universo:
Aurora Blackthorn: a garota que reencarnou na vilã, mas não aceita seu destino.
Nikolai Dávros: o vilão implacável, com sangue nas mãos e segredos na alma.
Isabella Marlowe: a “mocinha” original da história, agora rival silenciosa de Aurora.
Dmitri Dávros: irmão de Nikolai, um homem calculista que pode ser aliado… ou traidor.
Lady Evelynn: a matriarca da família, que esconde mais do que aparenta e parece controlar os fios invisíveis de toda a narrativa.
Este não é um conto de fadas. Aqui, o amor pode ser a arma mais perigosa.
Aurora não pertence a esse mundo, mas talvez seja justamente por isso que ela possa destruí-lo… ou recriá-lo.
Prepare-se. “O Vilão Apaixonado pela Garota que Não Pertence” é uma história de paixões intensas, escolhas impossíveis e a eterna luta entre seguir o destino ou destruí-lo.
E agora a pergunta que ecoa é:
👉 Se o vilão se apaixonar por quem não deveria existir… quem, afinal, vai sobreviver até o final dessa história?
Quando abri os olhos, a primeira coisa que pensei foi:
“Por que meu teto parece cenário de novela mexicana?”
O gesso trabalhado, o lustre gigante, as cortinas de veludo que sozinhas custariam meu salário inteiro (se eu tivesse um)… nada disso fazia sentido. Ontem à noite, eu tinha tropeçado no banheiro da minha casa, batido a cabeça e—bom, digamos que a última lembrança era mais digna de um meme do que de um final de vida.
Mas agora eu estava deitada em uma cama tão grande que dava pra estacionar um carro nela. E, o mais assustador, não era só o quarto. Era eu.
Corri até o espelho dourado que ocupava meia parede e quase desmaiei de novo.
A garota que me encarava não era eu. Pele de porcelana, cabelos negros caindo até a cintura como seda, olhos verdes que brilhavam de um jeito quase sobrenatural. Uma beleza fria, perigosa. Aurora Blackthorn.
Sim. Eu sabia quem era.
Porque eu já tinha lido essa história.
E, se minha memória não estivesse me traindo, Aurora não passava do estereótipo clássico da “noiva do vilão”. Falsa, arrogante, cruel com a mocinha e… destinada a morrer. No capítulo trinta.
“Não. Não, não, não.” Eu murmurei, sentindo o coração disparar.
Se o destino era me transformar em cadáver antes mesmo da metade do livro, então eu precisava de um plano. Urgente.
Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, a porta do quarto se abriu.
E ali estava ele.
Nikolai Dávros.
Imagine um homem com presença tão forte que até o ar parecia mudar quando ele entrava. Alto, ombros largos, cabelo escuro jogado de forma descuidada, olhos cinzentos que lembravam tempestade prestes a explodir. O terno preto caía como armadura, e cada passo seu tinha a calma de quem sabe que pode matar você sem precisar levantar a voz.
Ele era o vilão. O monstro da história.
E, pra minha infelicidade, o meu noivo.
— Vejo que finalmente acordou, — ele disse, a voz grave ecoando pelo quarto. — Já começava a achar que minha futura esposa fosse frágil demais para sobreviver até o casamento.
Futura esposa.
Caramba. Isso estava realmente acontecendo.
Eu engoli em seco, tentando controlar o pânico. No enredo original, Aurora aceitava esse destino de cabeça erguida, até porque ela tinha ganância e gostava do poder que a família Dávros oferecia. Mas eu não era ela. Eu era eu. Uma garota que preferia maratona série do que negociar casamento com mafioso.
— Eu… — gaguejei, antes de me forçar a sorrir. — Estou surpresa. Pensei que tudo isso fosse só um… mal-entendido.
Os olhos dele se estreitaram, perigosos.
— Um mal-entendido?
Droga. Bom, parabéns pra mim: mal acordei e já estava cutucando o lobo com vara curta.
— Quero dizer… — continuei, improvisando —, talvez estejamos indo rápido demais. Afinal, eu nem… nem te conheço direito, Nikolai.
Silêncio. Pesado. Cortante.
Até que, para meu choque, ele deu uma risada baixa. Não era um riso leve, mas algo escuro, quase debochado.
— Não se preocupe, Aurora. Vai ter tempo de sobra para me conhecer. — Ele se aproximou, cada passo ressoando como se marcasse a contagem regressiva da minha sentença. — Afinal, não se trata de escolha. É destino.
Eu queria rir na cara dele, gritar que isso era só um livro ruim que eu já tinha lido, que ninguém era obrigado a nada. Mas minhas pernas tremiam tanto que duvidei conseguir ficar em pé.
— Destino? — forcei um tom irônico. — Engraçado, nunca fui fã de histórias com finais previsíveis.
Os olhos cinzentos me examinaram, como se ele tivesse ouvido algo errado. A verdadeira Aurora nunca teria dito isso. Ela seria submissa à família, desejosa do poder. Eu estava me contradizendo desde o primeiro minuto.
Mas ao invés de se irritar, ele pareceu… intrigado.
— Então mostre-me um final diferente, Aurora, — ele disse, a voz mais baixa, quase um sussurro. — Estou curioso para ver até onde você ousa ir.
Meu coração disparou. Não pela sedução da frase (ok, talvez um pouco), mas porque isso não estava no roteiro. Nikolai não deveria reagir assim. Ele deveria me tratar como posse, como um objeto descartável. Mas agora ele me olhava como se eu fosse um enigma.
E enigmas, eu sabia, eram perigosos demais para despertar em vilões.
Antes que eu pudesse responder, outra voz ecoou da porta.
— Nikolai, precisamos conversar. — Era um homem loiro, de expressão fria como gelo. O irmão. Dmitri Dávros.
No livro, Dmitri era ainda mais perigoso que Nikolai, porque não precisava da força bruta: só da inteligência afiada e da crueldade calculada.
Nikolai lançou-lhe um olhar duro, mas assentiu.
— Depois voltamos a falar, Aurora. Descanse. Você vai precisar de forças para o que vem.
E saiu, com Dmitri logo atrás.
Eu fiquei sozinha no quarto, respirando fundo, tentando não surtar.
Então era isso. Eu estava dentro da história.
Mas se Nikolai já estava agindo diferente… talvez eu tivesse chance de mudar o final.
Olhei para meu reflexo no espelho mais uma vez. A garota de olhos verdes não parecia tão assustada agora. Talvez fosse isso: eu não precisava ser a vilã. Nem a vítima.
Se eu ia sobreviver aqui, teria que aprender a jogar.
E, pela primeira vez, um sorriso verdadeiro surgiu no rosto de Aurora Blackthorn.
“Beleza. Se é jogo, eu sei blefar.”
O silêncio voltou a dominar o quarto assim que Nikolai e Dmitri fecharam a porta. Mas não era um silêncio de paz, era um silêncio pesado, como se as paredes observassem cada respiração minha.
“Beleza, Aurora,” pensei, me encarando no espelho. “Você caiu no pior clichê possível: noiva do vilão. Agora a questão é simples: como não morrer no capítulo trinta?”
Minha mente corria tentando se lembrar dos detalhes da história original. Eu lembrava do enredo geral: Aurora era prometida a Nikolai, mas, cega pelo poder, acabava se tornando arrogante demais. Isso a colocava em rota de colisão com Isabella Marlowe, a mocinha perfeita e sofredora da narrativa.
Resultado? Aurora morria cedo, abrindo espaço para Isabella e Nikolai seguirem a rota do clichê “amor redentor”.
Só que agora eu era Aurora. E não ia dar palco pra mocinha brilhar às minhas custas.
Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida firme na porta.
— Senhorita Aurora, — uma voz feminina soou, séria. — Lady Evelynn deseja vê-la.
Arrepios percorreram minha espinha. Lady Evelynn.
A matriarca dos Dávros. No livro, ela era a verdadeira mente por trás do poder da família, sempre manipulando os filhos como peças de xadrez. Uma mulher elegante, fria, e absolutamente perigosa.
“Ótimo. Mal acordei e já vou ter que encarar a sogrinha do inferno.”
Segui a criada por corredores longos e sombrios. O palácio dos Dávros parecia uma mistura de castelo antigo com mansão moderna, cada quadro e cada detalhe respirando arrogância e ameaça. Era o tipo de lugar onde você podia jurar que os olhos das pinturas te seguiam.
A sala de Lady Evelynn era um espetáculo à parte: janelas enormes cobertas por cortinas pesadas, móveis de madeira escura e um perfume forte de rosas misturado com fumaça de vela.
E lá estava ela.
Lady Evelynn não precisava levantar a voz para impor respeito. Sentada em uma poltrona imponente, usava um vestido preto impecável, cabelos grisalhos presos em um coque elegante e olhos azuis penetrantes que pareciam atravessar minha alma.
— Aurora, — ela disse com um sorriso delicado, mas vazio. — Vejo que sobreviveu à noite.
A vontade de responder com sarcasmo quase escapou, mas me contive. Se Nikolai era o vilão, Evelynn era o chefão final.
— Sim, Lady Evelynn, — falei, tentando soar respeitosa. — Estou… me adaptando.
Ela inclinou a cabeça, avaliando cada palavra minha.
— Hm. Adaptando-se. Curioso. A Aurora que conheço não costumava falar em adaptação. Ela acreditava que o mundo deveria se adaptar a ela.
Droga. Peguei no pulo. Eu não era a Aurora original, e essa mulher parecia sentir o cheiro da diferença.
— As coisas mudam, — retruquei, forçando um meio sorriso. — Talvez eu tenha amadurecido.
Os olhos de Lady Evelynn brilharam, como se eu fosse uma carta nova em seu baralho.
— Espero que seja isso, de fato. Afinal, não estamos apenas lidando com um casamento, mas com um acordo de sangue.
A palavra ecoou na minha mente: acordo de sangue.
No livro, eu lembrava vagamente de uma cerimônia estranha, algo que amarrava as famílias em um pacto sobrenatural. Mas não era tão detalhado.
Será que esse era o segredo sombrio que ligava Aurora aos Dávros?
Antes que eu pudesse perguntar, Evelynn se levantou, caminhando até mim com a elegância de uma rainha.
— Quero que entenda, Aurora, — ela sussurrou, tão perto que senti seu perfume enjoativo. — Neste mundo, ou você é predadora… ou presa. E nós, os Dávros, nunca fomos presas.
Ela me olhou fundo nos olhos, e por um segundo eu juro que vi algo se mover lá dentro. Como se não fosse apenas uma mulher. Como se algo… mais antigo e mais escuro habitasse nela.
Meu coração disparou, mas forcei a manter o queixo erguido.
— Então talvez seja hora de eu aprender a caçar, Lady Evelynn.
O sorriso dela se alargou, satisfeito.
— Excelente resposta. Talvez você não seja tão inútil quanto pensei.
Ufa. Primeira rodada: empate técnico.
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Mais tarde, de volta ao meu quarto, sentei na cama tentando organizar os pensamentos.
Ok, recapitulando:
Eu estou no corpo da Aurora Blackthorn, a noiva do vilão.
Nikolai parece desconfiar de que eu não sou a Aurora que ele conhece, mas em vez de me matar… ficou curioso.
Lady Evelynn provavelmente é o verdadeiro demônio dessa história e agora está me testando.
Tem um papo de “acordo de sangue” que pode ser a chave de tudo.
Enquanto eu processava isso, a porta se abriu sem cerimônia.
E lá estava Isabella Marlowe.
Alta, loira, com aquele ar angelical de mocinha perfeita que parece saída de propaganda de perfume. Vestia branco, claro. Porque o clichê nunca falha.
— Aurora, — ela disse com voz doce, mas carregada de veneno. — Vim dar-lhe as boas-vindas de volta.
“Boas-vindas de volta”? Tsc. Essa mulher devia estar rindo por dentro. No livro, Isabella era a favorita da família Dávros em silêncio, como se fosse a candidata óbvia a substituir Aurora.
— Obrigada, Isabella, — respondi, sorrindo como se não quisesse esganá-la. — Sempre tão gentil.
Ela se aproximou, os olhos azuis brilhando de falsa inocência.
— Só espero que esteja pronta para o que está por vir. Esta família… não perdoa erros.
Minha vontade era soltar: “Ah, não se preocupa, querida. Eu já sei como a história acaba, e não vai ser você que vai rir por último.”
Mas engoli as palavras. Ainda era cedo para declarar guerra.
Quando Isabella saiu, deixei escapar um riso nervoso.
Ok. Nikolai, Evelynn, Dmitri, Isabella… Cada um era uma bomba-relógio.
Mas, se eu conseguisse jogar com inteligência, talvez transformasse meu destino.
Eu não precisava ser a vilã. Nem a mocinha.
Eu podia ser a jogadora.
E no xadrez dos Dávros, eu já tinha feito meu primeiro movimento.
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