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A Nova Era Dos Zumbis

Apresentação dos personagens

Rafael (24 anos)

Ex-militar, focado e disciplinado.

Age como líder natural do grupo.

Protetor, mas às vezes controlador.

No namoro, tende a ser “o escudo” de Diego, o que gera discussões.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Diego (18 anos)

Hacker, curioso e teimoso.

Sarcástico, fala muito até em momentos tensos.

O mais novo do grupo, mas com coragem além da idade.

Se irrita quando Rafael o trata como “frágil”.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Lívia (19 anos)

Caçadora, perdeu os pais logo no início do surto.

Temperamento explosivo, fala o que pensa.

Se sente na sombra dos outros, mas busca provar seu valor.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Maya (30 anos)

Cientista, trabalhava em pesquisas antes do vírus vazar.

Carrega culpa por ter participado, mesmo que indiretamente, dos experimentos que criaram os zumbis evoluídos.

É fria e racional, mas no fundo tem medo de se apegar de novo.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

O rádio chiava, misturando vozes cortadas com um silêncio pesado. Rafael ajustou a antena improvisada, tentando captar algum sinal limpo. Nada. Só ruído.

— Esquece isso, cara — disse seu companheiro de patrulha, jogado contra a parede, já cansado. — Desde que a rede caiu, ninguém mais consegue contato.

Rafael não respondeu. A farda já não lhe servia direito: estava suja, rasgada, sem insígnia. Ele havia deixado o exército no dia em que percebeu que não havia mais “ordens” a cumprir. Só caos.

Do lado de fora, os gemidos. Sempre os gemidos.

Ele se levantou e olhou para o mapa amassado sobre a mesa. A cidade estava vermelha de marcações. Zonas de infestação. Quase não havia rotas seguras.

Foi quando um estalo metálico ecoou vindo do andar de baixo. Rafael puxou o rifle na hora.

Desceu devagar, passos controlados, até encontrar uma porta aberta, que não estava assim minutos atrás. Dentro, um garoto franzino mexia num painel de energia com um monte de cabos soltos.

— Larga isso. — A voz de Rafael cortou o silêncio como uma lâmina.

O garoto congelou, mas não largou os fios. — Se eu largar, a luz cai. E adivinha quem vai virar jantar hoje à noite?

Rafael ergueu o rifle. — Quem é você?

— Um gênio incompreendido, aparentemente. — O garoto finalmente virou. Tinha cabelo bagunçado, óculos tortos e um sorriso insolente. — Mas pode me chamar de Diego.

Rafael suspirou. — Tá sozinho?

— Desde o começo. — Diego voltou aos fios, como se um cara armado não fosse problema. — Olha, soldadinho, você até parece durão, mas não tem ideia de quantos sistemas velhos ainda funcionam. Se eu não tivesse ligado isso, você nem teria percebido que esse prédio ainda tem gerador. Então, de nada.

— Você é insolente demais pra idade.

— E você sério demais pra sobreviver aqui fora. — Diego sorriu de canto. — Então acho que empatamos.

Por algum motivo, Rafael não conseguiu atirar nem expulsá-lo. Talvez porque havia algo nos olhos do garoto: não medo, mas uma teimosia que lembrava a si mesmo anos atrás.

Dias depois, já andavam juntos. Rafael ainda desconfiado, Diego ainda falante demais. Até que uma noite, encurralados por uma horda, Rafael colocou Diego contra a parede, protegendo-o com o corpo enquanto atirava.

— Você é maluco! — Diego gritou, quando finalmente escaparam. — Podia ter morrido por minha causa!

— Eu não ia deixar você morrer — respondeu Rafael, com uma firmeza que fez Diego ficar em silêncio pela primeira vez.

E assim, sem grandes declarações, a parceria virou algo mais. Seis meses depois, já não se desgrudavam — mesmo que brigassem metade do tempo.

Foi nessa época que conheceram Lívia.

Ela surgiu com um facão quase maior que ela, tentando atravessar sozinha uma avenida tomada. Rafael a puxou pelo braço no último segundo, antes que um zumbi evoluído a derrubasse.

— Solta! Eu sei me virar! — ela gritou.

— Claro que sabe, por isso quase morreu — retrucou Diego, rindo.

— Cala a boca, nerd!

E assim ela ficou. A caçadora novata, destemida e cabeça dura.

Maya entrou no grupo semanas depois, encontrada num laboratório em ruínas. Enquanto todos só queriam fugir, ela estava lá, colhendo amostras de criaturas mortas.

— Você é louca? — perguntou Lívia, chocada.

— Louca não. Cientista. — Maya ajeitou os óculos. — E talvez a única que sabe o que realmente está acontecendo.

Ninguém confiou nela de imediato. Mas a frieza e o conhecimento da mulher mostraram-se úteis. E perigosos.

Assim, entre brigas, corridas, mortes e pequenas vitórias, os quatro se tornaram algo raro naquele mundo: um grupo. Não uma família perfeita, não amigos de infância, mas sobreviventes que aprenderam a não se largar.

E ali começava sua história.

Capítulo 2 – O Som da Escuridão

O galpão rangia como se fosse desabar a qualquer instante. O cheiro de ferrugem e mofo se misturava ao ar denso. Do lado de fora, os gemidos abafados ecoavam, aproximando-se como um coro faminto.

— Eles estão cercando a gente — disse Lívia, apertando o facão contra o peito.

— Cercando não — corrigiu Maya, olhando para as sombras entre as frestas. — Estão caçando. Esses não são os comuns.

— Ah, maravilha — murmurou Diego, sentado no chão, mexendo num painel de energia coberto de poeira. — Sempre adoro quando a cientista anuncia nossa morte iminente.

Rafael, de pé ao lado dele, não riu. — Consegue ou não ligar esse gerador?

— Tá quase… — Diego respondeu, mordendo o lábio. — Se eu tivesse mais luz, seria mais rápido.

— Se você ligar o gerador, terá toda a luz que quiser — retrucou Rafael.

— Obrigado pela lógica, Capitão Óbvio. — Diego girou um fio, faíscas saltaram, e ele recuou. — Aí, tá vendo? Eles deviam contratar eletricistas pros apocalipses, não hackers.

— Eles? Quem são “eles”? — Lívia resmungou. — Tá falando besteira no pior momento possível, garoto.

BAM!

Um impacto na porta de ferro fez todos congelarem. Outro. A cada batida, o metal se dobrava mais.

Rafael ergueu o rifle, olhar fixo. — Se preparem.

— Quantos? — perguntou Lívia.

Ele encostou o ouvido na parede, tenso. — Cinco… seis, talvez. Mas estão estranhamente silenciosos.

— Então são evoluídos — confirmou Maya, com frieza.

Diego engoliu seco, mas tentou disfarçar. — Ótimo. Adoro upgrades.

BAM!

A porta caiu, e cinco figuras invadiram. Seus olhos leitosos refletiam a pouca luz, corpos tensos, rápidos demais para parecerem mortos.

— Cabeça! — gritou Rafael, atirando no primeiro.

O tiro ecoou, mas outro já vinha em seguida, direto contra Diego.

— Merda! — Diego puxou sua pistola velha e disparou, acertando em cheio. — Viu só? Ainda sei me virar!

O terceiro avançou sobre ele. A arma travou. — Ah, claro! Logo agora!

— Diego! — Rafael correu, disparando de perto. O zumbi caiu com o crânio estourado. Ele agarrou Diego pelo braço, puxando-o para trás. — Eu já falei mil vezes pra largar essa porcaria de pistola!

— Eu acertei um, tá? — Diego respondeu, ofegante, mas com um sorriso nervoso. — E não foi a arma que te beijou ontem à noite.

— Diego… — Rafael suspirou, sem tempo pra discutir.

— Depois eu falo mais, prometo! — Diego disparou de novo, agora usando uma faca improvisada para enfiar no olho de um dos monstros que se aproximava. — Não me olha assim, eu também sei usar lâmina!

Lívia avançou contra outro, enfiando o facão no pescoço da criatura. Ela recuou rápido, gritando: — Rafe, ajuda aqui!

Ele atirou sem pensar, estourando a cabeça do bicho.

— Eu falei que era na cabeça! — esbravejou.

— Você também podia agradecer! — Lívia rebateu.

Enquanto isso, Maya, calma como sempre, fincou uma barra de ferro no olho do último zumbi que vinha por trás. O corpo caiu convulsionando.

O silêncio voltou.

Todos respiravam pesadamente, olhando para o chão coberto de sangue e pedaços.

Diego quebrou a tensão primeiro: — Bom… pelo menos não foi chato.

Lívia o encarou, incrédula. — Como você consegue brincar depois disso?

— Alguém tem que manter o clima leve. — Ele limpou a faca na calça e piscou. — E convenhamos, sou ótimo nisso.

Rafael passou a mão no rosto suado, depois agarrou o ombro do namorado. — Você podia ter morrido.

— Mas não morri. — Diego abriu um meio sorriso. — E se morresse, ia ser culpa sua por me distrair com aquele beijo ontem.

Rafael fechou os olhos, respirando fundo, e puxou Diego num abraço rápido. — Você me deixa maluco.

— É, mas você gosta. — Diego riu, mesmo com a voz trêmula.

Lívia bufou. — Pronto, casalzinho no meio do apocalipse. Não dá pra ser normal, não?

— Normal morreu no dia em que esses bichos apareceram — respondeu Maya, voltando para o painel do gerador. — E se não ligarmos isso logo, vamos ter mais companhia.

Todos trocaram olhares. O perigo ainda não tinha acabado. Na verdade, só estava começando.

Capítulo 3– Luz na Escuridão

O painel do gerador chiava, faíscas saltando de um fio solto. Diego, ajoelhado, torcia e retorcia cada cabo como se tivesse mãos mágicas.

— Diego, você tem certeza que sabe o que está fazendo? — perguntou Rafael, encostado na parede, rifle pronto.

— Certíssimo, meu amor. — Diego olhou para ele, piscando de lado. — Só que se eu errar, você vai ter que me salvar de novo.

— Já avisei que não é minha função preferida — resmungou Rafael, mas o canto da boca denunciava um sorriso.

Lívia rolou os olhos. — Casalzinho fofo brigando com fios elétricos enquanto eu quase virei jantar… Que cena.

— Relaxa, Lívia — disse Maya, olhando o painel com atenção. — Diego tem jeito, só precisa de tempo… e de sorte.

Um estrondo alto fez o grupo saltar. O galpão inteiro tremeu.

— Não me diga que são mais… — Lívia começou, mas Rafael a interrompeu.

— São mais. E estão chegando.

Os zumbis evoluídos batiam nas portas externas, mas os mais próximos começaram a se aproximar do gerador, atraídos pelo som.

— Diego! — Rafael gritou, apontando a arma para uma das criaturas que se aproximava. — Acaba logo com isso!

— Estou quase! — Diego retrucou, torcendo o último fio. Um estalo, e luz começou a piscar no galpão.

— Finalmente! — exclamou Lívia. — Parece Natal!

— Natal do inferno, você quer dizer — disse Maya. — Mais deles estão vindo.

Os zumbis, iluminados pelas luzes do gerador, tornaram-se mais fáceis de enxergar. Diego aproveitou para pegar sua pistola, ainda travada, mas agora usando a luz para mirar melhor.

— Rafe… — sussurrou ele, olhando para o namorado enquanto atirava. — Isso aqui tá ficando intenso demais.

Rafael segurou a mão de Diego por um segundo, rápido, antes de disparar contra um zumbi que avançava. — Fica atrás de mim. Sempre.

— Sempre, hein? — Diego sussurrou de volta, meio brincando, meio nervoso.

Lívia avançou contra outro, cortando com o facão, enquanto Maya empurrava pedaços de metal para acertar os zumbis que escapavam.

— Estamos sendo cercados! — gritou Lívia, o rosto vermelho de esforço.

— Então corram! — Rafael respondeu, mantendo a calma. — Diego, cuida da lateral!

— Tô cuidando! — Diego respondeu, atirando mais duas vezes, derrubando uma criatura que estava prestes a morder Lívia.

O grupo recuou até um corredor estreito, luzes piscando, zumbis cada vez mais próximos. Rafael olhou para Diego, e os dois trocaram um breve olhar que dizia tudo: cuidado, medo, confiança.

— Só nós quatro, hein? — murmurou Diego, limpando o suor da testa. — Tipo família disfuncional.

— Disfuncional é pouco — retrucou Lívia, sorrindo apesar do perigo.

Maya olhou para a saída à frente. — Temos que atravessar o corredor e chegar à rua. O gerador vai manter a luz só por alguns minutos.

— Então não podemos perder tempo — disse Rafael. — Preparar para avançar em três… dois… um…

Eles correram, cada passo um risco, cortando, atirando e desviando. Rafael liderava, Diego logo atrás, protegendo o flanco, enquanto Lívia e Maya fechavam a retaguarda.

Os zumbis caíam, mas cada movimento deixava claro: não era apenas sobre sobreviver, era sobre se manter juntos. Cada olhar, cada toque rápido, cada gesto de cuidado entre Rafael e Diego reforçava isso. Eles não precisavam falar muito; os atos diziam tudo.

Quando finalmente alcançaram a rua, todos pararam, respirando fundo.

— Sobrevivemos… por enquanto — disse Rafael, colocando a mão no ombro de Diego.

— Por enquanto… — Diego repetiu, sorrindo fraco. — Mas estou te devendo outra rodada de beijos quando chegarmos ao abrigo.

— Aham, depois do apocalipse, tá ótimo — murmurou Lívia, enxugando o sangue do facão.

— Só não vamos morrer antes de chegar lá — alertou Maya, olhando ao redor, já analisando a próxima rota.

O grupo seguiu pela rua, sombras se movendo ao longe, gemidos ecoando. Eles sabiam que cada segundo era apenas o começo. A Nova Era dos Zumbis não esperava ninguém.

Mas pelo menos, enquanto estivessem juntos, havia uma chance.

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