A cidade estava silenciosa, coberta por uma névoa suave que fazia as luzes dos lampiões parecerem estrelas caídas. No quarto de um velho casarão, Luna, a jovem Guardiã, observava a lua refletida no vidro da janela. Seus olhos cintilavam, como se guardassem segredos que ninguém jamais poderia tocar.
— Você vai mesmo sair agora? — perguntou uma voz suave atrás dela.
Era Elior, seu companheiro e amigo de infância, que sempre parecia saber quando algo a inquietava.
— Sim — respondeu Luna, virando-se com um leve sorriso. — A noite já começou. Os sonhos estão se formando, e eles precisam de nós.
Elior aproximou-se, hesitante. — Eu sei que é importante, mas… e se as sombras forem mais fortes hoje? — sua voz tremia levemente.
— Então seremos mais fortes que elas — respondeu Luna, segurando a mão dele por um instante. — Sempre fomos.
Ela abriu a janela e o vento da noite entrou, trazendo consigo o aroma das flores noturnas e o frescor da madrugada. Luna respirou fundo, sentindo a energia que só a noite podia oferecer.
— Promete que vai voltar? — Elior perguntou, com um olhar que misturava medo e cuidado.
Luna inclinou-se e tocou o ombro dele. — Prometo. Mas você sabe que meu caminho começa quando o mundo dorme. — Ela sorriu misteriosa, como quem carrega segredos que ainda não poderiam ser revelados.
Com um salto ágil, Luna atravessou a janela, desaparecendo na escuridão como um sopro de luz prateada. Elior ficou observando, sentindo um frio na espinha e uma estranha esperança ao mesmo tempo. Ele sabia que, quando a Guardiã saía, a cidade inteira dormia sob sua proteção — mas ninguém além dele parecia entender isso.
No céu, as primeiras estrelas surgiam, formando constelações que pareciam guiá-la. Luna suspirou, sentindo cada fio de esperança que emanava dos sonhos dos habitantes da cidade. Cada suspiro, cada batida de coração, era um fio que ela precisava proteger.
— Boa noite, meu mundo — murmurou ela, quase como uma promessa para si mesma. — Que os sonhos não se percam na escuridão.
E então, com passos silenciosos, começou sua jornada, entrando nos becos invisíveis da noite, onde o real e o imaginário se encontravam, e onde ninguém sabia que os sonhos poderiam ser salvos… ou roubados.
Luna deslizou pelas ruas silenciosas como um reflexo de prata, passando por becos e telhados que se misturavam à escuridão. Cada passo seu parecia tocar a própria respiração da cidade adormecida. E, ainda assim, não estava sozinha.
— Luna… — chamou uma voz, doce e distante, ecoando de algum lugar que parecia entre o real e o imaginário. Ela parou. — Você sente isso também?
— Elior? — respondeu, embora soubesse que ele não podia atravessar para onde ela ia. Sua voz tremia, carregada de preocupação. — Não… é diferente desta vez. Algo mudou no ar.
Um sussurro leve, quase imperceptível, respondeu:
— Siga a luz…
A lanterna de Luna tremeu, soltando pequenos brilhos que subiam ao céu como partículas de estrela. Ela percebeu que a noite não era apenas escuridão; era um caminho, e a luz de sua lanterna era a chave para atravessa-lo.
De repente, o chão pareceu ceder sob seus pés, e Luna se viu sendo levada por um corredor de névoa que girava lentamente, como se o tempo tivesse decidido dançar de outro jeito. Ela sentiu um arrepio subir pela espinha: não estava apenas entrando no Reino Invisível… estava sendo testada.
— Quem está aí? — perguntou ela, firme, mas com a voz baixa, quase reverente.
— Aqueles que sonham… — veio a resposta, agora mais clara. — E aqueles que protegem os sonhos.
Luna sorriu levemente, entendendo que a voz pertencia a ninguém em particular, mas a tudo ao mesmo tempo. O corredor de névoa se abriu, revelando um jardim suspenso de flores brilhantes, árvores que cantavam e rios feitos de luz líquida. Era o Reino Invisível dos Sonhos.
— Uau… — murmurou, sem conseguir esconder a admiração. Cada detalhe parecia ter sido pintado por mãos invisíveis que conheciam cada desejo humano, cada medo e cada esperança.
De repente, uma sombra passou entre as árvores, rápida e sinuosa. Luna ergueu a lanterna, e a luz revelou uma figura esguia, com olhos que refletiam o medo das pessoas: era um Pesadelo.
— Então… você finalmente chegou — disse a criatura, com voz baixa e sedutora, que parecia misturar curiosidade e ameaça. — Eu estava esperando por você.
— Eu não vim para brincar — respondeu Luna, firme, mas sem medo. — Vim proteger cada sonho que você tentar roubar.
O Pesadelo sorriu, mostrando algo como dentes feitos de sombra. — Você acha que consegue? Eu cresço com cada medo, cada insegurança. Alguns sonhos… não sobrevivem.
Luna respirou fundo, lembrando-se das palavras de Elior: “Sempre fomos mais fortes que o medo.” E, por um instante, ela fechou os olhos, conectando-se com todos os sonhos que carregava dentro da lanterna.
— Talvez eu seja apenas uma pessoa… — começou ela, mas sua voz logo se encheu de firmeza. — Mas eu não estou sozinha. Cada coração que sonha está comigo. E juntos, não há escuridão que vença.
A sombra hesitou, sentindo a luz pulsar de uma maneira que não podia engolir. Luna avançou, e a lanterna lançou feixes que fizeram as cores do jardim brilharem ainda mais intensamente. O Pesadelo recuou, incapaz de suportar a clareza da esperança.
— Isto é apenas o começo — murmurou ele, desaparecendo entre o nevoeiro. — Você verá… não são todos os sonhos que podem ser salvos.
Luna permaneceu de pé, respirando fundo, sentindo o coração bater acelerado. Era o primeiro desafio da noite, e ela sabia que muitas sombras ainda viriam. Mas também sabia que, enquanto carregasse a lanterna e os fios de esperança, cada pesadelo poderia ser enfrentado.
— Eu estou pronta — murmurou, olhando para o horizonte iluminado por estrelas que só ela podia ver. — Que venham todos os sonhos, e que eu possa protegê-los .
E, enquanto a madrugada se aprofundava, Luna. Lançou pelos caminhos do Reino Invisível, pronta para enfrentar os mistérios que a noite ainda guardava, e talvez, apenas talvez… descobrir algo sobre si mesma que nem mesmo Elior poderia imaginar.
Luna avançava pelo Reino Invisível com passos leves, mas cautelosos. Cada movimento seu fazia as folhas brilhantes das árvores sussurrarem, como se o próprio jardim estivesse acordando para saudá-la. Ainda sentia o eco das palavras do Pesadelo: “Não são todos os sonhos que podem ser salvos.”
— Luna… — sussurrou uma voz familiar, desta vez dentro de sua própria mente. Era Elior. — Eu posso sentir você aí. Está segura?
— Eu estou — respondeu ela, sorrindo para o ar vazio, imaginando-o observando de longe. — Mas a noite é mais… intensa do que eu esperava.
— Eu sei — disse ele, em tom suave. — Apenas lembre-se: a luz da sua lanterna não é só sua. Cada sonho que você protege está com você. E eu… — ele hesitou — eu fico aqui, torcendo para que consiga.
O coração de Luna acelerou, e ela sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo. Mesmo distante, Elior a fortalecia. Ele não estava ali fisicamente, mas de algum jeito, ele estava ali — ligado a ela pelos fios invisíveis da amizade e talvez algo mais.
Ela ergueu sua Lanterna das Estrelas. A luz que dela emanava era suave, mas poderosa. Pequenas partículas brilhantes flutuavam pelo ar, formando trilhas que guiavam seu caminho pelo jardim. Cada estrela dentro da lanterna representava um sonho, e cada sonho precisava dela para sobreviver.
— Então é isso… — murmurou Luna, olhando para a luz que piscava entre suas mãos. — A responsabilidade é minha.
Um vento frio passou pelo jardim, trazendo consigo uma sombra ondulante. Luna parou, sentindo o arrepio subir pela espinha. Ela sabia que não era apenas o Pesadelo do capítulo anterior; havia algo mais à espreita.
— Eu estou vendo algo — disse Elior na mente dela, com urgência. — Uma sombra se aproxima. Cuidado!
A Guardiã respirou fundo e segurou firme a lanterna. Ela concentrou sua energia na luz, deixando que ela se expandisse em ondas suaves, banhando cada canto do jardim. A sombra hesitou, recuando diante do brilho que parecia impossível de apagar.
— Você não entende — sibilou uma voz masculina, mais profunda que a anterior. — A escuridão é inevitável. Você não pode salvar tudo.
— Talvez eu não possa salvar tudo — respondeu Luna, com firmeza, — mas enquanto eu puder proteger ao menos um sonho, eu vou lutar.
A sombra, confusa, recuou mais um passo, e Luna percebeu que a lanterna não apenas iluminava o caminho; ela fortalecia os fios de esperança que ligavam cada sonho à vida. Ela podia sentir a presença de Elior mais próxima, quase como se ele estivesse segurando sua mão, mesmo que a distância os separasse.
— Estou com você — murmurou ele, e Luna sorriu, sentindo o calor de suas palavras. — Sempre.
O silêncio voltou a reinar, mas agora não era o silêncio do medo. Era um silêncio de preparação. Luna sabia que outras sombras apareceriam, e que cada noite traria desafios ainda maiores. Mas, por agora, o jardim respirava com ela, as estrelas da lanterna cintilavam e a esperança permanecia viva.
Ela caminhou mais adiante, curiosa, e encontrou um lago de luz líquida. Reflexos de constelações dançavam na água, como se convidassem Luna a mergulhar mais fundo nos mistérios da noite. Ao olhar para o horizonte do Reino Invisível, ela pensou em Elior e no que o futuro poderia trazer: sonhos salvos, desafios vencidos… e talvez, segredos que só ela poderia compartilhar com ele.
— Eu sinto que a noite está apenas começando — murmurou Luna. — E eu estou pronta.
A lanterna pulsou em sua mão, respondendo como se entendesse sua determinação. Entre as estrelas e as sombras, entre o mistério e o romance que a ligava a Elior, a Guardiã avançou, consciente de que cada passo a aproximava não apenas de desafios, mas de descobertas que mudariam sua vida para sempre.
Luna caminhava pelo lago de luz líquida, e cada passo que dava parecia abrir portas invisíveis no Reino Invisível. Ao longe, torres de cristal refletiam o brilho das estrelas da lanterna, e florestas luminescentes se estendiam até o horizonte. Tudo parecia vivo, como se o próprio Reino respirasse junto com ela.
— Luna… — a voz de Elior soou novamente em sua mente. — Você consegue sentir? Há algo diferente no ar hoje.
Ela fechou os olhos por um instante e respirou fundo, deixando que a lanterna pulsasse com sua própria energia. Um calor suave percorreu seu corpo, e ela percebeu: algo estava esperando por ela. Não uma sombra, mas um desafio.
No meio de um campo de flores que brilhavam em tons de azul e prata, surgiu uma figura. Não era escura nem ameaçadora, mas emanava uma aura de mistério. Seus cabelos flutuavam como fios de luz, e os olhos pareciam conter a profundidade do próprio céu.
— Seja bem-vinda, Guardiã — disse a figura, com voz que parecia música. — Sou Alaric, guardião dos enigmas do Reino Invisível. Você chegou ao ponto onde nem todos ousam entrar.
— Enigmas? — perguntou Luna, erguendo a lanterna, intrigada. — Que tipo de enigmas?
— Aqueles que testam a coragem, a sabedoria e a fé em si mesma — respondeu Alaric. — Cada desafio que você superar fortalece os fios de esperança que protegem os sonhos. Mas cuidado… nem tudo é o que parece.
Luna sentiu um arrepio de excitação e medo ao mesmo tempo. Ela não podia recuar; sabia que seu dever era proteger cada sonho que cruzasse o Reino.
— E Elior… — murmurou ela, olhando para o horizonte. — Como posso saber se ele também está seguro, mesmo distante?
Alaric sorriu suavemente. — O que liga os corações permanece, mesmo quando separados pelo véu dos mundos. Confie na luz que carrega e nos fios que unem vocês.
De repente, um caminho de névoa se abriu diante de Luna. Cada passo que dava fazia as flores brilharem mais intensamente, como se reagissem à sua presença.
— Mas, à medida que avançava, sussurros começaram a ecoar ao seu redor — fragmentos de dúvidas, medos e lembranças esquecidas. Luna sentiu o peso de cada preocupação e cada ansiedade do mundo real tentando tocá-la.
— Concentre-se — sussurrou Elior em sua mente. — Lembre-se da luz que você carrega… e de nós.
Ela respirou fundo, segurando a lanterna com firmeza. A luz se expandiu, envolvendo cada flor, cada árvore, cada pedra brilhante. Os sussurros diminuíram, como se respeitassem sua determinação, e o caminho à frente se tornou mais nítido.
De repente, uma jovem surgiu entre as árvores luminescentes. Seus cabelos eram prateados, e seus olhos refletiam constelações inteiras. Ela sorriu com mistério e falou:
— Seja bem-vinda, Luna. Eu sou Selene, guardiã dos sonhos que ainda não nasceram. — Ela inclinou a cabeça, observando a lanterna — Você veio enfrentar seu primeiro enigma.
— Enigma? — repetiu Luna, sentindo o coração acelerar. — Que tipo de enigma?
Selene estendeu as mãos e, do chão, surgiram três esferas de luz flutuante. Cada uma mostrava uma cena diferente: uma criança correndo por um campo de flores, um artista diante de uma tela em branco, e um idoso sorrindo ao lado de alguém querido.
— Escolha qual sonho você salvará primeiro — disse Selene, a voz como uma melodia. — Sua escolha mostrará não apenas sua coragem, mas também sua capacidade de compreender o valor de cada esperança.
Luna olhou para as esferas, sentindo um peso que apertava o peito. Cada sonho era precioso. Ela fechou os olhos e murmurou:
— Eu não posso escolher apenas um… todos eles importam.
— Então você já aprendeu a lição mais importante — disse Selene, sorrindo suavemente. — A Guardiã protege o equilíbrio, mesmo diante de escolhas impossíveis. A verdadeira prova é perceber que cada sonho tem seu valor.
Enquanto Selene desaparecia entre a névoa, Luna percebeu outra presença. Um garoto da sua idade, com cabelos escuros e olhos profundos, surgia entre as árvores. Ele parecia flutuar levemente sobre a relva.
— Eu sou Cael — disse ele, com um sorriso travesso — e meu trabalho é ajudar aqueles que guardam os sonhos a decifrar os enigmas do Reino Invisível.
— Mais enigmas? — Luna arqueou a sobrancelha. — Eu já enfrentei um agora…
— Sim, mas haverá muitos outros — respondeu Cael, aproximando-se. — Alguns testarão sua coragem, outros sua sabedoria, e alguns… seus sentimentos.
Luna sentiu uma pontada de calor ao ouvir isso. — Sentimentos?
— Sim — disse Cael, olhando-a nos olhos — O Reino Invisível reflete não apenas o mundo dos sonhos, mas o coração de quem guarda. Você não protege apenas sonhos… mas também amor, amizade e esperança. Como a sua conexão com Elior.
Ela corou levemente, desviando o olhar. — Ele me inspira… coragem. Mesmo à distância.
— Então use isso — disse Cael, sorrindo — A força do coração é mais poderosa do que qualquer sombra.
Enquanto os dois avançavam pelo Reino, criaturas de luz surgiam entre as árvores. Algumas eram tímidas, outras curiosas, mas todas pareciam observar cada passo de Luna. Cael explicou:
— Esses são os habitantes dos sonhos. Eles podem ajudá-la… ou confundi-la. Cabe a você discernir amigo de inimigo.
Um vento frio passou, e uma sombra ondulante atravessou o caminho, derrubando pequenas flores de luz. Luna ergueu a lanterna e a luz revelou a criatura: uma névoa escura com olhos que refletiam antigos medos.
— Então o primeiro teste real chegou — murmurou Luna, sentindo o coração disparar. — Mas não estou sozinha.
Ela fechou os olhos e lembrou-se de Elior, de Cael, de Selene e de todos os sonhos que precisava proteger. A lanterna respondeu, expandindo sua luz e iluminando o caminho à frente.
— Vamos ver se você está pronta — disse Cael, permanecendo ao seu lado. A sombra hesitou diante da luz, como se temesse a determinação que Luna irradiava.
O Reino Invisível parecia respirar com ela, cheio de mistérios e encantos. Luna deu o primeiro passo para enfrentar a sombra, sabendo que cada desafio não era apenas sobre salvar sonhos, mas sobre descobrir sua própria coragem, seu coração e, talvez, os segredos que poderiam unir ainda mais ela e Elior.
— Eu não falharei — murmurou, com firmeza — e farei com que todos os sonhos que eu encontrar continuem a brilhar.
E assim, Luna avançou, entrando no coração do primeiro enigma do Reino Invisível, onde mistério, romance e magia se entrelaçavam, e cada passo poderia mudar não apenas o mundo dos sonhos, mas também o seu próprio destino.
O ar ao redor de Luna parecia vibrar, carregado de expectativa. A sombra escura diante dela ondulava lentamente, como se estudasse cada movimento da Guardiã. Cael deu um passo à frente e murmurou:
— Lembre-se, Luna: a luz da lanterna não apenas ilumina, ela também revela o caminho da verdade. Confie em seus instintos.
Luna respirou fundo. A lembrança da voz de Elior ecoou em sua mente: “Você não está sozinha. Sinta nossa conexão.” Fechando os olhos por um instante, ela concentrou toda a energia da lanterna e visualizou os fios que ligavam cada sonho ao mundo real. A luz se expandiu em círculos suaves, envolvendo a sombra e o campo de flores luminescentes.
— Eu sei que você não quer apenas assustar — disse Luna, sua voz firme e calma — você quer me mostrar algo, não é?
A sombra hesitou, tremendo com a intensidade da luz. De repente, o contorno da névoa se transformou em imagens de sonhos esquecidos: uma criança que tinha medo de voar, um músico que duvidava de seu talento e uma menina que sonhava em correr pelo mar. Luna percebeu que o enigma não era derrotar a sombra, mas compreender a necessidade de cada sonho.
— Não é apenas sobre força… é sobre cuidado — murmurou Luna. — Sobre proteger aquilo que é frágil e precioso.
Ela estendeu a mão, permitindo que a luz da lanterna tocasse cada imagem. As flores ao redor começaram a brilhar com mais intensidade, e a sombra se dissipou, revelando uma ponte de luz que se estendia até uma clareira distante.
— Muito bem — disse Cael, sorrindo — você passou no primeiro teste. Mas lembre-se: nem todo enigma será tão direto. Alguns desafiarão seus sentimentos mais profundos.
Antes que Luna pudesse responder, pequenos seres feitos de pura luz começaram a dançar ao redor dela. Alguns tinham asas como borboletas, outros lembravam animais imaginários, mas todos emitiam uma energia calma e reconfortante.
— São os habitantes dos sonhos — explicou Cael — eles cuidam das pequenas esperanças, dos desejos mais simples. Se você aprender a ouvi-los, eles podem ajudá-la a enfrentar desafios ainda maiores.
Luna sorriu, sentindo o coração aquecido. Ela estendeu a mão e uma das criaturas pousou suavemente sobre sua palma, emitindo um brilho que parecia sincronizado com a lanterna.
— Obrigada… — murmurou Luna, quase como se falasse para Elior — Obrigada por me mostrar que não estou sozinha.
— Ele também sente — disse Cael, observando-a com atenção. — Cada fio de esperança que você fortalece aqui ecoa até o mundo real, e ele sente sua coragem.
Luna fechou os olhos e, por um momento, imaginou Elior sorrindo para ela. Uma onda de confiança percorreu seu corpo, como se toda a magia do Reino Invisível tivesse se conectado à força de seus sentimentos.
— Estou pronta para o próximo desafio — disse, erguendo a lanterna mais alto. — Venha o que vier, enfrentarei com coragem.
Cael sorriu e fez um gesto para a ponte de luz à frente.
— Então siga, Guardiã. O Reino Invisível guarda segredos, enigmas e sonhos que precisam de você. Mas não se esqueça: cada passo também é uma oportunidade de descobrir algo sobre você mesma.
Luna avançou pela ponte, sentindo que a cada movimento fortalecia não apenas os sonhos ao seu redor, mas também sua própria determinação. O brilho da lanterna refletia nas árvores luminescentes, criando sombras dançantes que pareciam observar com curiosidade.
Enquanto caminhava, Luna percebeu que a noite não era apenas um teste de coragem, mas também uma dança de emoções: medo, esperança, amor e mistério entrelaçados em cada passo. E, em algum lugar distante, a conexão com Elior continuava, silenciosa, mas poderosa, lembrando-a de que, mesmo separada pelo véu do mundo dos sonhos, ela nunca estaria sozinha.
— Vamos lá — sussurrou para si mesma, com um sorriso terno — cada sonho vale a pena, e cada fio de esperança que eu tocar permanecerá aceso.
E, assim, Luna seguiu adiante pelo Reino Invisível, preparada para enfrentar enigmas mais complexos, conhecer novas criaturas e, talvez, descobrir os segredos que ligavam seu coração ao de Elior de maneiras que ela ainda não compreendia totalmente.
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