A Maldição de Pluckley
A aparição
Maria é uma menina doce, de 15 anos, estatura mediana e bonita. Ela mora em um pequeno vilarejo chamado Pluckley. Certa noite, enquanto caminhava pelo parque silencioso, começou a ouvir vozes sussurrando na escuridão ao seu redor.
Fantasma 1
Olha como ela é bonita… deve ter um sabor tentador.
Fantasma 2
Sim, com certeza… ela seria perfeita para se tornar uma de nós.
Fantasma 4
Sua inocência é doce… seu coração, puro. Logo, não haverá escapatória.
Fantasma 3
Ela ainda não sabe, mas já está marcada…
Maria sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha. O silêncio do parque parecia mais pesado, e a escuridão, mais densa.
O coração de Maria começou a bater descompassado. Ela olhou em volta, mas não havia ninguém. O parque, antes tranquilo, agora parecia um labirinto de sombras.
Maria
Quem está aí?
"murmurou, com a voz trêmula".
As folhas secas se moveram sozinhas, como se pés invisíveis caminhassem pelo chão. O vento trouxe novamente os sussurros:
Fantasma 4
Não lute, Maria… seu destino já foi selado.
Ela recuou alguns passos, apertando o casaco contra o corpo. Cada sombra parecia se esticar em sua direção.
De repente, o vento cessou. O silêncio se tornou tão profundo que Maria conseguia ouvir apenas sua própria respiração acelerada. Foi então que, entre as árvores retorcidas, uma figura se destacou.
Seus olhos brilhavam em um tom avermelhado, como brasas escondidas na noite. A sombra se movia lentamente, deslizando pelo chão como se não tivesse corpo sólido.
Maria tentou gritar, mas a voz não saiu. Seus pés pareciam presos ao chão, como se a própria terra não quisesse deixá-la escapar.
A presença sorriu, revelando dentes afiados, e a mesma voz ecoou, agora mais clara e próxima:
Fantasma 2
Venha, Maria… você nasceu para estar entre nós.
A fuga
O frio da noite cortava a pele de Maria, mas nada a assustava mais do que aqueles olhos vermelhos que a fitavam na escuridão. Seu corpo, enfim, reagiu: com um sobressalto, ela arrancou os pés do chão e começou a correr pelo parque deserto.
Atrás dela, o som de passos inexistentes ecoava, como se as sombras corressem junto, sempre a um sussurro de distância.
De repente, não era mais apenas um — quatro fantasmas emergiram da neblina. Três homens de aparência sombria, seus rostos marcados pelo vazio da morte, e uma mulher de longos cabelos negros, cujo sorriso parecia uma promessa de tormento.
Cada um tinha olhos de cor diferente: vermelho, azul, dourado e cinza. Seus olhares cravaram-se em Maria, que sentiu o ar do parque ficar denso, quase impossível de respirar.
A mulher falou primeiro, com uma voz doce e venenosa:
Fantasma 3
Ela é tão frágil… será fácil trazê-la para o nosso lado.
Um dos homens se aproximou, sua voz grave ecoando como trovão:
Fantasma 2
Corra, menina. Corra o quanto quiser. Nós adoramos a caça.
O segundo homem deixou escapar uma risada sombria, que pareceu se multiplicar pelo parque:
Fantasma 1
Logo, você não terá mais para onde fugir.
E o terceiro, de olhos vermelhos em brasa, murmurou bem próximo, quase em seu ouvido:
Fantasma 4
Você nasceu para ser uma de nós, Maria. E ninguém escapa do seu destino.
Ofegante, Maria correu, mas o parque parecia se distorcer, alongando-se, como se aquelas presenças controlassem o próprio espaço ao seu redor.
Maria correu desajeitadamente, desviando de árvores retorcidas e galhos que pareciam se esticar para agarrá-la. Os quatro fantasmas mantinham-se atrás dela, deslizando silenciosamente, mas sempre tão próximos que Maria podia sentir o frio que emanava de seus corpos espectrais.
Ela virou-se para olhar e viu os olhos da mulher cintilando na escuridão, acompanhados pelas cores ameaçadoras dos três homens. Um arrepio percorreu sua espinha, mas ela não podia parar.
No fim do parque, um portão antigo surgiu à sua frente — sua única saída. Com um esforço desesperado, Maria lançou-se em direção a ele. O vento soprou forte, e as vozes macabras ecoaram ao redor:
Fantasma 3
Não consegue escapar…
Fantasma 1
Ainda vamos buscá-la…
Ela empurrou o portão e sentiu, pela primeira vez em minutos, o chão firme sob seus pés. O parque ficou para trás, e a neblina começou a se dissipar.
Mesmo segura por enquanto, Maria sabia que não estava livre. Os quatro fantasmas haviam desaparecido da vista, mas seus sussurros ainda ressoavam em sua mente:
"Nos encontraremos novamente, Maria… e da próxima vez, não haverá fuga."
Ofegante e com o coração acelerado, ela chegou em casa, trancando portas e janelas. O medo ainda pulsava dentro dela, e a certeza de que algo sombrio estava à espreita não a deixava relaxar.
O Assédio das Sombras
Maria ainda tremia quando fechou a última janela, tentando se convencer de que estava segura. Mas o silêncio da casa parecia diferente — pesado, quase sufocante. Cada sombra nos cantos do quarto parecia se mover sozinha, e o ar carregado fazia sua respiração falhar.
Então, ela ouviu, baixinho, quase como um eco dentro da cabeça:
Fantasma 3
Estamos aqui, Maria… não pense que pode se esconder.
Era a voz feminina que a havia seguido no parque. Logo, vieram os sussurros graves dos três homens, cada um com seu tom distinto:
Fantasma 1
Não há refúgio para você.
Fantasma 2
Nós sabemos onde você está.
Fantasma 4
Sua casa não é mais sua.
Maria tentou ligar a luz do quarto, mas a eletricidade falhou por alguns segundos, deixando o espaço mergulhado em uma escuridão ainda mais intensa. Cada vez que seus olhos se acostumavam à penumbra, parecia que figuras translúcidas surgiam nas paredes, nos móveis, observando cada movimento seu.
Ela se aproximou da porta para tentar sair e buscar ajuda, mas as vozes sussurraram novamente, agora mais próximas, como se estivessem ao lado dela:
Fantasma 4
Fique calma… ou nós vamos encontrá-la onde quer que vá.
Maria percebeu que a ameaça não estava apenas do lado de fora — os fantasmas haviam encontrado uma maneira de invadir sua vida, e a sensação de perigo a fazia perceber que, agora, não havia mais refúgio seguro.
Maria se encolheu no canto da sala, tentando controlar a respiração, quando as vozes falaram quase em uníssono:
Fantasma 3
Você não nos vê, mas nós vemos você… cada movimento seu.
Fantasma 1
A sua coragem é admirável… mas inútil.
Fantasma 2
Quanto mais você tenta fugir, mais próximo está de nós.
Fantasma 4
E quando vier a hora, Maria… você será nossa para sempre.
Maria, com lágrimas nos olhos, gritou:
Maria
Não! Eu não vou deixar vocês me pegarem!
Mas as vozes apenas riram, ecoando pelas paredes da casa e envolvendo cada sombra:
Fantasma 4
Ah, Maria… ainda não entende o que está por vir.
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