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Doce Veneno

Diaba Loira

Lorena Martins

Abel Tesfaye

Felipe

Bianca

O nome dela era Lorena Martins, mas na noite, todos a conheciam como Diaba Loira.

Vinte e dois anos, olhos verdes de cortar o ar, cabelos loiros que batiam nos ombros e brilhavam como ouro sob a luz da boate. Ninguém ousava ignorá-la.

Ela não nasceu Diaba. Foi forjada.

Aos 17 anos, Lorena acreditava no amor. Um namorado mais velho, juras de fidelidade, promessas de um futuro. Engravidou, pensando que teria uma família. Mas foi abandonada antes mesmo de dar à luz. O bebê nasceu prematuro e não resistiu. Lorena desabou.

Foram meses de depressão. Sem forças para estudar, sem vontade de trabalhar em nada comum, perdida. A vida parecia não ter mais cor. Até que uma amiga de infância, já envolvida na noite, lhe ofereceu uma saída:

— Aqui você não precisa de amor. Só de coragem. E, se fizer direito, nunca mais vai passar fome.

No começo, Lorena hesitou. Mas logo percebeu que o palco da boate era o único lugar onde ela podia transformar dor em poder. E quanto mais os homens a desejavam, mais ela entendia que era ela quem mandava.

Foi assim que nasceu a Diaba Loira: uma mulher que não se escondia, que não tinha vergonha, que usava cada traço de sua beleza como arma.

A Boate

A casa era uma das mais famosas do Canadá. Não era apenas um prostíbulo: era um império do prazer. Empresários, políticos, mafiosos… todos passavam por lá. E todos queriam ver ela.

Lorena não usava peruca, não fingia ser alguém que não era. Os cabelos loiros eram sua marca, os olhos verdes eram seu veneno. Sua fama cresceu rápido: era a GP mais cara e mais disputada da casa.

No corredor, as outras garotas comentavam:

— Ela nunca recusa ninguém?

— Não… mas também nunca é ela quem corre atrás. Eles é que imploram.

— É por isso que a chamam de Diaba. Ela brinca com os homens como se fossem brinquedos.

Lorena ouvia e sorria. Sabia que incomodava. Mas não ligava.

— Eu só quero dinheiro. — dizia sempre. — Amor eu já perdi, e não me interessa mais.

O Show

Naquela noite, o salão inteiro se calou quando o apresentador anunciou:

— Com vocês… a estrela desta casa… a nossa Diaba Loira!

As luzes se voltaram para o palco. Lorena entrou devagar, os saltos altos batendo no chão, o corpo coberto apenas por uma lingerie preta cravejada de pedras. O pole brilhava no centro, e ela caminhou até ele como quem caminha para um altar.

A música começou: grave, lenta, sexual.

Ela girou no pole com força, arqueando as costas, as pernas se abrindo em um split perfeito. Desceu até o chão, rebolando com malícia, depois subiu de novo, ficando de cabeça para baixo. Seu cabelo loiro caía como ouro derretido, e os olhos verdes percorriam a plateia, escolhendo vítimas.

— Essa mulher é fogo puro. — murmurou um homem, fascinado.

Lorena sorria, mordendo o lábio. Não havia vergonha, apenas controle. Cada gemido do público era o alimento da personagem que criou.

Quando terminou, ficou de joelhos no centro do palco, braços abertos, peito arfando. A plateia enlouqueceu. Notas de dinheiro voavam até ela. E Lorena, ainda ofegante, disse com um sorriso maldoso:

— Eu sou o inferno que vocês desejam todas as noites.

O Pedido Misterioso

De volta ao camarim, Lorena bebeu um gole de whisky, secando o suor da pele. Bianca, sua rival de sempre, a encarou com desprezo.

— Um dia esse fogo vai te consumir. — disse.

— Que consuma. — Lorena respondeu. — Enquanto isso, eu lucro.

Foi quando uma funcionária entrou apressada.

— Lorena! Tem um cliente no camarote VIP. Ele pediu só você… e pagou adiantado.

— E quanto foi? — Lorena perguntou, sem se impressionar.

— Um milhão.

As garotas se entreolharam em choque. Bianca quase engasgou.

— Um milhão?! Quem faria isso?

Lorena apenas sorriu, jogando os cabelos loiros para trás.

— Alguém que sabe o valor do fogo.

Ela se levantou, ajeitou a lingerie e seguiu para o camarote. Seus saltos batiam no chão como tiros. Cada passo ecoava a certeza de que estava entrando em um jogo muito maior do que simples prazer.

O cliente fantasma

O corredor até o camarote VIP parecia mais longo que nunca. Os saltos de Lorena batiam firme contra o piso de mármore, ecoando como batidas de tambor em um campo de guerra. Os olhos verdes estavam atentos, afiados, a postura ereta como de uma rainha indo encontrar seu súdito mais generoso.

Um milhão.

Ninguém nunca havia feito isso.

Nem mesmo os homens mais ricos, políticos, empresários, jogadores de hóquei que já tinham passado pela boate ousaram tanto.

Ela respirou fundo, abriu a porta do camarote e entrou.

O espaço era amplo, decorado em couro preto e luzes vermelhas. A garrafa de champagne mais cara já estava aberta sobre a mesa. O ambiente exalava poder. Mas… estava vazio.

Lorena franziu o cenho, ajeitou os cabelos loiros, caminhou até o centro e olhou em volta.

— Alô? — a voz dela ecoou.

Nada.

Deu mais alguns passos, verificou atrás das cortinas de veludo, o banheiro privativo, o sofá. Não havia ninguém. Nem um bilhete, nem um celular esquecido, nada.

O silêncio era pesado demais.

Ela voltou até a porta e chamou uma das funcionárias.

— Tem certeza que o cliente está aqui?

A garota engoliu em seco.

— O pagamento caiu. A reserva foi feita. Mas… não vi ninguém entrar.

— Então alguém pagou um milhão para brincar de esconde-esconde comigo? — Lorena respondeu, irritada, mas sem perder a postura.

A funcionária parecia confusa.

— Quer que eu chame a segurança?

— Não. — Lorena disse firme. — Se for algum engraçadinho, não quero que pense que conseguiu me abalar.

Ela pegou a taça de champagne da mesa, tomou um gole demorado e deixou a taça ali, intacta.

— Avise que Diaba Loira não espera ninguém. Se ele quiser me encontrar, que venha até mim. —

Saiu do camarote com a mesma elegância com que entrou, como se tivesse acabado de conquistar o lugar, não de encontrar o nada. Por dentro, porém, havia algo incomodando: quem teria coragem de gastar tanto apenas para provocá-la?

De volta pra casa

Quando saiu da boate naquela madrugada, a cidade estava fria, iluminada pelos letreiros de neon. Lorena entrou em seu carro — um Audi branco, banco de couro, motor que rugia como fera. Acendeu um cigarro, ligou o som no volume baixo e seguiu pelas ruas.

O apartamento dela ficava em um arranha-céu no centro de Toronto. Cobertura, três quartos, varanda com vista para o lago. Tudo pago em dinheiro. Tudo conquistado com suor, gemidos e o fogo que vendia noite após noite.

Ao entrar, tirou os saltos, largou a bolsa Gucci na mesa e se jogou no sofá de veludo. A casa estava silenciosa, apenas o som da cidade entrando pela janela.

Luxo. Poder. Silêncio.

Lorena abriu uma garrafa de vinho francês e bebeu direto da boca. Olhou em volta: paredes brancas, quadros caros, uma TV de 70 polegadas, perfumes espalhados pelo aparador. Tudo era dela. Tudo conquistado sozinha.

Mas havia momentos em que todo aquele luxo parecia ecoar a solidão que ela carregava.

Tirou a lingerie, ficando apenas com a pele nua, e caminhou até a banheira de mármore. Encheu-a de água quente, colocou algumas pétalas de rosa e mergulhou, fechando os olhos. A água abraçou seu corpo, relaxando cada músculo.

E foi ali, sozinha, que lembrou da vida antes da Diaba Loira.

Do bebê que não sobreviveu.

Do homem que a abandonou.

Do buraco escuro que quase a engoliu.

Mas ela não chorou. Não mais. Essa fase havia acabado. Agora ela era fogo, não cinza.

A Rotina de Luxo

Quando acordou no fim da manhã, o sol entrava pela cortina de seda. Levantou-se nua, foi até a cozinha aberta e preparou um café expresso. Colocou óculos escuros, mesmo dentro de casa, e abriu o notebook para verificar a conta bancária.

Dinheiro não faltava. Os depósitos das últimas semanas eram altos, e a quantia guardada já era suficiente para nunca mais precisar trabalhar. Mas ela não parava. Não queria parar.

Depois de comer algumas frutas, Lorena passou horas cuidando de si. Academia particular no prédio, massagem, um banho demorado, cremes importados. À tarde, foi até uma boutique de luxo e comprou dois vestidos novos — só porque podia.

Os vendedores a olhavam com respeito misturado a fascínio. Todos sabiam quem era, mesmo sem dizer. A Diaba Loira não precisava se esconder.

Reflexão

De noite, sozinha no quarto enorme, Lorena deitou na cama de lençóis de seda vermelha. Abriu a janela, deixando o vento frio entrar.

Ainda pensava no camarote vazio. No um milhão depositado.

Quem faria isso?

Alguém que a queria testar?

Alguém poderoso demais para se mostrar logo de cara?

Ela passou os dedos nos lábios e sorriu de canto.

— Seja quem for… vai voltar. — murmurou para si mesma. — E quando voltar, eu vou estar pronta.

A cidade brilhava diante dela, mas Lorena brilhava mais.

Porque, no fundo, ela sabia: o jogo tinha acabado de começar.

O olhar no Escuro

O celular despertou às quatro da tarde, vibrando em cima da mesa de cabeceira de mármore. Lorena abriu os olhos devagar, ainda enrolada nos lençóis de seda. Espreguiçou-se, deixando o corpo nu exposto ao sol que atravessava a janela de vidro da cobertura.

Levantou-se, prendeu os cabelos loiros em um coque rápido e vestiu uma jaqueta oversized por cima da lingerie de renda preta que tinha dormido. Pegou os óculos escuros e desceu para a rua.

O caminho até a loja de conveniência era curto. O salto ecoava no chão, e cada passo dela fazia algum homem virar o rosto para olhar. Lorena sabia disso, sentia o poder pulsando nela como perfume caro.

Na loja, pegou um energético, uma barra de chocolate e cigarro. O atendente mal conseguia disfarçar o olhar vidrado em suas pernas.

— Tenha uma boa noite — ele disse, engolindo em seco.

Lorena sorriu de canto, pagou em dinheiro e saiu sem olhar para trás.

O ritual antes do show

De volta em casa, ela ligou a playlist de R&B, tomou um banho demorado e se preparou. Corpo besuntado em óleo iluminador, maquiagem impecável, vestido curto de paetês vermelhos. No camarim da boate, já perto das 23h, ela retocava o batom diante do espelho.

As outras dançarinas se ajeitavam também, mas era impossível não notar a diferença: enquanto as demais pareciam esforçadas demais para brilhar, Lorena tinha um magnetismo natural. A Diaba Loira não precisava competir — ela já era a estrela.

O show da noite seria pesado: pole dance, dança lenta, strip tease. Era assim que ela hipnotizava, e cada movimento rendia milhares.

O cliente do quarto

Depois do espetáculo no palco, um segurança veio até ela no camarim:

— Quarto 07. Ele já está esperando.

Lorena respirou fundo, ajeitou os seios no sutiã de renda e caminhou até o quarto. Entrou sorrindo, como quem sabe que domina o jogo.

O homem sentado na poltrona era rico, bem vestido, terno sob medida, relógio caríssimo. Ele a devorava com os olhos.

— Você é ainda mais linda de perto.

— Eu sei — Lorena respondeu com um sorriso provocante.

Ela se aproximou devagar, subiu no colo dele, e começou o show particular. Beijos no pescoço, a mão dele descendo apressada por suas coxas.

Lorena sabia como acelerar e como desacelerar. Tirou a lingerie lentamente, deixou os seios roçarem no rosto dele. A respiração dele já estava pesada quando ela desceu de joelhos.

O zíper se abriu, e ela o tomou com a boca.

Olhar fixo nos olhos dele, movimentos firmes e molhados, a língua envolvia cada detalhe.

— Caralho… você é perfeita… — ele gemeu, segurando nos cabelos loiros dela.

Lorena acelerou, sugando forte, até sentir o corpo dele estremecer.

Ele gemeu alto, gozo quente jorrando na boca dela. Ela engoliu tudo sem hesitar, lambendo os lábios como se fosse champagne francês.

— Espero que tenha valido cada centavo — ela sussurrou, levantando-se com um sorriso diabólico.

De volta ao palco

Ela retornou para o salão principal. A música já estava no auge, luzes vermelhas e azuis piscando, corpos dançando. Lorena subiu ao palco apenas para se exibir de novo, girando o quadril lentamente, brincando com o olhar da plateia.

E então ela o viu.

No fundo da boate, encostado no balcão, um homem alto, pele morena, cabelos cacheados caindo sobre a testa. Ele não sorria, não piscava, não parecia bêbado. Apenas a encarava.

O olhar dele era diferente: não era de desejo comum. Era como se a conhecesse, como se soubesse algo dela que ninguém mais sabia.

Lorena manteve a pose, mas aquele olhar mexeu com ela mais do que gostaria de admitir.

As invejas

Depois, já no camarim, ela se sentou na poltrona enquanto tirava os saltos e acendia um cigarro. Algumas meninas cochichavam no canto.

— Você viu como todos só olham pra ela? — uma delas resmungou.

— Ridículo. Só porque tem esse cabelo loiro e finge que é rainha.

— Aposto que nem é tão boa quanto falam.

Lorena ouviu tudo, mas não se importou. Tragou fundo, soltou a fumaça no ar e sorriu sozinha.

As garotas podiam ter inveja, podiam falar o que quisessem. No final, todas sabiam a verdade: ninguém ali chegava perto da Diaba Loira.

Mas, por dentro, a mente dela ainda estava presa no olhar do homem misterioso. Quem era ele? E por que parecia saber tanto sem dizer nada?

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