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O Príncipe Daquela Noite

Capítulo 1

1- O Drama

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Moro na cidade de Avita, desde os nove anos de idade. Uma cidade pequena, mas bem evoluída. Meus pais sempre me ensinaram que devemos ter planos para o futuro, e sempre me apoiaram nos estudos. Infelizmente, não puderam me apoiar em tudo. Quando fiz dezesseis anos, eu descobri que gostava de garotos. Ao contar aos meus pais, Estraguei a família. Eles se separaram, e eu fiquei morando só com a minha mãe, que não me apoiou de cara, mas ela aceitava, porque me amava muito. E mesmo sabendo bem que homens me atraiam, eu tive uma grande dificuldade para arrumar um namorado. Eu passei por essa etapa da minha vida, e continuei seguindo para o meu sonho, o plano que fiz na vida. Eu queria trabalhar em uma empresa grande, e famosa. Queria ser um executivo renomado, e conhecido. Eu me chamo Mariano Átila, tenho vinte e um anos, e nesse momento estou prestes a conquistar o que sonhei.

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Todas os dias, quando eu entro no prédio Terrano, chamo atenção primeiramente pelos meus olhos verdes, que se destacam na pele morena, e nos cabelos encaracolados negros. ''Sou bonito, e sei disso". Mas aqui eu também sou braço direito do Ceo, Pietro Velas. Por esse motivo, eu posso mandar em muita gente. ''Calma! Não sou um tirano.'' Eu realmente dou ordens, mas trato todos de forma educada e digna, por isso, eles gostam mais de mim. Entretanto, o problema deles gostarem mais de mim, é o ciume do senhor Breno Velas, irmão do Pietro, e o homem que deveria ser o braço direito dele. Meu trabalho é de coordenar os setores, e eu mando bem nisso.

Recentemente, Pietro anunciou uma viagem para a capital, onde vai inaugurar a segunda sede da Terrano. Com isso, eu ficarei como Ceo temporário. Tudo o que eu preciso fazer agora, é o que eu faço sempre; mostrar o meu melhor, e assim garantir o título de Ceo fixo, já que com outra sede da Terrano, teremos ''dois Ceos.''

A semana passou voando e quando vi já era sexta feira. Eu tinha marcado um jantar especial, com o meu namorado, Charlie. ''Sem querer me gabar, mas Charlie era um estrangeiro loiro de olhos azuis muito sarado''. Um perfeito deus grego, que tive muita sorte de conquistar. Estávamos há dois meses juntos, e eu estava pronto para me entregar de uma vez ao nosso amor. Naquela noite, esperei ele chegar com uma mesa maravilhosa posta na sala. Em cima dela, uma garrafa de vinho, duas taças, e comida italiana que comprei e coloquei na travessa, para dar a entender que fui eu que cozinhei. Para ele não desconfiar, fui inteligente o suficiente, para sujar algumas panelas com molho e deixar algumas louças na pia da cozinha. No meu quarto, a cama estava arrumada, e o quarto iluminado com velas. A caixa de som, tocava uma música romantica, principalmente para me deixar mais relaxado. E no móvel ao lado, coloquei alguns itens necessários, como preservativos, e um gelzinho, caso as coisas ficassem piores do que eu pensava. Eu fiquei ansioso demais, era a nossa primeira noite juntos, e a minha primeira vez.

A campainha tocou, e lá veio Charlie. Ele estava usando uma camisa vermelha, que combinava muito com o tom de pele dele. Alguns botões abertos, que me deixaram querendo pular o jantar, e ir direto para o quarto. Ele estava todo produzido, até mais do que o normal.

Charlie: Boa noite Mari.

Ele me deu um selinho seco. Estranhei, claro. Mas não dei muita importância. Fui a frente o guiando até a mesa.

- Da só uma olhada! E pode se sentar. Eu preparei tudo isso para você!

Charlie: O cheiro... Parece ótimo!

Ele olhou para a mesa, e em seguida ao redor.

Charlie: Não pensei que fosse mesmo cozinhar.

- Pois é? O amor nos inspira.

Nesse momento ele baixou a cabeça. Enquanto eu tirava as tampas, e espalhava os talheres.

Charlie: Não... Não Mari! Não precisa me servir ainda.... Eu acho melhor, porque eu não vou conseguir comer. Queria conversar com você, antes de mais nada.

- Nossa! O que houve? Parece sério. Aconteceu alguma coisa amor?

Segurei o braço dele, e o guiei até a cadeira, mas ele tirou o braço de mim, e não se sentou.

Charlie: Eu quero terminar Mari!

- "O que?" Terminar? Tipo... se separar?

Charlie: Isso... Não consigo mais esperar você estar pronto. Eu... conheci uma pessoa e... Na verdade é o meu ex namorado. Nos aproximamos novamente, e acho que quero tentar de novo.

- Ei!? Calma! Espera! Eu estou pronto hoje! Eu preparei isso para nós. Vamos para o quarto então? Eu também deixei o quarto em clima...

Charlie: Foram meses! Você me entende né? Ninguém namora desse jeito. Eu... cansei. Perdi a vontade, não tem mais graça!

- Caramba! Sabe que é a minha primeira vez. Uma coisa assim... não fazemos do nada! Tem que ter um clima, um momento... Por favor, vamos? Fazemos isso agora, então vai?

Charlie: Desculpa Mari. Agora eu não quero mais. O que queria? Que eu me casasse com você? Isso não acontece mais nos dias de hoje. Como disse antes, eu voltei com meu namorado. Estou decidido.

- Então... Tá bom. Vai lá...

''Perdi a etiqueta nesse momento, gritei, falei um monte de palavrões e continuei.''

- SOME DAQUI CACHORRO! INSENSÍVEL, FILHO DA PTA! NÃO APARECE MAIS NA MINHA FRENTE! AAAH! SEU CANALHA! NOJENTO DESAPAREÇA!

Ele saiu pela porta antes de ser acertado pela tampa de vidro que arremessei. Eu chorei alto. Me joguei no chão, e dormi ali mesmo. Mas no fim das contas, eu era mesmo culpado. O Charlie era bom de mais para ser verdade, qualquer um se jogaria no colo dele, sem pensar duas vezes, mas eu, fiquei com medo, quando vi o tamanho do ''brinquedo'' dele, e continuei enrolando. De certa forma, não foi só medo, eu não me sentia confortável, eu achava que ia ter um momento para as coisas fluirem normal. Ao menos era isso que eu pensava que deveria ser.

No manhã seguinte, tomei um banho e me arrumei, fazendo um esforço enorme para esquecer. Que se dane o Charlie! O importante era o meu emprego, e as grandes conquistas da minha vida. No cargo que cheguei, eu ganhava o suficiente para comprar um apartamento para mim, e bancar a maior parte das despesas da minha mãe, que quis ficar na casa onde moravámos, ao envés de vir comigo para o centro da cidade. Como não era frequente trabalhar aos sábados, e depois da péssima noite que tive, quase perdi a hora. Cheguei no prédio Terrano, rapidamente, levando os olhares comigo como sempre, e fui direto para a sala do Pietro Velas, como de costume. Na primeira hora do dia, sempre fazíamos um resumo dos assuntos que iriamos tratar, antes de começarmos nossa rotina.

Pietro Velas: Bom dia Mariano! Fecha a porta, por gentileza; preciso conversar sobre um assunto com você.

O tom de voz de Pietro estava estranho. Não consegui entender se era triste, ou raivoso, mas com certeza, era sério.

- Algum problema senhor Pietro? Desculpe por chegar atrasado, eu não...

Pietro Velas: Atrasado? Não chegou atrasado.

- Ah, que bom. No meu relógio eu estava oito minutos.

Pietro Velas: Esquece isso! Não tem problema algum. Bem... Eu não converso muito sobre isso com você, mas quero que saiba, que gosto muito do seu trabalho. A Sua mente, bate muito com a minha. E com a mesma visão, faríamos grandes coisas aqui na Terrano. Esse... ainda é o meu pensamento. Porém, meu pai falou uma coisa entranha ontem... Como eu tinha me excedido na bebida, não entendi muito bem a conversa toda, mas eu ouvi a frase: "Agora vai ser a vez do Breno liderar"

Pietro tinha cabelos negros e lisos até o ombro. Os olhos castanhos claros, e um rosto meio retangular, que ficava elegante com o cavanhaque. Ele passou a mão nos cabelos e jogou para traz, deixando o rosto livre. Ele era mesmo um homem bonito, além de inteligente. De alguma forma, a beleza dele me chamou a atenção, como nunca chamou antes. Minha mente se perdeu do assunto, enquanto eu o observava.

Pietro Velas: Sabe o que isso significa?

- Ah, Desculpe... O que Senhor?

Pietro Velas: Meu pai quer deixar o Breno como Ceo quando eu sair!

Capítulo 2

2 - A Repercussão do Drama.

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As palavras de Pietro soaram como golpes de espada na minha alma. Golpes agressivos e impetuosos, que faziam questão de atingir as áreas já machucadas pelo término com Charlie na noite passada. Fiquei calado por alguns segundos. Ele percebeu que a notícia havia me abalado,e em respeito ficou em silencio. De certa forma, era interessante saber o que ele pensava sobre mim, mesmo que tivesse sido dessa forma, pude ter certeza que meu trabalho era eficiente e satisfatório para ele. Ouvindo assim, dos lábios dele; que faziamos uma boa dupla, me fez me sentir bem, em meio a tudo.

Pietro Velas: Mariano... Isso não está certo ainda, ham? Minha opinião vale muito. Se é isso mesmo, que o meu Pai tem em mente, eu farei questão de mudar essa ideia dele. Estou dizendo a você, porque preciso da sua ajuda. Porque nós dois sabemos o que é melhor para a empresa. Sabe que hoje temos uma festa, não sabe?

- Sim. É a comemoração da compra da nova sede da Terrano.

Pietro Velas: Vou confimar essa informação na festa. Vou falar com o meu pai. Se isso for certo, vou garantir o meu parecer, e o meu desejo. Não fique chateado. De qualquer forma, preciso que fique de olho nas coisas que o Breno anda fazendo. Se por acaso meu pai não me der ouvidos, temos que apresentar provas de que o Breno é uma péssima escolha para manter a empresa equilibrada. Conto com você!

Eu sorri.

- Obrigada pela confiança senhor. Mas, de qualquer forma, o que vocês decidirem é o que vai ser. Não questionarei, apenas darei o meu melhor.

"Isso era muito fácil de falar." Não que eu não fosse dar o meu melhor. Mas é que naquele momento, eu estava atuando. Eu sai daquela sala, totalmente decepcionado. Eu tinha certeza que essa conversinha não ia mudar nada, até porque o senhor Velas, era conhecido por sua palavra firme, e inflexível. Como a minha vida tinha virado de ponta cabeça assim? Em tão pouco tempo... Tudo o que eu estava prestes a conquistar, agora estava bem longe das minhas mãos.

O bom de trabalhar aos sábados no prédio Terrano, é o fato da empresa ficar praticamente vazia. Apenas quem precisava adiantar coisas, ou fazer reuniões extraordinárias vinha. Eu entrei confortável na minha sala, feliz com o silêncio do ambiente, mas o barulho da minha cabeça acabou me fazendo chorar, e eu percebi naquele momento, o quanto estava frustrado.

- Céus! Como eu sou idiota! Talvez... Existam coisas que não são para mim... Talvez, todas as coisas.

A porta da minha sala abriu de repente, e eu me assustei. Era Genaro Malter. Ele tinha fama de ser o bonitão da empresa. Na verdade o que eu sabia dele, é que pegava geral, era só marcar na frente dele e ele pegava. E ele não tinha um tipo preferido, era "Bi", então, saia com homens e mulheres. Os seus 45 anos, só lhe deram uma pequena faixa de cabelos grisalhos nas laterais, o que realmente deixava um charme a mais. Além disso, ele era um dos mais antigos funcionários do prédio.

Genaro Malter: Mariano... Eu não sabia que vinha trabalhar hoje, mas quando o vi no corredor, eu precisava te dar um oi. Talvez precise desabafar um pouquinho... Olha só, estava chorando não é? Quer conversar?

Fiquei de olhos arregalados olhando para ele, antes do meu cérebro voltar para terra.

- Ah, as fofocas foram longe ham? Você já sabe que eu não vou ficar como Ceo temporário?

Genaro Malter: O que? Não Vai? Mais que poha! É sério isso? Vão deixar tudo nas mãos daquele merda?

- Não... Não era sobre isso que queria que eu desabafasse?

Genaro Malter: O seu dia deve estar sendo péssimo mesmo. Não era sobre isso não. Soube que você e o Charlie terminaram o namoro. Eu... Estou muito triste por você.

- Ok... Como você soube? Se nem eu contei para ninguém ainda?

Genaro Malter: Então... Não fica bravo comigo não, tá? Eu acabei descobrindo que o Charlie estava saindo com o Kevin, que era um ex meu. Só que quando eu descobri... Bem, vocês estavam namorando. E eu não queria causar uma briga, por isso não disse nada.

Eu me levantei irritado.

- Você é bem cara de pau hein!? Vem até aqui dizendo que estava preocupado comigo, e quando teve oportunidade nem me alertou para me ajudar? Pode sumir daqui com a sua pena! Eu não preciso dela!

Genaro Malter: Desculpa Mariano... Você é uma pessoa bacana. Não merecia nada disso, me desculpa, só achei bem errado me intrometer na vida pessoal das pessoas.

- Caramba!? E Você de repente sabe tudo? Não é a mesma coisa se intrometer agora? A situação já estava ruim, e você agrava dizendo que ele já vinha me traindo?

Genaro Malter: É... Desculpa. O Kevin me contou que o Charlie terminou com você. Eu só... lamento. E o pior é que você é virgem ainda...

- EI!? Não fica falando isso! Some daqui! Sai da minha sala seu bicudo, fofoqueiro, idiota!

Genaro Malter: Calma! Não é assim não. É que eu gosto de você, você é uma beleza de pessoa e...

"Da para acreditar na cara de pau, de uma pessoa dessas? Eu sabia muito bem o que aquele tarado queria." Fiquei furioso. Fui empurrando ele para fora da minha sala, quase nos socos, mas, como ele era maior e mais forte que eu, tive um pouco de dificuldade. Quando ele resistiu, de repente, surgiu alguém que o afastou da porta com um belo empurrão, que o mandou da porta para a parede do outro lado do corredor. Eu pude ver os olhos de Genaro se arregalarem surpreso. Naquele momento eu fiquei curioso pela expressão dele, e olhei para o homem ao meu lado, a fim de ver quem tinha deixado ele tão assustado.

Breno Velas: Genaro! Não se aproxime dele novamente, se não será demitido!

Genaro Malter: De... Demitido!? Ah... É... Desculpe senhor. Ele entendeu tudo errado, mas não vai mais acontecer.

O homem saiu correndo como se tivesse visto um fantasma.

Breno Velas: Você está bem?

- Sim... Eu estou, obrigada.

Diferente do Irmão, Breno Velas tinha os cabelos acinzentados. Na raiz, pouco vista, era castanho, o que deixava claro que ele pintava, mas se não fosse isso, parecia um grisalho natural. O estilo do corte também era interessante, mais curto nas laterais, e repicados no meio. Os seus olhos eram amarelados, levemente puxado, o que combinava com a cara de malvado que ele tinha. Ele se aproximou do meu rosto, e tocou abaixo do meu olho.

Breno Velas: Você está ferido. Aquele idiota machucou você, cheguei tarde.

- O que? Estou?

O homem passou a mão no meu rosto, limpando uma pequena gota de sangue, ele olhou para ela em seu dedo, e em seguida colocou na boca. ''Eu me choquei, claro.'' Eu estava paralisado. Além de bonito, Breno tinha comportamento de bad boy, nunca demonstrava atenção ou carinho por ninguém. Do nada o homem me defende, e se preocupa com a minha ferida. E pior, ainda dá uma "experimentada?"

Breno Velas: Se precisar de alguma coisa, não esqueça que estou aqui do seu lado.

- Ah... Sim senhor, Obrigada.

Voltei para minha sala, tentando me recuperar do choque. Aproveitei para olhar o espelho. Eu nem tinha sentido nada, como me feri de repente? Quando olhei, um arranhão abaixo do olho, me lembrei que todo estabanado, fiz um esforço para botar Genaro para fora, e eu mesmo bati as unhas no meu rosto.

- "Que Ótimo!" Bem no meu rosto. Tenho que dar um jeito nisso depois... Espera aí; Ele realmente disse aquilo? "Não esqueça que estou aqui do seu lado."? Não sei não, isso é bem suspeito.

Por sorte, no sábado não estendiamos muito o horário, voltei para casa às duas da tarde. Era um tempo bom para eu me preparar para a festa. Para levantar a minha auto estima, eu tinha que ir com uma roupa diferente. Algo bonito, que me deixasse passar a sensação de estar seguro de mim mesmo, e atraente, como sempre fui. Descansei um pouco, e depois encontrei uma roupa que comprei para sair com o Charlie, nem tive oportunidade de usar. Bem, ao menos serviu para a festa. Peguei o meu carro, no estacionamento, e fui.

A festa, foi em um salão bar de evento, parceiro da Terrano. Um lugar bem elegante, que só as pessoas de grana conseguem alugar. Quando entrei no salão da festa, porém, senti algo estranho. Talvez eu tivesse escolhido o look perfeito, pois todos olhavam para mim. Ou era bem o contrário disso; eu estava ridículo. Não sabia qual era o motivo, mas aquela sensação, não parecia a mesma que costumava ter, quando sabia que estavam me olhando.

Capítulo 3

3 - O Fato Ocorrido

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A música de fundo, era uma melodia calma, eu de cara desvendei o estilo musical, era Jazz. O instrumental no fundo denunciava. Eu também adorava Jazz, mesmo que para a maioria dos jovens da minha idade, isso fosse um gosto ultrapassado. O salão estava em meia luz, com focos de luzes nas mesas de comida, e bebida. Já tinha também algumas pessoas dançando no centro do salão. A festa estava realmente animada, e elegante. Desde que entrei no salão eu estava ficando bem incomodado com tantos olhares. Senti que precisava ter certeza qual era o motivo dos olhares. Foi aí que notei o Marcelino, o Office boy da empresa, um garoto de 19 anos, bem mais maduro que a idade dele. Ele estava sempre usando boné, e falava gírias. Dono de um rosto bem comum, pele clara e olhos castanhos. Mesmo em um evento elegante como esse, ele estava de boné. Aquele garoto, era esperto nas ruas, e conhecia todo mundo, o que lhe dava um diferencial, no seu cargo da empresa. Para a minha sorte, Ele estava em um canto perto da mesa de bebidas, e afastado de outros convidados. Eu me aproximei dele discretamente.

- Marcelino, posso fazer uma pergunta, e você me responde com sinceridade?

Marcelino Sangos: Mas é respondo sempre na verdade, irmão. Pode pergunta!

- Estou pagando mico aqui? Tem alguma coisa errada com o minhas roupas ou a maquiagem?

Marcelino Sangos: Pagando mico? Só se for no mundo onde as belezas são ignoradas, se é que me entende?

- Não. Não entendo.

Marcelino Sangos: Meu Irmão, tem espelho na tua casa?

- Ai.. Tem. Só que eu achei que estava bonito.

Marcelino Sangos: Mas tu tá bonito! É isso que eu to falando. Olha só, as mulher, e os homi tão tudo olhando para ti.

- Então é porque eu estou bonito? Ufa! E você também acha, que bom. Sempre te achei bem direto, não preciso me preocupar então. Obrigada Marcelino.

Marcelino Sangos: Acho sim. Porque tu nem parece que é daqui.

- Claro, eu sou um dos poucos negros na cidade né?

Marcelino Sangos: Mas não é disso que eu to falando, meu irmão. Tu é daqueles tipinho, que a gente só vê nas revista. Gente bonita assim, não trabalha tanto que nem tu não. Eles ganham a vida, usando o que tem; beleza. E a gente vê tu ralando aqui até tarde, nesse trampo aqui. E trata até eu bem, não é metido a besta com ninguém. É duas coisas que não costuma existir numa pessoa só sabe? Beleza e Bondade. Quer beber aqui comigo?

Eu já estava estranhando o Garoto me elogiando tanto. Embora eu conhecesse ele como uma pessoa bem sincera, e simples, e com a certeza que ele estava falando a verdade. Para mim, ele acabou se empolgando e estava me flertando.

- Marcelino, tenho que procurar o Pietro primeiro, sabe onde ele está?

Marcelino Sangos: Sei sim. Ele foi para áquela área lá, dos sofazinho preto. Ele mais o Pai, e o Irmão. Acho que é reunião de familia.

- Ah, obrigada!

Marcelino Sangos: Depois tu vem tomar uma aqui comigo? Só uma, para trocar mais uns lero.

- Tá, venho.

Marcelino Sangos: Olha que eu vô cobrar hien!?

- Tá... Tá bom.

Eu me apressei para escapar dele, sorrindo de forma simpática. Mas eu não pretendia voltar ali. Fui na direção do espaço reservado, com as poltronas pretas. Caminhei até um pedaço, e depois parei. "Vai que realmente é uma conversa em família e eu vou atrapalhar?" Resolvi desistir e dei meia volta, quando naquele mesmo momento, escutei meu nome.

"Mariano! Por gentileza, junte-se a nós!"

Era a voz de Humberto Velas, o Pai de Pietro e Breno. Um homem de 60 anos, Cabelos sempre pintados de castanho, sempre com seus óculos de grau, e a bengala. Além de um homem ao seu lado, um segurança e enfermeiro pessoal.

Humberto Velas: Estavamos falando de você, preciso conversar um assunto muito importante. Sente-se aqui do meu lado. Tiger, dê o lugar a ele por gentileza?

O homem se virou para o que estava ao seu lado, que eu não reconheci. Quando ele se levantou, parou na minha frente, e olhou tão dentro dos meus olhos que eu fiquei completamente desconfortável.

Humerto Velas: Ah... Não liga não, Mariano. Esse é o meu segurança pessoal, ele está comigo só a sete meses, provavelmente vocês dois ainda não foram apresentados!

Humberto se levantou e tocou em meu ombro.

Humberto Velas: Tiger, esse aqui é o coração da Terrano. É um jovem inteligente, e excepcional. É dele que eu falava.

Aquele homem sorriu de leve, de uma forma muito estranha. Quando o olhei bem, enquanto saia do lugar para me ceder, eu fiquei espantado. ''Ele era um armário''. Muito maior que o Charlie. O cabelo raspado como um corte militar. Os olhos castanho escuro eram grandes, mas as sombrancelhas trazia uma expressão artificial, como se ele fosse um robô. Ele com certeza deveria ter servido o exercito.

- Obrigada.

Tiger acenou com a cabeça.

Humberto Velas: Ele é tímido Mariano, não costuma falar muito. Agora sim meus filhos, vamos concluir a conversa.

Quando olhei para Pietro, e Breno sentados a minha frente, ambos estavam com a expressão raivosa. "Algo tinha acontecido ali, e os dois estavam muito putos!"

Humberto Velas: Bem, como sabe Mariano... Ah, espere! Tiger, sirva ele de bebida.

- Não senhor, não precisa.

Humberto Velas: Ah... Por favor, não faça essa desfeita.

- Certo.

Tiger encheu uma taça de champanhe para mim.

Humberto Velas: Compramos a segunda sede da Terrano, que vai ser comandada pelo Pietro. A nossa sede aqui, vai precisar da sua ajuda.

Naquele momento, eu olhei para o homem com esperanças.

Humberto Velas: Quero que ensine o Breno, as funções de um Ceo descente! Como o Pietro é.

- Eu? Como posso ensinar algo, que não sei... Senhor.

Humberto Velas: Ahh, não seja modesto. Vemos seu desempenho. Você seria um perfeito Ceo. O Pietro eleva todos os seus atributos. E como ele mesmo disse,

coloca a mão no fogo por você...

Eu olhei para Pietro, e ele me deu um olhar triste. Eu entendi. Ele tentou fazer a vontade dele ser ouvida, mas foi impossível.

Humberto Velas: Então é isso! Ensine Breno a ser o novo Ceo, da Terrano Matriz! Vamos brindar?

Nesse momento eu olhei para Breno, e ele me devolveu um leve sorriso, antes de brindarmos.

Na melhor oportunidade que tive, escapei deles. Novamente, aquela vontade de chorar me veio. Eu não podia chorar ali. Alguém poderia ver. Então, peguei mais duas taças de champanhe. E virei uma após a outra. O que eu precisava, era rir. Mesmo que tudo estivesse um caos. Mesmo que eu tivesse que treinar um homem que não merecia aquela oportunidade. "Fazer o que, ele era o filho do ricasso, não eu." A minha expressão provavelmente chamou a atenção de Genaro, que estava na ponta da mesma mesa que eu estava pegando as taças. Ele me olhou, e continuou olhando e eu o ignorei.

- "Espero que esse chato não venha falar comigo. Estou bem irritado. Sou capaz de quebrar um taça dessas na cara dele!"

De repente, senti a mão de alguém na minha cintura. Eu só me virei, furioso.

- Eu sabia que ia fazer isso, seu monte de lixo! Não me toque!

Quando olhei direito, era o Pietro. As pessoas ao redor, ficaram olhando para nós dois. Meu cérebro não conseguia processar nada, agora o que estava ruim, ficaria pior. Acabei de chamar o Ceo da empresa de "monte de lixo" na frente de todos, agora, eu provavelmente ia perder o emprego.

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