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O Meu Alfa Favorito

Capítulo- O Cheiro da Fuga

...A chuva escorria fria pela minha pele, cada...

...gota pesando como um lembrete de que eu estava sozinha no mundo....

...Meus pés descalços corriam pela lama, o vestido rasgado grudando nas pernas, e a respiração arfante me denunciando em cada esquina....

Eu precisava sair dali.

Eu precisava ser livre.

Mas, para entender por que eu corria naquela noite, era preciso voltar alguns anos.

🕰️ Alguns anos antes…

Nome: Elena.

Idade: 18 anos.

Indentidade: Meio-Loba

Eu não cresci como as outras meninas ômegas.

Não fui ensinada a ser desejada, nem treinada para me casar com um bom alfa.

Fui escondida.

Desde criança, ouvi os sussurros: “Ela nasceu fraca demais.”

“Uma ômega assim só trará problemas.”

“É melhor mantê-la longe dos olhos dos outros.”

Minha mãe nunca me olhou como filha. Apenas como uma falha.

Meu pai? Um silêncio constante, como se eu fosse invisível.

E meus irmãos… eles aprenderam cedo a me tratar como fardo.

Meus dias eram passados dentro de um quarto sem janelas. Um espaço pequeno demais para sonhar, grande demais para não enlouquecer.

A cada ciclo de calor, eu era dopada com remédios amargos que queimavam a garganta, tudo para silenciar meu corpo e apagar qualquer sinal de desejo.

Não havia carinho, não havia futuro. Apenas ordens e correntes invisíveis.

Até que, certa noite, ouvi dois guardas conversando atrás da porta:

— Se ela escapar, vai atrair atenção.

— O cheiro dela é raro demais. Qualquer alfa sentiria de longe.

Naquele instante, meu coração disparou.

Eu era rara.

E rara, na boca deles, não significava preciosa… significava perigosa.

Foi então que decidi: não ficaria ali para ser vendida, usada ou descartada.

Eu preferia morrer correndo do que viver trancada.

🌑 De volta ao presente…

O trovão cortou o céu e me trouxe de volta ao agora.

Meus pés ardiam de tanto correr, mas eu não podia parar. Não depois de tantos anos sufocada.

Só que, no fundo, eu sabia: minha fuga estava condenada desde o início.

O cheiro veio primeiro.

Amadeirado, selvagem, dominador.

Meu corpo reagiu contra a minha vontade — um arrepio, um tremor, um fogo estranho queimando sob a pele.

E então eu o vi.

Ele estava parado no meio da estrada de terra, a chuva escorrendo pelos cabelos negros, o olhar fixo em mim.

Um alfa.

Não qualquer alfa. O Alfa.

— Fugindo, pequena? — a voz dele cortou a noite, baixa e perigosa.

Meu coração quase saiu pela boca.

Eu deveria correr. Deveria gritar. Mas minhas pernas… minhas pernas não obedeciam.

Ele sorriu. Não o sorriso de um homem comum, mas o de um predador que finalmente encontrou a presa.

— Eu senti você antes mesmo de ver. O seu cheiro… doce, impossível de ignorar.

— Fique longe de mim — consegui dizer, embora minha voz tremesse.

Ele riu, um som grave, cheio de ameaça.

— Corajosa… mas seu corpo já sabe a verdade. Você nasceu para mim.

Naquela noite chuvosa, percebi a maior das ironias:

eu havia fugido das correntes da minha família… apenas para cair nas correntes de alguém ainda mais perigoso.⚠️

Sentia que já o conhecia, como se não fosse a primeira vez que nos encontrávamos. Algo em mim dizia isso, um sussurro que tentei ignorar, mas logo afastei o sentimento, convencida de que minha mente estava apenas pregando peças. (Eu acho…)

Capítulo- O Alfa cruel

A chuva descia pesada, escorrendo pelo meu corpo como se a própria noite quisesse me lavar.

Mas nada poderia apagar o cheiro que vinha com o vento.

Doce. Raro. Inconfundível.

Era ela.

Depois de tantos anos, era impossível me enganar.

Nome: Caleb

Idade: 21

ele é: Alfa

🕰️ Alguns anos atrás…

Em uma noite como qualquer outra, eu estava caçando.

Naquela época, eu era apenas um garoto que havia perdido a mãe por ser considerada uma “ômega fraca”.

E foi cedo demais que aprendi a odiar.

Odiar os que julgam.

Odiar os que prendem.

Odiar a fraqueza.

A noite estava fria, mas havia algo de diferente no ar…

Era como se alguma força me chamasse, como se eu devesse estar exatamente ali.

Caminhei esperando encontrar qualquer presa.

Mas, em vez disso, eu a vi.

Nome:Elena.

Idade: 10 anos.

momento: passado.

Uma garota, talvez três anos mais nova que eu, estava acorrentada a uma árvore pelo pescoço, como um animal descartável.

A visão me atingiu como uma lâmina, porque, por um instante, era como se eu tivesse visto a minha mãe no lugar dela.

E isso me trouxe raiva.

Raiva da covardia daqueles que fizeram aquilo.

E, junto dela, uma estranha vontade de protegê-la.

Ela se debatia, tentando se soltar, mas já estava fraca de fome e sede.

Eu deveria ter virado as costas. Mas não virei.

Cacei. Busquei água.

E quando voltei, me aproximei cautelosamente, temendo assustá-la.

Ela me olhou com desconfiança, mas aceitou quando a fome venceu o orgulho.

Eu não disse quem eu era. Apenas entreguei. Apenas fiquei.

O que me marcou não foi só a fragilidade dela, mas os olhos.

Olhos que diziam mais do que palavras:

“Podem me prender, podem me odiar, mas nunca irão me quebrar. Minha dignidade é minha, e ninguém poderá me controlar.”

Foi isso que me atraiu nela.

Não apenas uma garota acorrentada, mas uma força que eu reconhecia… e desejava para mim.

Eu nunca esqueci o cheiro dela.

Nem aquele olhar.

E mesmo sabendo que ela não guardaria memória de mim… eu sorri.

Porque eu nunca, jamais, a esqueceria.

🌑 De volta ao presente…

E agora, anos depois, ela corria diante de mim.

Descalça, ensopada pela chuva, fugindo como se o próprio inferno a perseguisse.

Ela não sabia quem eu era.

Não lembrava.

Mas eu lembrava.

E isso era o suficiente.

Eu me coloquei no meio da estrada de terra, bloqueando a fuga dela.

Quando nossos olhos se encontraram, senti a mesma chama antiga.

— Fugindo, pequena? — deixei que minha voz cortasse a noite como um aviso.

Ela estacou, o peito subindo e descendo rápido, tentando parecer mais corajosa do que realmente estava.

— Fique… longe de mim — disse, a voz tremendo.

Eu poderia ter rido. Poderia ter recuado.

Mas não fiz nenhum dos dois.

Dei um passo à frente.

Senti o cheiro dela se espalhar, doce e arrebatador.

O instinto rugiu dentro de mim, o mesmo que rugiu anos atrás na floresta.

Sorri, não com bondade, mas com a certeza de um predador diante da presa que esperou tanto tempo para reivindicar.

— Você não faz ideia do quanto eu esperei por isso.

Ela não entendeu. Ainda não.

Mas logo entenderia.

Naquela noite chuvosa, a ômega acorrentada do passado voltava a cruzar meu caminho.

E desta vez, não havia correntes de ferro… havia apenas as minhas.

Capítulo 3- O Primeiro Confronto

A tempestade rugia sobre nós, mas nada abafava o som da respiração dele, firme, ritmada, como quem já sabia que a caça estava ganha.

Meu coração disparava dentro do peito. Eu sabia que, em forma humana, não teria chance. Fechei os olhos por um segundo e deixei o lobo em mim assumir. O estalo dos ossos, a pele se rasgando, garras surgindo no lugar dos dedos. Quando voltei a respirar, já corria de quatro, a lama respingando sob minhas patas, o vento cortando meu rosto.

Corri como nunca havia corrido.

Desviei de troncos, saltei sobre raízes, mergulhei entre os arbustos encharcados. A chuva batia contra meu corpo, mas o frio já não importava. Só queria distância dele.

Mas não adiantava.

O som atrás de mim se mantinha constante, cada vez mais próximo. Ele não corria como alguém que perseguia às cegas. Corria como quem já tinha certeza de que a caça não escaparia.

Antes que eu percebesse, ele estava lá.

Ao meu lado.

Imenso, em forma de lobo, o pelo escuro grudado de chuva, os olhos faiscando sob a luz da lua.

Um rosnado baixo saiu da minha garganta, mas foi inútil.

O impacto veio rápido. Ele me empurrou com o corpo, a força brutal me arremessando contra o chão lamacento. O ar fugiu dos meus pulmões, e com o choque, voltei à forma humana. Tossia, tentando respirar, enquanto a lama fria grudava na minha pele.

— Pode lutar quanto quiser — murmurou, a boca próxima ao meu ouvido, a voz baixa, grave, como um trovão contido. — Eu gosto quando a presa tem fogo nos olhos.

Gritei, debati-me, arranhei seus braços. Minhas unhas deixaram marcas em sua pele, mas ele nem recuou.

A febre queimava meu corpo, cada movimento arrancava mais força de mim. O esforço de correr, a dor da transformação, o frio da chuva — tudo me esmagava por dentro.

— Me… solta… — sussurrei, quase sem voz.

Ele não respondeu. Apenas me observou, os olhos carregados de algo que não consegui decifrar. Um misto de raiva e de algo mais profundo, perigoso, que fez meu corpo estremecer.

O mundo girava.

As gotas da tempestade borravam minha visão, e a lua acima parecia se distorcer, distante e indiferente.

Minha respiração tornou-se pesada.

E, por fim, meu corpo cedeu.

A última coisa que senti foi o calor dele ainda sobre mim, e então a escuridão me envolveu.

Autora:

Ela desmaiou.

Ele ficou parado por alguns segundos, apenas olhando para o corpo frágil sob a tempestade, como se ponderasse o que fazer. Seus olhos, sempre duros como aço, agora mostravam um peso diferente.

Então a tomou nos ombros, já em forma humana, com um cuidado e uma gentileza que nem ele sabia que possuía.

E, enquanto caminhava pela noite, pensava em como era estranho — como ele mudava só por estar perto dela.

E decidiu.

Iria levá-la.

não importa o resto… ele só queria ela, nada mais nada menos.➖

Porque, depois de anos de espera, ele finalmente a tinha de volta. “Será?… será que realmente a terá?…”

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