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Missão Perigosa

capítulo 1: Missão perigosa

O ar denso da noite paira sobre a propriedade dos Alphas, impregnado com o perfume doce e enjoativo das flores raras que adornam os jardins impecáveis. Estou parado no terraço, a brisa fria cortando o tecido fino do meu terno sob medida. Daqui, a vista da cidade cintilante é hipnotizante, mas meus olhos permanecem fixos nos movimentos lá embaixo. Câmeras de segurança giram silenciosamente, guardas patrulham com a precisão de relógios suíços. Uma jaula dourada, penso, meticulosamente construída.

Meu nome é Joe Cross, e há três semanas finjo ser o novo consultor de segurança da família Alphas. A verdade é que sou um agente infiltrado, enviado para desenterrar as atividades ilícitas de Victor Alphas, o patriarca. Um político influente, com tentáculos que se estendem por toda a cidade.

Um clique de salto alto me tira dos meus pensamentos. Milena. A filha de Victor. Ela se aproxima, envolta em um vestido de seda cor de vinho que realça a delicadeza de seus ombros.

"Insônia?", ela pergunta, a voz suave como um murmúrio.

"Apenas admirando a vista", respondo, me virando para encará-la. Seus olhos castanhos, profundos e inocentes, me atingem como um choque. Milena é uma anomalia neste mundo de enganos e traições. Uma flor delicada crescendo em solo infértil.

"É realmente lindo", ela concorda, se aproximando da beirada do terraço. "Mas também pode ser solitário."

Sinto um aperto no peito. A solidão dela ressoa em mim de uma forma que não esperava. "Depende de quem você compartilha a vista", murmuro, quase sem querer.

Ela me lança um sorriso tímido, e por um instante, esqueço completamente a minha missão. Esqueço os segredos, as mentiras, o perigo que espreita em cada canto desta casa.

"Meu pai está realmente impressionado com seu trabalho, Joe", ela diz, quebrando o silêncio. "Ele confia muito em você."

A confiança. A arma mais perigosa de todas. "Agradeço a oportunidade, Milena. A segurança da sua família é minha prioridade."

Seus olhos se encontram com os meus, intensos, inquisitivos. "Você parece ser um homem de palavra, Joe. Mas a confiança é uma coisa frágil, não é mesmo?"

Antes que eu possa responder, uma voz grave ecoa pelo terraço. "Milena? Já está tarde. Deixe Joe descansar. Ele precisa estar alerta."

Victor Alphas. A sombra paira sobre nós, imponente e ameaçadora. Seus olhos, frios e calculistas, me analisam com uma intensidade que me faz arrepiar.

"Boa noite, Joe", ele diz, a voz carregada de um tom que não consigo decifrar. "Esperamos muito de você."

Milena me lança um olhar de soslaio antes de seguir o pai para dentro. Observo-os desaparecerem pelas portas de vidro, e a brisa fria parece se intensificar.

Sinto o peso da minha missão sobre os meus ombros. A cada dia que passa, o fio que me liga à verdade se torna mais fino. E a minha crescente atração por Milena torna tudo ainda mais perigoso.

Marcus Lin, meu controlador, tem me pressionado por resultados. "Encontre algo, Joe. Algo que possamos usar. Ele não pode continuar impune."

Mas como posso expor um homem sem destruir a mulher que amo?

O perigo se aproxima, a teia se fecha. E eu, no centro, preso entre o dever e o desejo.

A noite se arrasta, lenta e tortuosa. Retiro-me para o meu quarto, um espaço luxuoso, porém impessoal. As paredes em tons neutros parecem me sufocar, a cama king-size se assemelha a um campo de batalha onde a insônia é a minha maior inimiga. Ligo o notebook e abro o software de criptografia. Marcus surge na tela, o rosto severo iluminado pela luz azulada do monitor. "Alguma novidade, Joe?", ele pergunta, direto como sempre. "Victor está me vigiando de perto. Milena também está começando a desconfiar." Minto sobre o último. Não posso deixar que saibam do meu crescente envolvimento emocional. "Precisamos de algo concreto, Joe. Os prazos estão se esgotando." O aperto no meu estômago se intensifica. A pressão é constante, implacável. "Estou trabalhando nisso, Marcus. Preciso de mais tempo." Ele suspira, impaciente.

"Tempo é luxo que não temos. Descubra algo. Qualquer coisa." A ligação é encerrada abruptamente, me deixando sozinho com meus pensamentos sombrios. A brisa noturna traz um aroma doce de jasmim, me lembrando de Milena. De sua fragilidade, de sua bondade. De repente, uma ideia surge na minha mente. Arriscada, imprudente, mas talvez a minha única chance. Milena conhece os segredos da família. Ela pode ser a chave para desvendar o império de Victor Alphas. A culpa me invade como uma onda gelada. Manipulá-la seria uma traição imperdoável. Mas o que mais posso fazer? A manhã chega com uma luz pálida e indecisa. No café da manhã, Victor me observa com atenção enquanto leio o jornal.

Milena está sentada ao meu lado, o rosto pálido e sombrio. "Dormiu bem, querida?", Victor pergunta, a voz carregada de falsa preocupação. "Não muito", ela responde, desviando o olhar. A tensão na sala é palpável. Após o café, aproveito a oportunidade para me aproximar de Milena. "Gostaria de dar uma volta no jardim?", pergunto, tentando soar casual. Ela hesita por um momento, mas acaba concordando. Caminhamos em silêncio pelos caminhos de pedra, o ar fresco da manhã aliviando um pouco a atmosfera pesada. "Joe, preciso te perguntar algo", ela diz, parando de repente. Seus olhos se encontram com os meus, cheios de angústia. "Você confia em meu pai?" A pergunta me pega de surpresa. "Eu trabalho para ele, Milena. Confiança é fundamental." Ela balança a cabeça, incrédula. "Não minta para mim, Joe.

Sinto que algo está acontecendo. Que algo está errado." O momento da verdade chegou. Devo revelar a minha verdadeira identidade? Devo arriscar tudo? "Milena...", começo a dizer, mas sou interrompido por um grito agudo. Sara, a guarda-costas leal, corre em nossa direção, o rosto pálido de terror. "Senhorita Milena, precisamos voltar para dentro. Imediatamente." Sem dar explicações, Sara a puxa pelo braço e a leva para dentro da casa. Olho para trás, confuso e apreensivo. O que está acontecendo? A resposta surge segundos depois, com o som estrondoso de sirenes se aproximando. Viaturas policiais invadem a propriedade dos Alphas, homens armados saltam dos veículos, gritando ordens. A jaula dourada se transformou em uma zona de guerra. E eu, no meio do fogo cruzado, sem saber em quem confiar.

capítulo 2:chute as grandes com forças

O caos se instala na propriedade. Policiais armados correm por todos os lados, invadindo a casa e gritando ordens. O ar se enche de tensão, o silêncio outrora absoluto é substituído pelo som estridente das sirenes e dos gritos. Sara empurra Milena para dentro da mansão, enquanto eu permaneço paralisado no jardim, tentando entender o que está acontecendo. Victor surge na porta principal, o rosto vermelho de fúria, gritando com os policiais. A cena é surreal, como se eu estivesse assistindo a um filme. Um filme do qual eu deveria estar no controle, mas que agora escapa completamente das minhas mãos. Um policial se aproxima de mim, a arma apontada para o meu peito. ´Parado! Mãos para cima!´, ele grita. Obedeço, levantando as mãos lentamente. Sou revistado, algemado e levado para um carro de polícia. No caminho para a delegacia, a minha mente trabalha a mil por hora.

Quem alertou a polícia? Victor foi traído? Ou tudo isso faz parte de um plano maior? A delegacia é um formigueiro de policiais, repórteres e curiosos. Sou jogado em uma cela fria e escura, sem nenhuma informação. Horas se arrastam, lentas e tortuosas. A ansiedade me corrói por dentro. O que aconteceu com Milena? Ela está segura? Finalmente, a porta da cela se abre e um detetive se aproxima. ´Joe Cross?´, ele pergunta, o rosto impassível. ´Preciso fazer algumas perguntas.´ Sou levado para uma sala de interrogatório, onde o detetive me espera com um olhar penetrante. ´Você está sendo acusado de conspiração, fraude e lavagem de dinheiro´, ele diz, jogando uma pasta sobre a mesa.

´Temos provas de que você está envolvido nas atividades ilícitas de Victor Alphas.´ Nego as acusações, afirmando que sou apenas um consultor de segurança. Mas o detetive não se convence. Ele me mostra fotos, documentos e extratos bancários que aparentemente comprovam a minha ligação com o esquema. ´Não estou entendendo´, digo, tentando parecer surpreso. ´Fui contratado para proteger a família Alphas, não para participar de seus crimes.´ O detetive sorri, debochado. ´Essa é uma boa história, Joe. Mas não cola.´ A situação se torna cada vez mais desesperadora. Estou preso, acusado de crimes que não cometi. E o pior de tudo, não sei o que aconteceu com Milena. De repente, a porta da sala se abre e Milena entra, acompanhada por Sara. Seus olhos se encontram com os meus, cheios de tristeza e decepção. ´Joe´, ela diz, a voz embargada. ´Eu não acredito que você fez isso.´ O mundo desaba sobre mim.

Perdi a minha missão, perdi a mulher que amo. E agora, estou prestes a perder a minha liberdade. Victor entra na sala, com um sorriso triunfante no rosto. ´Parece que o meu consultor de segurança não era tão leal quanto eu imaginava´, ele diz, com um tom de ironia. ´Adeus, Joe. E obrigado por facilitar o meu trabalho.´ Victor se aproxima de Milena, a abraça e a leva para fora da sala. A última imagem que tenho dela é o seu rosto banhado em lágrimas, a sua confiança em mim completamente destruída. Sozinho na sala de interrogatório, sinto o peso da derrota me esmagar. Fui traído, manipulado e descartado como lixo. Mas ainda não acabou. Preciso descobrir a verdade, limpar o meu nome e proteger Milena, mesmo que isso signifique sacrificar tudo.

A raiva explode dentro de mim, uma chama voraz que consome a razão. A impotência, a traição, a dor de ver Milena acreditar nas mentiras de seu pai... é demais. Meus punhos se fecham com força, e a adrenalina corre em minhas veias. A cela é pequena, claustrofóbica, um símbolo da minha situação. Mas não vou me render. Não vou deixar que me transformem em um bode expiatório. Respiro fundo, tentando controlar a fúria. Preciso pensar com clareza, encontrar uma saída. Mas a imagem do sorriso vitorioso de Victor Alphas queima em minha mente. Sem pensar duas vezes, me aproximo das grades da cela. Aço frio, sólido, aparentemente intransponível. Mas a minha fúria me impulsiona. Reúno todas as minhas forças, concentrando a energia em cada músculo do meu corpo.

E então, grito. Um grito gutural, primal, que ecoa pela delegacia. Chuto as grades com toda a minha força. O impacto é brutal, a dor percorre a minha perna como um choque. Mas não paro. Chuto de novo, e de novo, e de novo. O metal range, cede um pouco. Os policiais do lado de fora gritam, ordenando que eu pare. Mas não os ouço. Estou cego pela raiva, determinado a escapar dessa armadilha. A cada chute, as grades se deformam mais. O metal se retorce, rangendo em protesto. Finalmente, depois de uma série de chutes brutais, uma das barras se solta. A abertura é pequena, mas suficiente.

Com a força da adrenalina, forço o meu corpo através da abertura. A dor é intensa, mas a liberdade está ao meu alcance. Saio da cela, cambaleando, e me deparo com um corredor cheio de policiais armados. O caos se instala novamente. Sirenes tocam, gritos ecoam por todos os lados. Os policiais disparam contra mim, mas sou rápido, ágil. Desvio dos tiros, correndo em direção à saída. Conheço a planta da delegacia. Estudei cada detalhe, cada rota de fuga. A minha experiência como agente me permite antecipar os movimentos dos policiais, desviar das armadilhas. Chego à sala de recepção, onde a confusão é ainda maior. Pessoas correm em pânico, policiais tentam controlar a situação. Aproveito a oportunidade para me camuflar na multidão, misturar-me aos civis. Saio da delegacia, respirando fundo o ar fresco da noite.

Estou livre. Mas a minha luta está apenas começando. Preciso provar a minha inocência, desmascarar Victor Alphas e proteger Milena, mesmo que ela me odeie. Sei que será difícil, perigoso. Mas não vou desistir. A fúria que me impulsionou a escapar da cela agora se transforma em determinação. Vou lutar contra o sistema, contra a corrupção, contra todos aqueles que me traíram. E vou reconquistar o amor de Milena, custe o que custar. A noite é escura, mas a minha esperança brilha como uma chama. Uma chama que me guiará na busca pela verdade e pela justiça. O jogo virou. Agora, sou eu quem dita as regras. E Victor Alphas vai pagar por tudo o que fez.

capítulo 3:A Decisão tomada

A adrenalina ainda pulsa em minhas veias enquanto corro pelas ruas escuras, a delegacia ficando para trás como um pesadelo. Sei que não tenho muito tempo antes que a caçada comece de verdade. Preciso de recursos, de um plano, e, acima de tudo, de proteção. A traição de Victor Alphas me ensinou uma lição brutal: a confiança é um luxo que não posso mais me permitir.

Mergulho em um beco mal iluminado, a escuridão me engolindo como um manto. Penso em Marcus Lin, meu contato, meu antigo aliado. Mas a imagem do sorriso de Victor paira em minha mente, envenenando cada pensamento. Lin pode estar envolvido, ou pelo menos ciente da armadilha. Não posso confiar em ninguém.

A urgência me domina. Preciso de uma arma, e rápido. Sei onde encontrar uma. Há um antigo contato dos tempos de agente, um sujeito chamado Rato, que opera nas sombras do cais. Ele não é confiável, mas é eficiente. E, no momento, é tudo que tenho.

Pego meu celular descartável, o único item que consegui salvar na fuga. Digito o número, os dedos tremendo levemente. A ligação cai na caixa postal. Droga. Ligo de novo, e de novo. Finalmente, uma voz rouca atende do outro lado da linha.

"Quem fala?", ele rosna, a voz carregada de desconfiança.

"Sou eu, Joe. Preciso da sua ajuda", respondo, tentando manter a voz firme.

Há um silêncio tenso do outro lado da linha. "Joe? Achei que estivesse morto."

"Estou vivo, e preciso de uma arma. Encontro você no cais em trinta minutos", digo, sem dar espaço para discussão. Desligo antes que ele possa responder.

O cais é um labirinto de sombras e silêncios. O cheiro salgado do mar se mistura com o odor rançoso de peixe podre. Caminho cautelosamente, os sentidos em alerta máximo. Sei que estou sendo observado. Rato não é do tipo que confia em estranhos, mesmo que sejam velhos conhecidos.

Finalmente, avisto uma figura encostada em um contêiner, envolta em fumaça de cigarro. É ele. Rato está mais velho, mais magro, mas os olhos ainda brilham com a mesma malícia de sempre.

"Você está em apuros, Joe", ele diz, jogando a bituca do cigarro no chão e pisando em cima. "A polícia está te procurando por toda parte."

"Eu sei", respondo, aproximando-me. "Preciso de uma arma, e preciso agora."

Rato me avalia com um olhar frio e calculista. "Isso vai te custar caro."

"Eu sei", repito, tirando um maço de notas do bolso. "Quanto?"

Ele sorri, revelando dentes amarelados. "Para você, meu velho amigo, o preço é um favor."

O pedido de Rato me atinge como um soco no estômago. Um favor? Com ele, nada é simples ou barato. Cada ação tem um preço, geralmente alto e sujo. ´Que tipo de favor?´, pergunto, a desconfiança gotejando em cada palavra. Rato solta uma risada rouca que ecoa no cais deserto. ´Nada demais, Joe. Só preciso de uma pequena ajuda para resolver um problema... um problema que pode me render alguns bons trocados.´ A hesitação me paralisa por um instante. Preciso da arma, mas não quero me envolver nos negócios escusos de Rato. No entanto, a raiva que sinto por Victor Alphas queima mais forte do que qualquer receio. Ele me incriminou, me usou como peão em seu jogo sujo. A sede por vingança pulsa em minhas veias.

´Que tipo de problema?´, pergunto novamente, a voz carregada de hesitação. Rato se aproxima, o rosto sombrio iluminado pela luz fraca de um lampião. ´Um certo empresário está me devendo uma quantia considerável. Ele se recusa a pagar, então preciso de alguém para... convencê-lo.´ Sei exatamente o que ele quer dizer. Tortura, intimidação, talvez até algo pior. Hesito. Não sou um assassino, mas Victor Alphas cruzou uma linha. Ele merece pagar. E talvez, ao ajudar Rato, eu consiga informações que me ajudem a derrubar Victor de vez. ´Tudo bem´, digo, a voz fria e decidida. ´Eu te ajudo. Mas quero a arma primeiro.´ Rato sorri, satisfeito.

Ele estende a mão e me entrega um pacote embrulhado em um pano sujo. Desembrulho, revelando uma pistola 9mm, fria e mortal. Verifico o carregador, sentindo o peso familiar da arma em minha mão. Me sinto um pouco mais seguro agora. ´O empresário mora em um prédio no centro da cidade´, diz Rato, entregando-me um endereço rabiscado em um pedaço de papel. ´O nome dele é Ferreira. Seja persuasivo.´ Guardo o endereço no bolso e coloco a arma no cós da calça. ´Quando você quer que eu faça isso?´, pergunto. ´Agora. Quanto mais rápido, melhor.´ Me viro para partir, mas Rato me impede. ´Joe... tome cuidado. Ferreira tem seguranças.

E ele não é do tipo que se intimida fácil.´ Agradeço a advertência com um aceno de cabeça e desapareço nas sombras do cais. A caminho do centro da cidade, começo a elaborar um plano. Invadir o apartamento de Ferreira de forma imprudente seria suicídio. Preciso ser inteligente, estratégico. Victor Alphas me ensinou a importância da paciência e da manipulação. Usarei essas lições contra ele. A imagem de Milena surge em minha mente, o rosto desapontado e magoado. Sinto um aperto no coração. Preciso limpar meu nome, por ela. E para isso, preciso derrubar Victor Alphas. O ataque contra Ferreira é apenas o primeiro passo. Uma peça em um jogo perigoso que estou prestes a jogar. E vou vencer.

O prédio onde Ferreira se esconde é um espelho da opulência que Victor Alphas tanto aprecia: imponente, com segurança visível e invisível, e um ar de inacessibilidade que desafia qualquer um a se aproximar. Analiso a fachada, procurando por pontos fracos. Câmeras de segurança por todos os lados, porteiros uniformizados, e o fluxo constante de carros de luxo indicam que a discrição não será uma opção. Respiro fundo, tentando acalmar os nervos. A adrenalina, companheira constante desde a fuga, agora se mistura com uma pitada de receio. Não posso vacilar. Rato espera o resultado do meu "favor", e Victor Alphas observa meus movimentos como um predador à espreita. Entrar pela porta principal está fora de cogitação. Preciso de um plano B, e rápido. Observo a rua lateral, mais escura e menos movimentada. Uma escada de incêndio serpenteia pela lateral do prédio, alcançando os andares superiores. Uma oportunidade.

Me aproximo da escada, verificando se há alarmes ou sensores. Nada visível. A sorte parece estar do meu lado, pelo menos por enquanto. Começo a escalar, os músculos tensos pelo esforço. A cada andar, a vista da cidade se torna mais impressionante, mas minha concentração permanece focada na tarefa em mãos. Chego ao andar onde Ferreira reside, de acordo com o endereço de Rato. A janela está fechada, mas não trancada. Forço a fechadura com a ponta da faca, deslizando a lâmina entre o vidro e a moldura. A janela se abre com um estalo quase imperceptível. Entro no apartamento, movendo-me com a leveza de um felino. A escuridão me envolve, mas meus olhos se adaptam rapidamente. O apartamento é luxuoso, decorado com móveis caros e obras de arte de gosto duvidoso.

No centro da sala, sentado em uma poltrona de couro, está Ferreira. Ele me observa com um olhar frio e calculista, uma taça de whisky na mão. Dois seguranças corpulento se posicionam atrás dele, prontos para agir. ´Joe Cross´, diz Ferreira, a voz carregada de escárnio. ´Sabia que você viria. Rato sempre cumpre suas promessas.´ Sorrio, tentando disfarçar o nervosismo. ´Você sabe por que estou aqui, Ferreira. Rato quer o que é dele.´ Ferreira solta uma gargalhada. ´Diga a Rato que venha ele mesmo me cobrar. Não tenho medo dele. Nem de você.´ A tensão no ar se torna palpável. Sei que a conversa acabou.

Saco a pistola, apontando para Ferreira. Os seguranças se movem, mas sou mais rápido. Disparo dois tiros, certeiros. Os seguranças caem no chão, inertes. Ferreira me encara, os olhos arregalados em choque. ´Você... não precisava fazer isso´, ele murmura, a voz fraca. ´Precisava sim´, respondo, aproximando-me. ´Você fez um pacto com o diabo, Ferreira. E agora, chegou a hora de pagar a conta.´

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