O NUTRICIONISTA DO MAFIOSO.
A escolha.
O gosto amargo do uísque ainda queimava na garganta de Dante Jaesuk quando a dor veio. -------
Uma fisgada profunda, quente, como se lâminas cortassem suas entranhas. ------- Ele largou o copo de cristal sobre a mesa de mármore, respirando fundo, mas o desconforto não cedia.
Não era a primeira vez.
Dante Jaesuk
Porra de dor! Que caralho!
Anos de cigarros acesos um atrás do outro, garrafas de álcool vazias espalhadas por noites intermináveis e refeições pesadas consumidas às pressas haviam cobrado o preço. ------- O corpo dele estava avisando que não era indestrutível — por mais que a mente se recusasse a aceitar.
Dante Jaesuk
Subae! Remédio de dor. ~
*Com muita dor no estômago*
Mr. Subae.
Sim, Senhor!
*Atravessa móveis buscando remédio específico que o Sr. Dante usava sempre. ------ Sem prescrição médica.*
Mr. Subae entrega a cartela de remédio. ----- O mesmo abre três de uma vez e engere todos.
Dori Lonesc.
Meu filho, Dante...
A voz suave de sua mãe quebrou o silêncio. Pequena, de cabelos já grisalhos, ela se aproximou com os olhos cheios de preocupação.
Dori Lonesc.
Você precisa se cuidar.
Dori Lonesc.
Essa doença não é brincadeira.
Dante desviou o olhar, endurecendo o maxilar.
Dante Jaesuk
Eu não preciso de ninguém.
Dori Lonesc.
Você precisa, precisa sim!
Dori Lonesc.
Quero que contrate um nutricionista.
Dori Lonesc.
Essa doença-
*Interrompe*
Dante Jaesuk
Mãe, não sou doente!
Dori Lonesc.
Filho, não me interrompa. ---- Seja um bom filho.
Dori Lonesc.
Procure um nutricionista. ------ Gastrite crônica é algo sério. Se você acompanhar um nutricionista, seguir as regras alimentares, logo estará curado.
Dori Lonesc.
Por favor, hm?
*Segura a mão do filho*
Com aquele olhar que sempre o fazia ceder, insistiu com a calma de quem sabia que ele podia ser violento com o mundo inteiro — menos com ela.
Sua adorável mãe.
Dori Lonesc.
Se não quer fazer por você... Faça isso por mim.
Dante suspirou, derrotado não pela dor no estômago, mas pelo amor incondicional que sentia pela mãe.
Dante Jaesuk
Tudo bem...
*A voz saiu grave e definitiva*
Dante Jaesuk
Subae, procure um.
Assim, Dori contente sai da sala de estar.
Dante recostou-se na poltrona de couro, a mão pressionando discretamente o estômago ainda dolorido. O mordomo, sempre atento, aproximou-se em silêncio.
Mr. Subae.
Senhor, devo providenciar anúncios de seleção?
Dante Jaesuk
Traga-me o melhor. Não aceito menos do que a excelência.
No dia seguinte, relatórios, currículos e recomendações chegaram às mãos do mordomo. Entre dezenas de nomes, apenas um parecia ser repetido por todos os círculos médicos da região: Huri Minjae.
Jovem, dedicado, especialista em reeducação alimentar e em casos agravados pelo excesso de álcool e tabaco. Reconhecido não apenas pela competência, mas pela paciência rara de lidar com pacientes difíceis.
O mordomo hesitou antes de entregar o dossiê. Conhecia o temperamento de Dante, sabia que o chefe odiava ser contrariado, odiava regras. Mas, se havia alguém capaz de tentar, talvez fosse aquele rapaz de sorriso doce que tantos médicos exaltavam.
Mr. Subae.
Encontrei alguém. Dizem que ele é o único capaz de lidar com casos como o seu.
*Voz firme*
Dante tomou o envelope, folheando os papéis. Os olhos pararam na fotografia do nutricionista. Um rosto jovem, traços serenos, expressão tranquila demais para alguém que um dia teria que encarar um monstro como ele.
Dante Jaesuk
Esse aqui? ------- *Olha a foto novamente*
Dante Jaesuk
Parece ser frágil demais. ------ Tem certeza?
Mr. Subae.
Ele é o mais competente, senhor. Extremamente requisitado.
O mafioso fechou a pasta e deixou-a sobre a mesa.
Dante Jaesuk
Então traga-o.
Vamos ver até onde a fragilidade dele resiste.
*Suspira com dor ainda*
Fim do primeiro capítulo. ----- Curtinho mesmo, pois é o início de tudo.
- Essa obra será muito tóxica. ⚠️
O Encontro.
A mansão Jaesuk erguia-se como uma fortaleza. Portões de ferro, câmeras por todos os lados e homens de preto observando cada passo que Huri Minjae dava. ---------Ele ajeitou a pasta de documentos contra o peito, respirando fundo antes de atravessar o saguão imenso.
Huri Minjae.
(Meu Deus... Que ar pesado. ------ Parece que estou no inferno.)
Huri Minjae.
(Relaxa... É só mais um paciente, Minjae!)
Huri Minjae.
(Ele pode ser rico, pode ser influente, mas ainda é apenas um homem que precisa de ajuda. ------ Igual a todos.)
Mas, no fundo, sabia que não era apenas isso. Dante Jaesuk não era um paciente comum. Seu nome estava ligado a boatos sussurrados, negócios obscuros, violência mascarada por elegância.
Huri Minjae.
(Merda... ------ )
*Calafrios*
O mordomo conduziu-o até uma sala de paredes escuras e móveis luxuosos. No centro, recostado numa poltrona de couro, estava ele.
Dante Jaesuk.
O olhar frio o recebeu antes mesmo que qualquer palavra fosse dita. Olhos pesados, avaliando Minjae como se o despisse de todas as camadas de coragem que tentava vestir.
Dante Jaesuk
Então você que é o nutricionista?
— A voz grave cortou o silêncio como lâmina. Sem um aperto de mão, sem qualquer gesto de cortesia.
Huri se curvou levemente em respeito, mantendo o tom profissional.
Huri Minjae.
Sim, senhor. Sou Huri Minjae. Vim para ajudá-lo com seu quadro clínico.
Dante ergueu uma sobrancelha, um sorriso breve, irônico.
Dante Jaesuk
Ajudar-me?
*Sorri*
Dante Jaesuk
Você parece frágil demais até para segurar uma arma, quem dirá mudar a rotina de alguém como eu.
Dante Jaesuk
Coloque-se no seu verdadeiro lugar. ----- Você não irá me curar.
O coração de Minjae bateu mais rápido, mas manteve a postura.
Huri Minjae.
*Pensando*
(Não ceda. Ele está testando você..não ceda. Não cada.)
*Respirou fundo, encarando-o com calma.*
Huri Minjae.
Não estou aqui para testar sua força, senhor Jaesuk. Estou aqui para cuidar da sua saúde.
Por um instante, os olhos de Dante se estreitaram. Um silêncio pesado caiu entre eles, como se o ar da sala tivesse se tornado mais denso.
Então, ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, a voz baixa, quase um desafio.
Dante Jaesuk
Veremos quanto tempo você aguenta antes de desistir.
Dante Jaesuk
Nada irá me curar, Sr. Minjae.
Huri Minjae.
(O jeito que ele fala... no mesmo tempo que é atraente é terrível. ---- Ele me dá medo.)
Huri sentiu o arrepio percorrer-lhe a espinha, mas respondeu sem tremer.
Huri Minjae.
Só vou desistir quando o senhor melhorar.
Dante o fitou longamente, como se tentasse decidir se aquela ousadia era irritante ou... curiosa.
No fim, apenas recostou-se novamente, ignorando-o.
Dante Jaesuk
O mordomo vai mostrar-lhe a cozinha. Faça o que quiser. Só não espere que eu vá obedecer.
Huri respirou fundo, tentando se convencer de que aquilo não era um erro.
Huri Minjae.
(Só mais um paciente... Tudo bem!)
Fim do capítulo!
Estarei fazer curtinho para mais engajamento! Como ela é nova, é preciso.
BEIJÃO.
Cozinha assombrada.
O mordomo o guiou até a cozinha, onde bancadas de mármore reluziam sob a iluminação fria. ---------- Tudo impecável, organizado, mas sem vida. Não havia cheiros de comida fresca, apenas o odor persistente de café forte e fumaça de cigarro que parecia impregnado nas paredes.
Huri passou a mão pela bancada, sentindo a frieza do mármore.
Huri Minjae.
(Tão bonita, mas sem vida...)
Huri Minjae.
( Qual o problema de iluminar essa casa com mais cores?)
Os olhos percorreram os armários, a despensa, o refrigerador. Bebidas caras, carnes gordurosas, conservas salgadas, nenhum traço de equilíbrio. ------ O corpo de Dante estava pedindo socorro, e ali estava a prova de cada escolha errada que ele fazia.
Huri Minjae.
Preciso de uma lista do que ele consome diariamente.
*Pediu ao mordomo, tentando soar firme.*
Mr. Subae.
Prepararei tudo para o senhor.
Huri Minjae.
Por favor, não me chame de Senhor.
Huri Minjae.
Apenas Huri ou Minjae.
Mr. Subae.
Certo, Huri. ----- Com licença.
Huri Minjae.
Claro.
*Sorri gentil*
Assim que ficou sozinho, Huri suspirou, apoiando a pasta de documentos sobre a mesa.
Huri Minjae.
(Eu posso fazer isso. Ele é só mais um paciente... só mais um.)
Mas, dentro de si, a lembrança dos olhos de Dante o incomodava. Não era apenas frieza: havia algo intenso demais, como se cada olhar fosse um aviso.
Ele começou a rabiscar anotações: trocar o café por chá verde, reduzir as carnes gordurosas, incluir fibras, controlar o álcool. Escrevia rápido, mas o coração não parava de repetir a mesma frase.
Huri Minjae.
Ele não irá me obedecer... Vai rir de mim.
*Anota a última informação*
Um som distante ecoou pelo corredor ------ passos pesados, arrastados. Huri prendeu a respiração por instantes, o lápis congelado no papel.
E então, a voz grave de Dante cortou o silêncio da mansão
Dante Jaesuk
Espero que não faça refeições de hospital, Sr. Minjae.
Huri Minjae.
*Engole seco*
Huri Minjae.
(Por que fui me especializar em nutricionista e ainda ser cem por cento focado nas próprias refeições dos pacientes mais pagos...)
Huri Minjae.
(Isso me sustenta muito, mas nesses casos... Eu preferia outro emprego)
*Chora em pensamento.*
Huri Minjae.
Estou apenas planejando uma forma de o senhor sentir menos dor.
Dante deu um riso baixo, quase cruel.
Dante Jaesuk
A dor é a única coisa que me mantém vivo.
Huri Minjae.
(Ele está tentando me intimidar... e talvez esteja conseguindo. Mas não vou mostrar isso.)
Huri Minjae.
Então vou encontrar uma forma de fazê-lo viver sem ela.
*Respondeu, com a voz calma, mas firme o suficiente para que Dante não percebesse o medo escondido*
Huri Minjae.
Se o senhor não seguir ao menos algumas regras, sua condição vai piorar.
Dante Jaesuk
*Inclinou a cabeça, o sorriso frio surgindo nos lábios.*
E se eu não me importar em piorar?
A pergunta pairou no ar como uma provocação venenosa.
Huri sentiu os dedos tremerem ao segurar a caneta, mas manteve a voz calma.
Huri Minjae.
Eu me importo com o Senhor.
Um silêncio cortante se fez. O olhar de Dante descia sobre ele como lâmina, penetrante, implacável.
Dante Jaesuk
Sugiro que não toque em nada desta casa a não ser essa cozinha.
Se não, quem irá precisar de atenção médica será você.
Ele saiu da cozinha, deixando atrás de si um ar pesado que parecia encharcar cada canto da mansão.
Sozinho, Huri apoiou as mãos na bancada, o coração martelando no peito.
Huri Minjae.
(Ele é assustador... mas não é invencível. Não para mim.)
Huri Minjae.
Eu irei te mostrar que sou capaz, Senhor Jae.
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