Cordas do Destino°~(Isagi X Bachira X Rin)~°
O Eco do Passado
O sol ainda era tímido, tingindo o céu de tons alaranjados e azulados. A cidade já pulsava lá fora — buzinas ocasionais, passos apressados nas calçadas molhadas pela chuva fina da madrugada. No vigésimo andar de um apartamento minimalista
o cheiro de café fresco se misturava ao aroma suave de torradas recém-saídas da torradeira
Itoshi Rin, agora com 20 anos, movia-se pela cozinha com uma calma ensaiada, a camisa simples de mangas compridas estava levemente amarrotada, e os fios azulados do cabelo caíam bagunçados sobre o rosto, seu olhar era firme, mas havia algo escondido por trás da rigidez um cansaço silencioso, uma luta interna que ele não compartilhava com ninguém
Na mesa, dois pratos já estavam postos, um maior, para ele e outro menor, com desenhos coloridos de dinossauros, para seu filho, Rikuya Meguru Itoshi, cinco anos, olhos brilhantes puxados do pai, mas com um sorriso vivo que lembrava alguém que Rin se esforçava para esquecer
Chamou, a voz grave ecoando pelo corredor
Itoshi Rin
O café já está pronto, anda logo, você vai se atrasar
A porta do quarto se abriu devagar, revelando a pequena figura sonolenta, com um pijama azul-marinho estampado de estrelas, Ele esfregava os olhos com os punhos fechados, tropeçando até a mesa
Rikuya Meguri Itoshi
Papai… ainda tá cedo....
Murmurou, mas logo o cheiro da comida o fez abrir um sorriso preguiçoso
Rin se permitiu uma expressão suave, rápida, antes de voltar a se sentar, Observava o filho comer com a energia típica de uma criança, misturada com a inocência que ele queria proteger a qualquer custo
O relógio digital na parede marcava 07:12 da manhã a televisão ligada em volume baixo transmitia o noticiário esportivo matinal, Rin quase não prestava atenção, até que uma frase específica congelou seus movimentos
📺Mais uma vitória esmagadora para a dupla que vem dominando os campos da Europa, Yoichi Isagi e Bachira Meguru continuam mostrando uma sintonia imbatível...
O garfo escapou da mão de Rin, batendo contra o prato com um som seco, ele virou-se lentamente para a tela, e lá estavam eles, Isagi e Bachira,
Em pleno estádio lotado, sorrindo lado a lado durante uma entrevista após a partida,O suor ainda brilhava em seus rostos, os olhares intensos, a mesma energia avassaladora que Rin conhecia bem
Rikuya Meguri Itoshi
Papai?
Rikuya Meguri Itoshi
Tá tudo bem?
A voz de Rikuya trouxe-o de volta o garotinho o olhava com curiosidade, a boca ainda suja de geleia
Rin piscou algumas vezes, engolindo em seco, forçou um sorriso, mas dentro dele, algo se partia
Itoshi Rin
Tá sim, Rikuya, come logo, senão vamos nos atrasar
Lá fora, a garoa fina recomeçava a cair sobre a cidade,Mas dentro de Rin, era uma tempestade que ele não sabia se conseguiria controlar
Laços Escondidos
O céu permanecia cinzento, a garoa persistente escorrendo pelos vidros do prédio,Dentro do apartamento, Rin ajudava Rikuya a vestir o uniforme azul-claro do 어린이집 (Eorini-jip),O menino ria baixinho enquanto o pai ajeitava a gravatinha torta
Itoshi Rin
Fica quieto, vai ficar pronto mais rápido
Resmungou Rin, embora seus dedos fossem delicados
Rikuya Meguri Itoshi
Mas tá coçando
Rikuya protestou, tentando escapar
Rin suspirou, mas logo curvou os lábios em um meio sorriso raro, enfiando os braços fortes ao redor do filho e o erguendo do chão
Itoshi Rin
Você é terrível de manhã
O garoto gargalhou, abraçando o pescoço do pai, naquele gesto, Rin parecia diferente os olhos frios que sempre carregava diante do mundo suavizavam-se, revelando um calor escondido que só Rikuya conhecia
A mochila pequena, com chaveiros coloridos pendurados, já estava pronta perto da porta, Rin pegou a lancheira, conferindo mais uma vez, frutas cortadas, suco, biscoitos, Tudo simples, mas preparado com atenção
Descendo pelo elevador, o espelho refletia a estranha cena: Itoshi Rin, o modelo de traços impecáveis, rosto sério e elegante, com um menino de cinco anos nos braços, Aos olhos do mundo, ele era frio, inalcançável, desprezava todos,Mas ali, na intimidade, era apenas um pai
No estacionamento, colocou Rikuya no banco de trás, ajustando o cinto de segurança com cuidado quase obsessivo
Itoshi Rin
Tá confortável?
Perguntou, checando duas vezes
Respondeu animado, balançando as pernas
O carro deslizou pelas ruas movimentadas de Seul, a cidade acordava em ritmo frenético,pessoas apressadas com guarda-chuvas, ônibus lotados, painéis de neon piscando mesmo sob a luz pálida da manhã, Rin, porém, mantinha o olhar fixo na estrada, indiferente a todos, a única exceção era a vozinha atrás dele
Rikuya Meguri Itoshi
Papai… você vai me buscar depois?
Itoshi Rin
Sempre vou buscar você
A resposta fez Rikuya sorrir satisfeito, encostando a cabeça contra o vidro, vendo as gotinhas de chuva escorrerem
Enquanto o carro parava diante do portão colorido do 어린이집, um pensamento sombrio atravessou Rin, Foi por isso que ele deixou o Japão tão cedo, Quando descobriu a gravidez, ainda adolescente, não havia saída, Fugir era a única forma de proteger o filho e talvez a si mesmo na Coreia, a carreira de modelo surgiu como uma forma de sobreviver, Seu rosto bonito, antes apenas uma arma dentro dos campos, agora era mercadoria vendida em revistas, outdoors e campanhas de moda
Mas no fundo, Rin sabia nada daquilo importava A única coisa que realmente o mantinha de pé era a mãozinha que agora se agarrava à dele
Ele se abaixou para se despedir de Rikuya, ajeitando a franja rebelde do menino
Itoshi Rin
Se comporte, entendeu?
Rikuya Meguri Itoshi
Sim, papai!
Respondeu com os olhos brilhando
Rikuya correu para dentro do prédio, acenando animado, Rin ficou parado alguns segundos, observando, até que o filho sumiu entre as outras crianças, só então, voltou ao carro
Lá fora, a chuva engrossava lá dentro, Rin encarava seu próprio reflexo no retrovisor, O modelo de sucesso,O pai escondido,O homem com um passado que insistia em persegui-lo
A Festa dos Deuses
O salão reluzia sob lustres de cristal, refletindo o brilho dourado do champanhe servido em taças finas,Era um hotel cinco estrelas em Mônaco, reservado apenas para os melhores o lugar onde a glória se transformava em luxo, e onde a vitória tinha gosto de ouro líquido
Músicas suaves preenchiam o ambiente, contrastando com as risadas altas e conversas animadas, As paredes, cobertas por espelhos e quadros modernos, refletiam a imagem de jovens prodígios que já haviam conquistado o mundo do futebol
No centro, Yoichi Isagi e Bachira Meguru eram o foco,Vestiam ternos impecáveis, mas carregavam nos olhos o mesmo brilho selvagem de quando pisavam em campo, Repórteres e empresários circulavam em torno deles, ávidos por uma palavra, uma foto, uma promessa de contrato
Isagi Yoichi
Mais uma vitória esmagadora… vocês dois são praticamente imparáveis
Elogiou um executivo estrangeiro, brindando com Isagi
Bachira riu, apoiando o braço descontraído no ombro do parceiro
Bachira Meguru
Hahaha, e ainda estamos só começando
Um canto mais reservado, Mikage Reo gesticulava entusiasmado, como sempre, ao lado de Nagi Seishiro, que parecia prestes a adormecer sobre a mesa de petiscos, completamente desinteressado da pompa ao redor
Próximo ao bar, Barou Shouei exalava arrogância, cercado por garotas curiosas que ele mal se dignava a responder, focado apenas em sua própria taça de vinho ao lado, Kaiser exibia seu sorriso presunçoso, provocando risadinhas forçadas de agentes que tentavam bajulá-lo
Chigiri Hyoma, de cabelo preso num coque elegante, atraía olhares discretos enquanto conversava com Kunigami Rensuke, que permanecia rígido, mas educado, respondendo com poucas palavras
Itoshi Sae mantinha distância, frio e silencioso, apenas observando o salão com aquele olhar cortante. Ele parecia entediado, mas atento — como se estivesse esperando algo
Gin Gagamaru devorava petiscos com uma voracidade desajeitada, enquanto Raichi Jingo já estava um pouco alto, rindo alto demais
Ryusei Shidou roubava a atenção com sua energia caótica: seminuco sob o blazer, gargalhava alto, abraçando Tabito Karasu e Eita Otoya, que trocavam piadas afiadas entre si
Mais afastados, Kenyu Yukimiya e Yo Hiori discutiam sobre estética e design, enquanto Nanase Nijiro e Niko Ikki observavam atentos, absorvendo cada detalhe como aprendizes em meio a predadores.
Jyubei Aryu girava sua taça com movimentos exagerados, vangloriando-se de sua “glamour especial”, e Zantetsu Tsurugi ria alto, mesmo sem entender metade das conversas
Oliver Aiku, descontraído, trocava olhares calculistas com empresários, sempre à caça de novas oportunidades
À frente, em posição quase de trono, Ego Jinpachi observava a todos com aquele sorriso enigmático. Ao lado dele, Anri Teieri fazia anotações rápidas, como se cada detalhe daquela noite fosse parte de um plano maior
Acima de todos, como uma sombra imponente, estava Noel Noa, apenas de pé, imponente e silencioso, Sua simples presença calava qualquer arrogância — até Kaiser se calava quando seus olhos cruzavam com os dele
A noite avançava, o champanhe corria, e a celebração ecoava como um ritual de predadores, Eles eram jovens, belos, perigosos, Deuses em ascensão
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