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Eu e os Garotos Ross

O último dia

- Samantha\, eu sinto muito... – o advogado dos meus pais\, de quem eu nem me lembrava o nome\, tentou segurar a minha mão.

Me esquivei do contato e continuei evitando seu olhar de pena. Era mais fácil olhar pela janela da sala dele, onde a vida continuava seguindo como se nada tivesse acontecido.

- Seus pais foram muito claros... – ele empurrou o papel mais para perto de mim\, mas não me movi – O desejo deles\, se algo assim acontecesse\, era que você fosse morar com a sua tia.

Balancei a cabeça e dei um sorriso melancólico.

- Eu nem conheço essas pessoas.

- São tudo o que você tem. – ele rebateu.

Cometi o erro de olhar, e o olhar de pena continuava em seu rosto.

- Eu poderia continuar com a Sra. Mistrelli... – sugeri\, quase desesperada.

- Não\, não poderia. Você é menor de idade.

- Só mais dez meses...

- Você fez dezessete há dois meses.

- É só um outro jeito de olhar. – cruzei os braços\, bufando.

A Sra. Mistrelli me conhecia há anos, desde que meus pais me adotaram quando eu tinha cinco meses. Órfã duas vezes era quase absurdo demais para conseguir processar.

E tinha Kevin. Kevin Mistrelli.

Agora que nós dois parecíamos dispostos a aceitar nossos sentimentos, queriam me levar para milhares de quilômetros de distância. O único conforto que eu estava tendo nas últimas semanas era saber que Kevin estava dormindo a uma porta de distância.

- Não posso fazer nada\, Samantha.

Voltei para a casa da Sra. Mistrelli completamente arrasada. Kevin estava me esperando sentado na varanda, ansioso, e talvez um pouco chateado por eu não ter permitido que fosse comigo. Ele me alcançou no meio do caminho, os olhos da cor de chocolate cheios de esperança.

Balancei a cabeça em sinal negativo.

- Eu... – suas mãos pousaram nos meus ombros – Nós podemos fugir. – eu quase podia ouvir seu cérebro criando ideias – Por alguns meses\, até você...

- Não. – cortei aquele absurdo – Isso acabaria com a escola\, suas notas perfeitas.

- Danem-se as notas! – ele exclamou\, me soltando – Você não pode ir embora.

- Não tenho escolha\, Kevin.

A derrota fez seus ombros encurvarem, mas minha negativa custou um pouco do

brilho dos seus olhos. Kevin achava que eu estava desistindo de nós.

Tudo aquilo de “nós” estava embasado no subentendido. Nós não havíamos conversado sobre nada. Mas existia, sem sombra de dúvida, e agora ele achava que eu não queria. A conversa sem palavras era muito complicada.

Quando contei para a Sra. Mistrelli, ela não pareceu se surpreender, o que me fez pensar que toda aquela esperança tinha sido um sonho de dois adolescentes.

Comecei a arrumar minhas coisas naquele dia mesmo, com a contagem regressiva pairando sobre minha cabeça. Uma tia, que eu nunca tinha visto, iria me buscar no final da semana.

Insegura, depois de ouvir as portas dos dois outros quartos se fechando, atravessei o corredor até Kevin. Com o coração acelerado, girei a maçaneta, mas estava trancada.

Kevin não estava dormindo, eu podia ver a claridade do seu abajur pelo vão da porta, mas ele não foi destrancar.

Foi um gesto simples, mas que me deixou ciente de que ele estava interrompendo qualquer avanço entre nós. Agora que eu estava partindo, Kevin não queria dar um passo que se tornaria uma despedida em quatro dias.

Eu entendia, até fazia sentido, mas isso não impediu que as lágrimas viessem durante boa parte da noite.

Mais do que tudo que eu já estava passando, toda a dor de perder a minha família, perder a última pessoa que me ligava com minha antiga vida foi desorientador.

Kevin me ignorou no dia seguinte e no próximo, o que me deu a sensação de estar sufocando, mas na minha última noite escutei a porta do quarto se abrir. Com o coração aos pulos, me sentei na cama e o vi entrar com o rosto marcado por lágrimas já secas.

- Sou um idiota\, Sam... Com tudo que você já passou\, eu ainda a abandono nesses últimos momentos.

Parte aliviada e parte machucada, eu me levantei e fui abraçá-lo. Kevin me apertou contra o seu corpo como se quisesse nos fundir em uma pessoa só.

- Estraguei tudo\, Sam... – ele abafou um soluço.

O apertei contra mim, sem dizer nada. Ele tinha estragado, nós poderíamos ter deixado nossos medos e inseguranças de lado aqueles dias e descoberto como seria.

Ele se afastou e segurou meu rosto com as duas mãos.

- Me perdoe... Eu fiquei com medo de te perder.

Coloquei as mãos sobre as dele, incapaz de me expressar.

Kevin continuou me encarando com desespero por um minuto, e então de repente sua expressão se tronou clara e decidida – tudo que desejamos sentir por muito tempo. Seu rosto veio em direção ao meu.

Não tive tempo de pensar nada antes de sentir seus lábios gelados nos meus. Só pude reagir, e era tudo de que precisávamos.

O puxei para mim, querendo mais, sentindo seu cheiro familiar tomar conta de tudo. Sentindo sua pele por cima da camiseta fina, sentindo seus dedos apertando minha cintura.

Não era o suficiente. Eu queria mais, precisava de mais. E o tempo não permitia que as coisas andassem mais devagar.

- Eu quero... – sussurrei\, afastando nossas bocas\, sentindo meu rosto corar.

Ele não respondeu, talvez estivesse confuso, então coloquei as mãos por baixo da camiseta e comecei a empurrá-la para cima. Kevin não ofereceu resistência.

Eu já o tinha visto sem camiseta milhares de vezes em todos aqueles anos, mas agora era diferente. Beijei seu peito, depois seu pescoço... E senti algo novo, o gosto da sua pele.

- Nós... eu... – ele gaguejou – Proteção. Eu...

Balancei a cabeça em sinal positivo e ele saiu do quarto rapidamente. Fiquei sozinha, a cabeça meio tonta, tremendo. Pensando se ele já tinha feito isso antes.

Kevin voltou rápido demais, antes que eu pudesse pensar demais. Ele trancou a porta e colocou a embalagem do lado do meu abajur.

Quando me beijou de novo, foi mais profundo e com mais desejo, as mãos tocando a barra da minha camisola, pedindo permissão. Eu ergui os braços, encarando seus olhos.

Não havia nada sob minha camisola, então fiquei exposta rápido demais, e mesmo que o olhar que ele lançou em mim me fizesse sentir atraente, ainda havia um pouco de vergonha.

Suas mãos me tocaram, primeiro com hesitação e depois com desejo forte demais para controlar.

Me deitei na cama e o observei se livrar da última peça de roupas que faltava. Ele estava pronto, era tudo que eu pensava.

- Certeza? – sua voz tremeu\, falhando um pouco.

- Absoluta... – garanti\, baixinho.

Kevin colocou seu corpo sobre o meu, e cada ponto que nós tocávamos, eu sentia como choques elétricos.

Ele me beijou, enterrando uma mão nos meus cabelos enquanto a outra explorava meu corpo. Eu usava as duas em suas costas, as vezes com um pouco de força demais.

- Eu preciso... colocar... – sua mão foi até a embalagem ao lado do abajur.

Ele se atrapalhou um pouco para colocar, respirando algumas vezes como se precisasse se controlar.

- Pronto.

E lá estávamos nós, entrelaçados. E, apesar da pontada de dor, eu o senti de uma forma que nunca tinha sentido ninguém. Havia confiança, havia certeza e ... havia afeto, e carinho e amor. Amor, amor, amor.

- Sam... – Kevin se ergueu um pouco para me olhar\, sem parar de se mover ritmadamente – Eu amo você... – ele ofegou\, a respiração completamente descompassada.

- Eu também amo você\, Kevin... – respondi\, sustentando seu olhar caloroso.

Só garotos

Acordei envolta em seus braços, com seu peito contra as minhas costas, e quis parar o mundo. Quanto tempo tínhamos desejado aquilo? E agora restava poucas horas e a Sra. Mistrelli não podia nos pegar.

                Ainda era cedo, o sol estava nascendo, mas tudo parecia se esvair rápido demais.

                - Sam? – Kevin chamou, a voz sonolenta.

                - Sim? – sussurrei.

                Senti o sorriso em seus lábios.

                - Foi a sua primeira vez?

                - Foi. – meu rosto esquentou.

                Senti o corpo de Kevin se mover e fechei os olhos.

                - Abra os olhos, Sam...

                Abri lentamente, com um pouco de vergonha, e encontrei seus olhos cor de chocolate encarando os meus com uma felicidade encantadora.

                - A minha também. – Kevin sussurrou.

                Fui preenchida por uma sensação de alívio, um sorriso surgindo.

                Ficamos naquela cama o máximo possível, e depois ele teve que ir para o seu quarto. Quando nos encontrássemos de novo, provavelmente seria uma despedida.

                Eu não estava pronta para ir embora, jamais estaria.

                - Samantha... – a Sra. Mistrelli bateu na porta antes de abrir.

                Não respondi nada, apenas continuei sentada na cama onde Kevin e eu tínhamos dividido um momento importante das nossas vidas, cercada pelas malas com as minhas coisas.

                - Vamos descer? – ela estava triste, embora não quisesse demonstrar tanto.

                A Sra. Mistrelli, apesar de garantir que eu era bem vinda ali, sempre se mostrara otimista com minha mudança. Eu acreditava que era para não me desanimar.

                - Ela chegou?

                - Ainda não.

                Vi Kevin atrás dela, me olhando intensamente. Era irônico que eu me sentia mais ligada a ele agora que estava indo embora.

                Descemos com as minhas malas, sentamos na sala e tentamos manter uma conversa, mas não fluía. A tristeza era palpável.

                A campainha soou e nós nos entreolhamos. A Sra. Mistrelli levantou e foi abrir. Kevin segurou a minha mão com força, mas não dissemos nada, apenas ficamos nos olhando.

                Escutei a conversa cordial, mas não registrei nada, tamanho meu nervosismo crescente. E logo me vi diante de uma mulher alta e loira que me sorria com simpatia – e ela lembrava demais meu pai.

                - Sra. Ross. – eu me levantei, soando formal demais.

                - Susan, por favor. – ela avançou para mim – Me perdoe por não comparecer ao funeral, eu...

                - Tudo bem. – eu não me importava e, principalmente, não queria falar do funeral.

                A sra. Mistrelli serviu uma xícara de café para Susan enquanto conversavam amenidades. Kevin estava com o maxilar tenso, quase mal educado – com certeza escutaria uma bronca da mãe depois.

                - Precisamos ir, Samantha. – Susan se levantou – É um longo caminho.

                Todos a acompanhamos. Kevin acomodou minhas malas no carro, depois me puxou para um abraço. Nós queríamos mais, mas não ousamos com as duas mulheres observando.}

                - Vou sentir sua falta. – sussurrou.

                - Também vou sentir. – meus olhos arderam – Não desgrude do celular.

                Depois de um abraço na Sra. Mistrelli, sentei no banco do passageiro e vi tudo que eu conhecia desaparecer pelo retrovisor com um embrulho no estômago.

                Susan parecia tão desconfortável quanto eu no espaço pequeno. Duas estranhas que iriam conviver no mesmo ambiente por, pelo menos, os dez meses seguintes.

                - Você gosta de torta de morango?

                A escolha aleatória da pergunta me confundiu.

                - Bom, sim... Claro. – dei de ombros.

                Susan sorriu, as mãos inquietas no volante.

                - Seu tio Robert está fazendo tortas de morango. – Susan começou a tagarelar – Ele queria fazer alguma coisa para marcar a sua chegada. Antigamente, ele costumava cozinhar o tempo todo. Agora o tempo é mais escasso.

                A voz dela foi sumindo diante do meu silêncio, talvez se perguntando se estava me aborrecendo. E eu não queria ser maldosa, mas só conseguia pensar que toda minha família estava enterrada longe de mim – e as únicas pessoas que podiam me dar conforto, também estavam ficando para trás.

                - Seus primos também estão animados em conhecer você. – Susan insistiu.

                - Primos? – falei, vagamente prestando atenção.

                Eu não tinha pensado sobre a família para qual estava indo. Será que eu teria que dividir quartos? Será que disputaríamos o banheiro pela manhã? Não tinha nenhuma experiência com isso.

                - Sim! – Susan exclamou, aliviada por eu estar participando – Vou apresentar todos. Ou você já quer saber os nomes?

                - Os nomes, claro. – concordei, meio inerte – só para mantê-la falando.

                Isso pareceu deixá-la animada.

                - Meu primogênito é o Murilo, ele tem vinte e dois anos. Já está na faculdade, então você não vai ver muito ele. O Oliver e o Otávio tem a sua idade, são gêmeos. Mas não se preocupe. – riu baixinho – Eles não são idênticos, então não vai confundi-los.

                - Legal... – falei apaticamente.

                - E o caçula é o Eric. Tem dezesseis anos. Acho que vai gostar dele, é muito gentil.

                Balancei a cabeça, sem prestar atenção, mas então notei um detalhe.

                - Quatro garotos? – virei o rosto para Susan – Só garotos?

                Ela encolheu os ombros com um sorrisinho.

                - Depois de três gestações desistimos de uma menininha.

A casa Ross

Chegamos na casa a tarde, e nada era como eu podia ter imaginado.

                Primeiro, não ficava exatamente na cidade, mas no topo de uma colina. E, pelo que observei, os vizinhos mais próximos eram bem afastados.

                Segundo, era enorme. Depois que passamos pelos portões de ferro, fui me sentindo pequena enquanto nos aproximávamos. Tive a impressão de que não precisaria dividir banheiro ou quarto.

                Estava bem nublado, então estava escuro. Susan me puxou para dentro rapidamente, fugindo das primeiras gotas de chuva, deixando as malas para depois.

                A sala, o primeiro cômodo que vi, até que era bem aconchegante. Os sofás eram em tons de cinza e haviam cortinas enormes nas janelas de vidro. Estava vazia, mas um cheiro bom invadia o ambiente.

                - Eles devem estar na cozinha. – Susan me chamou.

                A segui por um corredor até uma cozinha muito bem equipada, cheia de coisas que não tinham na minha antiga casa. Tudo parecia novo, moderno e impecável – com exceção da bancada com coisas espalhadas em cima.

                Um homem, que só podia ser meu tio Robert, colocava várias tortas de morango enfileiradas em uma bandeja. Ele sorriu para mim de um jeito amistoso.

                - Oi, Samantha. – sua voz era forte, mas acolhedora.

                Ao seu lado, surgiu um garoto que era praticamente sua versão mais jovem. Os mesmos cabelos finos, olhos amendoados e escuros e lábios perfeitamente desenhados.

                - Oi. Eu sou o Eric. – até mesmo o jeito de falar era semelhante.

                - Oi. – minha voz saiu baixa, tímida.

                Eric pegou uma das tortas e colocou num prato.

                - Está com fome? Fizemos para você.

                Aceitei, segurando o prato com uma mão. Três pares de olhos me observavam com expectativa. Nervosa, tirei uma pequena mordida.

                - Uau... – suspirei, me deliciando.

                - Sabia que você ia gostar. – Eric se animou, feliz.

                Susan e Robert pareciam aliviados também, e eu gostava que se sentissem bem, mas precisava de tempo para processar. Era um turbilhão de coisas acontecendo.

                - Acho que preciso descansar... – falei, cansada.

                - Ah, é claro. – Susan se apressou – Seu quarto está pronto.

                - Pode deixar, mãe. – Eric se ofereceu – Eu mostro.

                Segui o garoto até as escadas que levavam ao andar superior. O vento começava a ficar forte do lado de fora, a chuva se transformando em uma tempestade.

                O andar de cima tinha uma outra sala semelhante à do andar de baixo, bem no meio de dois corredores.

                - Do lado direito, são os quartos dos meus pais e dos gêmeos. – Eric apontou – Aqui na esquerda, são o meu e o do Murilo. E agora o seu também.

                Seguimos para aquele lado.

                - O de frente com o seu é o meu. – Eric gesticulou para a porta fechada – Caso precise de algo é só me chamar.

                Nós paramos na frente da minha porta e ele sorriu cordialmente.

                - Obrigada, Eric. – eu não conseguia transmitir a mesma felicidade.

                - Tudo bem. – ele abriu a porta para mim – Fique à vontade.

                Eu entrei, tentando absorver tudo. O lugar era espaçoso o suficiente para ter cama, cômodas, guarda-roupa, uma escrivaninha e um sofá. A porta de vidro da varanda estava fechada, mas com as cortinas abertas – o que me dava uma boa visão do céu tempestuoso.

                E minha preocupação d éter que dividir banheiro era mesmo infundada. Eu tinha um só para mim, bem equipado e cheiroso.

                - Você gostou? – Eric estava parado na porta, esperando.

                - É ótimo. – elogiei com sinceridade.

                Ele se aproximou lentamente.

                - Sei que deve parecer tudo estranho, mas estamos felizes por te receber. Realmente pode falar comigo se precisar, sem restrições.

                Aquele pequeno gesto de empatia foi suficiente para meus olhos arderem. Eu não queria que Eric notasse, mas ele era bem perceptivo, e já parecia querer me dar um abraço ou algo do tipo.

                - Bom, obrigada. Mas eu preciso descansar.

                - Ah, ok.

                Assim que a porta foi fechada, tirei os sapatos e deitei na cama. Era duas vezes mais macia que a cama que eu dormia, e os lençóis pareciam caros.

                Eu precisava de Kevin. Peguei o celular no bolso, mas ele estava completamente sem sinal.

                - Não, não, não... – gemi.

                Comecei a procurar sinal em todos os cantos do quarto, e quando não deu resultado, abri a varanda e ignorei o vento frio.

                Erguendo o braço o mais alto possível, dei alguns passos antes de uma voz me assustar.

                - Isso não vai funcionar.

                Segurei o grito e girei na direção da voz. Um garoto loiro estava sentado em um dos sofás espalhados – e que eu nem tinha notado -, acomodado embaixo de um cobertor.

                - Aqui é ruim de sinal. – ele continuou, inabalável – Principalmente com um tempo desses.

                Frustrada, enfiei o celular de novo no bolso. Eu não contava com isso, imaginei que Kevin e eu poderíamos manter o contato o tempo todo. Será que ele já tinha tentado ligar?

                - Você é a Samantha, não é?

                - Sou. – nem me preocupei em saber qual dos garotos Ross era aquele.

                - Eu sou o Otávio. – ele se apresentou, ignorando minha grosseria.

                Balancei a cabeça em sinal positivo, cruzando os braços e observando a chuva. Eu me sentia exatamente como aquela tempestade por dentro.

                - Quer um cobertor? – Otávio ofereceu.

                - Não, obrigada.

                Então, dei as costas e voltei para o quarto.

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