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Não Me Julgue Se Não Me Conhece!

Capítulo 1. Tudo está perfeito demais...

O sorriso no rosto de Penélope é notado por todos por quem ela passa. No auge de seus vinte e cinco anos, suave e delicada. Nunca se considerou uma beldade, tem uma beleza singular, os cabelos naturais, nem lisos, nem encaracolados numa cor comum, castanho escuro, os olhos também castanhos, sobrancelhas grossas e uma boca com lábios bem desenhados, se considera uma mulher comum. Nem ela mesma acredita que vai se casar com o homem mais cobiçado da cidade. Sai de uma das melhores lojas da capital com sua amiga Eliana, às duas cheias de sacolas com todos os tipos de roupas necessárias a um casamento e uma lua de mel digna de novela.

Eliana: — Amiga, já pensou que daqui a uma semana será a senhora Penélope Medeiros?!

Penélope: — Não tenho tido tempo para pensar nisso, os preparativos com a formatura ocuparam meu tempo me sobrando pouco mais de um mês para cuidar do casamento, prefiro assim, não quero pensar muito…

Eliana: — Ainda não acredito que vai se casar, e com Marcelo Medeiros. O garanhão mais cobiçado da cidade! E rico! Não vai precisar nem trabalhar?!

Penélope: — Às vezes nem eu acredito. Disse-lhe para darmos mais um tempo, mais ele insistiu, disse que não tem porque esperar, nos conhecemos a um bom tempo, nos formamos, nos damos bem, sou sozinha… E quanto a trabalhar, vou o ajudar na empresa…

Eliana: — Nada do que disse é o motivo certo para um casamento. Se bem que há motivos e motivos para se casar e talvez não haja um certo.( Se lembra do seu) Vocês se amam?

Penélope para e pensa um pouco: — Amor?! Amor vem com o tempo, Marcelo é carinhoso, fiel, bonito... nem sei como foi me escolher…

Eliana: — Falando assim até parece que você não o merece, garota, você se formou a primeira da turma, com vaga garantida em qualquer escritório de advocacia, tem um coração imenso e uma força admirável! Quem ganha é Marcelo, pode ser rico, lindo, mais se não fosse o seu tio, reitor da universidade, nem teria se formado.

Penélope: — Não é bem assim. Marcelo tem outros objetivos como cuidar da empresa da família, não tinha muito tempo para estudar. (se lembra que ele mais faltava do que ia às aulas, ela o ajudava sempre) Vamos mudar de assunto. Estou faminta, que tal um lanche bem calórico?

Eliana: — Também estou com fome! Quanto ao calórico, você pode, eu não, não sei como pode comer de tudo e não engordar uma grama! Já eu, tenho que ficar só na salada!

Às duas riem e entram na lanchonete. Penélope tem uma afeição imensa pela amiga, a única que não mudou, que permaneceu sua amiga mesmo após ter se casado e se mudado para outra cidade. As duas são opostas, Eliana é uma loira com um corpo bem feito, alta, seios fartos, olhos claros, chama a atenção por onde passa, alegre, uma mulher forte, se casou nova para sair do domínio de um pai severo e uma vida de privações e dificuldades. Se conheceram quando adolescentes, a amizade prevaleceu mesmo a distância. Agora, dando um tempo no casamento que passa por momentos difíceis, ela faz companhia a amiga, talvez pelo que aconteceu ao seu casamento receia que a amiga cometa o mesmo erro.

Penélope: — Vou te levar para conhecer o apartamento onde vamos morar, fica num lugar ótimo!

Eliana: — O que vai fazer com o seu apartamento? É pequeno mais muito bom também.

Penélope: — Ainda não sei. Marcelo me disse para o colocar a venda…

Eliana: — Não faça isso, o deixe lá, quem sabe um dia possa precisar dele…

Penélope a olha com repreensão: — Você não bota fé em meu casamento não é?

Eliana: — É que não quero que, caso te aconteça o que aconteceu comigo, não fique sem ter para aonde ir.

Penélope: — Me desculpe, me esqueço que está passando por uma fase difícil. Pensa que voltarão a ficar juntos?

Eliana balança a cabeça: — Quem pede desculpas sou eu! É o seu momento, o seu casamento e não é porque aconteceu comigo que acontecerá com você! Agora me conta mais, como será a festa? Já está tudo preparado?

Penélope sorri: — Então, a recepção será para poucos, Marcelo não gosta de exposição, nem eu, meus convidados são pouquíssimos, você e alguns poucos amigos, não tenho parentes próximos, será algo mais aconchegante e íntimo apesar de a família dele ser muito conhecida…

Penélope dá uma pausa e respira fundo, tudo está perfeito demais, Marcelo contratou uma equipe para cuidar de tudo, ficando por conta dela somente o que usará depois do casamento, até o seu vestido, ela escolheu o modelo e ele mandou a um estilista. A pergunta da amiga fica em sua cabeça "você o ama?" Amor, Penélope não acredita existir esse sentimento, seu pai dizia amar a sua mãe e mesmo assim a deixava sozinha por dias, passando por momentos difíceis, só, abandonada, tendo uma vida triste e solitária. Penélope era pequena quando os perdeu, mais se lembra muito bem de como a mãe sofria, se aquilo era amor, ela não o quer.

Conheceu Marcelo no último ano da faculdade, apresentada a ele pelo Reitor Mendes, seu tio. No início não lhe deu atenção pois seu objetivo sempre foi se formar e conseguir um bom trabalho, mais ele foi insistente, a cercando de cuidados e atenção, coisas que ela nunca havia tido, a fazendo se sentir especial, o que fez com que o aceitasse como namorado, com menos de seis meses de namoro ele lhe propôs casamento. Cansada de ser e estar sozinha se encantou pelo sorriso bonito, voz macia e palavras doces vindas de Marcelo. Além de seu tio Mendes, conhece apenas de vista, o seu sogro e a sua sogra, o sogro vive trabalhando e a sogra viajando, os viu na formatura dos dois, não mais, Marcelo diz ser independente e que os seus pais confiam no que faz, e na verdade vai se casar com ele, não com a família dele, é o que pensa…

Capítulo 2. Aparências.

Marcelo Medeiros, trinta e quatro anos, herdeiro, acostumado a ter seus caprichos atendidos, por ser filho único, mimado por sua mãe, Júlia Medeiros, uma socialaite vaidosa que o defende de tudo e sempre o livrou de várias enrascadas e de Marcos Medeiros, um empresário famoso, que divide o império com seu tio José Mendes Medeiros. No físico Marcelo é um belo homem, cuida do corpo, vaidoso, cabelos e barba sempre bem cortados, negros, olhos penetrantes também negros, alto e forte conhece o poder que seu físico tem sobre mulheres e homens que o veem passando, sente a cobiça no olhar de muitos e se sente bem com isso. No caráter, um garoto mimado acostumado a ter tudo que quer, sabe convencer com um sorriso bonito e palavras doces, conseguindo até agora tudo que deseja, com sua aparência e charme. Foi apresentado a Penélope por insistência do tio, como foi uma das poucas que não se sucumbiu a ele ao primeiro sorriso, mesmo sendo protegida por seu tio, tornou-se para ele um objetivo a ser alcançado, a conhecendo melhor percebe que não será tão ruim a ter como esposa satisfazendo assim o desejo de seu tio e pai de ter alguém inteligente e capaz de manter os negócios da família longe da falência e em suas mãos.

Penélope não é o modelo de mulher com a qual está acostumado, para o que pretende será a esposa perfeita, precisa mostrar ser responsável, um homem confiável e através dela conseguirá o que quer, a confiança dela, nele, e a falta de ciúmes são lhe favoráveis, podendo assim continuar com os seus encontros onde a luxúria e prazer são satisfeitos.

Não se opos a decisão de Penélope de se guardar para o casamento, mesmo tendo ficado excitado depois de uns carinhos mais ousados com ela e ficando irritado na hora em que ela o afastou, achou melhor não criar caso, para ele não importa se ela é ou não virgem, ele gosta mesmo é de quem tem experiência e o satisfaça e depois de casados ele lhe ensinará algumas coisas e se não for ela a satisfazê-lo poderá recorrer a suas amizades coloridas.

Isabele, uma dessas amigas, se espreguiça na cama, sem nenhum pudor expõe o seu corpo bem feito, corpo esse que ele conhece tão bem e há poucos minutos estava colado ao seu, tendo lhe dado o prazer que desejava, Isabele sabe como o provocar e lhe satisfazer no sex0, para ela não tem tempo nem lugar, o que manda é o desejo, o perigo de serem flagrados só a deixa mais excitada e ele gosta de sua ousadia mesmo passando por momentos em que sua atitude quase o entrega como na formatura onde o provocou tanto que acabaram ficando mesmo com seus pais e Penélope por perto.

Marcelo: — Se vista, preciso ir, marquei de jantar com Penélope, meu tio e meu pai, já estou atrasado!

Isabele resmunga: — Ainda não sei como pode se casar com uma sem sal como ela.

Marcelo: — Já te expliquei os motivos, e justamente por ser como ela é, sem sal, que será a esposa ideal, pois poderei fazer o que faço agora.

Isabele se levanta e cola o seu corpo ao dele o tocando com malícia: — Me promete que vai pensar em mim quando estiver com ela?

Marcelo não resisti, a pega no colo a jogando na cama e lhe dando uma rapidinha, Isabele aproveita e lhe deixa algumas marcas, o provocando.

Marcelo sai do apartamento correndo, pois, o atraso é grande, não quer estragar os seus planos, então vai pensando numa boa desculpa para dar. Por sorte Penélope não é de cobrar nada, o problema é seu tio e pai que o conhecem melhor.

Chega ao restaurante e encontra seu tio conversando animadamente com Penélope, é visível a admiração que ele tem por ela, seu pai é que parece não gostar de seu atraso.

Marcelo dá um beijo na testa de Penélope: — Me desculpe, estava resolvendo alguns problemas na empresa…

Seu pai o olha com reprovação, sabe que ele não estava na empresa, só não diz nada porque precisa que o irmão aprove Marcelo como representante da empresa para que ela continue em suas mãos.

Mendes: — Pelo visto você tem se dedicado ao trabalho sobrinho! Fico feliz com isso. Nem sentimos o seu atraso, estava conversando com Penélope sobre alguns casos que estou estudando e quis saber a opinião dela que sempre foi sensata. Tenho certeza que ela será muito útil a empresa e eu poderei me dedicar só a universidade.

Penélope sente-se lisonjeada: — Obrigada reitor Mendes, tive um professor muito bom!

Mendes sorri: — Acredito que já pode me chamar de tio. Ficaria orgulhoso de ter uma sobrinha como você.

O pai de Marcelo, Marcos Medeiros, lhe sinaliza para o seguir e pede licença para ir ao banheiro. Assim que ele entra seu pai fecha a porta…

Um amigo de Mendes se aproxima dele para conversar, Penélope aproveita e também vai ao banheiro, tomou muito refrigerante esperando por Marcelo.

Por sorte, ou azar os banheiros possuem paredes finas e o que os dois conversam é ouvido nitidamente por ela.

Marcos: — Onde está com a cabeça Marcelo, será que ainda não percebeu o que pode acontecer se continuar sendo irresponsável?

Marcelo: — Pai! Eu só me atrasei um pouco, estava trabalhando, não precisa ficar nervoso!

Marcos aponta para as marcas em seu pescoço, lhe mostrando no espelho: — Esse é o trabalho que fazia? Não sei como sua noiva não nota isso!

Marcelo tenta esconder as marcas: — Penélope é ingênua, confia em mim!

Marcos: — Não vejo a hora desse casamento se realizar e seu tio cumprir o prometido!

Penélope custa a entender o que conversam, o que ela precisa notar? Porque ela é ingênua e o que o Reitor tem haver com o seu casamento? Estas perguntas ficam lhe martelando a mente, precisa descobrir o que eles querem realmente com ela. " Ingênua?! Vocês não me conhecem!" Respira fundo, passa uma água no rosto, retoca o batom e volta para mesa junto deles com um sorriso no rosto como se nada tivesse acontecido.

Capítulo 3. Um jantar interminável.

Quando Penélope volta a mesa os três conversam, Marcelo toma um drink, não lhe dando atenção, Mendes é que se levanta e lhe puxa a cadeira.

Ela, agora, observa Marcelo atentamente, procura ver o que até agora não percebeu nele, algo além do rosto másculo e sorriso bonito. Marcelo percebe ela o analisando e instintivamente coloca a mão no pescoço: — Porquê está me olhando assim? Aconteceu alguma coisa?

Penélope sorri: — Só estou admirando o meu noivo! — Nota as marcas em seu pescoço e um perfume feminino doce e enjoativo vindo dele quando ele lhe dá um selinho e sorri.

Estão fazendo os seus pedidos quando Isabele entra no restaurante, Penélope nunca foi muito com o jeito dela, corria o boato de que ela conseguia notas por prestar serviços à alguns alunos mais inteligentes e professores, Penélope a conhece de vista na faculdade. Ela vem direto para mesa onde estão, não pode negar que Isabele é realmente muito sexy e possui um corpo escultural, está de braços dados com um rapaz que parece não estar muito contente com a companhia.

Isabele: — Olha quem encontro aqui? Meu professor preferido e o amigo de meu pai, senhor Marcos!

Ela cumprimenta a todos com abraços mais que afetuosos, Penélope reconhece o perfume.

Isabele: — Você deve ser a noiva de Marcelo? Querida saiba que tirou a sorte grande! Marcelo era cobiçado por metade dos alunos da faculdade!

Marcelo brinca: — Metade? Mesmo que fosse inteira, vou me casar é com Penélope!

Isabele se vira para o rapaz que havia ficado atrás dela, parado como se estivesse no lugar errado: — Esse é meu irmão Derick!

O rapaz força um sorriso e cumprimenta a todos, Penélope sente o aperto de mão forte , seguro, mesmo ele aparentando não querer estar ali.

Mendes e Marcos convidam Isabele e o irmão para os acompanhar no jantar, fazendo charme ela aceita, se sentando ao lado de Marcelo, se insinuando toda para ele.

Penélope começa a perceber olhares e gestos que não notou antes, sente um ódio crescente em seu coração, o seu instinto de advogada lhe segura, precisa de provas concretas, descobrir o que tramam, se a julgam ingênua é assim que vai agir para os desmascarar.

Senhor Marcos pede desculpas por sua esposa que continua em uma viagem e só retornará na semana do casamento do filho, Penélope sorri dizendo entender.

Isabele: — Querida! Se precisar de ajuda com algum preparativo para o casamento eu conheço muita gente…

Penélope sorri e agradece: — Acredito que já está tudo organizado não é Marcelo, querido!

Marcelo: — Contratei uma equipe que se responsabiliza por tudo, mais simples e fácil!

O jantar parece interminável para Penélope, mil ideias passam por sua cabeça, Marcelo já não lhe parece tão gentil e carinhoso, muito menos fiel. Fingir ingenuidade tem lhe feito mal, a cabeça dói, a conversa que teve com Eliana mais cedo lhe vem a mente, a amiga tinha razão.

Mendes percebe a mudança em seu comportamento: — Penélope?! Não gostou do jantar? Não está comendo nada!

Penélope disfarça ele percebeu e Marcelo não: — É só cansaço, tive um dia cheio.

Derick também mal mexe em seu prato, Penélope levanta os olhos e seus olhares se cruzam, ela vê em seu olhar que ele está tão ou mais incomodado que ela ali, fala pouco, ficando a conversa entre Marcelo, Mendes, Marcos e Isabele.

Marcelo lhe diz algo e ela apenas sorri e balança a cabeça concordando. Se pega a observar Derick, não se parecendo em nada com a irmã, recatado, olhos claros, num azul límpido, cabelos já precisando de um corte, encaracolados mais para loiro que castanho, covinhas que tornam seu rosto sexy e, ao mesmo tempo gentil. Mais Penélope não vai mais se deixar levar pela aparência, sorriso bonito e palavras doces, se bem que Derick não sorriu nenhuma vez a deixando curiosa, observando seus lábios grossos e bem desenhados, sobe o olhar e novamente seus olhares se cruzam, a deixando encabulada por ele perceber que ela o analisava.

Desvia seu olhar e percebe Isabele tocando a perna de Marcelo sob a mesa, e ele para disfarçar pega em sua mão e lhe pergunta algo.

Penélope: — O quê disse Marcelo?

Marcelo: — Convidei Isabele para ser madrinha do nosso casamento, você concorda?

Penélope olha para os dois, sorri, o sorriso mais falso que deu em toda a sua vida: — O quê você quiser querido! Será uma honra Isa… bele ter você como madrinha.

No restaurante há uma área reservada a dança, alguns casais se levantam e começam a dançar, Mendes olha para Penélope e a tira para dançar.

Mendes: — Será que minha futura sobrinha não gostaria de dançar com esse velho aqui e me fazer recordar minha juventude?

Penélope sorri e aceita, Mendes é o único ali que ainda lhe traz um pouco de confiança. Assim que chegam na pista, Marcelo e Isabele também se levantam e vão para o outro lado da pista.

Penélope não se contém e pergunta a Mendes: — Porquê o senhor ficou tão feliz quando soube que Marcelo e eu iríamos nos casar?

Mendes a olha e sorri: — Você sabe que sou dono da metade das empresas "Medeiros", e você… foi a melhor aluna que tivemos em muito tempo, honesta, inteligente…

Penélope: — Não confia em seu irmão e sobrinho?

Mendes: — Não é bem isso. É que nos últimos tempos alguns problemas têm surgido… não queria perder o patrimônio recebido de meus pais e também gostaria de me dedicar mais ao que gosto, a universidade… ( Mendes fica reflexivo)

Penélope não entende, ela se formou advogada e não em administração, Mendes parece ler seus pensamentos: — Você conhece bem as leis, é racional, esperta, poderá verificar contratos, investimentos… ajudando meu irmão e Marcelo a fazer as coisas dentro da lei…

Penélope: — E se por acaso o casamento não se realizar?

Mendes a olha com indagação: — Marcelo fez algo que a está deixando em dúvida?

Penélope pensa em lhe contar o que ouviu no banheiro mais a música acaba e voltam a mesa. Marcelo e Isabele continuam dançando, Derick meio sem jeito olha para irmã e para Penélope, um olhar de reprovação, parece que estava as comparando, Penélope sente-se constrangida, ele se levanta e a convida para dançar…

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