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O Passado Sombrio da Mafiosa.

Contrato de sangue.

Liara Salvatore.

Liara. Esse é o meu nome. Escolhido pelas minhas avós, mas marcado pelo sangue da minha mãe. Tenho 19 anos e não carrego sonhos comuns… carrego um império. Sou a herdeira da máfia Salvatore. Primeira filha, primeira neta. E, em breve, a segunda mulher a comandar este reinado depois de décadas de silêncio feminino.

O mundo se quebrou diante de mim quando eu tinha apenas dez anos. Eles entraram em nossa casa como vermes, gritando, atirando, destruindo tudo. Minha mãe foi esquartejada diante dos meus olhos — lembro de cada corte, cada grito, cada gota de sangue no chão frio. Meu pai tentou reagir, mas nada adiantou. A fraqueza dele me ensinou uma lição: o coração não tem espaço no comando.

Eu não chorei. Eu não implorei. Eu apenas gravei cada detalhe. Porque sabia, mesmo sendo uma criança, que aquele dia não seria esquecido. O sangue da minha mãe se tornou minha herança, e a vingança, minha obrigação.

Hoje, meu pai ainda respira. Meu irmão, Lorenzo, permanece na sombra, mas eu… eu serei a luz e a escuridão desta família. Em algumas semanas, o poder será meu. E quando o nome Salvatore ecoar novamente, não será lembrado por honra ou respeito… será lembrado pelo medo.

Eu não perdoo. Eu não esqueço.

E para aqueles que tiraram minha mãe de mim, deixo apenas uma promessa: vou caçá-los. E quando finalmente estiver diante deles, a morte parecerá um favor pequeno demais.

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O espelho refletia uma mulher que não existia mais fora daquela sala. Aos olhos de qualquer um, parecia apenas mais uma jovem se arrumando para uma festa de gala. Vestido negro, longo, moldado ao corpo como se fosse feito de sombras. Joias discretas, mas pesadas, heranças de minha mãe. Cabelos soltos, lisos, caindo com perfeição estudada sobre os ombros.

Não havia vaidade ali. Era armadura. Cada detalhe calculado para impor respeito e medo. Passei o batom vermelho devagar, o mesmo tom do sangue que derramaria sem hesitar. Olhei para meus olhos no espelho: frios, impenetráveis, sem espaço para dúvida.

Lorenzo, meu irmão, apareceu na porta, sem bater. Ele sabia que, depois daquela noite, eu não seria apenas sua irmã. Eu seria sua chefe.

— Você está pronta? — ele perguntou, voz baixa, quase respeitosa.

— Eu nasci pronta — respondi, sem desviar o olhar.

Deslizei o dedo pela adaga, sentindo o ardor do corte superficial. Sangue brotou, escuro, vivo, como uma assinatura antecipada. Guardei a lâmina sob o vestido. Cada detalhe estava no lugar: perfume discreto, salto firme, olhar mortal. Saí do quarto sem olhar para trás.

O salão inteiro se silenciou antes mesmo que eu atravessasse a porta. O cristal dos lustres refletia meu vestido negro como se a escuridão tivesse tomado forma humana. Cada passo meu sobre o piso polido fazia ecoar um som lento, calculado, que parecia marcar o ritmo da noite — e, com ele, o pulso acelerado de todos ali.

Homens que eram lendas do submundo desviavam o olhar. Mulheres, até então confiantes, baixavam discretamente a cabeça. Sussurros percorriam o salão, curtos e rápidos:

— É ela…

— A nova chefe…

— Aquela que não perdoa…

Eu não sorri. Apenas caminhei. Ombros firmes, postura perfeita, olhos fixos à frente, enxergando cada traidor que respirava no salão. Lorenzo me esperava ao lado do palco, discreto, atento. Meu pai estava lá, imponente, mas sereno, como quem sabia que a entrega do poder não podia falhar.

Quando meus passos me levaram até ele, o silêncio se tornou absoluto. Nenhum murmurinho, nenhum clique de taça. Apenas o som da respiração contida de todos os presentes. Ao levantar a mão para receber a adaga, senti cada olhar sobre mim, medindo, calculando, temendo.

— É assim que uma Salvatore entra em seu domínio — pensei, fria, enquanto o ritual nos aguardava.

Meu pai ergueu a pequena adaga de prata, reluzindo sob a luz do lustre. Seus olhos encontraram os meus, sérios, orgulhosos, e, pela primeira vez, vulneráveis.

— Liara Salvatore — sua voz ecoou pelo salão — diante de todos aqui, eu entrego a você o comando da nossa família. Que este contrato seja selado com sangue, para que não haja dúvida de quem governa.

Estendi a mão sem hesitar. A lâmina cortou minha pele com facilidade. Nenhum tremor. Nenhum sinal de dor. Apenas o sangue escorrendo, quente, vivo, como uma assinatura em carne. Meu pai fez o mesmo, e quando nossas mãos se uniram, o vermelho se misturou.

O silêncio foi absoluto. Até mesmo o ar parecia pesado demais para ser respirado.

— A partir de hoje — declarei, minha voz firme, gélida, impiedosa — o nome Salvatore é meu. Eu sou a ordem e o caos. Sou a herdeira e a vingança. Quem me desafiar conhecerá a mesma morte que levou minha mãe. Quem me seguir terá poder, riquezas e vida. Quem me trair… nem o inferno os salvará.

Soltei a mão do meu pai. O sangue pingava entre meus dedos, manchando o piso branco. O contrato estava feito. Não em papel, mas na pele. Não em tinta, mas em sangue.

Os homens ao redor se curvaram em silêncio. Não por respeito… mas por medo. E era exatamente assim que eu queria.

Naquela noite, a máfia Salvatore renasceu.

Naquela noite, eu deixei de ser filha.

Naquela noite, eu me tornei a própria maldição deles.

A primeira ordem.

O dia seguinte à festa não trouxe alívio.

O império da Salvatore agora estava sob meu comando, e cada respiração que eu dava lembrava aos subordinados que a filha da mulher que eles mataram não perdoava.

O salão de reuniões estava iluminado apenas por uma lâmpada no teto. Mapas, fotos e relatórios espalhados sobre a mesa indicavam cada território, cada rival e cada traidor. Lorenzo estava ao meu lado, observando silencioso, mas eu sabia que ele confiava em mim.

— Os Mercenários de Rossi — comecei, sem levantar os olhos do mapa — invadiram nossas operações em Palermo. Desrespeitaram o nome Salvatore. Alguns deles ainda respiram, mas não por muito tempo.

Um de meus conselheiros engoliu em seco:

— E… o que deseja que façamos, Liara?

Olhei para ele, fria como sempre. Nenhum traço de emoção.

— Elimine todos. Sem exceção. Quem tentar fugir será caçado até o último suspiro. Quero que cada membro da família Rossi sinta o peso da nossa vingança. Que saibam, antes de morrer, que provocaram a Salvatore.

O silêncio caiu novamente. Até os homens mais experientes abaixaram a cabeça. Ninguém ousava questionar.

— Lorenzo — continuei, a voz firme, mortal — organize a operação. Não quero falhas. Cada detalhe, cada movimento. E lembre-se: não tolerarei piedade.

Meu irmão assentiu. Sabia que eu não estava brincando.

Enquanto saía da sala, senti o prazer frio da certeza: aquele seria apenas o começo. O medo se espalharia como fogo em cada território rival, e meu nome ecoaria como sentença. Não havia misericórdia, não havia perdão. Apenas poder.

E para qualquer inimigo que ousasse desafiar a Salvatore, uma coisa era certa: eu não falharia.

Hoje, eu não era mais apenas a filha ou a herdeira.

Hoje, eu era o caos.

A noite caía sobre Palermo, e as luzes da cidade piscavam como se tentassem avisar os incautos do que estava por vir.

Eu observava do meu carro preto, estacionado na sombra de um beco próximo ao armazém dos Mercenários de Rossi. O silêncio era absoluto, exceto pelo som distante da cidade.

Lorenzo estava ao meu lado, mapas e comunicadores espalhados sobre o banco. Ele esperava instruções, mas sabia que não hesitaria em agir. Eu já havia planejado cada detalhe. Cada rota de fuga, cada guarda, cada fraqueza deles.

— Confirmado. Todos os alvos estão presentes — disse Lorenzo, com voz baixa.

Eu não sorri. Não havia emoção ali. Apenas frio cálculo.

— Então façam o que deve ser feito. — Minha voz cortou o ar como lâmina. — Sem erros. Cada Rossi que sobreviver será um erro que eu não aceitarei.

Os homens saíram como sombras, silenciosos, eficientes. E eu observei.

Não havia pressa, não havia dúvida. O sangue que derramariam seria apenas a primeira lição: não se mexe com uma Salvatore e vive para contar história.

Minutos depois, a operação começou. Cada tiro, cada grito, cada movimento estava registrado em minha mente como se fosse um quadro. Não senti prazer, não senti raiva. Apenas a frieza absoluta de quem transformou dor em poder.

Quando Lorenzo me informou que todos os alvos haviam sido eliminados, fechei os olhos por um instante.

O trabalho estava feito. A mensagem clara. O medo espalhado.

— O nome Salvatore ecoará mais forte esta noite — murmurei, olhando a cidade iluminada. — Que todos saibam que a filha da mulher que vocês mataram governa agora.

Naquele instante, não era mais sobre vingança pessoal. Era sobre poder, controle e a certeza de que ninguém ousaria desafiar meu império novamente.

Eu era o comando, eu era a lei, eu era o caos.

E qualquer um que respirasse nas sombras saberia: Liara Salvatore não perdoa

A sombra do comando.

Lorenzo Salvatore.

Meu nome é Lorenzo Salvatore. Irmão de Liara.

Durante anos, vivi à sombra dela. Mas essa sombra não era apenas proteção ou adoração. Eu era, e sempre serei, o braço direito de Liara. Onde ela decide, eu ajo. Onde ela planeja, eu executo. Onde ela ordena… eu faço acontecer.

No dia da festa de gala, vi a escuridão tomar forma quando Liara atravessou o salão. Cada passo seu era calculado, cada olhar transmitia poder absoluto. Silêncio e medo se espalharam como veneno.

Meu pai entregou a adaga, e naquele ritual de sangue, compreendi algo que já sabia: o império Salvatore tinha uma nova cabeça. E eu seria a extensão de seu punho de ferro.

Na manhã seguinte, enquanto ela dava ordens na sala de operações, observei. Cada comando, frio, impiedoso, refletia o que ela sempre fora: a lei do medo, a sentença sem julgamento.

— Lorenzo, organize a operação em Palermo. Quero que cada Rossi sinta o peso da Salvatore. Sem falhas. — Ela não pediu. Declarou.

Assenti. Eu não era apenas irmão ali. Eu era executor, braço direito, a mente operacional que garantiria que cada palavra da chefe fosse cumprida. Eu não poderia falhar. Falhar seria mais do que desrespeito: seria morte, não para mim, mas para os que ousassem desafiar a Salvatore.

O ar no depósito abandonado estava denso, mas cada passo meu era calculado.

Eu lidava com o mundo de Liara como ela desejava: preciso, eficiente, mortal. O cerco aos Mercenários de Rossi começou com um simples gesto meu pelo comunicador. Cada movimento, cada tiro, cada passo de nossos homens refletia a estratégia da minha irmã. Ela decidia; eu cumpria. Ela planejava; eu executava.

Nenhum aliado nosso se feriu. Nenhuma falha. Cada morte enviada era uma mensagem clara: Liara comanda. E eu sou a extensão de seu punho de ferro.

Quando a última resistência caiu, fiquei em silêncio, observando. Não havia prazer, apenas respeito profundo. A cidade, os becos, cada esquina agora reconheciam o nome Salvatore.

E por trás do poder da chefe, havia sempre alguém como eu — estratégico, calculista, o braço que garante que nada escape.

Enquanto dirigia de volta, a voz dela ecoou em minha mente:

“Não hesite. Faça cada movimento como se fosse minha própria mão.”

E eu faria. Sempre.

Porque ser o braço direito de Liara Salvatore não é apenas honra. É sobrevivência. É o poder que transforma ordens em realidade, e garante que ninguém desafie a Salvatore impunemente.

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O escritório principal da Salvatore era silencioso, iluminado apenas por lâmpadas penduradas e o brilho dos mapas e relatórios espalhados pela mesa. Liara estava no centro, perfeita, fria e implacável. Eu estava ao seu lado, como sempre, o braço direito que transforma cada decisão em ação.

— Precisamos garantir lealdade — disse ela, sem levantar os olhos dos documentos. — Nem todos confiavam plenamente na chegada de uma mulher ao comando. Alguns acham que podem se aproveitar da minha juventude.

Eu observei a sala, cada rosto, cada reação. Alguns se curvaram imediatamente, outros apenas baixaram os olhos. Todos sabiam que a mínima dúvida custaria caro.

— Então… vamos lembrá-los do que significa duvidar da Salvatore — murmurei, tranquilo, mas mortal. — As próximas operações devem ser exemplares. Não apenas inimigos, mas qualquer aliado que vacilar sentirá o peso do comando.

Ela finalmente ergueu os olhos, fixos em mim, e sorriu de canto, como quem aprova sem dizer palavra.

— Exato. Que cada ação deles reflita o medo de desafiar a Salvatore. E você sabe como fazer isso melhor do que qualquer outro.

— Sempre. — Minha voz era calma, mas carregada de autoridade.

Enquanto os dias passavam, coordenávamos ataques estratégicos contra rivais e reorganizávamos territórios internos. Cada movimento era calculado, cada passo dos aliados monitorado. Alguns tentaram desafiar a liderança dela. Não demoraram a perceber que a frieza de Liara não era apenas aparência: era sentença.

Eu, como sempre, estava lá para garantir que cada ordem fosse cumprida, para que nenhum erro fosse cometido. Onde ela decidia, eu agia. Onde ela planejava, eu executava.

Em uma reunião com os capitães da máfia, Liara levantou-se, olhos gélidos:

— Quem aqui está comigo, levante-se agora. Quem duvida, prepare-se para desaparecer.

Todos se curvaram. O silêncio era absoluto. Nenhuma palavra, nenhum gesto ousado. Apenas respeito e medo.

E eu, ao lado dela, percebi que não éramos apenas líderes.

Éramos a lei e o terror, a ordem e o caos.

Naquele momento, ficou claro: qualquer um que respirasse nas sombras da máfia Salvatore sabia a verdade.

Liara governava, e eu era o braço que transformava sua vontade em realidade.

Juntos, não havia desafio impossível. Não havia inimigo invencível. Não havia traição que sobrevivesse.

O império Salvatore tinha renascido. E nós éramos o coração e o punho que o mantinham vivo.

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