Apresentação de Personagens
Elena – 22 anos, estudante de Direito. Inteligente, determinada, leal aos amigos e um pouco ingênua no amor. Tem um grande carinho por Bia e, secretamente, um fraco por João.
Bia – 22 anos, melhor amiga de Elena e irmã de João e Pedro. Alegre, protetora e direta, sempre preocupada com os sentimentos da amiga e dos irmãos.
João – 28 anos, neurocirurgião, mulherengo e charmoso. Extremamente responsável com os irmãos após a morte dos pais. Inicialmente não nota Elena, mas aos poucos começa a se aproximar dela sem perceber seus próprios sentimentos.
Pedro – 23 anos, irmão mais novo de João e Bia. Romântico e persistente, apaixonado por Elena desde que a conhece, mesmo sabendo que ela só enxerga João.
Família (falecida) – Os pais de João, Bia e Pedro, cuja ausência transformou João no cuidador e protetor dos irmãos, moldando seu caráter sério e responsável.
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Capítulo 1 – Aula, Convite e Sorrisos
O sol da manhã atravessava as grandes janelas da sala de aula, iluminando os cadernos e laptops das alunas. Elena ajustava os óculos, concentrada nas anotações de Direito, enquanto sua melhor amiga, Bia, folheava o caderno com atenção dividida entre a aula e a própria curiosidade.
— Elena, você viu a prova de hoje? — Bia sussurrou, sem olhar para o professor.
— Vi… e estou rezando para não ter pegadinhas. — Elena respondeu, mordendo o lábio, distraída.
Do lado de fora da sala, Brenno, um colega do curso, observava Elena desde a porta, com aquele sorriso convencido que só ele sabia fazer. Assim que a aula terminou, ele se aproximou com ar confiante.
— Ei, Elena! Bia, — chamou, acenando. — Que tal a gente ir à balada hoje à noite? Vai ser divertido!
Elena franziu o cenho.
— Brenno, você sabe que… o João não ia deixar a gente ir. — Ela falou baixinho, lembrando que o irmão de Bia era extremamente protetor.
Bia riu, olhando para a amiga com aquele brilho travesso nos olhos.
— Ah, deixa disso! A gente dá um jeito, sim. Vamos à balada e pronto. — Ela piscou para Brenno, que sorriu animado.
Elena ainda hesitou, mas Bia não deixou passar:
— Elena, você tem que se divertir. Beijar na boca, dançar, sentir… Você precisa fazer o João enxergar você como mulher, e não como a menininha que ele acha que você é.
Elena apenas sorriu, sem saber se corava ou se ria da audácia da amiga.
Ao saírem da faculdade, as duas caminharam juntas em direção à casa de Bia. Elena estava ficando lá por alguns dias, já que seus pais estavam viajando. O clima entre elas era leve e descontraído, mas Elena não conseguia tirar da cabeça a lembrança do jeito protetor com que João sempre falava dela, mesmo sem notar que ela sentia algo a mais pelo neurocirurgião mais charmoso que conhecia.
— Você vai mesmo à balada, não é? — Bia perguntou, batendo de leve no ombro da amiga.
— Acho que sim… — Elena respondeu, ainda sorrindo, sentindo um frio gostoso no estômago.
Enquanto caminhavam, Brenno corria atrás delas, já inventando planos para a noite, sem perceber que aquela simples decisão estava prestes a mudar a forma como João — e até Pedro — começariam a olhar para Elena.
Chegando à casa de Bia, as duas amigas subiram para o quarto, ainda rindo e comentando sobre a aula e a conversa com Brenno. Elena se jogou na cama, suspirando, enquanto Bia se dirigia ao banheiro para tomar um banho rápido.
— Aproveita para descansar um pouco, Elena. Daqui a pouco a gente decide os looks para a balada. — Bia disse, fechando a porta do banheiro.
Elena se esticou, ainda animada com a ideia da noite, e começou a trocar de roupa, ficando apenas de lingerie por alguns instantes. Ela pensava nos conselhos da amiga e no quanto queria se sentir mais confiante naquela noite.
Foi nesse momento que João entrou no quarto, sem bater. Ele tinha ido deixar uns documentos para Bia e não esperava que Elena estivesse ali sozinha.
— Elena… — João parou na porta, engolindo em seco ao vê-la. O choque era evidente. Seus olhos se arregalaram, e ele rapidamente desviou o olhar.
Elena, igualmente surpresa, ficou parada por alguns segundos, sem saber o que dizer.
— Eu… desculpa! — João gaguejou, tampando os olhos por um instante antes de recuar. — Eu não… eu não sabia que… Desculpa!
Antes que a situação se complicasse mais, ele se virou e saiu do quarto rapidamente, fechando a porta atrás de si.
Elena sentiu seu rosto queimando de vergonha e constrangimento, respirando fundo para se acalmar. Quando Bia saiu do banheiro, encontrou a amiga ainda sentada na cama, com um sorriso nervoso.
— O que aconteceu? — perguntou Bia, percebendo a expressão de Elena.
— João… ele entrou sem bater. Eu… — Elena desviou o olhar, rindo de nervoso. — Não aconteceu nada… mas fiquei vermelha do nada.
Bia riu alto, sentando-se ao lado da amiga.
— Bom… pelo menos você chamou a atenção dele, né? — disse, piscando com malícia. — Agora ele vai te olhar diferente.
Elena sorriu, ainda tentando controlar o coração acelerado. Aquele simples instante, mesmo constrangedor, acendeu algo novo: pela primeira vez, ela percebeu que João podia começar a vê-la de outro jeito — e a ideia era, ao mesmo tempo, assustadora e excitante.
Capítulo 2 – Tensão e Preparativos
À noite, todos se reuniram para o jantar na casa de Bia. Elena se sentia constrangida, lembrando do momento em que João a viu apenas de lingerie no quarto. Ela evitava olhar para ele, e João, por sua vez, mantinha uma expressão séria e contida, evitando qualquer contato visual. O silêncio entre eles era pesado, mas não comentado.
Pedro, percebendo o clima estranho, tentou quebrar o gelo.
— Elena, você está linda hoje. — Ele disse com um sorriso sincero.
Elena corou, agradecendo timidamente, enquanto João franziu a testa, claramente incomodado com o comentário do irmão.
— Vou sair hoje. — João anunciou de repente, cruzando os braços e olhando para a mesa.
— Ah, tudo bem. — Bia e Elena responderam quase em uníssono, escondendo a ansiedade de sair também.
Assim que João saiu, Elena e Bia suspiraram aliviadas.
— Ufa… finalmente ele saiu. Agora podemos nos arrumar sem sermos interrompidas. — Bia disse, já planejando os looks para a balada.
Enquanto as duas se preparavam, Pedro percebeu que algo não estava certo. Ele olhou pela janela e viu que as meninas já tinham saído. Preocupado, pegou o celular e ligou para Bia.
— O que está acontecendo? — perguntou, com a voz levemente tensa.
— Relaxa, Pedro. Estamos indo para a balada. — Bia respondeu com seu jeito descontraído. — Mas você vai também, né?
Pedro respirou fundo, aliviado por saber que não precisariam se arriscar sozinhas na rua.
— Claro… não deixaria vocês sozinhas.
E assim, com um misto de ansiedade e empolgação, os três seguiram para a noite, sem imaginar que aquela saída seria o começo de uma sequência de eventos que mudaria a forma como João, Pedro e Elena se veriam — para sempre.
A boate estava lotada, luzes piscando, música alta e o clima carregado de energia. Elena e Bia desceram direto para a pista de dança, enquanto Brenno não perdia uma oportunidade de se aproximar.
— Vamos dançar! — ele disse, segurando a mão de Elena.
Ela sorria e tentava se divertir, mas sentia o efeito do álcool a deixando mais relaxada e, ao mesmo tempo, mais vulnerável. Brenno não a deixava em paz, dando em cima dela a cada minuto.
Pedro estava perto, observando cada gesto, tentando achar o momento certo para intervir. Ele tentava não se mostrar muito, mas seu coração disparava cada vez que Elena ria ou se afastava de Brenno. Para não chamar atenção, ela fingia não perceber as investidas de Pedro, mas ele entendia cada olhadela e cada gesto dela.
No andar de cima, João estava na área VIP, com alguns amigos, observando a pista de dança. Seu olhar logo se fixou em Elena. Ela estava linda, elegante e com um vestido que acentuava suas curvas, e ele se surpreendeu com a intensidade do efeito que ela causava
Look de Elena
“Não posso pensar nela desse jeito… ela é da idade da Bia, minha responsabilidade…” João repetia para si mesmo, tentando afastar os pensamentos proibidos.
Enquanto observava, ele notou Brenno se aproximando demais de Elena e tentando beijá-la. Elena, com firmeza, fez um gesto negativo com a cabeça, recusando a aproximação. João franziu o cenho, a raiva subindo.
— Que diabos ele pensa que está fazendo? — resmungou baixinho, os punhos cerrados.
Pedro, percebendo a presença de João e seus amigos VIP na boate, sentiu a necessidade de ir falar com eles. Subiu até lá, cruzando o olhar sério com o irmão mais velho.
— Vocês estão loucos? — João começou, nervoso. — As meninas saíram sem minha permissão e você ainda não sabe? Pedro, deveriam ter me avisado!
Pedro respirou fundo, controlando a irritação.
— Calma, João . Eu só… — ele olhou para Elena e Bia dançando, bebendo, rindo. — Elas já são maiores de idade, conseguem se cuidar sozinhas, mas vou ficar de olho.
Mesmo tentando manter a compostura, ele não conseguia ignorar como Elena estava deslumbrante naquela roupa. Cada gesto dela parecia hipnotizar João, e ele se repreendia mentalmente: “Foco. Ela é a melhor amiga da Bia… nada mais.”
Ele viu Brenno se aproximar de novo, tentando beijar Elena, e a garota balançando a cabeça em recusa. Isso fez a tensão subir ainda mais. Sem perder tempo, João chamou as meninas para subir até o VIP, junto com Pedro.
Ao chegarem, os amigos de João começaram a dar em cima das duas, tentando impressioná-las com sorrisos e elogios. A irritação dele só aumentava.
— Já beberam demais, meninas! — João falou firme, a voz carregada de autoridade. — Acabou a diversão por hoje. Vamos para casa!
Elena tentou protestar, mas a seriedade nos olhos de João e a postura de Pedro deixaram claro que não havia negociação.
— Ah, João… — Bia começou, rindo nervosamente. — Já somos maiores de idade!
— Eu sei — ele respondeu, respirando fundo. — Mas vocês vão ficar sob meu olhar por mais alguns minutos, e depois para casa. —
Mesmo irritado, João não conseguia tirar os olhos de Elena. Aquele momento só reforçava a tensão entre eles, deixando claro que nada naquela noite seria tão simples quanto parecia.
Capítulo 3 – Confusões, Beijos e Ciúmes
A noite terminou em caos para Elena e Bia. Ambas muito bebadas, tiveram dificuldades para se manter em pé e João, percebendo que não poderiam se cuidar sozinhas, interveio sem hesitar.
Elena, ainda zonza e rindo descontroladamente, acabou tirando parte da roupa sem perceber a gravidade da situação. João, em choque e sem saber como reagir, rapidamente agiu com firmeza, cobrindo-a com um casaco que estava à mão.
— Elena! Bia! Calma, vocês precisam se vestir direito! — disse, controlando a raiva e a preocupação ao mesmo tempo.
Ele as levou até um quarto, certificou-se de que estavam deitadas, cobriu-as e ajustou os travesseiros. Só então saiu do quarto, aliviado por terem se recuperado sem consequências mais sérias.
Pedro, que acompanhava tudo de perto, estava extremamente irritado.
— Isso já passou dos limites! — resmungou para si mesmo. — Elena só enxerga João… e eu estou cansado disso!
No dia seguinte, a ressaca era inevitável. Elena e Bia acordaram com os olhos pesados, roupas desarrumadas e memórias confusas da noite anterior. João já havia saído cedo para o hospital, enfrentando uma cirurgia complicada, deixando as meninas sozinhas para se organizarem.
— Vamos para a faculdade — disse Bia, ainda boquiaberta com tudo que tinha acontecido, enquanto se arrumavam.
Elena tentou não pensar demais, mas seu coração ainda batia acelerado.
Ao chegarem em casa após a aula, Pedro a chamou para dar uma volta pela varanda. Elena o seguiu, curiosa. Assim que estavam a sós, Pedro parou e olhou fixamente para ela.
— Elena… — começou, com firmeza, aproximando-se. — Eu preciso te dizer uma coisa.
Antes que ela pudesse reagir, ele a puxou para perto e a beijou de surpresa. Elena ficou chocada, mas não conseguiu se afastar imediatamente.
— Eu sou apaixonado por você, Elena. — Pedro continuou, a voz carregada de emoção. — E vou conquistar o seu coração. Mas agora… não diga nada. Só pense.
Elena ainda estava em estado de choque, sem saber como reagir. Antes que pudesse processar o beijo, João chegou do hospital.
Ele parou na porta da varanda, o rosto tomado de raiva e surpresa ao ver Pedro beijando Elena.
— O que diabos está acontecendo aqui?! — gritou, a tensão explodindo.
Pedro recuou, mas não tirou os olhos de Elena.
— João… calma. Eu só… — tentou se explicar.
João cruzou os braços, o olhar fixo e a respiração pesada.
— Isso já passou dos limites! — disse, claramente furioso. — Elena, você precisa entender que não pode brincar com isso…
O clima na varanda ficou carregado. Elena estava confusa, Pedro determinado, e João… completamente tomado pelo ciúme e pela raiva, sem saber como lidar com os próprios sentimentos.
A tensão entre os três não podia ser maior, e todos sabiam que aquela noite marcaria o início de uma guerra silenciosa pelo coração de Elena.
Os dias seguintes foram pesados na casa. Depois do beijo de Pedro, nada parecia estar no lugar. Elena tentava se concentrar na faculdade, mas o olhar de João cada vez que a encontrava a deixava confusa e nervosa. Ele estava diferente.
De repente, João passou a levar mulheres para casa com frequência. Cada noite, uma diferente. Sempre bonitas, perfumadas e rindo alto, atravessando a sala como se a casa fosse delas.
Elena fingia não se importar, mas cada risada ecoava como um soco em seu peito.
“Ele nem liga para mim… para ele eu sou só a amiga da Bia. Nada mais.”
Pedro notava cada reação dela, e aproveitou a oportunidade.
— Elena, não adianta sofrer por ele. — disse certo dia, quando a encontrou sozinha na varanda. — Ele nunca vai te olhar como você merece. Mas eu… eu posso.
Elena hesitou, mas naquele momento o orgulho falou mais alto.
— Talvez você tenha razão, Pedro. — sussurrou, olhando para ele.
E foi assim que os dois começaram a se envolver. No começo, apenas beijos roubados e conversas no silêncio da noite. Depois, encontros cada vez mais íntimos. Elena dizia a si mesma que era “sem compromisso”, apenas uma forma de esquecer João. Mas, no fundo, cada toque de Pedro era também uma fuga da dor que sentia por amar o irmão errado.
João, no entanto, não demorou a perceber. A cada vez que passava pela sala e via Pedro e Elena rindo juntos, a cada vez que notava o brilho no olhar dela, a raiva crescia dentro dele.
Certa noite, ao descer para pegar água, encontrou os dois na cozinha, rindo baixo, muito próximos. O sangue ferveu.
— O que está acontecendo aqui? — a voz dele saiu dura, seca.
Elena corou imediatamente, afastando-se de Pedro.
— Nada… estávamos só conversando. — disse, tentando soar tranquila.
Pedro, por outro lado, manteve a postura.
— Se te incomoda tanto, João, talvez seja porque você não sabe lidar com o fato de que a Elena está comigo agora.
João fechou os punhos, a respiração pesada, mas não respondeu. Subiu as escadas de volta, cada passo ecoando como um trovão. Por dentro, estava em chamas.
“Ela é só a melhor amiga da minha irmã. Eu não posso… não devo… Mas por que diabos não consigo suportar vê-la com o Pedro?”
Naquela noite, João não conseguiu dormir. O som das risadas de Elena com Pedro ainda ecoava em sua mente, misturado à raiva e ao desejo que tentava negar.
A guerra silenciosa dentro daquela casa tinha acabado de começar.
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