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Antiprincesas

1. A inspetora de alunos

⚠️ Esta história contém falas duras e atitudes questionáveis de personagens com traumas e histórico de violência. Isso não representa a visão da autora. A obra expõe e critica comportamentos reais, não os normaliza.

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Primeiro dia de aula. Todos os professores estavam reunidos na sala de reunião, o espaço, que até então parecia pequeno e apertado, agora parecia ainda menor, já que, pela primeira vez, todos estavam presentes ao mesmo tempo.

A escola Eliéser Pavão, conhecida como “Pavãozinho”, era considerada extremamente violenta: alunos agressivos, venda de drogas dentro da escola feita por alunos, e professores constantemente ameaçados por estudantes e até por pais.

A escola havia passado por seis direções somente nesses últimos dois anos.

Os professores viviam na fila de transferência.

Lá estava Guilhermina, professora, que era uma mulher loira, de olhos castanhos-claros quase âmbar. O cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto. Tinha 28 anos e era considerada por todos os alunos como a professora mais bonita e também a mais simpática.

Acreditava no diálogo para tudo. Como todo professor no Pavãozinho, sofreu horrores para conseguir respeito dos alunos, mas acreditava que foi parcialmente bem-sucedida. Em sua sala, conseguia prender a atenção de quase todos, tirando um ou outro caso isolado.

Fora de sua turma, no entanto, sofria a mesma pressão que qualquer outro professor.

Sentada à mesa, observava a nova diretora: uma mulher de 50 anos, Cabelos pretos, bem vestida, conhecida por não gostar de agitação. Aceitou a vaga apenas com a condição de poder levar seu braço direito para a escola, a pessoa que muitos chamavam de “cãozinho” da diretora.

A inspetora de alunos, Cristine, era extremamente eficiente.

Havia quem dissesse que seus métodos eram questionáveis, mas preferiam falar primeiro da eficiência; os métodos, “vemos depois”, como dizia a própria diretora.

— Bom, chegou quem estava faltando — disse a diretora Alana, assim que Cristine entrou.

Todos olharam para ela: uma mulher baixinha, de 1,58m, cabelos castanhos-escuros presos atrás.

Um professor, que estava na escola havia quatro anos, deu um sorriso de canto de boca. Pensou:

“Como esse pingo de gente vai dar conta de coordenar uma escola como essa?”. Todos os antigos inspetores eram homens, e mesmo assim, deram no pé.

A professora Guilhermina olhou para a recém-chegada, tentando lembrar de onde já havia visto aquela mulher, mas não conseguia.

Foi despertada por uma voz baixa, ao seu lado, a professora de Geografia sussurrava:

— Essa é a famosa inspetora que dizem ser o bicho-papão dos alunos?

— Como assim? — perguntou, curiosa, outra professora que estava próxima.

A professora de Inglês, abaixando os óculos para olhar melhor, respondeu:

— Dizem que ela tem vários processos nas costas, que é violenta… e que faz tudo com o aval da diretora.

— Gente, cuidado, isso pode ser só boato. E, além do mais, ela não parece ser violenta. Parece até educada, nada tão rígida assim — disse Lucrécia, professora de Literatura, ajeitando a postura.

— Sei não… essa escola precisa é de um profissional linha dura — comentou o professor Alfredo, balançando a cabeça.

A conversa foi interrompida pela voz firme da direção:

— Cris será minha extensão, nesta escola. Depois de mim, é a ela que vocês devem submissão — declarou Alana com um sorriso meio seco.

A secretária, que estava na escola há 12 anos, olhou para Cris. Viu uma mulher comum: nem bonita, nem feia, sem qualquer expressão que justificasse a fama ou atribuísse poderes tão grandes, ainda mais sabendo que ela já havia sido braço direito de todos os outros diretores anteriores.

— Todos podem voltar às suas tarefas — disse Alana.

A sala foi esvaziando, até sobrarem apenas Guilhermina, Cris e a diretora.

— Oi, diretora, podemos conversar? — perguntou Guilhermina, com um leve sorriso, mas o tom formal.

— Sim — respondeu Alana, com um sorriso controlado.

Guilhermina percebeu que a inspetora não iria sair da sala. Respirou fundo e decidiu ignorar sua presença, falando o que precisava:

— Semana que vem teremos uma excursão para a praia. Os pais já assinaram as autorizações. Como fica com a nova direção? — perguntou, entrelaçando os dedos nervosamente, sentindo o peso do olhar de Cris, que a observava de cima a baixo, com um olhar que parecia atravessar pele e ossos.

— Você quer mesmo sair com esses monstrinhos para a praia? — respondeu Alana, com um meio sorriso carregado de ironia.

O comentário irritou Guilhermina, que via seus alunos como pessoas dignas de respeito. Mas engoliu seco o que acabara de ouvir.

— Sim. Os alunos já estão acostumados com essas atividades — respondeu, controlando a voz para não soar ríspida.

— Não acho uma boa ideia… mas, se levar a Cris com você, eu fico mais em paz.

Cris, que obedecia todas as regras da diretora, pela primeira vez demonstrou no rosto uma expressão clara de desaprovação.

— Algum problema para as duas? — perguntou Alana, olhando de uma para a outra.

— Não. Tudo bem, diretora. Esse passeio é importante para os meus alunos — respondeu Guilhermina, sem hesitar.

— E você, Cristine?

Cris demorou mais que o normal para responder. Odiava aglomerações, odiava passeios escolares e odiava sair da sua zona de conforto.

— Não, senhora. Para mim está tudo bem — respondeu, seca, sem alterar o tom.

— Ótimo. Então vou deixar vocês se conhecerem melhor e combinarem tudo. Só não demorem; tenho que apresentar você para os alunos — disse a diretora, saindo da sala e deixando as duas a sós.

— Olha, posso imprimir meu conteúdo de programação… — começou Guilhermina, antes de ser interrompida.

— Só estarei lá para vigiar todos vocês. Então, apenas me passe o dia e o horário em que nos encontramos. Somente isso, para facilitar — disse Cris, com o olhar distante e impessoal.

Guilhermina ficou sem ação.

— Está bem, senhorita. Farei como pediu. No final das aulas, te entrego tudo — respondeu de forma seca também.

— Ótimo. Mais alguma coisa? — perguntou Cris, erguendo ligeiramente uma sobrancelha.

— Não, obrigada — disse Guilhermina, sentindo o rosto queimar de raiva.

Antes de sair, encarou a mulher à sua frente por alguns segundos.

— Eu não te conheço de algum lugar? — perguntou, curiosa.

Cris engoliu seco.

"Sim. Nos conhecemos… você foi o motivo de eu ser como sou."

2. Disse-me-disse

Por mais que Guilhermina tentasse, não conseguia saber de onde exatamente conhecia aquele rosto.

— Não. — respondeu Cris, seca, sem qualquer hesitação.

— Tem certeza? Seu rosto é tão familiar... — insistiu Guilhermina, franzindo o cenho, inclinando levemente a cabeça.

— Tenho, senhorita. Eu não me esqueço de um rosto... E agora me dê licença, a diretora me espera — falou, saindo sem pressa, mas com passos firmes.

Guilhermina ficou pensativa, mas, sem lembrar exatamente de onde se lembrava, então achou melhor esquecer.

Já na sua sala, a fofoca invadia as conversas dos adolescentes.

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— Dizem que a nova diretora é o cão... Tipo aquele filme que assistimos quando criança, o da Matilda — falou Dani, uma adolescente de 16 anos, boa aluna, mas de língua comprida, gesticulando como quem quer chamar atenção.

— Isso é papo pra nos assustar. Toda direção eles falam isso — disse Ítalo, rindo com desdém.

— Eu teria mais medo da inspetora. Falam que ela luta cinco modalidades de luta — comentou Gregório, aumentando o tom para causar efeito, fazendo alguns arregalarem os olhos.

— Isso é conversa — tentou rebater Fernando, mas foi interrompido por Guilhermina.

— Ei, lindinhos, posso saber esse disse-me-disse aí? — perguntou, com sobrancelhas arqueadas e tom controlado.

— A gente só estava falando da nova diretora... — respondeu Dani, com um sorriso de canto.

— Hum... E qual era mais ou menos o assunto? Porque aqui não quero ver vocês espalhando boatos e fofoquinhas. Isso pode prejudicar tanto o alvo da fofoca quanto vocês — disse ela, séria, olhando um por um nos olhos.

Guilhermina era professora e Coordenadora, mas, pela falta de professores, estava substituindo as aulas de Português de todos os professores da mesma matéria, em dois horários. Dava aula para pelo menos metade da escola, embora não em todas as salas. E a turma que ela amava era o 2º ano B — com eles conseguia realizar atividades fora da escola. Não por escolha, mas porque as outras turmas eram muito difíceis para tentar algo tão diferente.

Enquanto ela escrevia na lousa, a diretora entrou junto com Cris.

Os alunos e Guilhermina pararam o que estavam fazendo para olhar.

A diretora apresentou Cris aos alunos.

Na mesma hora, começaram a circular recados em pedaços de papel sobre a nova diretora e a inspetora:

"Você viu? A diretora é uma gata. Só perde pra tia Gui. Agora essa inspetora... não assusta nem meu irmão de 7 anos."

"Amei o look da diretora, ela é chique. Que cara de azeda essa inspetora. Não tenho medo de cara feia. Essa não me engana. Deve ter mais medo da gente do que a gente dela."

Embora todos fizessem isso de forma discreta, Cris observava tudo. Sabia quem havia escrito, por quais mãos o bilhete passou. Não disse nada, mas registrou mentalmente — típico dela.

Quando a porta se fechou, eles esperaram alguns minutos e a sala caiu na gargalhada.

Guilhermina ficou sem entender.

— Por que estão rindo? — perguntou, olhando ao redor.

— Aí, professora, estamos rindo da escola tentando nos assustar, falando que a nova direção iria trazer um bicho-papão... E o que vejo? Uma baixinha com cara de azeda — disse Dani, arrancando risos de todos.

— Eu derrubo ela com uma voadora — disse Ítalo, fazendo gestos exagerados.

— Gente, para. Isso não é brincadeira — falou a professora, séria, cruzando os braços.

Enquanto isso, Alana conversava com Cris:

— Seu trabalho é reorganizar essa bagunça. Nada de pessoas gritando, saindo fora de aula... Mas o mais importante: quero que eles entendam que tudo mudou. As velhas práticas da escola não valem mais. Com a gente no comando, eles têm que andar em linha reta.

— Certo. — respondeu Cris, sem expressão.

— Vamos ter trabalho. Essa escola está assim, acabada há tempos... E sabe o que eu e você faremos?

Cris ficou em silêncio, não por não saber, mas porque sabia o que teria que fazer.

— Isso mesmo que está pensando. Quero todos submissos a mim, incluindo professores metidos a ativistas. Está de acordo?

— Sim. Sempre.

— E eu não gostei dessa tal Guilhermina. Muito boazinha com esses aprendizes de delinquentes. Quero você de olho nela — disse Alana, estreitando os olhos.

Cris não gostou da ordem. Não queria estar perto de Guilhermina, mas seria inevitável: teriam que se cruzar nos corredores e na sala dos professores.

— Tudo bem. Farei isso.

— E está autorizada a usar seus métodos... mas use discretamente — disse Alana, com um sorriso rápido antes de sair da sala.

Cris sentiu um certo poder nas mãos.

Enquanto pensava nas novas ordens da diretora, alguns alunos passaram em horário de aula e foram para o banheiro. Demoraram mais que o normal, até que veio outro aluno.

Ela balançou a cabeça:

"Hora do showzinho."

Entrou no banheiro masculino. Os meninos estavam entregando bombinhas — a ideia era colocar em pontos estratégicos na hora da saída, como “presente” para o primeiro dia de aula da diretoria.

— Esse é o banheiro masculino — disse um garoto alto, com as mãos para trás, tentando impor presença. Ele era o único maior de idade na escola.

— Me entreguem o que vocês têm nas mãos — disse Cris, seca, olhando fixamente para o grupo.

— Vai à merda, sua vadia. Posso quebrar sua cara com um soco — respondeu o garoto alto, se inclinando para frente.

— Me deem o que têm agora.

— Ih, qual é, baixinha? Acha mesmo que temos medo de cara feia? — debochou o mais gordinho do grupo.

— Eu só vou falar mais uma vez, porque na terceira, pego à força — disse ela, sem elevar o tom.

— A Rambo feminina! — riu um deles.

— Um... dois... — começou a contar, de forma pausada.

O mais alto se irritou e foi dar um soco nela.

— Olha o três na sua cara, sua... — tentou dizer, mas Cris se moveu rápido, desviou e encostou o taser nele.

O garoto caiu para trás, assustado, recuando.

— Você me deu choque, filha da pu...

— Olha o linguajar comigo. Esse ainda é dos mais fracos — cortou ela, sem alterar a expressão.

— Você jogou sujo.

— Sim. Não espere que eu lute de igual para igual com você. Afinal, teria desvantagens. Mas pode ter certeza: conheço várias técnicas para fazer vocês pedirem para a mãezinha de vocês virem te buscar. Agora, me deem as malditas bombinhas e se apresentem na sala da direção. E, se falarem que usei taser em vocês, vão passar a vida toda tendo pesadelos. Porque uma coisa que eu sei fazer bem... é invadir sonhos — disse ela, com a voz seca e curta.

Um a um, foram entregando as bombinhas.

Só que um dos alunos foi pedir ajuda para Guilhermina.

— O que houve, André? O que faz fora da sua sala? — perguntou ela, estranhando.

— Eu fiz besteiras... Mas a nova inspetora deu choque no Erick.

— O quê? Tá fazendo pegadinha comigo?

— Eu juro que vi com esses olhos aqui — disse ele, com expressão assustada.

— Onde ele está?

— Na sala da diretora.

— Se isso for verdade, essa mulher tem que ser demitida. — respondeu Guilhermina, sentindo o sangue subir

3. Desculpa, professorinha

Na sala da direção, Erick estava sentado junto com mais dois rapazes. Logo depois, Cris entrou.

— Já chegaram aí? Tá faltando um — disse Cris, olhando rápido para o grupo. — Vou buscar ele...

— Ei, não. Antes, Cris, me explica por que esses garotos estão aqui na minha sala? — perguntou Alana, cruzando os braços.

— Eles estavam planejando nos dar boas-vindas — respondeu Cris, abrindo a mão e mostrando as bombinhas.

— Sério? Começamos o primeiro dia bem... — disse Alana, com sarcasmo.

— Olha, vocês vão fazer o que? Me expulsar? — disse Erick, com um sorriso debochado. — Querem ficar com a culpa de me fazer, no futuro, virar delinquente?

— Não mesmo, querido. Você não vai virar. Você já é. Fazer isso na escola é um ato criminoso. Pode assustar as pessoas, causar pânico, e até mesmo acidentes, como pisoteamento — disse Alana, com o olhar duro e o dedo batendo na mesa.

— Faço todo ano e nunca aconteceu nada.

— Falou bem. Na minha direção, isso acabou — respondeu Alana, inclinando-se para frente e batendo o dedo indicador na mesa próxima ao corpo dele. — Estão ouvindo?

— Não precisa gritar — rebateu Erick.

Cris se aproximou do ouvido dele e sussurrou com voz baixa e firme:

— Se quiser ouvir o barulho da sirene no teu ouvido, é só me dizer. Você, de todos aqui, tem mais a perder... Eles são menores de idade, mas você não.

Erick engoliu seco e ficou calado.

"O que essa vaca sabe sobre mim?", pensou.

— Posso buscar o fujão, diretora? — perguntou Cris com calma.

— Sim, faça isso.

Cris andou pelo corredor e logo viu André, acompanhado pela professora Guilhermina.

— Achei você. Já para a sala da direção.

— Ele não vai. Não sem antes falar com a diretora sobre você — disse Guilhermina, firme.

— Sobre mim? — perguntou Cris, com um sorriso irônico.

— Sim. Você deu choque em um aluno. Isso é um absurdo.

— E você acreditou no que esse gordinho tetudo falou? — disse Cris, encarando André.

— Isso é fala de uma profissional? — retrucou Guilhermina, apertando o olhar.

— Desculpa, professorinha — respondeu Cris, com deboche. — Eu estou dizendo que ele está mentindo.

— Por que ele falaria isso?

— Porque peguei ele com bombinhas na escola. E não só isso: distribuindo para outros alunos. Então acredite, eles fariam de tudo para se safar, até usar lendas e fofocas sobre mim para não serem punidos.

— Você estava com bombinhas? Então, quando te perguntei no ano passado se teve a ver com o que houve na época, mentiu para mim? — perguntou Guilhermina, com voz triste.

André não disse nada.

— Veja, ele tem histórico de mentiras — reforçou Cris.

— Ele pode até ter mentido, mas vi nos olhos dele medo. E isso não tem como ser mentira — disse Guilhermina, encarando Cris.

— Eu ficaria, se fosse punida por vandalismo — respondeu Cris, aproximando o rosto e mantendo o olhar fixo.

Guilhermina não desviou o olhar.

— Isso não lhe dá direito de agredir um menor de idade.

— Nem todos são menores de idade. O tal do Erick já está fazendo faculdade aqui dentro. Tem 19 anos, não se forma e não deixa outros se formarem.

— Então admite ter dado um choque nele? — perguntou Guilhermina, com ironia.

— Apenas disse que nem todos são menores. Mas, se acha que fiz isso, prove.

As duas ficaram se encarando por alguns minutos, até o sinal tocar e quebrar o ímã invisível que a raiva criara entre elas.

— Eu não vou falar de novo: se André não comparecer imediatamente à direção, será desligado da escola — disse Cris, seca.

— André, é melhor você ir. E não se preocupa, vou ver o que posso fazer por você — disse Guilhermina.

— Pode não se meter no meu serviço e fazer o seu, que é dentro da sua sala de aula — respondeu Cris, gelada.

— Meu serviço vai além da sala de aula. Tenho responsabilidade com quem educo, e não vou deixar que uma pessoa totalmente descontrolada faça mal aos alunos.

— É por isso que eles são como são. Passam a mão em bandidos.

— Eles erraram, mas não são bandidos. O André é um bom garoto. Deve ter ido pela cabeça do Erick. O certo seria ajudar ele a entender os erros, e não punir com violência.

— Esse papo de paz mundial... Aqui é uma escola, não a ONU. E, em vez de cuidar do meu serviço, deveria cuidar da sua sala de aula.

— Eu não estou com aula agora. Na última aula, fico para ajudar no conteúdo programático de outros professores.

— Talvez isso mude. A diretora pode decidir isso.

— Mas isso é um dever da coordenação.

— E você é?

— Em partes, sim.

Alana apareceu no corredor, irritada.

— O menino já chegou na sala. Por que você não veio? E o que está fazendo conversando com a professora... Qual é seu nome mesmo?

— Guilhermina — respondeu, tentando se conter.

— Estava apenas pedindo informações de como usar a impressora — disse Cris, mentindo sobre o real motivo do bate-boca.

— Isso é importante? Temos que decidir o que faremos com os bandidos. Estou pensando em começar com força, expulsar todos — disse Alana.

— Por favor, não. Eles erraram, mas muitos alunos ali são bons. Só estão com más companhias — disse Guilhermina.

A diretora olhou para ela de cima a baixo, como se pensasse: "Quem é você para dizer o que faço?"

— Não te perguntei nada. Minha conversa é com Cris.

Cris sentiu a hostilidade e Guilhermina se sentiu esmagada. Tentava formular uma frase, quando Cris interveio:

— Não seria bem visto expulsar todos. Causaria um caos e não faria distinção de erros.

— Caos? — repetiu Alana, estreitando os olhos.

— Não vai querer mexer com vespeiro... Imagine mais e mais pais furiosos antes de reorganizar tudo isso. Puna-os com rigor, mas cada um de acordo com o que fez.

Alana olhou séria para Cris e depois para Guilhermina.

— Vocês estavam falando apenas da impressora mesmo? — perguntou, com tom de quem não acreditava totalmente.

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