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Domado por Ela

Cap. 1

A chuva fina caía sobre as ruas movimentadas do centro de São Paulo, transformando o asfalto em um espelho reluzente que refletia as luzes dos altos edifícios da capital Paulista. Íris Almeida, com seus 25 anos, caminhava apressada pela Avenida Paulista, usando o capuz do moletom para proteger o cabelo preso em um coque despretensioso, sem se importar com a umidade que grudava em sua pele quase sem maquiagem.

Íris, 25 anos

Há quase oito anos, desde que deixou a pequena cidade do interior para estudar design de produto na capital, Íris vivia sozinha. Primeiro em um imóvel alugado, agora em seu próprio seu apartamento, fruto do trabalho que tanto gostava.

Sua vida era uma rotina previsível: acordar cedo, revisar projetos, e gerenciar a sua pequena empresa de design de moveis exclusivos. A empresa desde o lançamento, conquistou um nicho fiel de clientes que valorizavam o design e o conforto.

Íris não ligava muito para moda, estava sempre com roupas básicas, jeans retos, camisetas lisas e tênis confortáveis, escolhidos pela praticidade, não pelo apelo visual, usando algo mais formal quando a ocasião pedia.

Naquela manhã, Íris chegou ao seu escritório, e encontrou o seu pequeno time de funcionários já estavam imersos no trabalho que não parava de chegar. Iris se via presa em um dilema, precisa expandir a empresa, mas os riscos eram grandes, pois não tinha muito capital para dar o próximo passo.

_Bom dia, equipe. Iris cumprimentou  com uma voz calma, quase sussurrada, enquanto pendurava o moletom levemente molhado, antes de se sentar à sua mesa. Introspectiva por natureza, Íris preferia observar e analisar antes de falar. Seu foco estava em um novo projeto: uma linha de móveis modulares que combinavam funcionalidade com sustentabilidade.

Ao abrir seu email, uma mesagem chamou sua atenção.

"Assunto: Proposta de Fusão — Salvatore Móveis e Essência Móveis"

Íris franziu a testa, clicando no anexo. Era uma proposta formal de Bruno Salvatore, dono da Salvatore Móveis, uma empresa de produção de mobiliário com uma estrutura sólida, incluindo uma fábrica moderna,  mas que nunca decolou para o sucesso esperado. A proposta era clara: unir forças para criar uma nova marca que fundisse a expertise em produção de Bruno com o design inovador de Íris.

 "Isso pode nos colocar no mapa nacional e até internacional" Iris pensou, mordendo o lábio inferior. Mas uma fusão significava compartilhar controle, algo que Íris, acostumada tomar as próprias decisões , via com desconfiança, mas algo dentro dela pedia para pelo menos ouvir a proposta dele.

Íris respondeu o email marcando uma reunião para o final daquela tarde, sem imaginar o furacão que estava prestes a entrar em sua vida organizada.

Do outro lado da cidade, em um prédio luxuoso no bairro dos Jardins, Bruno Salvatore, no auge dos seus 32 anos, ajustava o terno italiano feito sob medida, feliz com a resposta que recebeu de Iris.

Bruno, 32 anos.

Bruno era o tipo de homem que virava cabeças: bonito, alto, com um sorriso confiante e olhar sedutor. Dono da Salvatore Móveis, herdou a empresa do pai, investindo em equipamentos de ponta e em uma equipe talentosa, mas o negócio patinava. Faltava o "toque mágico", como ele dizia quando era questionado sobre o assunto.

Mulherengo confesso, Bruno estava acostumado a flertes casuais e noitadas que terminavam ao amanhecer.

Após o email de Íris, Bruno estava em uma ligação animada com um investidor, rindo alto enquanto gesticulava pela sala envidraçada de seu escritório.

_Sim, a fusão vai ser o golpe de mestre. Imagina: minha produção robusta com o design dela. Vai ser explosivo! Disse satisfeito, pois conhecia os móveis desenhados por Iris e sabia da qualidade.

 Ao encerrar a ligação, Bruno chamou sua assistente, uma jovem loira que piscou para ele ao entrar com um sorriso bobo nos lábios.

_Daniela, Cancele todos os compromissos desta tarde, tenho uma  reunião importante com a senhorita Íris Almeida... Vamos ver se ela é tão boa quanto parece.

_ Posso ir com você Bruno? Perguntou Daniela com a voz um tanto melosa.

_ Dessa vez não, preciso conversar a sós com ela.

 Bruno sorriu, tentando imaginar como seria Iris. Pensou em uma mulher atraente, que facilmente, se renderia ao seu charme, pois não sabia nada sobre ela além do portfólio impressionante, e isso bastava para aguçar a sua curiosidade.

Às 17h, Íris chegou ao café escolhido para a reunião, um lugar simples com mesas de madeira clara e café orgânico. Ela se sentou em um canto, abrindo o notebook para revisar os números da proposta feita por Bruno.

Minutos depois, a porta se abriu e Bruno entrou, falando com a atendente que indicou a mesa onde Íris estava sentada. Ele a avistou imediatamente, com os cabelos presos, roupas básicas, sem joias ou adornos. Não era o que esperava; nada de curvas acentuadas por roupas sensuais ou olhares provocantes. Mas havia algo na postura dela, na forma como seus olhos claros analisavam a tela a sua frente, e isso o intrigou.

Ainda no primeiro olhar, Bruno a analisou de cima a baixo, rápido, mas preciso.

“Sem graça...Roupa estranha , penteado que parece feito no escuro… ela não chama a minha atenção...”

Pensava caminhando em direção a mesa.

_Íris Almeida? Bruno Salvatore. Prazer em conhecê-la. Bruno estendeu a mão, com o sorriso perfeito reluzindo. Íris se levantou para cumprimentá-lo,  apertando sua mão com firmeza, mas brevemente, sentindo um leve desconforto com o olhar penetrante dele.

Bruno sentiu o cheiro do perfume que ela usava, e aquele perfume o atingiu como um golpe inesperado. Algo nele reagiu antes que pudesse controlar. Seus olhos, que segundos antes avaliavam a roupa que ela usava, agora fixaram-se nos lábios dela, perfeitamente delineados mesmo sem usar um batom chamativo. Um detalhe que contrastava com todo o restante, mas que era perigoso.

Iris também não deixou de observá-lo, percebendo que Bruno era exatamente o oposto dela, usando um terno perfeitamente ajustado, um relógio caro no pulso, o cabelo levemente despenteado de propósito, e o sorriso de quem sabia o efeito que desejava causar. Ela já conhecia aquele tipo: sorriso fácil, olhar seguro, postura de quem é o centro do universo.

_O prazer é meu. Sente-se, e vamos direto ao ponto? Sua proposta é interessante, mas preciso entender melhor alguns pontos. Bruno se sentou, inclinando-se para frente, colocando o modo sedutor em ação.

_Você é direta! Gosto disso! Ele sorriu sem tirar os olhos dela. _ Imagine: uma nova marca, 'Essência Salvatore' ou algo assim. A minha produção, seu design. Podemos dominar o mercado de mobiliário premium, e claro, o exclusivo.

Íris sabia que Bruno poderia estar certo, mas internamente ela ainda se questionava. Ele falava com entusiasmo excessivo, gesticulando como se estivesse em uma festa, não em uma negociação.

_Mas e o controle criativo? Minha empresa é minimalista por essência. Não quero diluir isso com excessos, ou melhor, com cortes.

Bruno riu, ecoando pelo café um som grave e charmoso.

_Excessos? Cortes? Não, isso não vai acontecer... vamos continuar produzindo o melhor, terá liberdade para decidir essa questão. Então  vamos brindar a nossa parceira? Bruno chamou o garçom, pedindo dois cafés, ignorando o olhar cético de Íris.

Enquanto a conversa seguia, Íris sentia certa irritação e curiosidade por ele. Bruno era o oposto de tudo o que ela valorizava: superficial, extrovertido, atento demais à aparência. Mas a fusão fazia sentido no papel, principalmente nos números. Poderia expandir sua visão minimalista para um público maior. Bruno, por sua vez, via nela um desafio: uma mulher que não se impressionava facilmente, por isso estava dando o seu melhor para conquistá-la.

A reunião terminou com um acordo preliminar, com Íris fazendo uma visita a empresa no dia seguinte para conhecer melhor a estrutura, mas ambos saíram daquele encontro com a sensação de que era apenas o começo de algo maior.

À noite, de volta ao seu apartamento, Íris soltou o cabelo e se jogou no sofá olhando para o teto, pensando no homem que tinha acabado de conhecer.

_Será que isso vai dar certo? Ela se questionou ainda em dúvida se devia se tornar sócia de Bruno.

Enquanto isso, em um jantar com os amigos, Bruno ergueu um copo, brindando mentalmente dando com certa a nova parceria.

Cap. 2

No dia seguinte, Íris chegou a empresa de Bruno pontualmente no horario marcado. Ela Sentou-se na recepção, mantendo a postura ereta e  olhar atento, gostando do ambiente da empresa, enquanto esperava por ele. O espaço era funcional, e inegavelmente elegante, com uma vista parcial da cidade através de uma janela panorâmica. Ela gostava do que via, mas não se permitiu demonstrar. Afinal, estava ali para fazer negócios, não para elogios.

Bruno esperava ansioso pela chegada de Iris, e quando soube da sua chegada, foi imediatamente ao seu encontro, e sorriu, como se um jogo estivesse começado e, de fato, estava.

_Íris Almeida… Bruno a cumprimentou com uma entonação grave, estendendo a mão para ela.

 _ E quem você pensou que seria? Iris respondeu com humor, mas não sorriu, e se levantou aceitando o cumprimento dele. O aperto de mão foi firme, profissional, e ela sustentou o olhar dele sem piscar.

Bruno anotou mentalmente: Um a zero para ela.

_Vamos, quero te apresentar a estrutura da empresa, sócia... Bruno enfatizou a última palavra com um tom provocador, enquanto gesticulava para que Íris o seguisse.

Íris ergueu uma sobrancelha, caminhando ao lado de Bruno, mantendo uma distância mínima, quase calculada, que dizia que ela não estava ali para brincadeiras.

_ Sócia? Pensei que ainda não tínhamos chegado a uma decisão equilibrada sobre esse assunto.

_Equilibrada… desde que o equilíbrio penda um pouco para o meu lado. Bruno falou em tom de brincadeira, tentando fazer ela sorrir.

Íris balançou a cabeça negativamente, nada impressionada com ele.

_ Se esse é o conceito de parceria que você defende, talvez seja preciso rever os termos que está me propondo...

Bruno não esperava uma resposta tão direta. Por um instante, ficou em silêncio, apenas observando Iris. O cabelo novamente preseo em um coque , a postura impecável, o olhar que não fugia do dele. Um contraste gritante com as mulheres  que normalmente estavam ao seu redor, sempre dispostas a rir das suas piadas, seguir seu ritmo, ceder aos seus encantos.

_Você é… diferente. Admitiu Bruno, por fim, inclinando-se para frente. _Geralmente, as pessoas gostam do meu senso de humor…

_Geralmente eu tento fechar negócios, não agradar.

"Dois a zero..." Ele soltou uma risada curta, sentindo novamente o cheiro dela. Sutil, doce, envolvente. Uma provocação silenciosa que ela provavelmente não percebia que estava despertando nele.

_Vamos ver se conseguimos trabalhar juntos, Íris… Disse olhando para ela. _ Vai ser divertido e lucrativo para ambas as partes.

Iris apenas concordou  sem dar a Bruno o gostinho de uma reação. Mas Bruno, no entanto, começava a sentir que aquela mulher seria um problema, e estranhamente, ele estava ansioso para lidar com aquele problema.

A visita continuou, e Bruno conduziu Íris pessoalmente por todos os setores, comentando cada detalhe.

_ É importante que você conheça o espaço. Vai começar a trabalhar aqui de segunda a sexta…   Insinuou Bruno com um sorriso, caminhando ao lado dela com passos confiantes.

_ Sei...

O andar era bonito, com móveis modernos, quadros ousados, uma máquina de café caríssima e uma vista panorâmica da cidade. Funcionárias bem vestidas circulavam pelo corredor, cumprimentando Brino com sorrisos que pareciam durar um pouco mais do que o necessário.

Percebendo o olhar analítico de Íris, Bruno não resistiu à fazer uma nova provocação.

_ Gostou do ambiente?

_É funcional... Iris respondeu sem entusiasmo.

_ Só isso? Pensei que fosse dizer “deslumbrante” ou algo assim.

_Eu reservo o adjetivo “deslumbrante” para coisas que realmente merecem.

Ele riu, balançando a cabeça, e estava prestes a fazer uma nova provocação quando uma voz feminina o chamou do final do corredor.

_Bruno!

Uma mulher alta, com os cabelos loiros perfeitamente ondulados, usando um vestido justo e salto agulha se aproximou como se desfilasse em uma passarela. Sem esperar convite, ela se lançou para frente, pousou as mãos nos ombros dele e, diante dos olhos de Íris, depositou um beijo demorado em sua boca, o batom vermelho deixando uma marca sutil que ela não se preocupou em apagar.

Bruno não recuou imediatamente. Segurou-a pela cintura, num movimento quase automático, antes de se afastar com um sorriso nervoso e visivelmente surpreso.

_Cintia… o que você está fazendo aqui?

_Surpresa! Ela piscou, ignorando completamente a presença de Íris. _Estava com saudades…

_ Você ...pode me esperar na minha sala? Estou resolvendo um assunto importante para a empresa. Pediu Bruno.

_Claro, vou ficar te esperando… Cintia lançou um último olhar para ele, os lábios curvados em um sorriso antes de se afastar, deixando um rastro de perfume no ar.

Íris, imóvel ao lado de Bruno, manteve o rosto neutro, mas por dentro um pensamento sarcástico ecoava em sua mente: "Mulherengo confirmado". Ela cruzou os braços, um movimento sutil, mas suficiente para reforçar a barreira invisível que queria manter entre eles.

Bruno a olhou de canto de olho, captando o julgamento silencioso.

_Não é o que você está pensando... Bruno tentou argumentar.

_Claro que não! Iris respondeu com deixando transparecer sua ironia. _Mas não se preocupe, eu não costumo pensar no que não me interessa.

Bruno sorriu, como se estivesse diante de um desafio irresistível. Aquela mulher não se impressionava, e parecia imune a ele, e isso, para Bruno Salvatore, era inaceitável.

Após a visita, reuniram-se na sala de reuniões para conversarem sobre a fusão das empresas. A discussão foi intensa, mas surpreendentemente produtiva. Íris apresentou números, projeções e argumentos com uma precisão que impressionou Bruno, que, apesar do sorriso confiante, tomava notas com atenção. Em pouco tempo, chegaram a um acordo que parecia vantajoso para ambos: uma parceria equilibrada, com divisão clara de responsabilidades e lucros, mas com espaço para ajustes conforme o projeto avançasse.

_ Bem, eu preciso ir. O proximo passo, é redigir o contrato, e enviar para os nossos advogados analisarem. Disse Íris, já se levantando.

_Certo... e que tal um jantar para celebrar a nossa parceria? Conheço um lugar com a melhor vista da cidade. Bruno tentou quebrar o gelo uma última vez.

 Íris parou, virando-se para ele querendo rir.

_Obrigada, mas prefiro celebrar com resultados, não com jantares. Boa tarde. Iris pegou a sua bolsa e saiu  sem olhar para trás. Bruno ficou ali, observando as portas se fecharem, frustrado e ao mesmo tempo sentinso um fascínio crescer dentro dele.

_ Quem ela pensa que é? A miss universo? Bruno se questionou quase rindo. _Não, ela jamais seria uma miss, porque não é tão bonita assim… Bruno fez uma pausa, o sorriso vacilando enquanto a imagem dela voltava à sua mente. _Ela é até bonita, mas não sabe se cuidar. 

Pela primeira vez em anos, alguém, de alguma forma, o rejeitou sem hesitar, e isso só provocava algo dentro dele.

Cap. 3

Após a reunião com Íris, Bruno sentia uma energia nova e inquieta percorrendo suas veias. A conversa com ela, mexia com ele de uma forma que Bruno  não conseguia explicar. Ele caminhava pelos corredores da empresa, a mente ainda revisitando o olhar firme de Íris, o jeito como ela o desafiava sem ceder um milímetro. Mas, ao se aproximar de sua sala, uma lembrança o atingiu como um raio: Cintia, que ele havia pedido para ela esperar ali, horas atrás.

“Ela provavelmente foi embora”... pensou, olhando para o relógio no pulso. Já haviam se passado várias horas desde que ela apareceu sem avisar na empresa, e Cintia não era do tipo de pessoa que esperava pacientemente, especialmente quando não recebia a atenção que desejava.

Bruno suspirou, aliviado com a ideia de que Cintia não estaria mais ali. A última coisa de que precisava era lidar com uma complicação pessoal, o que ela significava naquele momento.

Ao abrir a porta de sua sala, no entanto, ele parou surpreso ao vê-la sentada em sua cadeira, com as pernas cruzad6a, mexendo no celular com cara de poucos amigos.

_Até que enfim… Cintia resmungou ao se levantar. _Achei que você tinha me esquecido aqui.

Bruno respirou fundo, fechando a porta.

_Eu não pedi para você esperar até agora... E, para ser sincero, Cíntia, eu não gosto quando você aparece no trabalho, e me beija na frente de todos.

Ela arregalou os olhos, incrédula.

_ Como assim? Nós estamos juntos, posso aparecer aqui sempre que eu quiser.

_Como assim… Bruno repetiu, com calma. _ Nós não temos nada sério. Nunca prometi nada além de algo casual. E a minha empresa, não é lugar para encontros.

O silêncio que se seguiu foi carregado, e Cíntia sorriu com ironia.

_Tudo bem, Bruno… Disse pegando a bolsa e ajeitando o cabelo com um movimento brusco. _Mas você ainda vai rastejar atrás de mim. Pode escrever isso, e quando esse dia chegar, não sei se vou estar disponível para você.

Ela passou por ele batendo o salto contra o piso com força. Bruno ficou parado, olhando para a porta ser fechada com força, sem se dar ao trabalho de responder.

Ele passou a mão pelo queixo soltando um suspiro longo, como se pudesse diminuir a tensão que se acumulava em seu peito.

Sentou-se na cadeira atrás da mesa, deixando os olhos vagar pela sala, mas sua mente estava em outro lugar. Não em Cintia, mas em Íris, na forma como ela defendeu seu ponto de vista na reunião, no olhar firme. Ela não era como as mulheres que ele estava acostumado a se relacionar, e isso o intrigava.

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Iris voltou para  sua empresa e conversou com os seus funcionários, explicando que a fusão seria uma oportunidade para todos, que ficaram felizes apesar da apreensão inicial.

Cansada, ela resolveu ir para casa mais cedo. Ao chegar, seu apartamento estava silencioso como sempre. Ela deixou a pasta sobre a mesa da sala, tirou os sapatos sentindo o contraste com o piso, e foi direto para a cozinha preparar um chá.

Tentou se concentrar nos relatórios que ainda precisava revisar, mas a imagem insistente de Bruno surgia na mente, o sorriso seguro, o olhar avaliador e, claro, o beijo que recebeu no meio do corredor como se fosse a coisa mais natural do mundo.

_Mulherengo... conquistador barato… Murmurou, mexendo chá com uma colher.

Bruno era exatamente o tipo de homem que Iris sempre evitou. Bonito, confiante, acostumado a conseguir o que quer. O tipo que não enxerga além da aparência, e que provavelmente acreditava que pode conquistar qualquer mulher.

Íris tentou afastar Bruno do pensamento, mas se pegou lembrando do momento em que ele se inclinou na reunião, dos olhos que não desviaram dos dela. Irritada consigo mesma, Íris balançou a cabeça negativamente.

_Não... Definitivamente não.

Ela tomou o chá devagar, olhando pela janela do apartamento. A cidade do lado fora pulsava com luzes, mas dentro de casa, tudo estavam ordem. Nada de excessos, nada de distrações.

 "Foco no trabalho", pensou Iris, abrindo o notebook para finalizar um esboço. A fusão era uma oportunidade profissional, não uma questão pessoal. Assim ela esperava.

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Nos dias seguintes, o processo de fusão avançou com rapidez. Reuniões, e-mails e a revisão do contrato consumiu as horas, mas em menos de uma semana, o acordo foi assinado. A partir de então, Íris e sua equipe passariam a trabalhar na sede da Salvatore Móveis, agora rebatizada como Essência Salvatore Móveis, uma fusão que prometia combinar a criatividade refinada de Iris, com a robustez e tradição da fábrica de Bruno.

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