Arrasto os meus pés que deixam pegadas de sangue fresco no chão, o sons das cirenes se faz sentir mas meu coração só clama por vingança, morte, é tudo o que eu quero. Eles pensam que podem me vencer. Mas eles não sabem do que eu sou capaz.

A sala escura me esconde em sua penumbra enquanto mais sangue escorre pelo meu corpo, me lembrando o quão ferrada estou. Eles dizem que as mocinhas são as heroínas, mas eles não contam a história toda, eles escondem verdades. Eles me ensinaram a não amar, que o poder é melhor que tudo. E o poder sempre deve estar ligado ao dinheiro, ou seja, riqueza. E sem isso, você não é nada!

Em passos suaves, enquanto em um dos braços seguro uma arma, chego finalmente na sala onde eu tinha amarrado aquela maldita que me roubou a chance de ser amada e de amar.

Eles me tiraram tudo, e eu também vou tirá-los a Chance de ficarem juntos.

Dou um sorriso macabro olhando para a cena a minha frente. Uma lágrima maldita me lembra o quão solitário, medíocre eu fui por amor. Ele está a abraçando enquanto desamara as cordas em volta do seu corpo. Antes de ele ter me deixado estatelada no chão, ele devia ter se certificado que eu estava morta.

Miro bem na cabeça dele, para garantir que dessa ele não se salve, para garantir que o meu amor morra com ele. Existem segundas chances? Se tiver alguma, na próxima me ame e cuide de mim, pois eu estou destruída. Meu coração está destruído por sua causa.

Fecho os olhos e faço promessas para nós dois, que eu quero te encontrar em outra vida, e eu quero que você me ame. Abro os olhos e aperto o gatilho, a maldita que está amarrada na cadeira tenta avisá-lo mas o tiro atravessa a sua cabeça. Ao mesmo tempo que uma bala atravessa o meu ombro, me fazendo tossir sangue.

_ Eu amo você! _ Eu declaro, uma palavra tão simples mas que carregava tudo de mim.

Minha última visão me deixa fechar os olhos, e finalmente me deixar descansar. Porque eles nunca poderiam ficar juntos.

E eu sou, Amanda Medleve. A vilã...

NARRADO POR AMANDA: 18 anos após renascer.∆ idade actual de 18 anos ∆

Olho ao redor do salão me perdendo nos sorrisos falsos dos políticos, enquanto fazem planos de conspiração uns contra os outros. Acho engraçado como depois de tentarem se matar, eles se juntam em uma festa e fingem que esta tudo bem.

Eu reencarnei de novo a minha velha e mórbida vida, tive a Chance de refazer as coisas para que eu não estivesse no centro das atenções. Me forcei a engolir sapos, só para não acabar com certas pessoas.

Eu sou Amanda Medleve, a filha do subchefe da máfia Italiana. graças aos deuses eu não terei que ocupar um posto na máfia, pois meu irmão é o herdeiro, o que me deixa tranquila.

Mas, eu estou preocupada pois motifiquei quase toda a minha história para não me encontrar com uma certa pessoa, o Damon Greco, o herdeiro da máfia Coreana e agora não sei como serão as coisas.

Sou tirada dos meus devaneios quando a maldita Emily que me tirou o homem que eu amo na minha vida passada se aproxima com um sorriso que me deixa com nojo e uma vontade enorme de lhe dar uma surra. Mas tenho me contindo dia-após-dia.

__ Amanda, que bom te ver aqui! Posso ficar aqui com você? __ A voz dela me deixa irritada, mas apenas abaixo a cabeça e evito olhar para a cara dela.

__ Sua mãe me contou que você vai concorreu para a Universidade de Weinstein, no Canada. Isso é muito legal. __ Ela me elogia, e eu apenas me mantenho calada.

Minha mãe... Tinha me esquecido que aquela mulher sempre gostou dessa chata mimada.

__ Vem, quero te levar para um lugar. __ Ela diz, já me arrastando para fora do casarão.

Eu tenho certeza que o meu pai vai ficar bravo quando souber que eu sai sem avisar, mas o que fazer quando essa louca praticamente me sequestra me levando para o seu carro? E bem, eu já estava entendiada mesmo.

Ela diz o lugar para o motorista dela e ele dirige até o lugar. Era um apartamento na zona da elite da cidade, mas reservada para famílias de militares da elite.

__ Vem, Amanda. __ Ela continua me arrastando para dentro do apartamento, onde o segurança libera a nossa entrada e assim subimos o elevador.

3 minutos depois, já estávamos batendo na porta de um dos apartamentos. poucos segundos depois, a porta é aberta por um homem com os ombros a amostra e que só vestia uma calça de militar.

__ Emily...? __ O moço disse, surpreso. Olhou pelo canto do olho para mim e continuo olhando para ela.

Claro, era um típico olhar de tédio ou de ignorância que eu sempre recebia das pessoas.

quando tinha 10 anos, para evitar que eu me encontrasse com o Damon, pedi ao meu pai que me colocasse em um convento. Ele estranhou, mas depois concordou com um pequeno incentivo em que tive que mostrar para ele o que eu poderia fazer caso eu não crescesse nos preceitos dos deuses.

Com os 15 anos o meu pai me tirou de lá, e desde então, ele tem agido de forma controladora, controla tudo o que faço e o que visto. O que não acontecia na minha vida passada.

Mas continuando... Entramos na casa enquanto o cara ainda me ignorava. E não é estranho, sendo que me visto praticamente como uma irmã.

__ Que surpresa, uma visita sua a essas horas. __ Ele diz, se sentando ao lado da Emily.

__ Eu não vejo nada de mal em vir ver um amigo. __ Ela disse, com a cara mais lavada do mundo. Agora que penso nessa situação, eu deveria ficado na festa. Mas nãooo, eu quis dar uma de Dora, a exploradora.

__ Você quer algo para tomar? __ Ele gentilmente pergunta para ela.

__ Não se preocupe, a gente está bem. Quero te apresentar a minha amiga. Amanda, esse é Tean, um Militar da elite. __ É normal a gente querer fazer uma sopa de piranha logo que a gente vê uma pessoa? Pois sério, essa garota nunca muda.

__ Prazer! __ Ele disse, mal olhando para mim.

Apenas fiz uma leve vénia.

Eu não sei se me irrito mais com a cara de paisagem do tal Tean ou com a cara de sonsa da Emily. Ela fala como se eu fosse a atração principal da noite, mas sei que, no fundo, só quer me usar como figurante para algum teatrinho dela.

__ Amanda é filha do Senador __ ela diz com um certo orgulho, como se fosse mérito dela.

Os pais dela são pessoas do campo, mas que se tornaram influentes e empresários ricos. Mas não se compara nem um pouco a minha família, pois estamos no topo da hierarquia, junto com os chefões.

Quase engasgo com a audácia. Quem essa garota pensa que é para sair entregando minha vida como se fosse ficha de apresentação em entrevista de emprego?

Ele me olha, desta vez com um interesse diferente. Não era admiração, era puro interesse de vagabundo. O mesmo olhar que Damon me lançava antes de me arrastar para aquele inferno na vida passada. Mas ao contrário do cretino a minha frente, ele tinha mais dinheiro e poder inquestionável. Apesar de ele ser meio tapado e sentimental.

__ Interessante… __ Tean murmura

Eu já sei o que ele está pensando. Todos pensam igual. Todos querem usar meu sobrenome, minha família para atingir uma posição melhor.

Emily, por outro lado, parecia radiante, como se tivesse feito a maior boa ação do mundo.

__ E então, Amanda, não é? Você pretende seguir carreira como diplomata, como seu pai sonha? Ou prefere algo mais… ousado? __ Tean pergunta, agora fixando os olhos em mim. Interesseiro de quinta.

__ Pretendo apenas estudar, como qualquer garota da minha idade. __ Minha voz sai calma, controlada. Mas minha vontade era de acabar com a autoestima do canalha.

Emily ri, aquele risinho irritante que me dá vontade de arrancar cada fio de cabelo dela.

__ Eu acho que eu esqueci meu celular, eu já volto __ digo, já querendo sair daquele chiqueiro. O canalha vem logo atrás de mim e abre a porta.

__ Porquê você não fica e eu vou? __ A Emily diz, tentando me fazer ficar sozinha com o Tean.

Eu reviro os olhos disfarçadamente, mas percebo que Tean notou. Ele sorri, um sorriso torto, que não consigo decifrar se é de diversão mesmo ou ele só está fingindo.

__ Não se preocupe, eu vou acompanhar ela. __ Tean fala, com um sorriso no rosto. Não vou negar, o cara é lindo. __ Vamos! __ Ele disse, abrindo caminho para mim.

Saímos do apartamento e caminhamos pelo corredor.

__ Você tem sempre esse olhar desconfiado? __ ele perguntou com um sorriso de canto.

__ Você tem sempre esse olhar interesseiro? __ rebati.

Ele riu baixo.

__ Não é interesseiro. É curiosidade estratégica.

Eu parei e o encarei.

__ O que você quer comigo?

Ele deu um passo à frente.

__ Você. Seu sobrenome, sua família.

Continuei andando sem olhar para trás. Ele acelerou o passo e me acompanhou.

__ Você é difícil de impressionar, não é? __ disse rindo.

__ Muito.

__ Bom, então vou ter que me esforçar.

Ele parou na frente do elevador, me olhando fixamente.

__ Eu quero saber se posso me aproximar de você. Não como amigo da Emily, nem como militar. Quero me aproximar porque você me chamou atenção.

Faço uma cara de tédio, enquanto olho diretamente nos olhos dele.

__ Uau. Que declaração original. Aposto que você usa a mesma com todas que tem uma posição privilegiada.

Ele riu, balançando a cabeça.

__ Você realmente não facilita.

__ Nem vou facilitar. Se quer ossos, vai casar em outro lugar.

O elevador apitou e as portas se abriram. Entramos. Ele ficou do meu lado, ainda sorrindo.

__ Então é não?

Olhei para ele, de cima a baixo. O uniforme, o corpo definido, o sorriso metido. Eu teria me apaixonado por ele na minha vida passada? Não, eu acho que falta algo nele, algo que só o Damon tem.

Desvio meu olhar dele tentando evitar comparar o Tean com aquele cretino traidor.

__ Eu não disse não.

Ele arqueou a sobrancelha, se aproximando um pouco mais.

__ Então é um talvez?

__ É um "não enche o meu saco, por enquanto".

Ele riu alto dessa vez, e quando a porta do elevador abriu, fez um gesto para que eu passasse primeiro.

__ Você quer que eu te empeça de fugir ou que vá com você? __ Ele diz, divertido com a situação.

__ Acho que você já fez muito.

Digo, saíndo do prédio e pegando um táxi, sem me importar com o Tean.

Merda, merda, merda e merda...

Fui obrigada a ficar de joelhos no meio da sala, meus pés já estão doendo e já é quase meia-noite. Porquê eu tinha que me deixar arrastar por aquela cretina da Emily? Eu não posso deixar que o que ela faz me atinjam, eu não posso deixar que eles estraguem a minha vida outra vez. Eu preciso me afastar dela, mesmo que ela seja como chiclete grudento que não me deixa em paz.

__ Já pensou sobre o que você fez? __ A voz dura do meu pai se ouve na sala, ele desce as escadas e vem até onde estou enquanto eu permaneço de cabeça baixa. Eu aprendi no convento a me manter de cabeça baixa.

__ Sim, senhor. __ Respondo, calmamente.

__ Olha Amanda, você é a minha única filha. E você sabe muito bem no que eu trabalho, tem muitas pessoas que me odeiam e que são capazes de tudo. __ Ele dá um pausa parecendo estar pensando nas palavras. __ Não faça isso de novo, não me deixa preocupado achando que algum desgraçado te sequestrou só para se vingar de mim.

Eu não sei o que dizer. Na vida anterior, meu pai era ignorante comigo. Não era totalmente, porque algumas vezes ele mostrava se importar. Mas agora... ele está dizendo que se preocupe comigo. É assim que os pais demonstram o seu amor pelo filhos? Porque eu nunca tinha me sentido amada antes, eu nunca achei que os meus pais pudessem se preocupar comigo. Uma lágrima de solidão e felicidade rola pelo meu rosto, mas eu rapidamente limpo ela. Eu não choro desde muito tempo, e não será agora que deixarei os sentimentos me dominarem.

__ Levanta. __ Meu pai ordena. __ Você está livre de seu castigo. __ Com isso, ele sai, me deixando sózinha.

Levanto a cabeça e vejo a silhueta dele desaparecendo pelas longas escadas que levam até o andar de cima.

É engraçado as diferenças que consigo perceber agora da minha vida passada. Lentamente caminho em direção as escadas e subo até no andar de cima. Caminho pelos corredores e entro no meu quarto.

Tiro as minhas roupas e deixo caídas no chão, me arrasto até ao banheiro e tomo um banho com água quente.

Termino meu banho e coloco meu pijama e me jogo na cama, dormindo rapidamente.

__ Amanda, Acorda logo filha... __ Ouço a voz da minha mãe enquanto ela me cutuca. Resmungo me cobrindo e virando para o lado.

Ela me tira o meu cobertor me fazendo dar um resmungo.

__ Levanta a bunda dessa cama. __ Ela disse.

__ Que horas são?

__ São 8 horas da manhã e a gente tem coisas para fazer.

__ Mãe, por favor, me deixa dormir. Só pouquinho.

__ Mas nem pensar. Vamos, levanta. __ Ela segura o mmeaço e me me obrigada a me levantar. __ Vai tomar um banho, rápido.

Para tirar o sono logo de mim, já que a ela não vai me deixar em paz, lavo o rosto e escovo os dentes preguiçosamente. tomo o banho e enrolo uma toalha sobre o meu corpo.

Entrando no quarto encontro a minha mãe organizando a minha roupa.

__ O que tem de tão especial hoje para senhora ter me acordado está hora? __ Pergunto, caminhando até o sofá e me sentando nele.

__ Eu não acredito que você esqueceu. Eu fiquei falando para você desse dia o ano todo. __ Ela disse, fazendo cara de ofendida e incrédula.

Tento me lembrar, mas tudo que quero agora é minha cama.

Ela revira os olhos pela minha ignorância, agora entendi onde eu aprendi o deboche.

__ Hoje é o baile de mãe e filhos. Onde vocês podem conhecer os vossos futuros maridos.

Merda, mil vezes merda. Se bem me lembro, o Damon também estará lá. Ai não, e se acontecer o que aconteceu no passado? Eu não posso deixar.

__ Mãe, eu não estou me sentindo bem. __ tento, mas sei que ela não vai acreditar.

__ Amanda, nem começa com desculpas. __ A expressão da minha mãe se torna severa, me alertando que eu estava brincando com o fogo. __ Você vai, e ponto final.

Engulo em seco. O destino parece já decidido a me ferrar. O que vai acontecer se a gente se encontrar? Ele vai querer me conquistar e me quebrar como ele fez? Eu ainda o amo, e quero muito vê-lo. Mas eu não quero repetir a mesma história.

__ Mãe, eu só… não gosto de multidões. __ Tento mais uma vez, mas minha voz falha devido ao nó que se formou em minha garganta.

Ela se aproxima e segura meu rosto entre as mãos. Pela primeira vez, noto um brilho suave em seus olhos.

__ Esse baile é importante para nós. Para a família. E para mim… __ sua voz falha me deixando notar tristeza, mas ela recupera o tom rápido demais. __ Então você vai.

Ela me dá um sorriso gentil antes de largar o meu rosto.

__ Vamos, veste isto que a gente tem muitas coisas para fazer.

O que mais posso fazer? No passado, fui arrastada pelos acontecimentos, e o resultado foi a minha ruína. Agora, tenho uma nova chance… mas será que consigo mudar o rumo de tudo? Porquê estou achando que a história vai se reescrever com o mesmo fim, mas de forma diferente.

Pego o vestido que minha mãe escolheu, e visto ele e assim saímos de casa.

Entramos no carro e o motorista nos leva direto até ao salão de beleza e spa mais luxuoso da cidade. Minha mãe havia planejado tudo.

Assim que entramos, somos recebidas por atendentes sorridentes que nos conduzem para a primeira etapa: os cabelos.

Sentada na poltrona macia, sinto os dedos delicados da cabeleireira massageando meu couro cabeludo enquanto lava meus fios com shampoos que têm um cheiro suave de flores. É quase impossível não relaxar. Do meu lado, minha mãe conversa animada, rindo com a profissional que cuida dela, e por um instante, sinto uma estranha paz.

Depois, vêm as hidratações e escovas. Meu cabelo ganha brilho, caindo em ondas perfeitas. Minha mãe olha para mim pelo espelho e sorri de canto, orgulhosa, como se estivesse vendo a filha que sempre sonhou.

Seguimos para a área do spa. A primeira parada é uma esfoliação corporal com sais aromáticos, seguida de um banho relaxante com pétalas de rosas. A água morna alivia cada músculo, e quase esqueço dos problemas que me consome por dentro.

Depois, passamos juntas por uma massagem. Deitada na maca, ouço o som de música calma e sinto as mãos firmes da massagista desfazendo os nós da minha ansiedade. Minha mãe, na maca ao lado, suspira de satisfação. Pela primeira vez, desde que me lembro, partilhamos um silêncio confortável, sem cobranças nem críticas. Apenas mãe e filha.

Em seguida, cuidam das nossas unhas. Manicure, pedicure, esmaltes reluzentes que brilham sob a luz suave do salão. Escolho um tom discreto, mas minha mãe insiste em algo mais vibrante para ela. Rimos da diferença de gostos, e percebo como somos parecidas e diferentes ao mesmo tempo.

Antes de irmos embora, ainda passamos por uma sessão de maquiagem leve para “realçar a beleza natural”, como diz a maquiadora. Minha mãe observa cada detalhe, corrigindo o mínimo gesto, mas com um brilho de satisfação nos olhos.

Quando tudo termina, nos olhamos no espelho uma última vez. Somos duas versões bem diferentes, versões que em minha vida passada tiveram grandes desencontros. Talvez foi por isso que eu amei tanto aquele homem. Para suprir a necessidade de ser amada. Mas olhando agora a minha mãe, sinto que tudo pode mudar para melhor.

__ Porquê você está emocionada? __ Ela me pergunta, me olhando preocupe.

__ Não é nada. Eu apenas estou feliz.