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Onde o Sol Encontra o Horizonte

CAPITULO 1 - Heranças que o Amor Deixa

INTRODUÇÃO/RECADO:

Olhem quem voltou...

Isso mesmo: eu.

Antes de mais nada, preciso abrir o jogo: sinto muito.

Tive que criar essa nova conta porque perdi o acesso da antiga junto com meu celular antigo. Foi um verdadeiro caos — vocês não mereciam esse desaparecimento.

Mas às vezes o destino arranca o que a gente tem na mão só pra abrir espaço pro novo. E é exatamente isso que este livro é: um renascer.

Vi suas mensagens, seus pedidos, suas cobranças — e cá estou eu.

Pronta para entregar o que vocês esperam... ou talvez algo que nem sabiam que queriam.

Será que vem um clichê doce com gosto de tentação? Ou um dark romance daqueles que apertam o peito, queimam a pele e fazem o coração esquecer que bater dói?

Quem sabe um pouco dos dois.

Eu só garanto uma coisa:

essa história não vai ser leve.

Ela vai cutucar onde você mais esconde, te provocar, te seduzir.

E quando menos perceber, já vai estar presa — ou preso — igual a mim.

Com desejo,

Biatricee ❤️

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Capítulo 1 – Heranças que o Amor Deixa

Oi, pessoal...

Me chamo Helene, tenho 20 anos, e essa é a minha história.

A verdadeira. Sem filtros, sem máscaras. Só eu... e tudo o que me trouxe até aqui.

Meus pais se separaram quando eu tinha apenas quatro anos. Desde então, fui criada por meu pai — Fábio — um homem calado, forte, mas com um jeito gentil que me dava a sensação de lar.

Com o tempo, quem passou a viver conosco foi meu tio JP, aquele tipo de figura firme que protege mesmo sem dizer uma palavra. Bom, uma versão mais nova do meu pai.

Mas para entender minha história, primeiro você precisa conhecer a da minha mãe.

E ela começa com sonhos.

Ela não é uma mulher ruim e nem menos humana por fazer escolhas. Ela só queria viver, explorar, se apaixonar… ser livre como uma eguá.

(MÃE DE HELENE)

E, como tantas outras mulheres jovens e intensas, ela se entregou a um homem que parecia o amor da vida dela — até deixar de ser.

Teve sua primeira filha, Laura, aos 19 anos.

Depois veio Luara, aos 21.

E então Lúcio, aos 23.

Por alguns anos, ela viveu uma ilusão doce. Aquela que parece filme, sabe?

Mas o amor, quando não é recíproco, apodrece.

O homem ao lado dela não queria uma família, não queria compromisso.

Quando a paixão acabou, ele se tornou frio… infiel…e agressivo.

Minha mãe, com três filhos pequenos e o coração destroçado, decidiu que não podia mais.

E foi embora.

Não olhou para trás.

Voltou para a casa da minha avó — uma espanhola rígida, sistemática, com uma língua afiada e um coração escondido entre camadas de regras e café forte.

Ali, minha mãe começou do zero.

Estudou, trabalhou, lutou — e venceu.

Formou-se em Engenharia Civil.

E no mesmo ano em que comemorava o diploma, conheceu meu pai.

Fábio era o oposto de tudo o que ela havia vivido.

Gentil. Calmo. Atencioso. O tipo de homem que escuta com os olhos.

E no calor daquela paixão... eu nasci.

Durante o tempo que estiveram juntos, Fábio criou meus irmãos como se fossem seus.

Era um marido presente, e um pai por escolha.

Mas minha mãe…

Ela era feita de vento.

Descobriu, mais uma vez, que não queria pertencer a ninguém.

Que o amor, por mais bonito que fosse, não era suficiente para prendê-la.

E decidiu partir.

Meu pai ficou devastado.

Mas ele era sábio o suficiente pra saber que amor não se mendiga.

Se alguém quer ir embora, a pior prisão é tentar segurar.

Ela se foi mas não me levou.

Sabia que Fábio era tudo o que uma filha precisava.

E foi, sem olhar para trás.

Além de tudo, ela se sentia grata.

E eu cresci entre silêncios, histórias partidas, promessas não cumpridas… e uma força que nasceu da ausência de uma mãe.

O tipo de força que ensina cedo que nem todo amor é seguro.

Que às vezes o que parece doce pode ser veneno.

CAPÍTULO 2 - MEU PAI, FÁBIO

Agora, deixa eu abrir um pouco mais da minha história falando sobre ele… o homem que moldou quem eu sou.

(FABIO, 52 ANOS)

Meu pai, Fábio, nasceu com o mundo aos pés. Filho único do primeiro casamento do meu avô, cresceu cercado pelo cheiro da terra molhada dos campos de corrida e pelo aroma doce das uvas maduras — nosso haras e nossa vinícola. Essas duas paixões da família eram mais do que negócios: eram um império, e ele estava destinado a herdá-lo.

Mas o destino adora rir da palavra “destinado”.

Quando minha avó morreu, algo dentro dele quebrou. Aos dezoito anos, ao invés de assumir o que já era seu, ele largou tudo. Formou uma banda de rock e caiu na estrada, tocando em bares esfumaçados e vivendo de madrugada em madrugada. Meu avô, paciente e obstinado, segurava as rédeas do haras sozinho mesmo um pouco doente já.

Foram dois anos sem previsão de volta. E foi numa dessas viagens, entre um palco e outro, que meu pai conheceu uma mulher. Foi rápido. Intenso. Carregado daquele tipo de atração que não dá tempo para pensar em consequências. Foram apenas alguns dias juntos mas o suficiente para plantar uma sementinha, depois ele partiu para a próxima cidade. Quatro meses depois, uma ligação: ela estava grávida.

Aos 21 anos, Fábio se tornou pai de Emma.

Quando ela nasceu foi como um soco no estômago para voltar para a realidade, a banda já era a mesma coisa. Ele voltou para casa e, em pouco tempo, provou ao meu avô que era muito mais do que um filho rebelde. Inteligente e sagaz, assumiu o haras e a vinícola e enquanto Aloisio cuidava da parte burocrática.

Foi numa viagem de negócios que conheceu Alina. Uma única noite. Um deslize. Um segundo filho. Mas, ao contrário da mãe de Emma, Alina não procurou Fábio. Criou o menino sozinha, longe. Quem tinha ainda tinha contato com ela era a esposa de Aloisio que também nao abriu o bico sobre a criança, a pedido de Alina.

Anos se passaram. Aos 32, ele se tornou meu pai — dessa vez de forma planejada, amando minha mãe e me criando ao lado dela até meus quatro anos, quando a vida decidiu que seríamos só nós dois.

Ele me deu tudo: amor, proteção, princípios e a certeza de que eu era a menina mais sortuda do mundo.

Meu pai tinha 34 anos quando descobriu que meu avô, já um “velhinho safado”, tinha lhe dado dois irmãos. Um com dezoito anos hoje, outro com dezessete. Nenhum deles quis seguir no haras. Preferiram buscar seus próprios caminhos, mas herdaram outras propriedades da família.

O destino, mais uma vez, fez suas voltas. Quando Dominic, o filho que ele teve com Alina, já tinha quinze anos, a verdade veio à tona. Meu pai ficou furioso no início, mas a raiva deu lugar à compreensão. Entendeu por que Alina seguiu sozinha. Dominic tem hoje vinte e seis anos — e, mesmo sendo meu irmão, nunca fomos tão próximos igual ele é com Aiden. Ele sempre foi descolado demais, e eu sempre fui… eu.

A parte curiosa? Depois de tanto tempo, meu pai e Alina se reencontraram. E começaram algo quando eu tinha dezoito anos e se casaram no ano seguinte. A vida tem um senso de ironia afiado.

Agora que você já sabe de onde eu vim… a pergunta é: deixo a autora narrar minha história daqui para frente, ou assumo o volante e conto com as minhas próprias palavras?

Um beijo,

Helene

CAPÍTULO 3 - O CAMPO NÃO DORME

Tem quase dois anos que larguei a faculdade e vim morar no campo, e morar campo não é para qualquer uma. Aqui, o silêncio pode ser tão alto que chega a incomodar… mas eu aprendi a gostar dele. Depois de alguns meses indo visitar papai, JP é esperto e logo, logo ficou sabendo do que aconteceu, com isso decidiu largar tudo e vir morar comigo. Desde então, somos só nós dois nessa imensidão verde com os funcionários.

A verdade é que eu comando o haras e a plantação de uvas — as mesmas que viram o vinho que Dominic, meu querido irmão e Aiden vende com camisa social e gravata. Oficialmente, ele é “o chefe”. Na prática? Eu deixo que a cidade pense assim. Dom sempre acreditou que é o rei do castelo, junto com seu braço direito, Aiden.

O que eles esquecem é que cresci nesse campo. Cada porteira, cada trilha escondida… são minhas. Quando larguei a faculdade, me refugiei aqui. Pedi a papai e à Alina para manter em segredo: Dom não pode saber que sou eu quem toma decisões pesadas, que contrata, demite e comanda de verdade. Francisco, o capataz, é a cortina perfeita para encobrir minha presença.

Dom acha que eu passo a vida viajando. Talvez seja melhor assim. No fundo, gosto de ter meu pequeno império escondido.

Esconder isso parece tão bobo mas Dominic pode ser uma pessoa muita gente boa porém é ganancioso ao ponto de querer comandar tudo com Aiden porq se eu, JP, Emma ou Lidio comandasse nao iria para frente os negócios.

De vez em quando vou à cidade, mas nunca nos encontramos. Ele sempre está “em viagem de negócios” — expressão chique para vadiagem de luxo. E a Dandara, minha melhor amiga de infância, quem me atualiza sobre os bastidores urbanos. Apaixonada por Dom, ela vive caindo no joguinho de cintura dele… e eu acabo sendo a pessoa que aguenta o choro dela mas fazer oque ne? amigos são pra isso, nós bons e maus momentos.

Nem mesmo ela sabe que eu estou no campo, a gente era da mesma faculdade até eu "solicitar EAD" para viver "viajando" entao ela solicitou que a faculdade fosse em EAD também.

Falando em paixões… existe Aiden. O homem é um problema com pernas. Alto, ombros largos, olhar de predador. Eu juro que tento não me perder naqueles olhos escuros, mas quando ele me encara… é como se dissesse, sem abrir a boca, que sabe exatamente como me desmontar. Talvez ele me ignore por orgulho, talvez por medo do que poderia acontecer se chegasse perto demais.

Meus irmãos por parte de mãe seguem suas vidas longe daqui. A Laura já ate deu netos à minha mãe. A Emma vive feliz com a esposa, só aparece nas festas da família.

E tem o Jay, irmão de Dandara, meu melhor amigo e cúmplice. Gay, mas ninguém sabe — o que deixa Dom e JP com um ciúme quase infantil da nossa amizade. Aiden também não gosta dele. Ainda não entendi se é por influência do meu irmão ou… outra razão.

Mas engana-se quem acha que o campo é tranquilo. Ultimamente, tenho notado sinais de que alguém anda rondando as terras à noite. Portões abertos, pegadas estranhas perto do estábulo… e uma sensação que incômoda, como se estivesse sendo observada.

Talvez eu devesse contar a JP. Talvez não.

Porque parte de mim… gosta da adrenalina de não saber quem ou o quê está me caçando.

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