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Meu Ômega Mafioso

Capítulo 1

A noite das vielas pode ser mais sombria e inquieta do que realmente é. Um silêncio mortal quase que ensurdecedor. As favelas ficavam nas zonas mais baixas da cidade, quase remetentes a um esgoto; quanto mais baixa era a favela, mais miserável e mais perto do esgoto ela se encontrava. Eu morava em uma dessas.

Infelizmente, por mais puro que possamos ser em nossos corações, o mundo e o sistema não querem que seja assim. Devemos nos moldar. Quem não consegue, por conta da injustiça, sofre, morre e fica condenado a viver pior do que ratos em fossas. Eu tive de me moldar ao sistema, ou cairia ainda mais nele.

E eu fui criado nessas ruas desde novo, pronto para esconder meus instintos e ser um homem mais forte do que a sociedade quer que eu seja. Apenas porque sou um ômega.

Começou estranhamente em um dia, aos meus dezesseis anos, quando saí para comprar os pães amanhecidos que a padaria perto de casa vendia. Enquanto caminhava por aqueles becos escuros voltando com uma sacola cheia de pães duros e ressecados, dois homens estavam me seguindo há alguns minutos. Eu, que na época era bem magro e indefeso, apenas tentei ignorá-los e seguir meu caminho.

“Eles não vão mexer comigo, não tenho nada para ser roubado.”

Eu me enganei. Havia uma coisa que eles roubaram de mim naquele dia, entre os becos vazios e escuros: minha dignidade.

Naquele fim de tarde, em que ainda dava para ver o sol no céu, eu fui abusado por aqueles homens. Quando retomei minha consciência, senti nojo de mim mesmo, do quão fraco eu era a ponto de dois homens se sentirem no poder de me tratar daquele jeito. Naquela noite eu não dormi, nem na seguinte. Sendo realista, aquele mês inteiro foi um inferno. Sempre que fechava os olhos, a cena vinha diante de mim e eu perdia o sono. Aquilo não poderia continuar daquele jeito.

Mas o corpo não espera a mente sarar. Poucos meses depois, comecei a sentir as mudanças — não só no corpo, mas no cheiro. Feromônios, a marca biológica de um ômega. Eu, Renji Sato, filho de imigrantes japoneses que mal tinham dinheiro para o arroz do mês, estava prestes a enfrentar algo maior que o próprio trauma. O ciclo veio rápido e doloroso, e junto dele, a notícia que me derrubou de vez: eu estava grávido.

Meu pai sumiu quando eu tinha nove anos; minha mãe, já cansada do mundo, só me olhou como se eu tivesse trazido mais peso para a casa. Aos dezessete, sem saber cuidar nem de mim mesmo, eu me vi com uma criança crescendo dentro de mim. E não havia romantismo ou salvação nessa história. Não era o bebê que iria me curar. Era eu que teria que me reconstruir por ele. Realmente alguém me disse uma vez que um homem só entenderia o que uma mãe sente se tivesse parido o próprio filho. Essa pessoa não poderia estar tão certa.

O nascimento de Hana — nome que escolhi pensando na única coisa bonita que lembrava da minha infância, as flores que minha avó cultivava no quintal — me quebrou e me ergueu ao mesmo tempo. Eu não tinha luxo de chorar. Com uma filha no colo, a fome batendo e o aluguel atrasado, aprendi a controlar meus feromônios como quem aprende a segurar o próprio fôlego: não por orgulho, mas por sobrevivência.

Aos vinte e um anos, entre bicos e dívidas, descobri que a proteção não se comprava no mercado. Foi quando me aproximei da gangue que dominava a parte mais baixa da favela. No começo, eu era só mais um, carregando mercadorias, observando. Mas logo percebi que inteligência e controle valiam tanto quanto força bruta. Eu sabia entrar em lugares sem chamar atenção, sabia ouvir mais do que falava — e, o mais importante, sabia esconder meu cheiro até parecer um beta invisível. Ganhei espaço, respeito, e eventualmente um posto onde minha palavra pesava. E com o passar dos meses, me tornei líder da minha própria área.

O tempo passou, e a favela mudou. Eu também. Aos trinta, Hana já tinha treze anos, com o mesmo olhar atento que o meu e uma boca afiada que não herdou de mim, mas talvez da vida. Ela era meu orgulho e meu medo. Eu podia negociar com traficantes, enfrentar rivais, e ainda assim não conseguia dormir tranquilo sabendo que ela crescia nesse lugar por mais protegida que ela estaria, milha filha nunca conheceu a fome e o frio. Minha Família nunca me deixou passar por isso.

Eu já podia dizer que estava bem resolvido na minha vida, depois de resolver um acerto de contas no alto do morro, desci sozinho. As ruas estavam úmidas, e o ar tinha aquele cheiro de chuva misturado com fumaça de fogão a lenha. Eu sentia meu corpo pedindo algo que não era comida nem descanso. Por mais que eu soubesse controlar meus feromônios, o cio não pedia licença, apenas encontrava brechas, por mais que eu usasse até mesmo meus inibidores, 'um homem não pode conter seus instintos', quanto mais um ômega.

No bar de esquina, um alfa que eu já tinha visto por ali me encarava. Alto, pele morena, tatuagens que subiam pelo pescoço até a mandíbula. O tipo de homem que não precisava abrir a boca para dizer o que queria. Nossos olhares se cruzaram uma vez, depois outra, e então ele se aproximou.

— Seu cheiro é enlouquecedor.

— Não vai ficar apenas me olhando como um psicopata não é?

Não houve promessas, nem perguntas sobre nomes. Apenas um acordo silencioso. Saímos juntos, atravessando a viela até a porta dos fundos do bar. O resto foi calor, pele, e um alívio rápido, quase urgente. Sem romance, sem enredo. Apenas instinto. Quando me dei conta já estava suprindo meu desejo loucamente. Aquele homem me agarrou contra a parede e transamos ali mesmo.

Algo meio broxante em transar em puro êxtase de feromônios é não se lembrar de metade das coisas que acontecem depois da relação.

Ele me pôs de costas para ele e me fez empinar minha bunda, pude sentir seu membro me penetrando profundamente enquanto minha bunda escorria de prazer. Totalmente lubrificado para recebê-lo.

Foi algo louco e totalmente satisfatório, por mais que os detalhes tenham ficado um tanto apagados para mim. Meu pau estava tão duro que parecia babar esperma enquanto era penetrado atrás. Suas mãos me enforcando, me mantendo mais perto dele ao arrepiar dos meus cabelos. Eu gozei.

Quando finalmente recuperei a respiração, eu me afastei, ajeitando a camisa, ele me lançou um olhar que sugeria continuidade. Eu cortei antes que criasse raízes.

— Obrigado o alívio.

— .... Pode me passar seu número?

— Não me leve a mal, mas a última coisa que quero no momento é compartilhar número de celular com você. Não me espere encontrar de novo.

Ele não respondeu. E eu saí, voltando para casa com o mesmo silêncio pesado que me acompanhava desde os dezesseis.

"odeio ser um ômega"

Continua.....

Capítulo 2

A sociedade é dividida em três categorias: Alfas, Ômegas e Betas.

Cada um ocupa seu lugar numa pirâmide social quase imperial, onde os mais fortes governam e os mais fracos obedecem.

Alfas

No topo dessa pirâmide estão os Alfas — líderes natos, dominantes, e quase sempre privilegiados. Muitos são milionários ou bem-sucedidos em alguma área; nascer Alfa é, para a maioria, nascer campeão.

Eles mantêm a ordem, seja pela força, pelo carisma ou pela influência.

Sua marca é a presença avassaladora e os feromônios potentes, que lhes garantem liderança e poder reprodutivo.

Todos os Alfas são férteis e podem engravidar qualquer Ômega ou mulher, independentemente do gênero desta.

Embora nem todos passem por isso, alguns enfrentam o cio: um período raro, mas extremamente perigoso e fértil. Durante o sexo, o corpo do Alfa pode provocar o chamado nó — um inchaço na base do membro que “amarra” os dois parceiros até que o corpo decida que a fecundação foi garantida. O processo é intenso e doloroso para ambos, mas também profundamente instintivo.

Ômegas

Minoria absoluta, especialmente os homens, os Ômegas são diretamente ligados à reprodução.

Todos possuem útero, independentemente do sexo biológico, e podem engravidar dentro ou fora do cio (embora o risco seja muito maior nesse período).

O cio costuma surgir entre os 14 e os 25 anos e desperta um desejo quase incontrolável por um Alfa, único capaz de satisfazer essa necessidade instintiva.

Por sua raridade e papel biológico, os Ômegas são frequentemente vistos como parceiros “destinados” a pertencer a um Alfa.

Betas

Os Betas representam a maior parte da população e, em termos biológicos, são humanos comuns.

Eles não têm cio, não produzem feromônios potentes, e os homens não possuem útero.

Estão abaixo de Alfas e Ômegas na hierarquia social, e entre eles não existe vínculo ou nó.

Vínculos e Supressores

Quando um Alfa e um Ômega se unem — seja pelo corpo, pela mente ou por ambos — podem criar um vínculo.

Ele se forma quando o Alfa marca o Ômega com uma mordida profunda no pescoço durante o sexo. Essa marca é eterna e não pode ser desfeita.

Nem sempre há consentimento: em períodos de cio, o controle pode desaparecer, e uma marca pode ser deixada no calor do momento.

Para evitar essas situações, existem os supressores — medicamentos tomados mensalmente por Alfas e Ômegas para controlar o cio e prevenir gravidezes indesejadas.

 “O dever de um Ômega é pertencer a um Alfa. O dever de um Alfa é ter para si um Ômega.”

_______________________

Toda semana era daquele jeito para Renji, ele encontrava um Alfa de sua preferencia para se satisfazer, o fazia e na semana seguinte procurava por outro. Dessa forma sem se apegar e sem se vincular com ninguém.

"Nunca será meu sonho pertencer a um alfa" Esse pensamento ecoava na mente dele vez após vez que ele se deitava com alguém.

Passando quase uma semana ele encontrou aquele rapaz no bar ,ele foi chamado na escola onde sua filha estudava a Hanna a diretoria ligou dizendo ela via espancado três meninas que tentaram seu cabelo fora simplesmente a escola chamou não para alertar a situação mas sim para comprá-lo da resposta dela a situação .

Assim que entrou na escola ele foi direcionado até a diretoria onde estava a sua filha com um olho roxo e as três meninas com o rosto todo ensanguentado então na cadeira de frente para ela junto com os pais das meninas diretora começou então explicar a situação :

— A sua filha quebrou a cadeira nas costas de uma delas e quando se virou pegou a outra começou a bater a cabeça na parede e assim que ela viu o sangue na cabeça da mesma Ela voltou para ir até a outra que tinha corrido pelo Pátio fugindo dela ela correu atrás dela e fez a mesma coisa com amenina..

— Mas elas tá vamos perturbando minha filha? Não estavam?

— Senhor Sato, violência nunca é a resposta, e se for pra ser uma reação que seja na mesma intensidade em que foi recebida. Hana fez por pura crueldade, o que me preocupa com o tipo de criação que ela possa estar tendo em casa. —Renji respirou fundo e continuou discutindo com a diretora.

— Minha filha não foi criada para apanhar na rua, se ela sentir que está sofrendo por algo ela tem que se defender.

Um pai das meninas então se levantou bruscamente e gritou com Renji, que já estava completamente sem paciência:

— Sua filha é uma sem noção igual a você! Como pode ensinar algo assim para uma menina! Ela quebrou o nariz da minha filha!

Renji apenas o observou falando, respirou, pegou a mochila de Hana e a chamou, se retirando da secretária mesmo os outros o chamando de volta para dentro.

O som do motor do carro era quase um alívio para Renji. Ele sempre preferia dirigir a pegar transporte público — não que fosse luxuoso, mas era uma barreira física entre ele e o resto do mundo.

Hana estava no banco de trás, as perninhas balançando, o olhar perdido na janela enquanto mastigava um chiclete.

— Hana… — Renji chamou, sem tirar os olhos da rua estreita e mal iluminada. — Eu tô pensando em mudar você de escola.

A menina parou de balançar as pernas.

— Por quê? Eu gosto da minha.

Ele respirou fundo.

— Eu sei… mas lá tem muita gente que… não é boa companhia. Quero um lugar melhor pra você.

— “Melhor” significa mais longe? — ela perguntou, franzindo o nariz.

Renji quase sorriu. A sagacidade dela lembrava a dele mesmo quando era criança.

— Talvez um pouco. Mas vai valer a pena. — Olhou pelo retrovisor, encarando-a de relance. — E vai ter biblioteca grande. Você não vive reclamando que lá só tem livro velho?

— Se tiver biblioteca, eu penso — ela respondeu, fingindo indiferença, mas escondendo um sorriso.

Renji suspirou e, para quebrar o peso da conversa, mudou de assunto:

— Tá com fome?

— Sempre.

Minutos depois, estacionaram perto de uma lanchonete 24h, uma dessas que nunca fecha e sempre cheira a óleo quente e café fresco.

Renji empurrou a porta, o sino tilintou, e um aroma familiar de fritura misturado com pão recém-tostado envolveu os dois.

Eles se sentaram numa mesa no canto, Hana já folheando o cardápio como se estivesse negociando um contrato importante.

Renji apenas encostou na cadeira, analisando o lugar com o olhar automático de quem sempre mede riscos.

Foi então que um garçom apareceu. Alto, postura impecável, camisa social preta ajustada ao corpo. Ele trazia uma bandeja equilibrada numa das mãos como se fosse extensão do próprio braço.

Quando o olhar dele pousou em Renji, algo mudou. Os olhos escuros se estreitaram num misto de surpresa e… interesse?

— Boa noite… — disse o garçom, a voz grave, polida. — Acho que já nos vimos antes.

Renji ergueu o olhar, analisando o rosto dele. Nada. Nenhuma lembrança clara.

— Será? Não me lembro.

Um canto da boca do garçom se curvou num sorriso mínimo, quase provocador.

— Tenho boa memória para rostos, Sato-san.

O “Sato-san” fez Renji arquear uma sobrancelha. Pouca gente se dava ao trabalho de usar formalidade com ele, especialmente um estranho.

— Então sua memória deve estar te pregando peças — respondeu, seco, desviando o olhar para o cardápio.

O garçom não insistiu, mas permaneceu mais um segundo do que o necessário.

— Meu nome é Tetsuya Mori. Vou cuidar da mesa de vocês esta noite.

Quando ele se afastou, Hana inclinou-se na mesa.

— Ele te conhece, papai?

— Ou pensa que conhece — disse Renji, sem tirar os olhos do cardápio. Mas no fundo, algo nele sabia: aquele tipo de olhar não era de quem “pensa”. Era de quem tem certeza.

Tetsuya voltou minutos depois com dois copos d’água. Colocou o de Hana com cuidado, o de Renji um pouco mais próximo do seu braço do que o necessário.

— Já decidiram o pedido?

Renji respondeu sem olhar muito para ele:

— Hambúrguer simples pra ela, sem molho. Pra mim, o mesmo, com molho extra.

Tetsuya anotou. A caneta deslizou no bloquinho, mas o olhar continuava preso nele, como se estivesse mapeando cada detalhe — da tatuagem que aparecia no pulso de Renji até a forma como ele mexia os dedos sobre a mesa.

— Entendido, Sato-san. — E saiu, mais uma vez com aquela postura controlada de quem sabe exatamente como ocupa o espaço.

Renji bebeu um gole d’água, disfarçando o incômodo. Hana, claro, não deixou passar.

— Ele não para de olhar pra você.

— Você repara demais — retrucou Renji, sem graça.

— Você que não repara o suficiente — ela disse, voltando pro suco como se não tivesse acabado de jogar uma bomba.

Enquanto esperavam, Renji se forçou a focar no ambiente: o ruído de talheres batendo, o cheiro de pão tostado, uma música baixa vinda de um rádio velho. Mas cada vez que Tetsuya passava, mesmo sem falar nada, ele sentia aquela presença — como se o alfa ocupasse o ar ao redor.

Quando a comida chegou, Tetsuya inclinou-se ligeiramente sobre a mesa.

— Espero que gostem. — O tom era educado, mas carregava algo… denso. Algo que não pertencia a um simples “bom atendimento”.

Renji apenas assentiu. Hana agradeceu sorridente.

Ele tentou comer normalmente, mas era impossível ignorar que, no balcão, Tetsuya encontrava desculpas para olhar na direção deles. Não era o tipo de olhar de ameaça, nem de curiosidade banal. Era como se o alfa soubesse algo que Renji não sabia — ou lembrasse de algo que ele havia esquecido.

Quando terminaram, Renji levantou-se e levou Hana até a porta. Antes que ele pudesse sair, a voz baixa de Tetsuya soou atrás dele:

— A gente vai se ver de novo.

Renji se virou devagar. O garçom estava a poucos passos, ombros relaxados, mas o olhar… o olhar era de quem não faz promessas vazias.

— Não conte com isso — disse Renji, mas sabia que, de alguma forma, já estava contando.

continua....

Capítulo 3

O mercado já estava quase fechando quando Renji deixou coincidência, na verdadeuas sacolas plásticas nas mãos. As ruas de Kioto naquela hora tinham um silêncio estranho, quebrado apenas pelo som abafado de passos apressados e o murmúrio distante dos carros. O ar noturno trazia um cheiro misto de pão assado — vindo de alguma padaria que ainda trabalhava — e da chuva que ameaçava cair.

Ele caminhava distraído, organizando mentalmente as próximas semanas: a mudança de escola de Hana, o aluguel, os horários de treino… Até que, ao virar a esquina, quase colidiu com alguém.

— Perdão. — A voz foi firme, mas carregada de educação.

Renji ergueu os olhos e encontrou um homem que parecia saído de um recorte à parte do mundo. Ele tinha um sobretudo negro aberto, revelando o uniforme simples de um barista — camisa preta ajustada e avental dobrado na cintura. O cabelo, perfeitamente penteado para trás, brilhava sob a luz fria dos postes. Mas eram os olhos, de um castanho tão escuro que quase pareciam negros, que prendiam qualquer resposta que Renji pudesse dar.

O homem inclinou a cabeça, como se o examinasse por um segundo a mais do que o necessário. Um canto de sua boca curvou-se num sorriso contido, e Renji não soube dizer se havia algo de acolhedor ou perigoso naquilo.

— Ah...! Sato, você trabalha por aqui? — perguntou Tetsuya, a voz baixa como se não quisesse acordar a rua. Foi aí que Renji o reconheceu.

— Mais ou menos. — Renji respondeu seco, tentando se moobservar, mas o outro não recuou. — O que faz por aqui? —"Ainda mais vestido assim..."

A luz do poste refletiu nos anéis parateados que ele usava nos dedos, e só então Renji percebeu o cheiro suave de café e especiarias.

— Apenas uma volta, fazendo compras? — disse o homem ao olhar para as sacolas nas mãos de Renji.

Renji franziu a testa. Ele não lembrava de já ter se apresentado. Afinal foi apenas uma transa. Antes que pudesse perguntar, o alfa estranho já havia dado meia-volta, atravessando a rua com passos tranquilos. No avental, bordado em letras cursivas, estava o nome: Tetsuya.

Renji ficou parado por um instante, com a sensação incômoda de que não fora apenas um encontro casual.

— Falei que nós nos entraríamos de novo Sato. Foi pura coincidência na verdade. — O disse com um sorriso leve no rosto.

— 'Renji', na verdade, você me chamou pelo meu sobrenome, que a propósito me intriga como você sabe. — Ele se aproximou quase em tom intimidador.

— Naquele dia que nos conhecemos, quando você pediu sua bebida o barman chamoude 'Sato'. Da pra ver o quão frequente você é lá — Renji o arrastou para um beco e o pôs contra a parede num golpe quase imperceptível, deixando suas compras cairem no chão e se espalharem pelo beco— …! Não pensei que fosse reagir tão brutalmente desse jeito-!

— 'Brutalmente' é o caralho! Qual a sua? como soube que eu estaria por aqui?

— Fala como se eu fosse ameaçador — Renji pegou sua arma que guardava na cintura e apontou em direção a barriga de Tetsuya.

— Quem parece ameaçador agora?

 Tetsuya gelou, ele poderia parecer grande e perigoso, mas na verdade carregava o medo. E também não ia jogar a sorte de que Renji atiraria ou não.

— Agora com certeza mil vezes você... Olha, eu não sabia que você estaria por aqui, eu apenas ando aqui de ver em quando-

— Para fazer o que? Essas ruas são minhas e nunca cruzei com você aqui.

— ... Tem pouco tempo, minha academia mudou pra rua de trás a que estamos, tive que começar a frequentar aqui.

Renji com sua outra mão começou a enforcar Tetsuya. A resposta não o convenceu. "Um homem desse tamanho nem tenta reagir? Ele realmente é um medroso, facilmente poderia me desarmar se quisesse..."

— Como posso saber se é verdade? —"Esse cara sabe da Hana, agora sabe que eu fico por aqui, as chances de querer descobrir onde eu moro e fazer algo para machucar ela são grandes..."

— Podemos ir.... podemos ir até a academia se você quiser...! Não tenho nada pra esconder... Quero que confie em mim Renji...!

Ele o largou e se afastou, guardando sua arma na cintura. De qualquer modo não viu um pingo de ameaça em Tetsuya, só o achou ser um pé no saco mesmo.

— Por que? O que você quer comigo?

— Eu sinto que somos destinados Renji. Quando transamos, eu senti que estava com o meu Ômega.

— Eu não senti nada disso. — abaixando-se no chão, Renji começou a recolher suas compras, logo Tetsuya abaixou-se também para ajudá-lo a recolher.— Eu não procuro pelo meu predestinado moleque, não espera que ao me dizer isso eu vá derreter de amor que nem os outros ômegas que você comeu.

— Não é isso Renji —Pegando sua mão ele olhou no fundo dos olhos de Renji e continuou dizendo determinado— É diferente, não tem haver com a parte sexual.

— Está dizendo que não vê necessidade de me foder? não existe isso idiota, o único tipo de atração que um Alfa como você pode sentir por um ômega como eu, é puramente sexual.

— Não, me deixe amar você.

De repente Renji sentiu algo despertando dentro de si, um calor, que começou a descer até suas partes íntimas e o excitou, mas dessa vez Tetsuya não estava soltando nenhum feromônio, era Renji que estava liberando eles. Ao perceber Tetsuya se levantou rapidamente e tapou o nariz para não sentir o cheiro.

— Renji... Você entrou no cio...?! — O pouco que ele sentiu dos feromônios foi o suficiente para excitar ele.

continua...

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