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A Promessa do Amor Proibido

O Baile dos Harringtons

Capítulo 1: O Baile dos Harringtons

A noite era clara, iluminada pela luz prateada da lua que banhava a extensa propriedade dos Harringtons, uma das famílias mais influentes da sociedade londrina. A mansão, com suas colunas imponentes e janelas ornamentadas, parecia brilhar com uma aura mágica. Cada canto do exterior estava decorado com lanternas reluzentes e guirlandas de flores frescas, que exalavam um perfume doce e inebriante. Carruagens chegavam em fila, trazendo cavalheiros em trajes de alfaiataria impecável e damas em vestidos deslumbrantes, cada uma mais determinada que a outra a causar uma impressão inesquecível.

Lady Madeleine Ashford, no entanto, estava longe de compartilhar da empolgação que parecia contagiar as mulheres ao seu redor. Sentada em sua carruagem familiar, ajustando as delicadas luvas de renda branca, ela suspirou discretamente, enquanto sua mãe, Lady Margaret, enumerava pela décima vez a lista de cavalheiros que Madeleine deveria agradar naquela noite.

— Madeleine, querida, lembre-se de sorrir quando o Visconde de Everston se aproximar. Ele é um excelente partido e um homem de fortuna considerável. Não seja tão… distante como costuma ser — disse Lady Margaret, lançando um olhar crítico à filha.

— Sim, mamãe — respondeu Madeleine, com um tom que beirava o desinteresse, enquanto observava a mansão dos Harringtons se aproximar.

Ela entendia suas responsabilidades como filha mais velha de um visconde, mas havia algo sufocante naquela constante pressão para encontrar um marido que se encaixasse nos padrões da sociedade. Madeleine ansiava por algo que parecia quase impossível naquele mundo de aparências: um casamento baseado em amor verdadeiro, e não em conveniência.

— Lembre-se, Madeleine, estamos aqui para garantir o futuro da nossa família. Não me decepcione — acrescentou sua mãe, com a voz firme, enquanto a carruagem parava na entrada principal.

O cocheiro abriu a porta, e Madeleine desceu graciosamente, segurando a barra de seu vestido azul-claro, adornado com delicados bordados prateados que brilhavam sob a luz das lanternas. Seu cabelo dourado estava preso em um penteado elegante, com pequenas pérolas decorando os fios, e ela usava um colar de safira que destacava seus olhos claros. Assim que pisou no chão de pedra, sentiu os olhares ao seu redor se voltarem para ela. Era a filha de um visconde, afinal, e sua beleza natural sempre atraía atenção — algo que ela desejava, às vezes, poder evitar.

Madeleine entrou no salão de baile, onde a grandiosidade do evento a envolveu. O teto era alto, adornado com candelabros de cristal que refletiam a luz de centenas de velas, criando um brilho cálido e quase celestial. As paredes eram cobertas por tapeçarias ricamente bordadas, e o chão de mármore polido refletia os passos das pessoas que dançavam ao som de uma orquestra ao fundo.

— Lady Madeleine, você está encantadora esta noite! — exclamou Lady Beatrice, uma conhecida da família, ao passar por ela.

— Muito obrigada, Lady Beatrice — respondeu Madeleine, com um sorriso educado, enquanto sua mãe a guiava pelo salão.

Os cumprimentos formais e as apresentações começaram, cada um mais tedioso que o anterior. Madeleine era apresentada a cavalheiros que pareciam ter sido moldados no mesmo padrão: educados, cordiais e incrivelmente previsíveis. Nenhum deles conseguia prender sua atenção por mais de alguns minutos.

Foi então que algo incomum aconteceu.

Enquanto Madeleine fazia uma reverência educada ao Barão de Whitmore, ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Um silêncio quase imperceptível tomou conta do salão, como se o ar tivesse mudado de densidade. Curiosa, ela levantou os olhos e seguiu o olhar de várias pessoas ao redor. Na entrada do salão, um homem havia acabado de chegar.

Ele era alto, com ombros largos que pareciam carregar o peso de um mundo que Madeleine não entendia. Seus cabelos negros estavam perfeitamente penteados, e ele vestia um traje de gala impecável, com um casaco de cor escura que destacava sua figura imponente. Mas o que mais chamou a atenção de Madeleine foi a intensidade de seu olhar. Seus olhos, de um verde profundo, eram como janelas para uma alma cheia de segredos.

— Quem é ele? — sussurrou Madeleine para sua amiga mais próxima, Lady Charlotte, que estava ao seu lado.

— Você não sabe? — respondeu Charlotte, com um misto de surpresa e empolgação em sua voz. — É o Duque de Wycliffe, Alexander Blackwood. Ele acabou de retornar à Inglaterra após anos no exterior. Dizem que ele é um homem perigoso… mas fascinante.

Madeleine desviou o olhar rapidamente, tentando parecer desinteressada, mas algo dentro dela estava inquieto. O Duque de Wycliffe era diferente de tudo o que ela havia encontrado naquela sociedade tão previsível. Sua presença parecia dominar o ambiente, e, ao mesmo tempo, ele não parecia buscar a aprovação de ninguém.

O duque começou a se mover pelo salão, cumprimentando algumas pessoas de maneira breve e educada, mas mantendo uma certa distância que apenas aumentava o mistério ao seu redor. Quando seus olhos finalmente cruzaram com os de Madeleine, o tempo pareceu parar. Não foi apenas um olhar casual, mas algo mais profundo, quase como se ele pudesse enxergar além da fachada que ela exibia para o mundo.

Madeleine sentiu seu coração acelerar, e sua mente se encheu de perguntas. Quem era aquele homem, realmente? E por que ela sentia que aquele momento mudaria tudo?

Antes que pudesse processar o que sentia, sua mãe se aproximou, interrompendo seus pensamentos.

— Madeleine, o Visconde de Everston está vindo em sua direção. Lembre-se, sorria.

Mas, pela primeira vez naquela noite, Madeleine não conseguiu se concentrar nas palavras da mãe. Seu olhar continuava preso ao do Duque de Wycliffe, que agora parecia estar deliberadamente se aproximando dela.

E, naquele instante, ela soube que sua vida estava prestes a mudar.

O Primeiro Olhar

Capítulo 2: O Primeiro Olhar

O salão de baile parecia pulsar com a energia dos convidados, risadas e conversas ecoando sob os candelabros brilhantes. No entanto, para Lady Madeleine Ashford, tudo ao seu redor havia se dissipado. Ela estava imersa na intensidade do olhar do Duque de Wycliffe, Alexander Blackwood. Havia algo quase magnético nele, um misto de mistério e autoconfiança que fazia com que ela não conseguisse desviar os olhos, mesmo enquanto o visconde de Everston tentava chamar sua atenção.

— Lady Madeleine, permita-me dizer que você está absolutamente radiante nesta noite — disse Everston, com um sorriso que parecia ensaiado. Ele era um cavalheiro agradável, com traços finos e modos impecáveis. Qualquer outra dama no salão ficaria encantada com sua atenção, mas Madeleine apenas ofereceu um sorriso educado enquanto sua mente estava em outro lugar.

— Muito gentil de sua parte, milorde — respondeu ela, com um tom polido, mas distante.

Everston começou a falar sobre sua propriedade no campo e suas colheitas de verão, um assunto que Madeleine mal conseguia fingir interesse. Seus olhos, quase por vontade própria, voltaram a buscar Alexander, que agora havia parado do outro lado do salão, conversando brevemente com o anfitrião, Lorde Harrington. Ele parecia deslocado em meio à leveza e frivolidade da festa, como se estivesse ali por obrigação e não por desejo. Ainda assim, sua presença dominava o ambiente.

Foi quando aconteceu. O Duque de Wycliffe começou a caminhar em direção a ela.

Madeleine sentiu seu coração acelerar, o calor subindo por suas bochechas. Ele estava vindo, e a ideia de que aquele homem tão enigmático escolhesse se aproximar dela era ao mesmo tempo fascinante e aterradora. O que ela diria? Como deveria agir? Não havia tempo para pensar. Ele já estava diante dela.

— Lady Madeleine Ashford, presumo? — disse Alexander, com uma voz grave e rica, tão encantadora quanto perigosa. Ele fez uma leve reverência, seus olhos verdes brilhando com uma intensidade que parecia penetrar sua alma.

Madeleine piscou, tentando se recompor. — Sim, sou eu, Vossa Graça. É um prazer conhecê-lo.

— O prazer é todo meu — respondeu ele, com um sorriso que era tão sutil quanto devastador. — Ouvi falar muito de sua beleza e graça, mas devo dizer que as descrições não fazem justiça.

Madeleine ficou sem palavras por um momento. Não porque ele a elogiava — isso era algo que ela ouvia frequentemente, embora de maneira mais superficial. Era o tom de sua voz, a forma como ele a olhava, como se ela fosse a única pessoa naquele salão. Era algo que ela nunca havia experimentado antes.

— É muito gentil de sua parte, Vossa Graça — disse ela finalmente, tentando soar calma, mesmo que seu coração estivesse disparado.

— Não sou conhecido por ser particularmente gentil, Lady Madeleine — respondeu ele, com um tom levemente divertido. — Apenas sincero.

Ela não pôde deixar de sorrir. Havia algo refrescante em sua honestidade, algo que o separava de todos os outros cavalheiros que ela conhecia. Eles eram todos tão cuidadosos, tão preocupados com as aparências. Alexander, por outro lado, parecia não se importar em absoluto com o que os outros pensavam dele.

Antes que Madeleine pudesse responder, sua mãe apareceu, como um falcão protegendo seu território. Lady Margaret Ashford era uma mulher de presença imponente, com olhos críticos que avaliavam cada pessoa ao redor como se fossem peças em um tabuleiro de xadrez.

— Vossa Graça, que honra tê-lo em nossa presença — disse Lady Margaret, com um sorriso que não alcançava os olhos. — Sou Lady Margaret Ashford, mãe de Madeleine.

— Lady Margaret, uma honra conhecê-la — respondeu Alexander, fazendo uma reverência educada. Sua expressão era cortês, mas havia uma leveza em seu tom que sugeria que ele não se sentia intimidado pela presença de Lady Margaret, algo que era raro.

— Espero que esteja aproveitando a festa. Lorde Harrington é conhecido por sua hospitalidade — continuou Lady Margaret, claramente tentando desviar a atenção de Alexander para si própria.

— É um evento memorável, de fato — disse Alexander, mas seus olhos permaneceram fixos em Madeleine. — Mas devo admitir que minha noite se tornou ainda mais interessante agora.

Lady Margaret pareceu visivelmente surpresa com a ousadia de sua declaração, mas antes que pudesse responder, Alexander voltou-se para Madeleine.

— Lady Madeleine, permitiria-me a honra de uma dança? — perguntou ele, estendendo a mão.

Madeleine sentiu o olhar de sua mãe praticamente perfurar sua pele, mas algo dentro dela a impulsionou a aceitar. Talvez fosse a curiosidade, ou talvez fosse o desejo de escapar, ainda que por alguns minutos, das expectativas sufocantes que sempre a cercavam.

— Seria uma honra, Vossa Graça — disse ela, colocando delicadamente sua mão na dele.

Enquanto ele a conduzia para a pista de dança, Madeleine teve a estranha sensação de que todos os olhos no salão estavam sobre eles. A orquestra começou a tocar uma valsa, e Alexander a puxou para mais perto, sua mão firme em sua cintura enquanto eles começavam a se mover.

— Espero não ter causado problemas com sua mãe — disse Alexander, com um leve sorriso.

— Minha mãe é… protetora, digamos assim — respondeu Madeleine, tentando não se perder nos olhos dele. — Mas acredito que ela ficará satisfeita em saber que estou dançando com um duque.

— Ah, então é o título que importa? — perguntou ele, inclinando-se levemente para ela. — E eu que pensava que era meu charme.

Madeleine riu, um som leve e genuíno que surpreendeu até a si mesma. — Talvez um pouco dos dois, Vossa Graça.

— Alexander — corrigiu ele, suavemente. — Prefiro que me chame de Alexander.

Ela hesitou por um momento, mas acabou cedendo. — Alexander, então.

— Madeleine — disse ele, como se experimentasse o nome em seus lábios. — Um nome bonito para uma mulher ainda mais bonita.

Ela sentiu o calor subir por suas bochechas novamente. Havia algo em sua maneira de falar, tão direta e intensa, que fazia com que ela se sentisse… viva. Como se ela fosse mais do que apenas a filha de um visconde, mais do que uma peça em um jogo social.

Enquanto dançavam, Madeleine percebeu que o mundo ao seu redor havia desaparecido. Não havia mais salão, nem orquestra, nem olhares curiosos. Havia apenas Alexander, e a estranha sensação de que, de alguma forma, ele era o destino que ela nunca soube que estava esperando.

Mas, no fundo de sua mente, uma pequena voz sussurrava: isso não pode terminar bem.

O Segredo no Jardim

Capítulo 3: O Segredo no Jardim

A noite havia avançado, mas o salão de baile continuava cheio de vida. As risadas ecoavam pelas paredes, enquanto os casais giravam ao som da música que a orquestra tocava ininterruptamente. No entanto, para Lady Madeleine Ashford, o brilho do salão já não parecia tão fascinante quanto antes. Sua dança com Alexander Blackwood, o Duque de Wycliffe, havia deixado uma marca em sua mente — e em seu coração. Ela sentia como se algo profundamente importante tivesse acontecido, algo que ela não podia simplesmente ignorar, por mais que sua mãe ou a sociedade esperassem que o fizesse.

Madeleine estava agora junto a Lady Charlotte, sua amiga mais próxima, enquanto ambas observavam o salão de um canto mais reservado. Charlotte estava animada, como sempre, comentando sobre os cavalheiros presentes e suas perspectivas matrimoniais. Mas Madeleine, embora sorrisse educadamente e respondesse aos comentários de sua amiga, estava distraída.

— Você está muito quieta esta noite, Madeleine — observou Charlotte, franzindo ligeiramente as sobrancelhas. — Isso não tem nada a ver com o Duque de Wycliffe, tem?

Madeleine tentou esconder o rubor que subia em suas bochechas, mas ela sabia que Charlotte era perspicaz demais para ser enganada. — Não sei do que você está falando — disse ela, com um leve sorriso. — Ele foi cortês, mas nada além disso.

Charlotte arqueou uma sobrancelha, claramente não convencida. — Madeleine, minha querida, eu a conheço bem demais. Não me venha com essa desculpa. Ele é… intrigante, admito. Mas você deve ser cautelosa. Há muitos rumores sobre ele.

Madeleine virou-se para olhar para Charlotte, curiosidade brilhando em seus olhos. — Que tipo de rumores?

Charlotte baixou a voz, como se temesse que alguém pudesse ouvi-la. — Dizem que o Duque tem um passado complicado. Ele passou muitos anos no exterior, em circunstâncias que ninguém realmente compreende. Alguns dizem que foi por causa de negócios. Outros… bem, outros dizem que foi para fugir de um escândalo.

— Um escândalo? — Madeleine repetiu, surpresa. — Que tipo de escândalo?

Charlotte hesitou, claramente desconfortável. — Não sei os detalhes, mas dizem que envolve uma mulher. Uma tragédia, talvez. Você sabe como as pessoas adoram exagerar histórias, mas… ele não é um homem comum, Madeleine. Ele é perigoso de uma maneira que nenhum outro cavalheiro neste salão é.

Madeleine sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas não era de medo. Ao contrário, era de algo mais próximo da excitação, da curiosidade. Alexander Blackwood era, de fato, diferente de qualquer outro homem que ela já havia conhecido. E, embora soubesse que deveria ouvir os conselhos de sua amiga, não conseguiu evitar o impulso de saber mais sobre ele.

Foi nesse momento que ela o viu novamente. Alexander estava ao lado de uma das grandes janelas do salão, observando a noite lá fora. Ele parecia alheio à agitação ao seu redor, como se estivesse em um mundo à parte. Madeleine sentiu seu coração acelerar novamente, e, antes que percebesse o que estava fazendo, começou a caminhar em direção a ele.

— Madeleine, o que você está fazendo? — chamou Charlotte, mas Madeleine não respondeu.

Quando finalmente chegou perto de Alexander, ele se virou para olhá-la, um pequeno sorriso curvando seus lábios. — Lady Madeleine. Não esperava a honra de sua companhia novamente esta noite.

— Vossa Graça — respondeu ela, tentando manter a compostura. — Achei que poderia estar precisando de companhia. A noite parece… solitária para alguém que não participa ativamente da dança.

Alexander riu suavemente, um som baixo e rouco que fez Madeleine sentir um estranho calor no peito. — Você é perspicaz, Lady Madeleine. De fato, multidões como esta não são exatamente o meu ambiente favorito. Mas devo dizer que sua presença torna tudo mais suportável.

Madeleine sentiu um pequeno sorriso surgir em seus lábios, mas antes que pudesse responder, Alexander fez um gesto em direção à porta de vidro que levava ao jardim. — O ar está um pouco pesado aqui dentro. Aceitaria um passeio nos jardins? Prometo que será breve. E, claro, completamente respeitoso.

Ela hesitou por um momento, sabendo que tal ato seria considerado impróprio se alguém os visse. Mas havia algo em Alexander, algo em sua maneira de falar e na intensidade de seu olhar, que fazia com que ela quisesse arriscar. Talvez fosse a promessa de algo mais, algo além da monotonia de sua vida controlada.

— Sim, eu aceito — disse ela, finalmente, e Alexander abriu a porta para que ela passasse.

O ar fresco da noite a envolveu imediatamente, carregado com o perfume das flores que preenchiam os jardins impecavelmente cuidados dos Harringtons. O som do salão de baile tornou-se distante, e Madeleine sentiu uma estranha sensação de liberdade ao caminhar ao lado de Alexander, longe dos olhares atentos da sociedade.

— Parece que você não é muito fã de bailes, Vossa Graça — disse Madeleine, tentando aliviar a tensão que sentia crescer entre eles.

Alexander sorriu levemente, mas havia algo melancólico em sua expressão. — Não é que eu não goste de bailes, mas… digamos que prefiro ambientes menos complicados. Aqui, tudo é sobre aparência, sobre quem você conhece e como você se comporta. É cansativo.

Madeleine sentiu uma pontada de empatia. Ela conhecia bem aquela sensação. — É verdade. Muitas vezes sinto que estou desempenhando um papel, em vez de ser realmente eu mesma.

— E quem é você, realmente, Lady Madeleine? — perguntou Alexander, parando para olhar diretamente para ela.

A pergunta a pegou de surpresa. Ninguém jamais havia perguntado isso a ela antes. Todos sempre presumiam que sabiam quem ela era — a filha perfeita de um visconde, a jovem bela e recatada destinada a um bom casamento. Mas, pela primeira vez, ela sentiu vontade de responder honestamente.

— Eu… não sei — admitiu ela, finalmente. — Acho que ainda estou tentando descobrir.

Alexander assentiu, como se entendesse exatamente o que ela queria dizer. — Bem, se isso a conforta, acho que todos estamos tentando descobrir quem somos. Alguns de nós, no entanto, temos mais segredos para esconder do que outros.

Havia algo no tom dele, algo que sugeria um peso que ele carregava. Madeleine sentiu uma onda de curiosidade, mas também de cuidado. — E você, Alexander? Quem é você realmente?

Ele desviou o olhar, como se estivesse considerando se deveria ou não responder. — Sou um homem que cometeu erros. Que viu coisas que preferia esquecer. Mas também sou um homem que busca algo… algo que ainda não encontrou.

Madeleine sentiu seu coração se apertar ao ouvir suas palavras. Havia uma vulnerabilidade em Alexander que ela não esperava, e isso apenas o tornava ainda mais fascinante. Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele se aproximou um pouco mais.

— Madeleine, há algo em você que me faz querer ser melhor, mesmo que eu saiba que não mereço. — Sua voz era baixa, quase um sussurro. — Mas você deve saber… ficar perto de mim pode ser perigoso.

Ela não sabia de onde veio a coragem, mas ergueu o olhar para ele, determinada. — Talvez eu não tenha tanto medo do perigo quanto você pensa.

Alexander a observou por um longo momento, antes de finalmente sorrir. — Você é realmente extraordinária, Lady Madeleine.

Mas, antes que pudessem continuar, o som de passos ao longe os interrompeu. Alexander deu um passo para trás, recuperando sua postura de cavalheiro, enquanto Madeleine sentia o coração disparar novamente. Quem quer que estivesse se aproximando, eles não poderiam ser vistos juntos ali.

— Acho que nosso passeio termina aqui — disse Alexander, com um leve sorriso. — Mas espero que esta não seja a última vez que conversamos.

E, com isso, ele se afastou, deixando Madeleine sozinha no jardim, com mais perguntas do que respostas.

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