Estigma do Pecado
༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎༺𓆪𓆪༻
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ɪɴsᴛʀᴜᴄ̧ᴏ̃ᴇs: ﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏✎
❦⃤►𝐏𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫 𝐥𝐞𝐢𝐚 𝐚𝐬 𝐢𝐧𝐬𝐭𝐫𝐮𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐭𝐞𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨𝐫 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚.
『••✎••』➪ (𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜/𝑡𝑟𝑎𝑑𝑢𝑐̧𝑎̃𝑜)
『••✎••』➪ {𝐿𝑢𝑔𝑎𝑟/𝑁𝑎𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟}
『••✎••』➪ 𝐺𝑅𝐼𝑇𝐴𝑁𝐷𝑂/𝐹𝐴𝐿𝐴𝑁𝐷𝑂 𝐴𝐿𝑇𝑂
『••✎••』➪ ~ 𝑆𝑢𝑠𝑠𝑢𝑟𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜
『••✎••』➪ *𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜/𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜/𝑎𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒*
『••✎••』➪ 𝐺-𝑔𝑎𝑔𝑢𝑒𝑗𝑎𝑛𝑑𝑜 ... 𝐺-𝑔𝑎𝑔𝑢𝑒𝑗𝑎𝑛𝑑𝑜
『••✎••』➪ 💭𝑃𝑒𝑛𝑠𝑎𝑛𝑑𝑜💭
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༺ღ༒𝕰𝖘𝖙𝖎𝖌𝖒𝖆 𝖉𝖔 𝕻𝖊𝖈𝖆𝖉𝖔༒ღ༻
A noite estava envolta em um manto escuro, e um eclipse lunar Iluminava o céu com um brilho espectral.
Avarita, um homem estudioso e apaixonado pelo conhecimento, havia falecido em meio a uma doença desconhecida. Sua mente inquieta sempre buscou entender os mistérios da vida e da morte, mas agora ele estava preso em um estado entre os dois -um limbo que a maioria dos humanos nunca conseguiria imaginar.
Porém, a morte não era o fim. Em uma noite durante um Eclipse lunar, quando as estrelas haviam desaparecido do céu, Avarita levantou-se de seu túmulo.
Ele não era mais o homem que havia sido; sua pele estava pálida e gélida, seus olhos brilhavam em vermelho com uma intensidade sobrenatural, e presas afiadissimas se projetavam de sua boca.
O que sou eu? A pergunta ecoava em sua mente enquanto ele se forçava a se levantar de seu túmulo. A sensação de terra úmida escorrendo entre seus dedos era estranhamente reconfortante, mas ao mesmo tempo aterrorizante. Ele não sentia medo, calor ou frio.
Desorientado e confuso, ele percebeu que não estava verdadeiramente vivo. Seu coração não batia, e seu corpo estava frio como o gelo. sua cabeça doía ouvindo sons de diferentes direções a quilômetros de distância
Avarita, confuso e aterrorizado, começou a perceber que suas habilidades haviam se multiplicado. Seus sentidos estavam aguçados, sua força era descomunal.
Determinado a entender sua nova condição, Avarita começou a estudar seu próprio corpo e as mudanças que ocorreram com ele. Ele se auto-proclamou "vampiro", uma palavra que representava a sua essência.
Em suas experiências, Avarita descobriu que podia se mover rapidamente, que a luz do sol não queimava sua pele, e que a sede por sangue era uma necessidade que não conseguia ignorar.
Aos poucos, ele começou a documentar suas descobertas em um antigo diário, onde descrevia suas vivências, suas angústias, e suas investigações sobre o que significava ser um vampiro. Avarita não era apenas um monstro; ele era um estudioso em busca de respostas, um homem que não se conformava com seu destino maligno.
Com o tempo, Avarita começou a entender seus novos poderes e limitações. Ele não envelhecia, mesmo que cortasse a propria garganta sua carne se regenerava rapidamente. O dilema que antes o consumia agora se transformava em um projeto de vida. Ele estudou seu proprio corpo, fez experiências e, em sua busca por conhecimento.
Impulsionado por um desejo incontrolável, Avarita se aproximou de um humano, antes ele bebia somente sangue animal mas não era mais suficiente seus instintos o diziam para beber sangue humano. O coração do humano batia freneticamente, um ritmo que se tornava música para os ouvidos de Avarita.
Sem pensar, ele se lançou sobre sua presa, mordendo o pescoço delicado com uma mistura de curiosidade e necessidade. O gosto do sangue era doce, como o nectar dos deuses, e sua fome foi saciada, ainda que por um breve momento.
Mas o que aconteceu a seguir foi algo que Avarita não poderia prever. O humano, em meio a um grito sufocado, começou a convulsionar, e em questão de minutos, sua transformação estava completa. Avarita assistiu, absorto, enquanto os olhos do homem se tornavam de um vermelho profundo, e a mesma fome que o consumia agora refletia naqueles novos olhos
Assim, Avarita se autodenominou o progenitor de uma nova raça, os vampiros. Aqueles que ele transformava diretamente eram conhecidos como vampiros primordiais, e todos possuiam cabelos brancos, simbolizando sua conexão direta com o progenitor.
Uma hierarquia natural foi estabelecida: os vampiros primordiais tinham o poder de transformar outros humanos, que se tornavam vampiros de cabelos pretos. Estes, por sua vez, poderiam criar vampiros de cabelos loiros, e assim por diante. Assim, a sociedade vampírica se organizava em camadas, com o progenitor no topo.
Avarita Rekshai Vios
Eu sou o progenitor
proclamou ele em uma noite de lua cheia, rodeado por suas criações:
Avarita Rekshai Vios
Nós não somos monstros, mas uma nova forma de vida! O mundo precisa nos reconhecer!
Avarita alimentou-os com sua sabedoria e ensinou-os a controlar a sede, a transformar suas vidas imortais em algo significativo.
Com o tempo, o progenitor estabeleceu um reino próprio, onde os vampiros reinavam supremos. Contudo, essa paz foi perturbada pelo surgimento do primeiro lobisomem, um ser poderoso que se tornou o inimigo natural dos vampiros. Iniciou-se uma guerra Interminável entre as duas raças, cada uma lutando pela supremacia.
Porém, o destino reservou uma reviravolta surpreendente. O progenitor se apaixonou pela lider dos lobisomens, uma mulher de força e coragem inigualáveis. Este amor inesperado trouxe um fim à guerra. Juntos, formaram uma poderosa aliança, tornando-se rei e rainha de ambas as raças, enquanto os humanos eram subiugados.
Do amor entre o progenitor e a rainha lobisomem, nasceu uma filha hibrida, que possuía as melhores qualidades de ambas as raças.
Quando a rainha morreu, devido à sua mortalidade, o rei ficou devastado. Em sua tristeza, decidiu selar a si mesmo junto de sua amada, abdicando do trono.
A filha hibrida herdou o reino, governando com sabedoria e força. Sob seu comando, vampiros e lobisomens coexistiram em harmonia, mantendo os humanos sob seu domínio. Assim, a lenda do progenitor e da rainha lobisomem se perpetuou
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𝐴𝑣𝑎𝑟𝑖𝑡𝑎 𝑅𝑒𝑘𝑠ℎ𝑎𝑖 𝑉𝑖𝑜𝑠
༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎𝟏༺𓆪𓆪༻
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Amélia nasceu de uma união que muitos consideravam impossível. Seu pai, o primeiro vampiro, e sua mãe, a primeira lobisomem, deram vida a uma criatura única, dotada de poderes inigualáveis.
Desde o início, estava claro que Amélia não era uma vampira ou lobisomem comum; ela era a síntese perfeita de ambas as raças, com a força e agilidade dos lobisomens e a imortalidade e astúcia dos vampiros.
Quando Amélia ascendeu ao trono, o mundo sobrenatural estava em desordem. Vampiros governavam com mão de ferro, escravizando humanos e travando constantes guerras com lobisomens. No entanto, a visão de Amélia para o futuro era radicalmente diferente.
Ela acreditava que todas as raças podiam coexistir em harmonia. Assim, estabeleceu uma nova ordem, decretando que humanos não deveriam ser mortos por diversão nem transformados em vampiros sem consentimento.
As reformas de Amélia não foram bem recebidas por todos. Muitos vampiros, apegados ao antigo modo de vida, ficaram furiosos. Eles viam os humanos como nada mais do que gado e desprezavam a ideia de viver em paz com lobisomens.
A arrogância e o egoísmo dos vampiros ameaçar a estabilidade do reino, mas Amélia, com sua força e determinação, estava disposta a enfrentar qualquer resistência para garantir a paz.
No meio de tantas tensões, o coração de Amélia encontrou refúgio em um jovem humano chamado Arshian. Ele era ambicioso e dotado de uma sabedoria rara entre os mortais. Apesar das diferenças, uma conexão floresceu entre os dois, transformando-se em um amor profundo e sincero.
Sabendo que Arshian, como humano, não viveria para sempre, Amélia tomou a difícil decisão de transformá-lo em vampiro. Com essa transformação, Arshian não só se tornou imortal, mas também ganhou um lugar ao lado de Amélia como seu braço direito.
O amor deles era belo e invejado por muitos, servindo de exemplo de que a coexistência e o amor entre diferentes raças eram possíveis.
Sob a liderança de Amélia e com Arshian ao seu lado, o reino começou a florescer. Humanos, vampiros e lobisomens aprenderam a viver juntos, respeitando as diferenças uns dos outros.
Apesar dos desafios, Amélia continuou a lutar por sua visão de um mundo onde todas as raças pudessem viver em paz, provando que, com amor e determinação, qualquer barreira pode ser superada.
E assim, a rainha hibrida, filha do progenitor de toda a raça vampírica, deixou seu legado como a mais forte e compassiva governante da história, unindo mundos que antes pareciam destinados a viver em eterna guerra.
Sob o céu pálido de um entardecer dourado, o jardim real dormia em um silêncio tranquilo, tocado apenas pelo som das fontes e pelo canto tímido dos pássaros. As sombras das torres do castelo se alongavam como dedos de pedra sobre as alamedas floridas, mas naquele recanto secreto, o tempo parecia hesitar.
Amélia caminhava descalça entre as rosas, o vestido de cetim preto roçando suavemente as pétalas. Seus cabelos, longos como um rio de luar, balançavam ao vento leve. Havia paz nos olhos dela — uma paz rara, conquistada com esforço e fé.
Arshian a observava de longe, encostado a uma coluna coberta de hera, como se temesse que um passo em falso desfizesse aquela visão. Ainda era um homem então — de carne, coração e ambição oculta. Mas naquele momento… havia algo sincero em seu olhar.
Arshian Rosil Rehel
Você ama esse jardim mais do que qualquer sala do trono.
Ele disse, caminhando até ela.
Ela riu, suave, e respondeu sem virar o rosto:
Amélia Rekshai lux Ramiel
Talvez porque aqui, as coisas florescem sem necessidade de sangue.
Arshian parou diante dela, e pegou uma rosa vermelha caída do arbusto. Sem se importar com os espinhos, retirou cuidadosamente as folhas murchas e entregou-lhe a flor.
Seus olhos estavam sérios — havia algo ensaiado no coração dele, algo que queimava sob a pele.
Arshian Rosil Rehel
Amélia
ele disse, com a voz firme.
Arshian Rosil Rehel
Um dia, quando este mundo tiver mudado… construirei para você o maior e mais magnífico jardim de rosas que já existiu.
Ela o olhou, surpresa pela promessa repentina.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Para quê tamanha grandeza ?
Ele sorriu, tocando suavemente os dedos dela com os seus.
Arshian Rosil Rehel
Para que todos possam testemunhar a extensão do amor que sinto pela minha rainha.
Ela desviou o olhar, levemente corada, mas sorriu. E por um instante — apenas um instante — o destino pareceu ceder. Um mundo de convivência parecia possível.
O coração de Amelia palpitou com as palavras de Arshian, um rubor suave colorindo suas bochechas pálidas. Ela se afastou ligeiramente para olhar em seus olhos, os seus próprios brilhando de emoção.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Eu te faço feliz, Arshian?
ela perguntou suavemente, procurando seu olhar pela verdade.
Ela estendeu a mão para tirar uma mecha de cabelo de sua testa, seu toque suave e amoroso. Arshian pegou a mão dela na dele, pressionando um beijo na palma da mão antes de entrelaçar os dedos.
Arshian Rosil Rehel
Todos os dias da minha vida, meu amor.
ele respondia com seriedade.
Arshian Rosil Rehel
Ubi anima tua finitur, mea incipit.
Metus tui sunt mei.
Amor tuus est venenum et remedium.
Si in abyssum cades, tecum cadam.
Sine te non exsisto.
Et etiam si mundus pereat, adhuc tuus ero.
(Tradução: Onde tua alma termina, a minha começa.
Teus medos são meus.
Teu amor é veneno e cura.
Se fores ao abismo, irei contigo.
Não existo sem você.
E mesmo se o mundo morrer, ainda serei teu.)
Ele levou as mãos unidas ao peito, colocando-as sobre o coração.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Corpus meum, tuae manibus deditum.
Sanguis meus, per aeternum in te fluet.
Vita mea, sine te, vacua est et nullius mea.
Ego sum tua in carne, corde et anima.
Tu es meus, in aeternum, in vinculis amoris.
(Tradução: Meu corpo, entregue às tuas mãos.
Meu sangue, por toda eternidade em ti fluirá.
Minha vida, sem ti, é vazia e não mais minha.
Eu sou tua em carne, coração e alma.
Você é meu, eternamente, nos laços do amor.)
Os olhos de Arshian escureceram de desejo quando Amelia se inclinou para beijá-lo. Ele envolveu os braços em volta da cintura dela, puxando-a contra seu corpo enquanto aprofundava o beijo.
Seus lábios se moveram contra os dela com uma fome que era ao mesmo tempo possessiva e amorosa, derramando todas as suas emoções no abraço. Quando eles finalmente se separaram, ambos estavam respirando pesadamente.
Arshian descansou a testa contra a dela, os olhos fechados enquanto saboreava o momento.
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𝐴𝑚𝑒́𝑙𝑖𝑎 𝑅𝑒𝑘𝑠ℎ𝑎𝑖 𝑙𝑢𝑥 𝑅𝑎𝑚𝑖𝑒𝑙
༺𓆩𓆪༻Ep:𝟎𝟐༺𓆪𓆪༻
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O grande salão estava vivo com luz e sombras. Lustres de cristal pendiam como teias cintilantes, refletindo a chama azulada das centenas de velas. Nas paredes, tapeçarias antigas narravam guerras e tratados entre clãs, enquanto o chão de mármore negro refletia os passos elegantes dos convidados.
Era a Noite de Walpurgis, e apenas vampiros tinham o privilégio de se reunir ali. Nobres e anciões, adornados com trajes que misturavam seda, veludo e joias ancestrais, formavam círculos de conversa.
No trono elevado, Amélia mantinha a postura digna de uma rainha. Seu vestido, feito de camadas fluidas de tecido negro bordado em prata, parecia beber a luz, um a um, os súditos se aproximavam para prestar-lhe saudações, inclinando-se em reverência, alguns beijando-lhe a mão, outros apenas murmurando votos de lealdade eterna.
Ainda assim, por trás do sorriso sereno, algo a inquietava. Seu olhar, de tempos em tempos, percorria o salão em busca de uma presença específica. Arshian não estava ali. Talvez apenas atrasado, pensou, tentando sufocar o incômodo que se infiltrava como uma corrente de ar frio.
Amélia Rekshai lux Ramiel
💭Ele não está aqui, isso me incomoda, é incomum ele se atrasa para um evento tão importante. 💭
Enquanto isso, a música tocada por um quarteto de cordas ecoava suave, com notas que pareciam dançar entre as colunas, mas carregavam uma melancolia difícil de ignorar. Lá fora, a lua cheia reinava absoluta, lembrando a todos que naquela noite as sombras tinham olhos e ouvidos.
Entre os convidados, uma figura destacou-se como um cortejo de sombras abrindo caminho. Annesha, uma das vampiras primordiais, avançava com passos tão silenciosos que o som da música parecia se curvar para acompanhá-la.
Em suas mãos, um cálice de prata ornamentado com runas antigas carregava um líquido rubro, espesso, que capturava a luz das velas como se tivesse vida própria. Ao aproximar-se do trono, Annesha inclinou-se em uma reverência lenta, o olhar dourado fixo nos olhos da rainha.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Minha rainha
Annesha Sylrax(9° Primordial)
sua voz era baixa, quase um sussurro que vibrava no ar.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Que esta noite seja próspera e digna da vossa eternidade.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Ela estendeu o cálice com ambas as mãos, como um presente ritualístico. Amélia aceitou, sentindo o frio do metal contra os dedos, mas não levou o líquido aos lábios de imediato. Seus olhos se estreitaram levemente, estudando a anciã diante dela.
Amélia Rekshai lux Ramiel
A honra é minha por tê-la em minha corte nesta noite, Há muito não a vejo entre os meus salões.
Annesha ergueu o queixo, um leve sorriso curvando os lábios.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
A Noite de Walpurgis chama a todos que carregam o peso do sangue antigo… mesmo àqueles que preferem observar o mundo à distância.
A conversa começava, e embora o salão ainda ecoasse com risos e música, o ar ao redor do trono parecia se adensar, como se a troca de palavras fosse mais importante que qualquer outra coisa acontecendo ali.
Annesha manteve o sorriso, mas havia algo nas suas feições que lembrava o brilho frio de uma lâmina recém-afiada. Seus olhos, vermelhos pousaram sobre o cálice que permanecia nas mãos da rainha.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Oh
ela inclinou levemente a cabeça, como quem disfarça uma ousadia com doçura
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Vossa alteza não irá provar ? Fico lisonjeada por vê-la aceitá-lo, mas… seria ainda mais para mim vê-la saboreá-lo.
Amélia ergueu uma sobrancelha, estudando a anciã por um instante.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Tem pressa para ver-me beber, Annesha ?
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Nenhuma pressa, minha rainha… apenas curiosidade para ver qual expressão vossa Alteza vai fazer ao prova algo que eu preparei com tanto carinho.
Annesha deu um passo mais próximo, baixando a voz como se compartilhasse um segredo íntimo.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
~ Este não é um sangue qualquer. É um sangue muito especial, vindo de alguns voluntários… entusiastas.
A palavra “entusiastas” deslizou da língua dela como seda, mas havia um peso estranho, quase lascivo, que fez o cálice parecer mais frio nas mãos de Amélia.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Sangue voluntário
repetiu a rainha, o tom neutro, mas a mente trabalhando rápido.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Apenas o melhor para a vossa majestade. E…
*seus olhos estreitaram de forma quase imperceptível*
para uma noite que será lembrada.
O salão ainda dançava ao som da música, mas naquele instante, para Amélia, as vozes e os risos pareciam distantes, como se Annesha tivesse criado um pequeno círculo de tensão em volta delas.
Amélia levou o cálice aos lábios, mais por manter as aparências do que por desejo genuíno. O líquido escarlate tocou sua língua… e, no instante seguinte, o mundo pareceu girar.
Não era doce, não era quente era um sabor selvagem, antigo e feroz, impregnado de terra e dor. Um gosto repulsivo, quase podre, que queimava por dentro como se cada gota fosse um veneno feito para a alma.
Seus olhos se arregalaram. O cálice escorregou de suas mãos, despencando no mármore com um som seco, espalhando o sangue em manchas grotescas pelo chão polido.
Amélia Rekshai lux Ramiel
O que… o que você fez ?! 💢
A voz de Amélia rasgou o salão, carregada de fúria e incredulidade. Uma onda de dor percorreu seu corpo, mas não era física era mais profunda, cortando até o âmago. Porque ela sabia. Sentia. Reconhecia aquele sangue.
Era o sangue da mãe dela. Da Primeira Lobisomem.
A percepção a atingiu como um golpe no peito. Para obtê-lo, eles teriam que ter profanado a tumba sagrada, quebrando juramentos que remontavam à criação de sua linhagem.
Amélia Rekshai lux Ramiel
Maldita você profanou o corpo da minha mãe!!? 💢 como você ousar fazer algo tão hediondo
Annesha, ao invés de responder, inclinou a cabeça para trás e riu um som baixo, malicioso, que ecoou pelas paredes de pedra como um sussurro de mil demônios.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Ah, minha rainha…
Disse ela, a voz carregada de veneno e prazer.
Annesha Sylrax(9° Primordial)
Agora entende por que esta noite é tão… especial ?
O salão, antes cheio de murmúrios e música, mergulhou em um silêncio tenso. Cada vampiro presente podia sentir que algo terrível acabara de acontecer, mas ninguém ousava se mover.
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