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Amor Pela Terceira Vez

Emily

O tão esperado dia chegou, meu pai como um marquês a serviço do rei, foi ordenado ir em uma viagem longa a outro reinado distante, uma guerra estava prestes a acontecer, e precisávamos de aliados, então o rei ordenou que o Marquês Edgar Materine (meu pai) e o Duque Adolfo Levoen fossem em uma viagem, meu pai foi designado ao norte e o Duque para o sul.

Por não confiar em meu irmão mais velho, meu pai decidiu deixar minhas irmãs e eu no viscondado do nosso primo Elly Délion. Ele escolheu o viscondado não só por confiança, mas era o mesmo caminho que ele iria usar para ir ao outro reino, já o meu irmão ficou no marquesado para administrar a parte financeira.

Durante o caminho fui lendo sobre a província das flores que iriamos. No nosso reino só havia um Arquiduque e dois Duques, e eles moravam na mesma região, cada um tinha sua própria terra, é claro, mas as mansões deles ficavam ao redor do viscondado do primo Elly. O motivo era bem simples, existia montanhas ao redor e no interior delas vários tipos de pedras preciosas, no livro ainda contava que tanto o Arquiduque e os dois Duques eram generais de guerra, mas por motivos pessoais tinham se afastado dos campos de batalha por um tempo.

- Provavelmente são velhos caquéticos. – Disse Elisa que estava lendo a mesma parte que eu.

Elisa e eu éramos gêmeas, sendo que Elisa a mais velha, porém não nos parecíamos em nada, enquanto ela se parecia muito com o nosso pai, de cabelos ondulados pretos e olhos verdes, já eu me parecia com nossa mãe, cabelos lisos loiro mel e olhos castanhos claro.

- Tenha mais respeito Elisa, sendo eles mais velhos ou não, por muitas vezes arriscaram suas vidas para proteger o reino. – Respondeu Alice, minha irmã mais velha.

Alice e Henri eram nossos irmãos mais velhos, embora os dois tivessem dois anos de diferença um do outro ainda se pareciam mais do que Elisa e eu. Alice e Herin tinham cabelos pretos e olhos castanhos claro.

Voltei a olhar para o livro, as pessoas conheciam esse lugar como a província das flores, além de ter as flores mais belas do reino, o que chamava mesmo a atenção era de como as montanhas era dividida, cada pedaço se formava como as pétalas de uma flor, eram formadas por 5 montanhas conectadas que pertenciam a cada um dos títulos,um Arquiduque, dois Duques, dois Marqueses e um visconde que morava no centro de tudo, como se fosse o estigma de uma flor.

- É estranho ter tantos títulos em um lugar só. – Falei alto o que pensava, esse defeito me incomodava.

- De certa forma você está certa, é uma província muito misteriosa, isso tirando o fato de que há pedras preciosas, não há nenhum registro sobre nenhum conflito entre eles.

- O papai chegará antes do seu depute, Alice? – Perguntou Elisa, mudando o assunto.

Elisa se preocupava muito com os depute, já que eles eram uma forma de mostrar a sociedade que já estávamos aptas para o casamento, no nosso reino a idade para o depute é aos dezoito anos de idade, já para os demais reinos eram aos dissesses, a Rainha mudou a lei por medo de que sua filha fosse nova demais para outro reino em um casamento político.

Alice iria completar dezoito anos daqui à dois meses, então ela já teria a idade certa para o depute.

- Não temos certeza de quanto tempo a viagem irá demorar, combinei com o papai de deputar junto com vocês duas, caso ele não chegasse a tempo.

- Isso é um absurdo! – Elisa parecia furiosa.

Às duas ficaram discutindo sobre o assunto por horas, fingi não prestar atenção, olhei para a paisagem verde pela janela da carruagem. Após dois longos dias de viagem, estávamos chegando, avistei de longe as enormes montanhas que formavam ao redor.

Emily

Se passaram meia hora, é já estávamos passando por uma fenda enorme, dos dois lados haviam montanhas rochosas como um grande corredor.

Após passarmos pela fenda os pastos verdes foram se formando, tornando possível ver a cidadezinha.

Era incrível como as montanhas realmente se pareciam com muros ao redor da depressão.

De repente vi um castelo feito de pedras escuras no alto de uma das montanhas, o castelo se destacava em volta das árvores verdes. Então me lembrei do conteúdo do livro, onde explicava que o Arquiduque Nanvùr havia usado as pedras escuras de sua mina para construir seu castelo em cima da montanha.

O conde Alfonso Levoen fez o mesmo, usando o mármore branco para construir o seu castelo, eu uma segunda fenda que ligava nosso reino ao reino do sul.

- Aquele deve ser o castelo do Arquiduque. – Falei o que pensava enquanto observava o lindo castelo de pedras escuras.

- Sim, e o branco que fica ao lado esquerdo no pé da montanha é do Duque de Levoen. - Respondeu Alice.

— Emy, sempre fala o que está pensando, sem perceber. — Elisa riu.- Aliás Alice, você nunca se acostumou a chamar ela por seu apelido.

- Me sinto mais confortável, chamando ela pelo seu nome, inteiro. - Elisa continuou rindo.

Finalmente chegamos ao viscondado, foi um alívio sair da carruagem e poder se esticar um pouco.

O visconde Elly estava em pé junto com sua família nos esperando na entrada da mansão, ele se parecia muito com o meu pai, a única diferença era os cabelos grisalhos.

Nossos pais foram cumprimentar eles, enquanto minhas irmãs e eu ficamos apenas observando a esposa e os filhos do Visconde, a Viscondessa Erica tinha uma beleza natural olhos e cabelos castanhos escuro, os filhos deles se pareciam muito com a mãe. Nossa mãe nos contou que eles eram gêmeos igual Elisa e eu, o mais velho era o Heitor, que foi o primeiro a nascer, já a outra se chamava Helena.

Depois de nós cumprimentarmos, eles nos guiaram aos nossos quartos. Felizmente fiquei em um quarto longe do de Elisa, embora eu já soubesse que ela viria pro meu quarto depois. Assim que fechei a porta dei um suspiro de alívio, por finalmente poder descansar.

Comecei a explorar o quarto, a cama de frente para a janela, tudo no quarto era em rosa claro com branco, olhei o banheiro com uma banheira grande, voltei para o quarto de novo olhei para os guarda-roupas com roupas de cama e lençóis, na borda da janela tinha um banco com travesseiros, sentei na janela e coloquei meus pés no banco, deixei meus longos cabelos soltos ao vento, que soprava uma brisa fresca.

Eu conseguia ver o sol clareando ainda mais os meus fios de meus cabelos, eles pareciam ouro com a luz do sol, fechei os olhos conseguindo sentir o cheiro das flores.

- Cuidado senhorita, você irá cair. – Era uma voz baixa e rouca.

Olhei para baixo e vi um moço, de cabelos lisos e pretos na altura de seus ombros, seus olhos escuros igualmente como a noite, ele segurava uma corda que estava em volta do pescoço do cavalo.

Ele vestia roupas comuns, blusa branca, calças preta e uma bota até o joelho preta. Deveria ser algum empregado do estábulo, pensei.

— Acredito que isso não vá acontecer, mais obrigada pela sua preocupação. — Dei um meio sorriso, ele continua a me encarava com aqueles olhos penetrantes.

- Sr. Huang! O Visconde está o procurando. – Uma voz o chamou de longe.

— Apenas tenha cuidado. — Ele avisou de novo antes

de sair.

Acompanhei ele indo embora, até sumir de minha vista, pouco tempo depois Elisa chegou aos gritos em minha porta.

- Emmy, vem! O pai está nos chamando. – Ouvi a voz de Alice pedindo pra ela falar baixo.

Assim que abri a porta Elisa puxou meu braço.

- Vem! Estamos atrasadas. Quero te contar que eu vi um moço muito lindo, alto e com um corpo muito bonito!

- Elisa! – Advertiu Alice.

- Você também o viu? – Perguntei surpresa.

- Sim, claro. Quem não notaria tamanha beleza, alto, corpo grande olhos azuis e cabelos loiros.

- Elisa! – Alice parecia muito brava.

Como sempre Elisa e Alice continuaram brigando até chegarmos ao escritório, o meu pai pediu silêncio.

- Meninas, sua mãe e eu partiremos amanhã cedo, então não precisam levantar para nos ver partir. O Visconde Elly disse que faz muito frio pela manhã. Tenho algumas coisas para dizer, então preste atenção! Alice, estude etiquetas e ensine elas para suas irmãs, quando voltarmos terão os seus deputes. Elisa, seja mais flexível com as situações, tenha mais paciência. Emmy, ajude sua irmã mais velha com o que precisar, o Visconde Elly tem um estábulo grande, peça para o seu primo Heitor te ensinar, aproveite e o ajude. E por último, aqui é diferente da nossa casa, embora eles tenham empregados, todos costumam a cooperar com os afazeres. As empregadas já estão preparando os seus banhos, porém o resto é com vocês.

- Mais...pai! – Reclamou Elisa.

- Filha, eles nos receberam de braços abertos, sejam gentis com eles de volta, agora vão!

- Sim, pai!

Emily

Um banho quente era tudo que eu precisava nesse momento, aproveitei para reorganizar meus pensamentos sobre os últimos dias, sobre a viagem, e está fora de casa.

Passei tempo demais no banho e me atrasei para o jantar, ao sair da banheira bati meu braço deixando um pequeno hematoma no pulso direito, me arrumei o mais rápido possível e corri, já imaginando a bronca que iria levar.

Quase perto da sala de jantar, virei rápido de mais no corredor, me choquei contra alguém, quase caio no chão.

Encarei o chão, ainda atordoada, sem entender a situação, senti uma mão firme segurar minha cintura, notei que eu o garrava forte em seus braços, ele me puxou levemente de volta, encarei novamente aquele olhar atraente de novo.

- Tenha mais cuidado senhorita.

- Me desculpe, eu me atrasei. – Falei sem conseguir parar de olhá-lo.

- Não precisa de tanta formalidade.

- Só estou sendo educada, afinal a culpa foi minha.

- Talvez eu tenha te interpretado mal, afinal não é comum os nobres serem tão educados com alguém de baixo escalão.

- Educação não convém apenas a nobreza, basta ser humano. Pelo menos é o que eu penso.

Ele sorriu me mostrando seus dentes brancos e alinhados. – É uma bela forma de pensar.

Meu coração disparou, o som era tão alto que fiquei com medo de que ele pudesse ouvir. – Seus olhos... você tem belos olhos. – Falei o que pensava novamente.

Abaixei a cabeça com vergonha, foi quando percebi que ainda segurava os seus braços, soltei rapidamente. – Me desculpe, estou atrasada.

Saí correndo pelo corredor, sem olhar para trás, parei de correr, ao ouvir a voz dele dizendo baixinho, “não corra!”, entrei na sala sentindo minhas bochechas arderem. Me desculpei com todos na sala. Depois do jantar meu pai me deu broncas pelo atraso.

A noite foi tranquila, consegui dormi bem, mas acordei indisposta, fiquei triste em meu quarto pela partida dos meus pais, passei boa parte da tarde sentada na janela olhando para a paisagem. Do meu quarto era possível ver o castelo de pedras negras no alto da montanha, ele parecia muito bonito, eu esperava poder vê-lo de perto algum dia.

De repente escutei os barulhos dos cavalos, então lembrei do estábulo, saí de fininho do quarto para Elisa não descobrir e me seguir. Passei pelos corredores da mansão ainda perdida, sem saber a direção certa, isso até encontrar a cozinheira e ela me indicar por onde eu deveria ir.

O barulho dos cavalos ficava cada vez mais alto, entrei no estábulo, ele era muito grande e espaçoso, ouvi uma voz irritada e um cavalo relinchando alto, no final do corredor.

— Você é um cavalo muito mal-educado, sabia! Não condiz com o seu dono, porque você é tão áspero? Apenas quero te dar comida! — Falou um senhorzinho de cabelos brancos e roupas surradas, ele segurava uma cenoura.

Olhei para um cavalo preto, suas crinas negras e onduladas, ele parecia um cavalo bem cuidado! O cavalo relinchava bravo, me aproximei devagar para não fazer alardes, mas mesmo assim eles notaram minha presença, então ficaram me observando.

- Posso tentar? – Estendi a mão para o senhor pedindo a cenoura.

- Claro! mas tenha cuidado, ele costuma a ser hostil com as pessoas, só o seu dono consegue lidar com ele.

O senhor se afastou, ele continuou cuidando dos outros cavalos.

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