❤️🔥 Casal Protagonista:
Ela: 📛 Isabela Marins
💄 23 anos, estudante de Direito, criada na zona sul, rica, determinada, com uma beleza marcante e uma mente afiada. Noiva de um político influente, vive sob vigilância e pressão da elite.
Mas o que ela quer... é liberdade.
E liberdade tem nome e sotaque.
Ele: 📛 Kael dos Santos
🔥 27 anos, chefe do morro Boa Esperança. Ex-soldado do tráfico, virou gerente e depois o “patrão”. Inteligente, frio com os inimigos, protetor com os seus. Dono de uma beleza bruta, cheia de cicatrizes e tatuagens.
Comanda tudo com pulso firme… até conhecer Isabela.
Ela é o erro que ele quer repetir.
Ele é o perigo que ela quer sentir.
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🩸Conflito central:
Isabela entra no morro para fazer um projeto social da faculdade, mas acaba envolvida com Kael após ser protegida por ele num tiroteio. O que começa como troca de olhares vira tensão, depois beijos escondidos, depois noites proibidas.
Enquanto isso, o noivo dela — Rodrigo Tavares, político ambicioso e corrupto — está envolvido com a milícia e vê em Isabela uma moeda de troca.
Kael, por sua vez, está prestes a enfrentar uma guerra com a milícia e não pode se dar ao luxo de ter um “amor burguês”.
Mas ela vira a fraqueza dele.
E ele, a única coisa que a faz se sentir viva.
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O salto fino de Isabela Marins fazia um som estranho no chão de cimento cru. O sol batia forte na cabeça, mas ela se recusava a prender o cabelo. Era a única coisa que ainda sentia controle. O resto… bom, o resto estava escapando pelas mãos como água em ralo aberto.
Ela olhou em volta. O morro da Boa Esperança era tudo que os jornais diziam e nada do que sua alma acreditava. Crianças correndo entre vielas, barracos empilhados como peças de dominó instáveis, fios elétricos cruzando o céu como teias caóticas. E, ao fundo, vozes altas, risadas… e os olhares.
Os olhares de quem sabia que ela não era dali.
— Tá perdida, doutora? — perguntou um dos caras na esquina, sem camisa, tatuado, com um fuzil pendurado no peito e sorriso debochado na boca.
Isabela engoliu seco, mas manteve a postura.
— Vim falar com a coordenadora do projeto. Ela pediu que eu entregasse os documentos pessoalmente. — estendeu uma pasta como se fosse escudo.
O rapaz riu.
— Documentos? Aqui? Tá achando que isso aqui é cartório?
Ela sentiu o estômago virar. O medo subiu feito fumaça. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, uma voz mais grave se sobrepôs.
— Deixa a mina passar.
O silêncio caiu como pedra.
O homem que se aproximava tinha a aura de quem não precisava gritar para impor respeito. Alto, pele bronzeada pelo sol, tatuagens nos braços e no pescoço. Os olhos eram escuros e atentos. Cada passo dele parecia ecoar mais do que os sons da favela inteira.
— Pode ir, princesa. Eu te acompanho. — disse ele, olhando pra ela como se lesse seus pensamentos mais íntimos.
Kael dos Santos. O nome que corria nos becos como trovão antes da tempestade. Ela não sabia disso ainda. Só sabia que tinha acabado de encontrar um par de olhos que prendiam mais que qualquer algema.
— Obrigada — respondeu, hesitante.
Eles andaram lado a lado por alguns minutos. Ela em silêncio, ele observando. Cada gesto dela era estranho demais pro ambiente. E ao mesmo tempo… hipnotizante.
— Você tem coragem, hein. Entrar aqui sozinha.
— Eu sabia que era arriscado, mas o projeto social é importante. Quero ajudar. Sou estudante de Direito. — tentou parecer firme, mas sua voz tremia só um pouco.
— Estudante de Direito. Hm. — ele parou e olhou pra ela. — E o que você entende de favela, princesa?
Ela sustentou o olhar.
— Talvez nada. Mas quero entender.
Kael encarou mais um segundo. Seus olhos desceram pelo pescoço dela, pela roupa justa, os brincos de ouro discreto. Ela era um corpo estranho ali. Mas não do tipo desprezível. Era do tipo que instigava.
— Você vai ter que entender rápido. Aqui, quem vacila, morre.
A resposta foi seca, cortante, mas não tinha ameaça. Era um aviso. E ainda assim… ela não recuou.
Chegaram ao pequeno centro comunitário improvisado. A coordenadora veio, pegou os documentos, agradeceu, mas Isabela nem ouviu metade. O calor do olhar de Kael ainda queimava na nuca.
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Na volta, ele insistiu em acompanhá-la de novo.
— Não costumo dar carona pra playboy, mas... você é diferente.
Ela riu, pela primeira vez.
— Isso é bom ou ruim?
— Ainda tô decidindo.
O trajeto foi mais silencioso, mas a tensão era mais densa. Cada passo criava um fio invisível entre os dois.
No portão de saída do morro, ela parou.
— Obrigada por me acompanhar.
— Não foi por educação. — Kael falou com a boca próxima demais. — Foi porque tem muito olho aqui que não respeita mulher sozinha. E porque eu quis.
O ar ficou mais pesado. Ela prendeu a respiração.
— Você devia ir embora. Aqui não é lugar pra você.
Ela não disse nada. Apenas assentiu. Mas no fundo, já sabia: não era a última vez que pisaria ali.
E ele sabia: não seria a última vez que olharia pra ela como quem quer, e não devia.
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Naquela noite, Isabela não conseguiu dormir. O cheiro de pólvora misturado com perfume barato ainda estava nas narinas. E o olhar de Kael… colado na pele como suor.
Do outro lado da cidade, Kael encarava a laje, o fuzil no colo e o cigarro apagado na boca.
— Que merda, hein — murmurou para si mesmo. — Logo a filha da elite…
Mas ele já sabia: tinha começado. E dali pra frente, não tinha mais volta.
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Dois dias depois, Isabela voltou ao morro da Boa Esperança.
Dessa vez, de tênis, cabelo preso num coque frouxo e sem salto nenhum. Mas ainda com a mesma postura ereta, o olhar decidido e os lábios pintados de vermelho queimado.
O projeto social precisava de estrutura, organização, planilhas... e ela era boa nisso. Mas no fundo, sabia que havia outro motivo a puxando de volta.
Sabia... e odiava admitir.
Quando subiu as vielas, todos olharam. Comentários baixos, risadinhas maliciosas. Mas ela manteve o passo firme, ignorando tudo.
— A patricinha voltou — murmurou alguém atrás dela.
Ela apenas respondeu sem virar o rosto:
— E dessa vez com tempo.
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Kael estava sentado na laje, ouvindo um dos soldados falar de uma possível movimentação da milícia. Até que viu ela. Subindo. Séria. Linda. Intocável.
— Pega a visão ali, Dedé — disse, tirando os olhos do rádio e apontando discretamente.
Dedé assobiou.
— Tá de volta, patrão.
Kael apenas assentiu e desceu, com passos lentos, como um predador cercando o alvo. Mas quando chegou perto dela, ela nem sorriu.
— Eu volto e você não diz nem um "oi"?
— Eu vim trabalhar, não fazer social — ela respondeu, seca.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Trabalhar no meio do meu território?
— A favela não é sua, Kael. É das pessoas que vivem aqui. Eu só vim ajudar.
A resposta foi rápida, firme, afiada como navalha.
Kael riu, mas havia respeito no olhar. Aquela mulher não era só boca vermelha e curvas de enlouquecer. Ela tinha força. Tinha fogo.
— E você sempre fala assim com quem te protege?
— Eu agradeço o que fez, mas não tô aqui pra flertar com traficante.
Aquilo foi um soco sem mão. E ele gostou.
— Tô vendo que você adora um desafio.
— Tô vendo que você adora pensar que já ganhou. — ela respondeu e passou por ele sem esperar.
Kael a observou de longe enquanto ela organizava caixas, falava com as mulheres do morro, anotava tudo com postura e coragem. Era impossível não olhar. Impossível não desejar.
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Horas depois, já no fim do dia, ele se aproximou quando a maioria tinha ido embora. Ela estava sozinha guardando papéis na mochila.
— Você se acha melhor que a gente, né?
— Eu me acho diferente. E você também é.
— Diferente como?
— Você me deixou entrar no seu mundo, Kael. Mas isso não significa que eu pertenço a ele.
O vento jogava alguns fios do cabelo dela no rosto. Kael se aproximou mais um passo. Só um. O suficiente pra ela sentir o cheiro dele: amadeirado, quente, com um toque de pólvora e pecado.
— E se eu quisesse você aqui?
— Então ia ter que querer do jeito certo. — Ela levantou o rosto, olhos nos dele. — E do jeito certo não combina com a sua vida.
Kael segurou o queixo dela com firmeza, mas sem força.
— Você fala bonito, princesa. Mas seu olho tá queimando igual o meu.
Ela não recuou. Mas também não se entregou.
— Desejo não é suficiente. E eu não sou seu prêmio. — Ela soltou o rosto dele devagar. — Me ganha… se for homem pra isso.
Virou as costas e desceu a viela.
Deixou Kael parado, com o coração acelerado, o ego ferido… e uma vontade insana de provar que ela era dele.
Do jeito dela.
Na hora dela.
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Naquela noite, ela apagou as luzes do quarto e encostou na janela. Lá fora, a cidade acesa. O Rio dormia e ardia ao mesmo tempo.
O celular vibrou.
Mensagem desconhecida:
> “Você não é minha. Ainda.”
– K
Ela sorriu sozinha. Mas não respondeu.
Ia deixar ele no fogo.
Porque ninguém toca nela sem merecer.
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Era terça-feira, fim de tarde, quando Isabela subiu o morro da Boa Esperança pela terceira vez.
Mas agora… não era a mesma mulher que chegou ali com salto, medo e dúvida.
Dessa vez, ela vinha de calça jeans de cintura alta, cropped preto e um coque bagunçado preso com pressa. Trazia no rosto um batom escuro e nos olhos… fogo.
Os olhares dos moradores já não a intimidavam.
Os assovios? Ignorados.
Ela caminhava com passo firme, celular no bolso e orgulho nas veias.
Do alto da laje, Kael observava.
— A princesa voltou… — murmurou, com a voz grave e baixa.
— Patrão… essa aí tá desafiando geral. — comentou Dedé, sentado ao lado.
Kael não respondeu. Apenas se levantou, largando o rádio e descendo com calma. Cada passo dele era pensado. Cada batida do coração… um aviso.
Quando ele chegou na frente do centro comunitário, ela já estava lá dentro, conversando com duas mulheres. Anotava coisas, ria, abraçava uma criança no colo como se tivesse nascido naquele chão de cimento.
Ela era… tudo.
E não era dele. Ainda.
— Trabalhando muito, princesa?
A voz dele ecoou como trovão suave.
Ela se virou, devagar, sem se abalar.
— Diferente de você, eu não passo o dia mandando e sendo bajulado.
Kael deu um sorriso torto.
— Você tá afiada hoje.
— Eu sempre fui. Você que não notou.
Ela passou por ele e foi até a parte de trás do galpão, onde caixas precisavam ser organizadas. Ele seguiu. E não era só pelas caixas.
— Me diz uma coisa, Isabela…
Por que você continua vindo aqui?
Ela parou. Se virou. Cruzou os braços.
— Porque eu quero. Porque eu posso. Porque isso aqui não é seu.
O silêncio entre os dois virou eletricidade.
Kael se aproximou devagar, parando a centímetros do rosto dela.
— Você sabe o que tá fazendo?
— Sei sim. Tô deixando um homem perigoso achar que tem poder sobre mim… só pra ver até onde ele vai.
A respiração dele acelerou. O olhar desceu pela boca dela.
— Você gosta de brincar com fogo.
— E você gosta de achar que já ganhou.
Ele a puxou pelo braço, rápido, mas sem machucar. Apenas o suficiente pra que o corpo dela encostasse no dele.
— Para com isso, princesa. Eu já perdi a paciência.
— Então perde mais. Perde o controle. Perde a pose. Perde o juízo… mas não acha que vai me ganhar no grito.
Ela falou baixo, com os olhos fixos nos dele.
E aí… ela fez o que o Kael menos esperava.
Ela encostou o rosto no dele, quase roçando os lábios… e desviou.
— Quem manda no meu corpo sou eu.
— Quem escolhe o beijo sou eu.
— E você… ainda não merece.
Se afastou com um sorriso provocante, deixando Kael parado, com o sangue fervendo, o orgulho queimando e o desejo gritando.
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Naquela noite, ela desceu o morro como quem sabe que está deixando alguém em chamas.
E Kael…
Kael ficou ali, de fuzil no colo e boca seca.
— Essa mulher vai acabar comigo… — murmurou. — Mas só depois de eu acabar com esse mundo dela e fazer ela querer o meu.
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Na Zona Sul, Rodrigo Tavares estava no carro, mexendo no celular.
Uma notificação apareceu:
📷 "Isabela Marins fotografada na comunidade Boa Esperança."
O sangue dele gelou.
O rosto endureceu.
E ali… o jogo político virou jogo pessoal.
Ele não ia permitir que ninguém tocasse no que ele julgava ser dele.
Muito menos um favelado.
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