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Nove Meses e um Destino

Nove meses e um destino

Apresentação dos Personagens

👩 Mariana Souza

22 anos, estudante de arquitetura. Forte, batalhadora e marcada por traumas. Trabalha desde cedo para se manter, e nunca quis depender de ninguém — nem mesmo de seus pais, que moram no exterior. Apesar da aparência frágil, é extremamente resiliente.

Foi vítima de abuso do tio e nunca contou nada a seus pais para não preocupá-los. Após ser expulsa de casa e perder o emprego no mesmo dia, sua vida muda quando encontra Gabriel.

👨 Gabriel Ferraz

36 anos, CEO da Ferraz Motors, maior empresa de carros do país, com renome internacional. Inteligente, centrado, controlador, mas de coração justo. Sonha em ser pai, mas sem envolvimento romântico. Acha que o amor só atrasa os planos. Ao conhecer Mariana, vê nela a mulher ideal para realizar seu sonho, mas nem imagina que seus próprios sentimentos podem mudar.

👧 Luísa Ferraz

23 anos, irmã mais nova de Gabriel. Cursa engenharia mecânica. É divertida, espontânea, defensora de causas sociais, adora provocar o irmão, mas tem um coração imenso. Ela é quem mais acolhe Mariana desde o início.

👨 Gustavo Ferraz

32 anos, irmão do meio. Trabalha com Gabriel no escritório da Ferraz Motors. Leal, sensato, calmo. É o equilíbrio da família. Sempre apoia o irmão, mas enxerga onde ele erra.

👵 Marlene Ferraz & 👴 Ernesto Ferraz

Pais de Gabriel, Luísa e Gustavo. Pessoas humildes, amorosas e pé no chão. Nunca se deixaram levar pela fortuna do filho. Têm um carinho imediato por Mariana.

👴 Avô Romeu Ferraz

Pai de Ernesto, ex-mecânico. Mal-humorado, desconfiado, duro com palavras. Poucas pessoas têm o privilégio de vê-lo sorrir. Acha que ninguém é bom o bastante para sua família —

👩 Tia Neuza & 👨 Tio Agenor

Tios de Mariana. Ela é religiosa e cega de sentimentos pelo marido. Ele é abusivo, autoritário e perverso. Foram responsáveis por anos de dor na vida da sobrinha.

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Início da História

O som das buzinas abafava o grito que ela não conseguia soltar.

Mariana apertava a mochila contra o peito enquanto caminhava sem rumo pelas ruas movimentadas do bairro. O sol do fim da tarde queimava sua pele, mas era o de menos. O que queimava de verdade era o vazio no estômago e o desespero no peito. Desde a manhã, não comia nada. Nem café, nem almoço. Só lágrimas e vergonha.

Naquela mesma manhã, ela havia criado coragem para contar à tia o que há tempos carregava sozinha: os abusos constantes de Agenor, o homem que ela aprendeu a chamar de tio.

Mas Neuza não acreditou. Pior: a acusou de estar inventando tudo, e com um grito seco e um tapa na cara, a expulsou de casa.

Sem tempo para pensar, foi direto ao trabalho — sua última esperança de manter algum controle da própria vida. Mas ao defender-se de um assédio do gerente da lanchonete, acabou demitida na mesma hora.

Sem casa. Sem emprego. Sem forças.

Foi quando esbarrou nele.

Literalmente.

O impacto do corpo dela contra o terno impecável de Gabriel Ferraz a fez cambalear. Ele segurou seus braços rapidamente, com um reflexo apurado de quem estava acostumado a salvar negócios do colapso. Mas não esperava ter que amparar uma mulher desmaiando em seus braços.

— Ei… moça… — ele chamou, vendo seu rosto pálido e as pernas falharem. — Você tá bem?

Ela não respondeu. Apagou ali mesmo, no meio da calçada.

Gabriel a segurou com cuidado e, por instinto, levou-a para seu carro.

Mal sabia ele que aquela garota perdida e ferida carregava um segredo. E que, a partir daquele momento, a vida dele jamais voltaria a ser a mesma.

Nove meses e um destino

Capítulo 2 – Proposta Irrecusável

Gabriel entrou com Mariana desacordada em seu apartamento da Zona Sul — um lugar que guardava para os dias em que queria fugir do mundo. De frente para o mar, janelas de vidro do chão ao teto, silêncio absoluto. Era ali que se permitia lembrar que era apenas um homem, e não o império que construíra.

Colocou-a com cuidado no sofá e correu para buscar um copo d’água. Quando voltou, ela começava a despertar, com o olhar perdido, assustada.

— Você está bem? — ele perguntou, de joelhos diante dela.

— Onde…. onde eu tô?

— Em segurança. Você desmaiou na rua. Achei melhor te trazer pra cá. Já ia chamar um médico, mas… — ele hesitou — parece que você só precisava comer.

Ela assentiu, envergonhada. Encostou-se no encosto do sofá, o estômago revirando não só pela fome, mas pela angústia.

— Qual seu nome? — ele perguntou, observando cada detalhe de seu rosto cansado, mas bonito.

— Mariana — respondeu com a voz rouca.

— Gabriel — ele disse, oferecendo a mão. — Quer tomar um banho? Tem roupas limpas aqui, se quiser. Depois eu preparo algo pra você comer.

Ela hesitou, mas o olhar dele era sereno. Não havia malícia. Não havia pressa.

Minutos depois, já de banho tomado e vestindo uma camiseta dele que quase ia até os joelhos, Mariana surgiu na cozinha improvisada do apartamento.

— Pode se sentar — disse ele, servindo uma sopa quente, pão e suco natural. Ela comeu devagar, como quem não queria parecer desesperada, mas Gabriel percebia tudo.

Aquela garota estava quebrada. E, mesmo assim, havia algo nela que o prendia.

Depois do jantar, os dois sentaram no sofá. Ela contou tudo oque havia acontecido. O silêncio pairou por alguns minutos, até que ele soltou a pergunta.

— Mariana… posso te fazer uma proposta?

Ela franziu a testa, desconfiada.

— Que tipo de proposta?

— Um acordo. Um contrato. Eu venho procurando há algum tempo… uma mulher para ser barriga de aluguel. Já passei por várias entrevistas, perfis, agências. Nenhuma parecia certa. Mas você…

— Eu?

— Você não tem ideia de como é perfeita pra isso.

— Eu nem sei o que dizer — ela sussurrou, segurando a respiração.

— Você parece sozinha e me disse que perdeu o emprego. Eu poderia oferecer estabilidade, conforto… e um milhão de reais no nascimento do bebê.

Ela arregalou os olhos.

— Um milhão…?

Ele assentiu.

— O contrato é claro. Você vai morar aqui durante toda a gestação. Não terá contato com a criança após o parto. E, sim… o bebê será feito de forma natural.

— Natural… — ela repetiu, quase sem voz. — Você quer dizer…?

— Sim. Sexo. Sem romantismos. Sem complicações. Sem envolvimento emocional. Nem você por mim, nem você pelo bebê.

Ela mordeu o lábio, inquieta. Seu corpo tremia. E, por fim, ela explodiu.

— Você tem ideia do dia que eu tive? — os olhos se encheram de lágrimas. — Eu fui expulsa de casa por denunciar meu tio, que me abusava há anos. Fui chamada de mentirosa. Fui mandada embora do trabalho porque me defendi de um nojento. Eu… eu não tenho nada, Gabriel. Nada!

Ele não disse uma palavra. Apenas se levantou, foi até a mesa de canto e voltou com um envelope.

— Aqui está o contrato. Leia com calma. Não precisa decidir agora, eu sinto muito por você e por tudo que passou, Mas eu quero te ajudar. Quero que pense nisso como um acordo. Um recomeço.

Ela pegou o envelope com as mãos trêmulas.

— E se eu não conseguir… não me desligar? — sussurrou. — E se eu me apegar ao bebê? Ou… a você?

Gabriel olhou fundo em seus olhos.

— Não pode. Não deve. Isso não é uma história de amor, Mariana. É um contrato. Nove meses. E depois… cada um segue sua vida.

Ela abaixou os olhos, sentindo o peso daquela decisão engolir qualquer dúvida. Era frio, era direto. Mas… era a única chance que ela tinha.

E naquele momento, entre o medo e a necessidade, Mariana assinou o destino com as próprias mãos.

Nove meses e um destino

Capítulo 3 – Primeiras Impressões

O sol já havia se escondido no horizonte quando Mariana saiu do banho pela segunda vez no dia. Estava mais calma, os cabelos úmidos caindo nos ombros, os pés descalços tocando o piso frio do apartamento luxuoso.

Gabriel estava na cozinha, de avental e mangas arregaçadas, preparando o jantar como se aquilo fosse parte da sua rotina. Mas não era. Ele raramente cozinhava. Aquilo era… inusitado até para ele.

— Achei que milionários jantassem em restaurantes caros — ela comentou com um meio sorriso, recostada na bancada.

Ele a olhou de lado, sem tirar os olhos da frigideira.

— Às vezes, cozinhar é mais terapêutico do que assinar contratos milionários.

— Não imaginava você do tipo terapeuta.

— E eu não imaginava encontrar uma mulher como você desmaiando nos meus braços no meio da rua.

Mariana baixou o olhar, envergonhada. Gabriel notou.

— Ei — disse em tom mais suave. — Não foi uma crítica. Foi um sinal. Do destino, talvez.

Ela não respondeu. Apenas observou em silêncio enquanto ele terminava de montar os dois pratos.

Jantaram em clima calmo, quase íntimo, trocando poucas palavras, mas muitos olhares. Mariana ainda não havia tomado a decisão final, mas tudo dentro dela gritava por uma chance. Por um recomeço.

— Vou deixar você descansar — ele disse, ao terminar. — Esse lugar é todo seu agora. Meus irmãos estão passando o fim de semana na minha casa, então aproveitei para vir pra cá. Mas amanhã você já vai precisar fazer os exames com a médica que trabalha comigo.

— Tudo bem.

Ele ficou parado por alguns segundos, como se quisesse dizer algo mais… mas apenas pegou o paletó e caminhou até a porta.

— Mariana?

— Sim?

— Você é mais forte do que pensa. E… não precisa mais passar por nada sozinha.

Ela sentiu um nó na garganta com aquelas palavras. Apenas assentiu, e ele foi embora.

Casa da Família Ferraz – Mais tarde naquela noite

Gabriel entrou na casa dos pais, onde morava com os irmãos desde que o avô ficara doente. Encontrou Luísa jogada no sofá com um livro aberto sobre o rosto e Gustavo digitando algo no notebook.

— Olha quem apareceu — disse Gustavo. — Pensamos que tinha fugido do país.

— Eu encontrei uma mulher — disse Gabriel, sem rodeios.

Luísa retirou o livro do rosto, arregalando os olhos.

— Você o quê?

— Calma, não é o que estão pensando — ele suspirou. — Ela estava passando mal, desmaiou na rua. Levei ela pro meu apartamento. Conversei com ela. Fiz a proposta.

— A proposta da barriga de aluguel? — Gustavo ergueu uma sobrancelha.

— Sim. Ela… ainda tá pensando. Mas a situação dela é complicada. Sozinha, sem casa, sem emprego. Uma história pesada.

— Eu quero conhecê-la — disse Luísa, já empolgada. — Quero ver se ela é digna de gerar meu futuro sobrinho!

Gabriel riu.

— Amanhã levo ela pra fazer os exames. Você pode ir junto se quiser.

— Óbvio que vou.

No dia seguinte – Consultório médico

Gabriel estacionou o carro em frente à clínica particular e olhou para Mariana, que estava no banco do passageiro, com os cabelos presos em um coque improvisado e uma expressão tensa.

— Vai dar tudo certo — ele disse, antes de descer.

Mariana assentiu em silêncio.

Luísa desceu do banco de trás com um sorriso largo e estendeu a mão para ela.

— Oi! Você deve ser a Mariana! Eu sou Luísa, irmã do Gabriel. Prazer em te conhecer!

— Prazer… — Mariana respondeu timidamente.

— Eu sou péssima com formalidades, mas ótima em escolher roupas. Depois disso aqui, você tá por minha conta, ok?

Mariana forçou um sorriso, sem saber se devia agradecer ou correr.

Na clínica, a médica fez os exames de rotina, colheu sangue e explicou os próximos passos para a fertilização — já que, por contrato, o processo seria natural.

Gabriel parecia ainda mais sério do que de costume. Mariana tentava fingir que estava tranquila, mas por dentro, era só caos.

Almoço em Família

Após os exames, os três almoçaram juntos em um restaurante aconchegante.

Luísa e Mariana conversavam como se já se conhecessem há anos. Gabriel as observava de longe, admirando o jeito leve da irmã e a forma como Mariana aos poucos baixava a guarda.

— Então… você fazia faculdade de arquitetura? — Luísa perguntou.

— Sim. Quarto semestre. Mas agora… nem sei se vou conseguir continuar.

— Vai conseguir sim — Luísa respondeu com convicção. — Com meu irmão bilionário bancando tudo, você pode até construir sua própria faculdade se quiser!

Mariana riu, e Gabriel também.

Depois do almoço, Gabriel se despediu:

— Preciso ir para o escritório. Lu, cuida dela pra mim?

— Pode deixar — ela piscou.

Shopping – Mais tarde

Luísa levou Mariana ao shopping e fez questão de acompanhá-la em cada loja.

— Pode escolher o que quiser. Gabriel disse pra não economizar — disse Luísa, empurrando um carrinho com roupas e bolsas.

Mariana pegou uma blusa tímida e disse:

— Não sei nem como agradecer…

— Não precisa. Só precisa entender que agora você não está mais sozinha, Mari. De verdade.

Mariana segurou as lágrimas. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se acolhida. E mesmo que tivesse entrado nessa por desespero, talvez… só talvez… não fosse tão impossível assim criar laços.

Mesmo que isso não estivesse no contrato.

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