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Mesmo Quando Brigo e por Vc...

01

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🔥 Kael Idade: 25 anos Aparência: Moreno, sorriso de canto, olhar malicioso. Tem aquele ar de quem sabe que é bonito, mas finge que não liga. Estilo: Jeans rasgado, camiseta colada, jaqueta jogada nos ombros. Sempre com um pirulito ou um comentário sarcástico. Personalidade: Sarcástico, competitivo, impulsivo. É o tipo que briga rindo, mas sente tudo intensamente por dentro. Segredo: Finge que é seguro de si, mas morre de medo de ser rejeitado por quem ama.
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❄️ Soren Idade: 21 anos Aparência: Cabelos platinados ou pretos lisos, sempre bem arrumado. Olhos cortantes, expressão séria. Estilo: Roupas sóbrias, camisa fechada até o último botão. Costuma usar preto ou cinza. Personalidade: Frio, estratégico, inteligente. Prefere o controle a surpresas. Odeia perder. Nunca se apaixona — ou pelo menos achava que não. Segredo: Cresceu em um ambiente que o ensinou que amor é fraqueza. Por isso resiste tanto. Mas quando ama… ama como guerra.
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📖 Capítulo 1 – Olhos Que Irritam Demais Pra Serem Ignorados
A sala estava cheia, mas só duas presenças realmente se enfrentavam. Kael chegou atrasado — de novo. Encostou na porta com aquele sorriso cínico de quem sabia que todos estavam olhando. Jaqueta pendurada no ombro, mochila jogada, cabelo bagunçado como se tivesse acabado de sair da cama. Literalmente. Soren nem levantou os olhos do notebook. Mas sua mandíbula travou só por ouvir o estalo dos passos de Kael.
kael
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— Uau — Kael disse, passando atrás da cadeira de Soren devagar. — Ainda de camisa social, professor?
soren
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— E você ainda de camiseta amassada. Não me surpreende — Soren respondeu, sem olhar
Kael riu baixo, sentando duas cadeiras ao lado só pra provocar. Sabia que Soren gostava de distância. Por isso se aproximava. Sempre.
kael
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— Qual é, vai fingir que não sentiu minha falta
soren
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— Eu sinto falta de silêncio — Soren retrucou, seco.
A aula começou. Eles estavam no mesmo grupo do projeto de fim de curso. Coincidência? Soren não acreditava nisso. Tinha certeza que Kael fez de propósito. Porque ele sempre fazia. O professor passou uma atividade em dupla.
professor
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— Soren com... Kael.
A sala soltou um “ihhh”. Soren respirou fundo como se tivesse levado um soco. Kael sorriu mais largo ainda.
kael
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— Destino — murmurou Kael, se aproximando com o caderno na mão. — A gente devia parar de resistir.
soren
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—Soren virou os olhos. — A gente devia parar de existir no mesmo planeta.
🌙 [Horas depois, biblioteca vazia.]
Eles estavam juntos em uma mesa, mas era como se uma muralha dividisse os dois.
soren
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— Você vai anotar ou só vai ficar me encarando? — Soren soltou.
kael
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— Só tô tentando entender como alguém tão travado consegue parecer tão bonito irritado — Kael respondeu, sem pensar. Foi automático
Silêncio. Soren engoliu em seco. Fingiu que não ouviu. Mas a mão dele parou de digitar por 3 segundos. Kael viu.
kael
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— Você age como se fosse imune — disse Kael, agora mais baixo. — Mas eu sei que alguma coisa aí dentro treme quando eu chego perto
Soren o olhou pela primeira vez. De verdade. Olhar firme, só que havia algo quebrando no fundo.
soren
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— Não teste isso, Kael. Você não faz ideia do que está cutucando.
kael
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— Então me mostra.
A tensão era como eletricidade no ar. Nem beijo, nem toque — só dois corações batendo rápido demais num espaço pequeno demais.
O silêncio que se seguiu foi pesado. Não desconfortável — intenso. Soren encarava Kael como se quisesse decifrar cada camada daquele sorriso irritante. Como se, por trás da provocação, houvesse algo mais. Algo real. Kael não desviou o olhar. Pela primeira vez em meses, Soren sentiu que não tinha controle.
soren
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— Você sempre faz isso — Soren disse, voz baixa, como se confessasse mais pra si do que pro outro.
kael
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— Faço o quê?
soren
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— Testa limites. Invade. E ainda age como se fosse normal.
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Kael deu um sorriso lento, quase triste. — Porque você me deixa chegar perto... mesmo dizendo que não.
soren
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Soren virou o rosto. — Eu deixo? É isso que você acha?
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— Eu sinto. — Kael se aproximou mais, deixando o ombro quase encostar no dele. — E você sente também. Mas se esconde atrás desse escudo gelado.
Soren trincou os dentes.
kael
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— Não? — Kael inclinou a cabeça. — Então me explica por que você sabe todos os meus horários, meus livros preferidos, por que você sempre senta perto e finge que não quer?
Soren se levantou de repente. Barulho seco da cadeira contra o chão. O coração dele batia no pescoço.
soren
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— Chega. Eu não vim aqui pra isso.
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— Não, você veio pra fugir, como sempre — Kael disse, ainda sentado, mas com o olhar mais sério do que nunca. — Mas sabe de uma coisa, Soren? Eu não vou mais te deixar fugir de mim.
A frase ficou no ar. Por um segundo, Soren hesitou. Seus olhos buscaram os de Kael... e encontraram algo diferente. Não desafio. Não brincadeira. Verdade. E isso era ainda mais perigoso.
soren
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— Cuidado com o que você quer, Kael — Soren disse, antes de se virar e sair da sala, apressado. — Às vezes o que parece fogo, também queima de verdade.
Kael ficou sozinho. Mas ele sorriu. Porque, pela primeira vez... Soren não o empurrou. Só foi embora porque não sabia como ficar. E isso… já era um começo.

02

📖 Capítulo 2 – Tudo Que Você Finge Que Não Sente
Soren passou o dia seguinte como se nada tivesse acontecido. Como sempre fazia. Camisa alinhada, postura reta, olhar focado. Só que os dedos tremiam ao digitar. E ele evitava o corredor onde Kael costumava aparecer encostado na parede, sempre sorrindo de canto como se soubesse de algum segredo. Mas naquela tarde, ele estava lá. E Soren viu primeiro. O coração deu aquele susto no peito. Só não desviou o olhar rápido o bastante.
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— Fala, gélido — disse Kael, cruzando os braços. — Fugindo de mim, ou só fingindo que não vê?
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— Você vive no seu próprio show, né? — Soren respondeu, passando por ele
Kael o seguiu. Sem pressa.
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— E você vive se escondendo no meio da plateia. Fingindo que não sente nada.
Soren parou. Virou devagar.
soren
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— Você fala como se me conhecesse.
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— Eu te enxergo. Isso te assusta?
O corredor estava vazio. Só eles. E aquele maldito silêncio carregado que sempre surgia entre os dois quando paravam de provocar.
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— E se eu disser que você tá errado? — Soren perguntou, mais baixo.
Kael chegou perto. Perto demais.
kael
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— E se eu disser que você só quer que eu prove que não estou?
O olhar de Kael cravou no dele. Soren devia ter recuado. Mas não se mexeu. O corpo ficou. A respiração falhou. E então… Kael encostou. Devagar, como quem dá chance pro outro fugir. Os lábios quase tocando os dele.
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— Se você não quiser… — Kael sussurrou, — diz agora.
Soren fechou os olhos. Mas não disse nada. O beijo veio quente. Tenso. Carregado de tudo que eles seguraram por tempo demais. Mãos nas costas, respiração entrecortada, coração acelerado. Nenhum dos dois queria parar. Mas Soren foi quem recuou primeiro. Com os olhos abertos e assustados.
soren
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— Isso… não devia ter acontecido.
Kael apenas o olhou. Um sorriso pequeno, mas sem ironia.
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— Então por que parece que você tá mais vivo do que nunca?
Soren não respondeu. Só virou as costas e foi embora. De novo. Mas dessa vez, Kael ficou com um gosto nos lábios que dizia uma coisa: Soren não ia conseguir fugir pra sempre
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Soren acordou no dia seguinte com a lembrança ainda grudada na boca. O beijo. O jeito como Kael encostou como se já soubesse que ele não ia recuar. Como se os dois tivessem esperado por aquilo mais do que admitiam. Mas era só um beijo. Certo? Soren se vestiu como se blindasse o corpo. Camisa cinza, paletó escuro, cabelo perfeitamente penteado. Nenhuma falha, nenhuma brecha. Como sempre. Só que por dentro… estava em ruína.
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Na sala de aula, Kael entrou com o mesmo ar de sempre: insolente, debochado, irritantemente charmoso. Mas os olhos... procuraram direto pelos dele. Soren desviou. Não porque queria. Mas porque não confiava em si mesmo. Kael se sentou duas fileiras atrás. Não falou nada. Mas a tensão era tão espessa que dava pra cortar com uma faca. O professor falava, mas Soren não ouvia. Só sentia. O peso do olhar. O gosto da dúvida. E a lembrança daquelas mãos na sua cintura.
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Mais tarde, no corredor vazio, Soren sentiu quando Kael chegou antes mesmo de vê-lo. Era como uma presença elétrica, sempre o cercando de maneira sutil, porém constante. Como se o universo ficasse mais inquieto quando os dois estavam no mesmo lugar.
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— Ainda fingindo que nada aconteceu? — Kael perguntou, encostado na parede, com os braços cruzados.
Soren parou, sem encará-lo.
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— Eu não estou fingindo. Eu estou... lidando.
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— Com o quê? Com o fato de que me beijou de volta? Que queria?
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— Eu não queria — ele respondeu, seco. Rápido demais.
Kael deu uma risada baixa.
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— Você mente muito mal, Soren.
Ele respirou fundo, então o olhou, com olhos afiados como navalha.
soren
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— E você se acha demais.
Kael se aproximou, devagar. Passos silenciosos, mas intensos. Parou a centímetros.
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— Não é questão de se achar. É só que... eu sinto. Tudo. Quando você olha pra mim como se odiasse, mas o olho treme. Quando fala meu nome como se quisesse me afastar, mas a voz falha.
Soren virou o rosto. Mas Kael segurou o queixo dele. Com firmeza. Mas sem pressa.
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— Você sente tudo isso também, não sente?
Soren hesitou. A respiração dele estava descompassada. Os olhos, vermelhos como se segurassem o mundo inteiro.
soren
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— Não posso sentir — ele disse. — Eu não posso me permitir.
Kael soltou devagar. Os dedos escorregando como uma despedida que não quer ir embora.
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— Então vai continuar se escondendo, é isso?
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— Eu... não sei como fazer diferente
Kael deu um meio sorriso, triste. Não debochado, pela primeira vez.
Silêncio. Por um instante, tudo parou.
Até que uma voz ao fundo interrompeu: — Soren, estão te chamando na coordenação. Soren se afastou como se tivesse levado um choque. Respirou fundo, arrumou o colarinho da camisa e saiu sem olhar pra trás. Kael ficou ali. E pela primeira vez, duvidou se conseguiria fazer Soren ficar… se ele mesmo não soubesse o que significava amar alguém que tem medo de si.

03

📖 Capítulo 3 – Entre a Tempestade e o Que Sinto
A previsão dizia "chuva leve". Mentiram. Era quase meia-noite quando os pingos viraram tempestade, engolindo as ruas da cidade com o tipo de fúria que parecia combinar com o que Soren sentia por dentro. Ele estava no campus ainda, terminando uma pesquisa no laboratório de informática. Claro. Ele sempre era o último a sair. Ou pensava que era. Até ouvir passos atrás dele.
kael
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— Você é mesmo viciado em fingir que não tem vida? — disse uma voz conhecida.
Soren se virou devagar.
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— Kael.
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— Achei que fosse o único burro o bastante pra estar aqui essa hora. Mas você me superou. De novo.
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Soren bufou. — Eu não tenho tempo pra você hoje.
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— Mentira. Você sempre tem. Só finge que não.
Soren pegou a mochila e ignorou. Saiu andando. Kael foi atrás. De novo.
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— Sério, você não se cansa? — Soren disparou. — De ficar me cercando, provocando, testando?
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— Não. Porque toda vez que você responde, eu ganho mais uma prova de que você liga.
Eles pararam na porta do prédio. A chuva do lado de fora parecia um muro de água
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Soren franziu a testa. — Droga.
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Kael sorriu. — Esqueci o guarda-chuva. Mas se quiser, podemos dividir o meu casaco e fingir que somos amigos.
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— Eu prefiro me molhar.
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— Claro que prefere. Porque você é orgulhoso até quando tá tremendo.
Soren hesitou. A chuva estava piorando. E Kael… já tirava a jaqueta. Sem dizer nada, estendeu pra ele
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— Pega. Antes que você derreta nessa pose de gente fria.
Soren o olhou. Com raiva. Com medo. Mas pegou. E os dois saíram correndo pra fora do prédio. Rindo — mesmo que por impulso. Porque a chuva gelada queimava e o casaco não cobria tudo. Correram até um ponto de ônibus vazio e coberto. E ficaram ali, ofegantes, encharcados, lado a lado. Por alguns segundos, esqueceram do mundo. Até Kael dizer, entre um suspiro e outro:
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— Você riu
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—não
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— Riu sim. Eu ouvi.
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— Foi reflexo. Não se empolga.
Kael virou o rosto, encarando-o.
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— Por que você tem tanto medo de mim?
Soren travou.
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— Eu não tenho medo de você.
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— Tem sim. Não de mim exatamente. Do que sente quando eu tô perto. E do que isso te obriga a encarar
Silêncio. A chuva ainda caía forte. Mas o silêncio entre os dois… era muito mais alto.
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Que entrega vira arma. — Soren falou, de repente. — E você aparece… e me desmonta como se fosse fácil.
Kael não sorriu. Apenas se aproximou
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— Eu não quero te desmontar. Só quero que você pare de lutar com o que sente. Só por hoje.
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— Só por hoje? — Soren perguntou, a voz quase falhando.
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— É. Amanhã a gente pode voltar a fingir que se odeia. Mas hoje… deixa eu te mostrar que não precisa doer.
Os olhos de Soren se encheram. Não de lágrimas, mas de tudo que ele segurou por tempo demais. E pela primeira vez, ele não fugiu. Deixou Kael encostar. Deixou Kael segurar sua mão. Deixou Kael beijá-lo… devagar, como se dissesse: "Eu tô aqui. E não vou embora."
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✦ Cena extra – mensagem enviada (enfim) Mais tarde, no quarto, Soren enviou: > “Talvez eu não saiba como amar alguém direito. Mas, com você… eu posso tentar.” Kael respondeu em segundos: > “Comigo, você não precisa saber tudo. Só sentir.”

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