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ENTRE O GELO E O FOGO

QUEM SOU

GUSTAV

Tenho 36 anos. Moro na Suécia. Não me relaciono com ninguém, não tenho paciência. Falo apenas o necessário.

Ergui um império internacional que domina os setores automotivo e aeroespacial.

Venho de uma linhagem de rei e rainha. Sou neto deles. Mas isso, para mim, nunca significou nada. Nenhum título me prende. O que importa de verdade é o meu império, aquele que eu mesmo construí, com esforço, disciplina e visão.

Foi no luto, na ausência de consolo, que nasceu minha verdadeira força.

Meus pais morreram em um acidente, quando eu e minha irmã, caçula, a Ellen, éramos muito novos, sou o mais velho. Não tivemos afeto, nem abrigo emocional. Foi ali que perdi qualquer ilusão sobre segurança ou permanência.

Olá, sou a Ellen.

Sou a irmã caçula dessa pedra de gelo, como sempre o chamo. Tenho 26 anos. Sou modelo da empresa dele. Sim, dele.

Exclusiva, pois só posso trabalhar sob o nome do império que ele construiu. Sou o rosto da marca.

Na prática? Uma peça no jogo dele. Um controle disfarçado de proteção.

Mas eu conheço meu irmão. Sei que, por trás daquele olhar frio, há cicatrizes que ele nunca curou.

Não o vejo, sorri, nunca relaxa e não confia em ninguém.

E ainda assim, eu sou a única que ele deixa se aproximar. "Sou luz" ele diz.

GUSTAV

Aprendi a lutar, por mim e por ela.

Controlo a vida dela, sim, não por capricho. Por instinto.

Eu sei exatamente o que a nossa sociedade esconde por trás dos holofotes, dos convites e dos elogios, mas temos uma rigorosa hierarquia e tradições que não se quebram.

Ela é jovem. Linda e inocente demais, nossa família seguem tradições que não se quebram, como a do casamento.

Eu vi o que eles fazem com pessoas como ela e isso não vou permitir.

Ela é a única exceção que faço.

Somos opostos.

Ela é emoção. Eu, razão.

Ela fala com o mundo. Eu o comando.

Mas o mesmo sangue corre em nossas veias.

E por isso, protejo com ferocidade.

Ela é o que sobrou de bom da nossa história.

O império que ergui não veio da sorte, nem do status herdado da família. Nasceu da recusa em ser fraco, da disciplina diária, da mente fria e da coragem de não vacilar. Não abro brechas!

Não quero alianças no meu império.

Não me interesso por laços sociais, festas ou sorrisos vazios.

Falo o mínimo, mantenho distância. A única pessoa ao meu lado é meu vice Liam. Está comigo há anos. Me conhece. Sabe até onde pode ir e onde não deve pisar.

Olá, sou Liam, tenho 32 anos!

Sou o vice e me permito dizer, o único amigo que ele tem, conheço o suficiente para saber até onde posso ir.

Não forço conversas. Não cobro presença.

Ele não é de falar muito, mas eu aprendi a escutar o que ele não diz.

As feições dele entregam mais do que parece, um olhar, um movimento de queixo, o jeito como segura um copo.

Aprendi a decifrá-lo, é assim que consigo manter uma boa convivência.

Com ele, cada silêncio tem peso. Cada decisão, consequências.

Trabalho ao lado de Gustav há anos, vi o império, crescer sem descanso, sem falha.

Ele me escolheu porque sabe que eu não sou como os outros, ele me treinou para andar do seu lado.

Não preciso de palco. Nem de aprovação, cumpro o que tem que ser feito e nunca esqueço o que está em jogo.

Claro, não trabalhamos sozinho. Temos pessoas ao nosso redor. Mas foram treinadas por ele, moldadas sob minha vigilância.

Confiança? Sei que existe, até certo ponto. Nunca é completa, mas o compreendo perfeitamente.

GUSTAV

Há uma exceção em meu calendário, uma única noite por ano, a festa anual da corporação.

Não é vaidade, é estratégia. É uma vitrine do império que construí.

Ali, mostro força, tecnologia, controle e o meu domínio absoluto dos setores onde ninguém mais ousa competir.

É um evento grandioso. Planejado com meses de antecedência.

Tudo segue um roteiro milimétrico: convidados selecionados, jornalistas internacionais, modelos, chefes de estado, CEOs, agentes de defesa e bilionários tentando me imitar.

PARTE 2

ELLA

Olá.

Tenho 27 anos, sou solteira e moro com aquela que insiste em se chamar de minha mãe.

Minha história de vida não tem nada de romântica.

Minha mãe era casada com meu pai, mas assim que nasci… ele desapareceu.

Não sei exatamente o que aconteceu e ninguém nunca falou sobre isso.

O que sei é que, pouco depois, ela usou o próprio rosto para garantir outra aliança, pois ela é linda. E, sim, muito rápida.

Logo arranjou outro homem, e logo engravidou de novo.

Dessa vez, para segurá-lo.

Ele não queria ficar. Não por minha causa e eu? Sou o seu fardo.

Desde então, vivo em um inferno que chamam de “família”.

Fui criada com a obrigação de aceitar tudo em silêncio.

Minha mãe é loira. Minha irmã também, sou a diferente. Acredito que puxei ao meu pai, mesmo sem nunca o ter visto.

Às vezes, me pergunto se algum traço meu incomoda ela por lembrar de algo que ela preferia esquecer.

Infelizmente, vivemos sob a aparência impecável da sociedade sueca, mas conheço o que há por trás das cortinas.

Lutei e luto pelo meu espaço todos os dias e agora, adulta, não permito mais que me humilhem.

Sou modelo, não internacional, sinceramente não me importo.

A fama nunca foi o objetivo, o que eu quero mesmo... é liberdade.

Sair dessa casa... Respirar outra vida, nada é tão simples.

Por conta do trabalho do meu padrasto, não posso morar sozinha. Então fizemos um trato silencioso:

Eles param de me humilhar. Eu os suporto. Não é convivência. É sobrevivência.

Mas o que me dói de verdade… É saber que minha própria mãe me odeia e eu nem sei por quê.

Nunca houve amor, carinho e nunca houve explicação. Só distância, olhares cortantes e a sensação constante de ser um erro que ela nunca quis encarar.

Lógico que não me apego ao sentimento deles.

Não merecem.

Não me pertencem.

Mas, às vezes…

Só às vezes…

A ausência pesa mais do que qualquer ofensa.

Tenho uma grande amiga. Asha, temos a mesma idade, também modelo, mas com uma energia completamente diferente da minha.

Ela é indiana, vive aqui na Suécia, e é a única pessoa com quem posso ser eu mesma, sem máscaras, sem medo.

Sonho em dividir uma casa com ela. Morar juntas. Rir até tarde. Dormir ouvindo música no sofá. essa liberdade simples… Mas para mim, seria tudo.

Como eu, Asha carrega as tradições do país dela, ao contrário de mim, ela se recusa a segui-las.

Os pais vivem ligando, pressionando, cobrando um casamento arranjado, mas ela foge disso como quem corre de uma armadilha.

E aqui…Bem, aqui ela se diverte. Bastante, se é que vocês me entendem.

Asha vive como se o mundo não fosse feito para prender ninguém.

E eu admiro isso.

Mesmo que às vezes, esconda o quanto isso me dói, porque eu continuo presa, no teto da casa.

Estou jogada no sofá, da sala onde acabamos de fazer uma sessão de fotos. A maquiagem ainda borrada. Os olhos fixos no teto, sem pressa de levantar. Asha entra dançando, descalça, com um copo de chá quente na mão e um turbante de cetim na cabeça.

Asha: Amiga, olha o que encontrei! Me deu vontade de fazer uma dança sensual... como só eu sei fazer.

Mas aqui não tem ninguém que me interesse. Que desperdício de charme!

Ella (rindo, sem se mexer): Sua doidinha... vem, vamos nos preparar para próxima sessão.

Asha: Eu não vejo a hora de ser famosa. Sério. A gente linda, poderosa... ganhando o mundo com a nossa beleza. Imagina só: Paris, Milão, Dubai...

Ella: Sinceramente? Eu só queria ser livre. Como você. Mas para isso... acho que eu teria que sair desse país.

Vejo a Asha para de dançar. Senta ao lado da amiga no sofá. Olha para ela com carinho, mas sem drama.

Asha: Ei... a liberdade não tá num país, está na coragem de quebrar as regras.

E, pelo que eu vejo, você nunca irá quebrar.

Ella: Por que você me conhece tanto?

Asha: Porque sou sua alma gêmea, ué.

Você é tão forte… Mas também tão fraca.

Forte quando aguenta tudo calada. Fraca quando aceita demais por medo de perder o pouco que tem.

Abaixo os meus olhos. Silêncio entre as duas. Mas não é desconforto. É a nossa intimidade crua.

Asha: Mas sabe o que é pior? Você carrega uma força que o mundo ainda não viu.

E quando você decidir usar… Espero não ser tarde demais.

Mas, mudando de assunto...Você sabe que temos uma festa hoje à noite, né? Trouxe suas coisas?

Ella: Festa? Mas que festa?

Asha: A festa do império do grande Gustav!

Você sabe, aquela que todo mundo quer ir, a agência selecionou algumas modelos para fazer figuração de alto nível, exibir a beleza, causar impacto, virar tendência...

E adivinha quem foi selecionada? Nós!

Ella: Aff... Que ódio.

Com toda a certeza aquela infeliz da Lilly pegou meu convite. Ela vive fuçando nas minhas coisas!

Asha: Que merda... E o pior é que não dá para entrar sem convite. Pera aí, deixa eu ver se consigo mais um.

Pego o celular e começo a digitar freneticamente. Não é justo a Ella ficar de fora, ela precisa tanto relaxar.

Asha: Droga, amiga…Estão contados. Não tem como conseguir outro agora.

Ella: Tudo bem. Você vai se divertir, como só você sabe fazer.

Eu fico em casa, quero descansar, essa semana vai ser corrida para nós.

Asha: Não acho justo. Mesmo. Mas fazer o quê...

Então, vou aprontar com aquela vaga loira mirim... Enviada do capeta.

GRANDE FESTA

A festa pulsa sob luzes suaves. A música é baixa, mas envolvente. Conversas formais misturam-se ao tilintar dos copos de cristal. Gustav, no alto de sua postura fria e imponente, observa tudo de longe com um copo de uísque na mão.

Mas seus olhos, sempre calculistas, percorrem o ambiente

GUSTAV

Não estou aqui para socializar. Hoje... Mas preciso, pelo menos, o meu corpo e o meu controle.

Irei pernoitar fudendo, já até a escolhi, pelo visto ela será fácil de convencer.

Ela vai me servir.

Entrego o copo vazio para Liam, que entende o recado com um breve olhar.

Liam: Quer que eu chame ela?

Gustav: Não. Eu mesmo faço isso. Está fácil demais.

Caminho, e as pessoas abrem, só pelo meu por reflexo, sabem que minha presença é um comando.

Me aproximo da modelo, ela se vira, surpresa. Eu encara, direto, sem rodeios.

Gustav: Você está desperdiçando sua noite tentando parecer interessante. Quer fazer valer a pena?

Lilly: E o que você tem em mente?

Meu nome é Lilly. Tenho 24. Sou irmã da insuportável Ella.

E hoje… hoje eu vou vencer. Peguei o convite dela. Pegaria a vida inteira dela se pudesse.

Burra, fraca. Sentimental demais para esse mundo.

Mas o interessante que o grande Gustav, se interessou por mim, hoje ele é meu.

E vou fazer de tudo para engravidar dele, nem para isso precise furar a camisinha. Vou me tornar parte desse império, quer ele queira ou não.

Lilly: Você sempre é tão direto assim…Ou é só comigo?

Gustav: Com todos. Mas com você, eu vejo algo mais: ambição. Veneno.

E isso me atrai, apenas por esta noite.

Lilly: Talvez eu esteja mesmo… pronta para tudo que você quiser, ficarei com você, não precisa pagar.

Gustav: Não pense que te escolhi por que me interessei e quero algo com você, só quero apenas uma noite, então me diga o seu preço, ou não preciso do seu serviço.

Lilly: , Então para a noite toda, quero 200.000,00 coroas suecas

Ele não responde. Apenas a encara. O silêncio tenso paira entre os dois, carregando domínio e desafio.

Lilly: Tudo bem para você?

Gustav: Me acompanhe.

Ela me segue, vamos para uma suíte privada, assim que chego, fecho porta atrás dela com firmeza. Por um instante, ele apenas observa — como se estivesse analisando.

Sem dizer nada, a empurro suavemente contra a cama, tiro a minha roupa, ela corresponde com a mesma ousadia, mas por dentro, sente a intensidade.

Não há carinho, apenas controle. E era exatamente isso que ela queria, ser vista, ser escolhida. Mesmo que por uma única noite.

E assim passamos a noite, mas saio antes dela acordar.

LILLY

Acordo sozinha na suíte. Sinto-me feliz com a noite e espero, de verdade, estar grávida.

Durante o sexo oral, ele ainda estava com a camisinha… foi quando consegui rasgá-la sem que ele percebesse. Um furo discreto. Se tiver sorte, conseguirei engravidar dele.

Pego o celular e vejo que o valor já foi transferido para minha conta.

Tudo parece ter corrido exatamente conforme o plano.

Lilly: Quero ver você me ignorar, Gustav…

Dessa vez, jogamos com as minhas regras.

Se eu realmente conseguir engravidar, esconderei até o momento em que não seja mais possível abortar.

Se ele descobrir antes… todo o meu plano será em vão.

E assim após alguns dias, com o teste de gravidez na mão, realizo o teste de gravidez e o meu sorriso aparece ao ver o visor digital do teste.

Lilly: Eu consegui...

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