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Amor Proibido

nova fase

Lia era uma menina do campo, de apenas 13 anos, com um jeito doce e um olhar que parecia guardar segredos. Seus olhos azuis brilhavam como o céu depois da chuva, e os cabelos loiros, sempre soltos, caíam em ondas suaves sobre os ombros. Baixinha, delicada e linda de um jeito simples, ela tinha aquele ar de quem cresceu entre flores, riachos e tardes silenciosas, carregando no sorriso uma inocência que encantava quem a conhecia.

Lia Lia monteiro

Sua mãe, Dona Helena, passou por uma dificuldade imensa — as dívidas na pequena fazenda se acumularam e a saúde dela começou a fraquejar. Foi então que Helena pegou o telefone e, com a voz embargada, pediu ajuda para a única pessoa em quem confiava: sua irmã mais velha, Teresa.

Helena mãe de lia

Teresa morava em outra parte do campo, numa propriedade um pouco maior, onde o trabalho era duro, mas as condições eram melhores. Quando recebeu o pedido, não hesitou.

Teresa

— Traga Lia pra cá. Ela vai ter um teto, comida e companhia.

E assim, Lia fez as malas às pressas, levando apenas algumas roupas, um caderno de anotações e a coragem silenciosa de uma menina que precisava recomeçar.

Na casa de Teresa, Lia conheceu Caio, o filho mais velho de sua tia. Ele tinha 16 anos, mãos calejadas de cuidar dos animais e um sorriso tímido, mas intenso. Desde o primeiro dia, quando os olhos azuis de Lia cruzaram com os dele, algo diferente acendeu entre eles… algo que eles não sabiam explicar, mas que o coração entendia — mesmo sabendo que era proibido

caio

Quando Lia desceu do carro em frente à um prédio lindo e luxuoso.

O coração batia rápido, pela nova face que ela estava preste a começa.

Caio estava sentado no sofá quando ele a viu entrar os olhos dele bateram nela e ele a passou a observa-la. Ele tinha reparado o quanto sua prima tinha crescido e mudado, os traços da menininha que ela era agora eram de uma garota de 13 anos, baixa, linda, loira que encantou o coração dele.

Ela por sua vez ao perceber que ele estava ali ela ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha, um pouco sem jeito.

— Oi… — disse baixinho, quase sem olhar.

Caio deu alguns passos até ela, Por um instante, ficaram apenas se estudando, como se procurassem traços do passado um no outro. Então ele sorriu de lado, aquele sorriso tímido que parecia esconder um calor.

— Bem-vinda, Lia… faz tempo, hein? — disse, a voz tranquila, mas com algo mais profundo escondido ali.

Ela sorriu também, um sorriso tímido, segurando o caderno contra o peito.

— Faz tempo mesmo… eu quase nem lembrava direito de você.

— Pois é… — ele coçou a nuca, meio nervoso. — Agora vai morar aqui… espero que se sinta em casa.

E ali, naquele instante ela sorriu e se sentiu bem acolhida. Lia sentiu algo diferente. Não era só gratidão pelo acolhimento. Era algo que ela não sabia nomear… mas que faria seu coração bater cada vez mas rápido sem que ela conseguisse explica.

novas amigas

Lia já estava estudando.

Ela e Caio estudavam na mesma escola, e todos os dias iam juntos. No começo era só companhia — caminhar lado a lado pelas ruas, dividir o mesmo portão de entrada e trocar algumas palavras no intervalo.

Com o tempo, a amizade entre eles foi crescendo. Eles se ajudavam com os deveres de casa, riam juntos de alguma situação engraçada Para todos, eram apenas primos próximos que se davam bem até mesmo para eles mesmo.

Mas dentro de Caio algo estava mudando. Ele começou a perceber que os olhos azuis dela chamavam atenção demais, que o sorriso dela mexia com ele de um jeito que não sabia explicar.

Lia, por sua vez, também sentia algo diferente. O coração batia rápido quando ele se aproximava na hora do intervalo ou quando esperava por ela na saída.

Eles foram se apaixonando aos poucos, um sentimento crescendo em silêncio entre os dois.

Mas nenhum deles tinha coragem de admitir. Guardavam aquilo só para si, escondendo o amor que, a cada dia, se tornava impossível de ignorar.

Na escola.

Na escola o sinal do intervalo tocou e Lia saiu da sala. No pátio movimentado, ela logo avistou as três meninas com quem havia começado a se enturmar: Ana Clara, de cabelo cacheado e sorriso fácil; Bianca, tímida mas muito observadora; e Rafaela, a mais falante do grupo.

Ana Clara

Bianca

Rafaela

— Lia! Vem ficar aqui com a gente.— chamou Rafaela, acenando animada.

Lia sorriu e se aproximou, sentando no banco ao lado delas.

— Oi, meninas. Vocês já comeram?

— Ainda não, tô morrendo de fome — disse Clara, rindo enquanto abria a lancheira. — E você, tá se acostumando com a escola?

Lia respirou fundo, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— Tô… ainda é tudo muito novo pra mim, mas vocês estão me ajudando bastante.

— E aquele menino que veio contigo hoje de manhã? — perguntou Bianca

— ah o Caio ele é meu primo — falou lia já nervosa

— Primo? — Rafaela levantou uma sobrancelha, sorrindo de lado. — Ele é bonito, viu?

— Lia riu nervosa, tentando disfarçar. — Para com isso…

— Ué, tô só dizendo a verdade ué kkk— respondeu Rafaela, dando uma mordida no sanduíche. — Vocês parecem se dar bem.

Lia desviou o olhar, vendo Caio do outro lado do pátio conversando com alguns colegas. Sentiu o coração bater mais rápido, mas tentou mudar de assunto.

— E aí, têm algum professor legal? Porque até agora só vi uns três que não pegam tão pesado…

As meninas começaram a rir e a comentar sobre os professores, as matérias difíceis e as fofocas da turma. Enquanto ouvia, Lia sentiu algo bom: pela primeira vez desde que chegara à cidade, sentia que estava começando a fazer parte de algo, a ter um lugar.

Mas, mesmo ali cercada de novas amigas, não conseguiu evitar um rápido olhar para Caio… e aquele sentimento silencioso voltou a apertar seu peito.

As quatro estavam sentadas no banco, rindo de uma história que Rafaela contava, quando Clara ajeitou a mochila no colo e disse animada:

— Gente, sábado lá em casa vai ter bolo de aniversário do meu irmão mais novo… vocês querem ir?

Rafaela bateu palmas na mesma hora:

— Eu tô dentro! Adoro festa com comida de graça!

As meninas riram, e Bianca assentiu com um sorriso discreto:

— Eu também quero ir. Faz tempo que não saio de casa pra nada.

Clara então olhou para Lia com um olhar esperançoso:

— E você, Lia? Vai também, né?

Lia ficou um pouco sem jeito. O coração acelerou ao pensar em sair assim, sem falar com ninguém.

— Ah… eu… — ela fez uma pausa, ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha e disse com cuidado: — Tenho que pedir à minha tia primeiro. Não posso ir assim sem falar nada com ela.

— Claro, né? — disse Clara, sorrindo compreensiva. — Pergunta pra ela, então. Queria muito que você fosse.

Rafaela se inclinou na direção dela, como quem conta um segredo:

— Se for, leva aquele caderno seu… você desenha bem demais, menina!

Lia riu, sem graça:

— Ah, nem desenho tão bem assim…

— Desenha sim! — Bianca falou de repente, mais firme, surpreendendo as outras. — Eu vi aquele que você fez na aula de artes… ficou lindo.

Lia sentiu o rosto corar, mas o sorriso veio fácil:

— Obrigada… eu vou perguntar pra minha tia, tá bom? Se ela deixar, eu aviso vocês amanhã.

— Combinado! — disse Clara, animada. — Vai ser divertido, prometo.

O sinal tocou anunciando o fim do intervalo. Elas se levantaram juntas, arrumando mochilas e lanches. Enquanto caminhavam de volta pra sala, Lia sentiu algo leve.

E, mesmo tentando não pensar, a ideia de contar a novidade pra Caio quando chegasse em casa fez o coração dela bater um pouquinho mais rápido.

Logo as aulas acabou e ele estava lá, sentado naquele banco, esperando Lia para irem juntos para casa.

Ele se levantou quando a viu se aproximar.

— Você tá bem, Lia? Vi que fez novas amigas… — perguntou Caio, com aquele jeito tranquilo.

— Fiz sim, Caio. Elas são muito legais. — respondeu ela com um sorriso tímido.

Caio deu um meio sorriso e comentou:

— Hum… elas são bem gatas.

Na mesma hora, o sangue de Lia ferveu por dentro. Ela sentiu uma pontada de raiva misturada com algo que nem sabia explicar.

— Ah, kk… entendi. — disse, forçando um riso sem graça, olhando para frente enquanto caminhavam lado a lado.

Eles seguiram assim, sem dizer muito, até chegarem ao prédio. A mãe de Caio tinha saído para trabalhar e resolver umas coisas pela cidade. O apartamento estava silencioso, só o barulho distante da rua entrando pela janela.

Lia foi tomar banho e, depois, sentou-se à mesa para almoçar junto com Caio. O clima estava mais leve, e ela resolveu falar:

— Caio… a Clara me chamou pra sábado ir lá na casa dela… vai ter um bolinho pro irmão dela, sabe? Será que a sua mãe deixa eu ir?

Caio levantou os olhos do prato, apoiou o garfo e pensou por um instante.

— Acho que deixa sim… mas é bom você falar com ela quando ela chegar, né? Ela gosta de saber onde você vai estar.

— Eu vou falar sim… — disse Lia, mexendo na comida e sentindo um certo nervosismo.

Caio sorriu de canto:

— Vai ser bom pra você, Lia. Tá começando a ter amigas aqui… isso é legal.

Lia olhou pra ele, um pouco mais calma, mas ainda com aquele coração acelerado que ela não sabia como controlar.

Mais tarde, no fim da tarde, a porta do apartamento se abriu e Teresa entrou carregando algumas sacolas de mercado.

— Oi, Lia! Oi, Caio! — disse ela, sorrindo cansada enquanto deixava as coisas sobre a mesa. — Como foi o dia de vocês?

— Foi bom, tia… — respondeu Lia, ajudando a guardar algumas frutas. Ela respirou fundo, sentindo o coração acelerar. — Tia… posso te perguntar uma coisa?

Teresa a olhou curiosa, apoiando as mãos na cintura:

— Pode sim, minha filha, o que foi?

Lia ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha, sem jeito:

— Então… a Clara, uma amiga minha da escola, me chamou pra ir lá na casa dela no sábado… vai ter um bolinho pro irmão dela. Eu queria saber se a senhora deixa eu ir…

Teresa sorriu de leve, como quem não via problema nenhum:

— Hum… que bom que já está fazendo amizade! Onde ela mora?

— Ela mora aqui perto… umas três ruas daqui, eu acho. Ela disse que a mãe dela vai estar lá.

Teresa pensou por um instante e depois respondeu com um tom tranquilo:

— Eu deixo sim, Lia. Mas quero o endereço certinho e o telefone da casa dela, tá bom? E volta antes de escurecer.

Os olhos de Lia brilharam na mesma hora e ela abriu um sorriso largo:

— Tá bom, tia! Muito obrigada!

Caio, que estava sentado no sofá ouvindo a conversa, apenas sorriu de lado e disse baixinho:

— Olha aí… já tá cheia de programa…

Lia olhou pra ele com um sorriso tímido e, por dentro, sentiu aquele coração bater forte de novo, sem entender direito o porquê.

O sábado logo chegou. Lia estava no banheiro, terminando de se arrumar, quando se olhou no espelho e sorriu de leve.

Ela tinha escolhido uma roupa linda e simples: uma blusa rosa delicada com detalhes claros e um short branco que combinava perfeitamente. O cabelo loiro solto caía nos ombros, e ela passava a mão entre as mechas, ajeitando-as com cuidado.

Quando saiu do quarto, Caio estava encostado na parede do corredor, braços cruzados, observando-a em silêncio.

Ele não conseguia parar de olhar. Cada movimento dela — o jeito como ajeitava o cabelo, o sorriso de canto ao se ver pronta — fazia o coração dele bater mais rápido.

Por dentro, Caio sentiu um aperto tão forte que quase escapou alto, mas foi apenas um sussurro para si mesmo:

— Ah… que mulher… como eu queria tê-la só pra mim…

Ele abaixou o olhar na mesma hora, com medo de que ela percebesse. Mas Lia, distraída, pegou a bolsinha em cima da mesa e perguntou com um sorriso tímido:

— Tô pronta, Caio… tô bonita assim ou tá estranho?

Caio engoliu seco, tentou parecer natural, mas a voz saiu baixa e sincera:

— Tá linda, Lia… muito linda…

Ela sorriu, um pouco corada, ajeitando mais uma vez o cabelo.

— Obrigada… então eu já vou indo pra casa da Clara, tá?

— Eu te acompanho até a portaria. — disse ele rápido, sem nem pensar.

E assim eles foram juntos até o elevador, em silêncio, com os pensamentos dele a mil e o coração dela batendo num ritmo que era inexplicável.

Logo chegaram na portaria.

Caio parou ao lado dela antes de abrir o portão e olhou bem nos olhos de Lia, com aquele jeito protetor que sempre tinha com ela.

— Lia… se cuida, tá? Qualquer coisa, liga pra mim. — disse ele com a voz calma, mas cheia de cuidado.

Lia segurou a alça da bolsinha e assentiu, sorrindo de leve:

— Tá bom.

Ele a observou atravessar a rua, o coração apertado, como se quisesse ir junto. Só quando ela virou a esquina é que ele voltou para o prédio, ainda com aquele sentimento forte no peito.

Lia logo chegou na casa da amiga. Clara estava na porta com um sorriso enorme no rosto.

— Você veio mesmo! — disse Clara, animada, puxando Lia para dentro.

— Claro, eu prometi, né? — respondeu Lia, sorrindo, olhando ao redor da casa cheia de balões coloridos e cheirinho de bolo no ar.

Bianca apareceu logo em seguida com um pratinho de brigadeiros na mão:

— Lia! Que bom que você veio! Olha isso aqui… tá uma delícia!

— Ai meu Deus… já vou acabar com a minha dieta que nem comecei. — brincou Lia, dando risada.

Rafaela surgiu atrás delas, segurando um copo de refrigerante:

— Nem vem, Lia, aqui a gente come sem culpa! Hoje é dia de festa!

As quatro riram juntas, e Lia sentiu aquela sensação boa de pertencimento. Pela primeira vez desde que chegou na cidade, ela não se sentia apenas “a menina nova”, mas parte de algo.

E mesmo se divertindo, enquanto ouvia as amigas conversarem, vez ou outra lembrava do jeito que Caio a olhou antes de ela sair… e isso fazia seu coração bater mais rápido, sem que ela conseguisse controla.

A casa de Clara estava cheia de gente, crianças correndo, música baixa tocando na sala e o cheiro doce de bolo recém‑saído do forno. Lia estava sentada no sofá, rindo de alguma piada boba de Rafaela, quando Clara voltou da cozinha acompanhada de um garoto que Lia nunca tinha visto antes.

Ele era um pouco mais velho, talvez uns 15 anos, cabelo castanho arrumado de um jeito despreocupado, camiseta branca simples e um sorriso fácil que chamava atenção. Clara, animada, puxou o braço dele:

— Lia, deixa eu te apresentar… esse aqui é o Henrique, meu primo. Ele veio ajudar a montar a festa.

Henrique sorriu para Lia e estendeu a mão:

— Prazer, Lia. Já ouvi falar de você, nova na escola, né?

Lia apertou a mão dele, sentindo as bochechas esquentarem de leve:

— Sou eu… prazer também.

Clara riu da cara dela e deu um empurrãozinho brincalhão em Henrique:

— Ela é tímida, mas é super gente boa. Fica aí com a gente.

Henrique se sentou ao lado de Lia no sofá, bem perto, o suficiente para ela sentir o perfume suave dele.

— Tá gostando da cidade? — perguntou, olhando diretamente nos olhos dela.

Lia hesitou, ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha (como sempre fazia quando ficava nervosa):

— Tô… tô me acostumando ainda, mas tô gostando sim.

— Se precisar de alguém pra te mostrar uns lugares legais, pode me chamar. — disse ele com um sorriso tranquilo.

O coração de Lia disparou com aquela atenção inesperada.

— Obrigada… eu… eu vou lembrar disso. — respondeu com um sorriso tímido.

Enquanto as meninas conversavam animadas do outro lado, Lia e Henrique foram trocando palavras baixas, rindo de vez em quando. Ele era gentil, divertido e tinha um jeito de olhar que fazia Lia se sentir especial.

Mas, em um momento de silêncio, Lia olhou para o celular em cima da mesa e, sem perceber, pensou em Caio. Mas logo parou de pensa os parabéns havia começado a festa estava boa, com salgado refrigerante bolo, brigadeiro é atc... O tempo passou q ela nem havia notado.

ciúmes

esse era o Henrique

O fim da tarde já caía quando Teresa ligou para Caio:

— Filho, faz um favor pra mim? Vai lá buscar a Lia na casa da Clara. Tá ficando tarde…

— Tá bom, mãe. Já tô indo. — respondeu ele, sem imaginar o que encontraria.

Caio chegou à casa de Clara alguns minutos depois. O portão estava aberto, e ele entrou, seguindo o som das vozes e risadas que vinham da sala. Assim que passou pela porta, seus olhos procuraram por Lia… e a encontrou ali, sentada no sofá, inclinada para o lado, rindo baixinho de algo que Henrique tinha acabado de falar.

Henrique estava perto demais. O olhar dele fixo nela, o sorriso fácil… e Lia com as bochechas levemente coradas, mexendo no cabelo do jeito tímido que Caio conhecia bem.

Foi como um soco no peito. O coração dele apertou e, num instante, a raiva subiu junto com um ciúme que ele não conseguiu controlar.

Sem pensar duas vezes, atravessou a sala até ela.

— Lia. — chamou, a voz firme demais para parecer calma.

Ela se assustou com a súbita aparição dele:

— Caio? Oi… o que você tá fazendo aqui?

Ele não respondeu Henrique, não deu atenção a ninguém. Olhou apenas para Lia, com um olhar sério que ela nunca tinha visto antes:

— Minha mãe pediu pra eu te buscar. Tá na hora de ir.

Lia se levantou devagar, sentindo o clima pesado.

— Ah… tá… eu já vou…

Henrique ainda tentou ser educado:

— Oi, tudo bem? Eu sou o Henrique…

Caio apenas assentiu, seco, sem sorrir:

— Vamos, Lia.

Ela abaixou os olhos, sem jeito, e se despediu das amigas rapidamente:

— Tchau, meninas… obrigada por tudo, Clara… a gente se vê na escola.

E saiu ao lado de Caio, sentindo a tensão no ar. Enquanto caminhavam pela rua de volta pra casa, o silêncio pesava entre eles. Lia apertava a alça da bolsa e finalmente arriscou:

— Caio… você tá bravo?

Ele olhou para frente, respirou fundo, mas não respondeu de imediato. O coração dele estava um turbilhão de sentimentos — raiva, ciúme, medo de perder algo que nem podia ter.

— Só… não gosto de..., ah deixa para lá lia

E continuaram caminhando, cada um com seus pensamentos, e Lia sentindo o coração acelerado sem entender direito o porquê

E ele fervendo de ciúmes.

Eles chegaram em casa sem trocar quase nenhuma palavra. O silêncio entre os dois parecia mais alto do que qualquer conversa.

Assim que entraram no apartamento, Caio largou as chaves na mesinha da sala e foi direto para o quarto. Lia ouviu o barulho da porta se fechando com força e sentiu o coração apertar. Ela sabia que tinha algo errado.

Caio se jogou na cama, passando as mãos pelo rosto. O sangue fervia dentro dele. A imagem de Lia rindo ao lado de Henrique não saía da sua cabeça.

“Por que aquilo me incomoda tanto?”, pensou, mas no fundo sabia a resposta. Estava pé da vida. Não queria admitir, mas o ciúme o estava consumindo.

Lia ficou andando pela sala por alguns segundos, até criar coragem. Aproximou-se da porta do quarto dele e deu duas batidas leves.

— Caio… posso entrar?

Demorou alguns segundos, mas ele respondeu, a voz abafada:

— Pode…

Ela abriu a porta devagar e colocou apenas a cabeça para dentro antes de entrar de vez.

Caio estava sentado na cama, os cotovelos apoiados nos joelhos e o olhar perdido no chão.

— Tá tudo bem com você? — perguntou Lia, a voz suave, tentando não soar invasiva.

Ele não levantou os olhos. Respirou fundo e respondeu curto:

— Não tô afim de papo agora, Lia…

O jeito frio dele a fez dar um passo para trás. Ela mordeu o lábio, sem saber o que dizer, e acabou apenas assentindo.

— Tá… desculpa então…

Ela fechou a porta devagar e voltou para o próprio quarto. O peito apertava, um misto de preocupação e de algo que ela não sabia nomear. Sentiu as mãos suadas e resolveu ir tomar um banho para tirar o suor e também tentar acalmar o coração acelerado.

Enquanto a água caía sobre ela, Lia não conseguia parar de pensar no olhar dele. Algo estava diferente entre eles… e aquilo a deixava estranhamente inquieta.

Lia saiu do banho e foi direto para o quarto. A água morna não tinha conseguido lavar aquela sensação ruim que apertava seu peito. Deitou-se na cama de lado, abraçando o travesseiro, e as lágrimas começaram a escorrer silenciosas.

Ela pensava nas palavras secas de Caio, no jeito frio com que a dispensou. Será que ele me odeia? — pensou, enquanto as lágrimas molhavam o lençol. O cansaço bateu aos poucos, e entre soluços ela acabou pegando no sono, ainda com o rosto molhado e inchado.

Algum tempo depois, Caio, ainda remoendo a própria raiva e confusão, ouviu Teresa da cozinha:

— Caio, chama a Lia pro jantar, filho.

Ele respirou fundo, passou a mão no cabelo e foi até o quarto dela. Bateu de leve na porta. Sem resposta. Abriu devagar e entrou.

Lia estava ali, deitada de lado, o rosto virado para ele, os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro… e o rosto levemente inchado de quem tinha chorado. Aquilo fez o coração dele doer. Toda a raiva se misturou com culpa e um desejo ainda mais forte de protegê‑la.

Caio se aproximou devagar, sentou-se na beirada da cama e, sem resistir, passou os dedos entre as mechas macias do cabelo dela, afastando-as do rosto. O olhar dele era intenso, carregado de algo que ele não ousava dizer em voz alta.

Mas, baixinho, murmurou apenas para si mesmo:

— Um dia… você vai ser só minha, meu amor

No mesmo instante, Lia abriu os olhos assustada, ainda meio perdida do sono.

— Caio?! — ela disse, sentando-se de repente, o coração disparado por vê-lo tão perto.

Ele também se assustou com a reação dela, mas não tirou os olhos do rosto dela.

— Calma… eu… eu só vim te chamar pra jantar. — disse, tentando disfarçar, mesmo com o coração batendo forte no peito.

Lia piscou rápido, passando a mão pelo rosto para secar as lágrimas antigas.

— Eu… já vou, Caio… obrigada…

Ele se levantou devagar, desviou o olhar e saiu do quarto, mas por dentro sentia algo cada vez mais difícil de esconder.

E Lia ficou sentada na cama, abraçando os próprios joelhos, sem saber se aquele susto era medo… ou algo bem diferente.

Caio já estava na mesa quando Lia saiu do quarto, com o cabelo ainda úmido do banho e um jeito calmo, como se nada tivesse acontecido. Ela puxou a cadeira devagar e sentou-se ao lado dele.

Teresa, enquanto servia o arroz, falou casualmente:

— Ah, gente, preciso contar uma coisa… Vou precisar fazer uma viagem a trabalho. Vou passar uns dias fora, talvez uma semana inteira.

O coração de Lia disparou na mesma hora. Ela arregalou os olhos, quase engasgando com a água. Já Caio abaixou a cabeça, mas um sorriso malicioso apareceu nos lábios ao ver as bochechas dela ficarem vermelhas.

Ele soltou uma risada baixa:

— O que foi, Lia? Tá toda vermelha… eu não mordo não, tá? Você vai sobreviver uma semana comigo aqui… relaxa.

Lia arregalou os olhos, tentando disfarçar:

— E quem foi que disse que eu tô com medo disso?

Caio inclinou a cabeça, divertido:

— Então tá corada assim por quê?

Lia pegou o garfo e cutucou o arroz, sem coragem de encará-lo:

— Ah, Caio… vai procurar o que fazer…

Teresa observava os dois trocando provocações e soltou uma risadinha, balançando a cabeça:

— Vocês dois vivem brigando feito gato e cachorro…

Eles não responderam nada, e depois de alguns minutos, Teresa se levantou da mesa:

— Bom, vou deixar vocês aí terminando… vou ajeitar umas coisas da viagem.

Quando a mãe dele saiu, o silêncio ficou por um instante. Caio apoiou o cotovelo na mesa e encostou o queixo na mão, olhando direto para Lia com aquele sorriso de canto:

— Eu sei, Lia… você tá caidinha por mim. Eu sei.

Ela arregalou os olhos, o rosto corando na mesma hora.

— Você tá doido… se ilude não, priminho!

Caio deu uma risadinha baixa, provocando ainda mais:

— É, fala isso pra tentar me enganar… mas eu sei.

Lia desviou o olhar, fingindo raiva, mas o coração dela batia tão rápido que ela mesma não sabia mais se estava com raiva.

No dia seguinte

Bem cedo, Teresa saiu com a mala pequena nas mãos.

— Se comportem, hein? — disse, sorrindo para os dois na sala. — Volto logo.

— Vai com Deus, mãe. — Caio respondeu, dando um beijo rápido no rosto dela.

— Tchau, tia… boa viagem! — disse Lia, com um sorriso tímido.

A porta se fechou, e de repente o apartamento ficou silencioso, só os dois ali. Caio se espreguiçou e olhou para Lia com aquele sorriso meio malicioso que ela já começava a reconhecer.

— Então, dona Lia… agora só nós dois aqui, hein? — disse, apoiando-se no sofá, com o olhar brincalhão.

Lia cruzou os braços, tentando não dar o braço a torcer:

— Nossa, que medo, Caio… vai lá jogar videogame e me deixa em paz.

Ele deu uma risada curta e caminhou até ela, como quem vai falar um segredo:

— Vou ficar de olho em você, tá? Vai que você some com aquele tal de Henrique por aí…

— Credo, menino! — Lia riu nervosa, virando de costas para disfarçar o rosto corado. — Você não tem o que fazer, né?

— Eu? Eu tenho sim… — disse ele, se jogando no sofá com as mãos atrás da cabeça. — Te provocar a cada minuto, por exemplo.

Lia pegou uma almofada e jogou nele, sem pensar:

— Ah, Caio! Você é insuportável!

Ele segurou a almofada e riu alto, olhando para ela com aquele jeito que misturava brincadeira e algo mais profundo:

— Mas você gosta, né?

Lia bufou, tentando esconder o sorriso que teimava em aparecer:

— Você se acha demais, Caio.

— Não me acho… eu tenho certeza. — respondeu ele, piscando de forma provocativa.

E assim foi a manhã inteira: Caio lançava uma piada, Lia retrucava; ele se aproximava demais de propósito, e ela fingia raiva, mas o coração acelerava.

Os dois sabiam que havia algo diferente entre eles… mas nenhum tinha coragem de falar. Então, brincavam. Provocavam. E se olhavam quando o outro não estava vendo.

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