°•Leiloado Para Um Mafioso•°
°•01 - Comprado•°
O salão estava tomado por um silêncio tenso, quebrado apenas pelo som dos passos pesados dos seguranças que partilhavam o leilão clandestino.
As luzes era frias, quase cruéis, lançando sombras sobre os rostos cobertos dos homens poderosos presentes naquele lugar.
A maioria era composta por mafiosos, empresários corruptos e figuras influentes do submundo da Coreia do Sul.
Todos eles estavam ali por um único motivo: possuir algo raro.
Um Ômega de beleza incomum, de linhagem genética rara e desejada, com um perfume natural que exalava o mesmo quando tentava se esconder.
Seus olhos castanho-claro estavam apagados, sem vida, como se já tivesse aceitado o destino cruel que o aguardava.
Seu corpo estava coberto por roupas simples, mas limpas, como se quisessem exibir o seu "produto" da forma mais vendável possível.
Seong estava de pé no pequeno palco, algemado, com os pulsos vermelhos devido ao aperto das correntes.
Ele mantinha o queixo erguido por orgulho, embora por dentro estivesse quebrado em mil pedaços.
A plateia observava com olhares famintos, como predadores decidindo quem devoraria sua presa.
𝓛𝓮𝓲𝓵𝓸𝓮𝓲𝓻𝓸
Senhores, apresento a vocês um Ômega raro.
*Com um sorriso satisfeito*
𝓛𝓮𝓲𝓵𝓸𝓮𝓲𝓻𝓸
Jovem, saudável, nunca marcado... e extremamente sensível ao toque de um Alfa.
𝓛𝓮𝓲𝓵𝓸𝓮𝓲𝓻𝓸
Lances iniciais: 100 milhões de wons!
As ofertas começaram. Cem milhões, duzentos milhões, quinhentos milhões. O número apenas um objetivo valioso, uma posse para exibição. E então...
O salão ficou em silêncio. Todos se viraram para o homem que acabou de falar.
Um dos mafiosos mais temidos da Coreia do Sul. Conhecido por eliminar inimigos sem hesitar, por sua frieza, inteligência afiada e brutalidade.
Ninguém ousou aumentar o lance. Não contra ele.
O leiloeiro engoliu seco, mas sorriu.
𝓛𝓮𝓲𝓵𝓸𝓮𝓲𝓻𝓸
Vendido. Ao senhor Seo.
Seong sentiu o corpo fraquejar. Um bilhão, seu preço, seu valor. Seu novo dono.
Min-gi se aproximou, os olhos escuros analisando o Ômega da cabeça aos pés.
O olhar dele era intenso, perigoso... e por algum motivo, vacilou por um segundo quando Seong ergueu o olhar e encarou seus olhos sem demonstrar medo.
Algo naquele toque silencioso fez o coração do Alfa pulsar um vez... diferente.
Seong não disse nada quando foi solto e levado até o homem que agora tinha seu destino.
Seus passos eram pesados, mas firmes. Ele sabia que a partir dali, sua vida mudaria para melhor ou pior, ele ainda não sabia.
Min-gi observou o garoto ao seu lado, e por algum motivo... sentiu algo que não sentia há muito tempo.
E um incômodo inexplicável no peito.
Seong apenas assentiu, com os olhos fixos à frente.
E assim, sob os olhos atentos de criminosos e monstros, começava a história de um Ômega marcado pelo destino e de um Alfa que nunca soube o que era sentir.
Mas que agora... começaria a mudar.
°•02 - Uma Nova Vida•°
A estrada até a Mansão Seo foi silenciosa.
Seong estava no banco de trás de um carro preto luxuoso, os vidros escurecidos escondendo seu próprio reflexo, tentando entender o que sentia.
Medo? sim. Raiva? também. Mas havia algo mais... uma estranha sensação de vazio, como se ele estivesse atravessado a fronteira entre o que era humano o que agora se tornaria propriedade.
Min-gi estava sentado no banco da frente, ao lado do motorista, sem dizer uma palavra.
O Alfa apenas mantinha o olhar fixo na estrada, os dedos cobertos por anéis batendo de leve contra a perna em um ritmo constante.
Seong podia sentir o cheiro dele, um aroma amadeirado e forte, puro instinto Alfa.
Aquilo o fazia querer recuar... mas também despertava algo involuntário e estranho em seu corpo.
Depois de uma hora, os portões da manhã se abriram.
Era enorme. Fria, intimidadora. Construída no alto de uma colina,com muros altos e câmeras por todos os lados.
A Mansão Seo era mais uma fortaleza do que um lar.
Os jardins eram perfeitamente cortados, mas pareciam cenográficos e sem vida. Assim como o homem que agora era seu dono.
Dois guardas abriram a porta do carro, mas Seong não se moveu até que Min-gi virou o rosto e falou pela primeira vez desde o leilão.
A voz dele era firme, autoritária, sem espaço para questionamentos.
Começou a caminhar ao lado de Min-gi pelos corredores silenciosos da mansão era como entrar em outro mundo.
O chão de mármore refletia as luzes frias do teto. Quadros caros decoravam as paredes, retratados de um passado luxuoso e cruel.
Os empregados abaixavam a cabeça ao ver o Alfa passando, alguns pareciam até temer respirar perto dele.
Min-gi não falou nada durante o caminho, mais de vez em outra virava o rosto para observar o Ômega.
Seong caminhava com postura ereta, mesmo com o coração acelerado.
Ele podia parecer frágil por fora... mas havia algo inegavelmente resistente naquele garoto.
Finalidade, chegaram em frente a uma porta grande, de madeira escura.
Min-gi a abriu e deu um passo para o lado.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
É aqui que você vai morar a partir de agora.
Seong entrou lentamente no quarto.
Era grande, luxuoso. Havia uma cama de casal com lençóis claros e cortinas leves cobrindo as janelas.
Um armário privado. Mas o que chamava atenção era a ausência de qualquer cor viva. Tudo era frio, monocromático, como se o quarto fosse apenas uma cela. Uma cela dourada.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Você vai ter roupas novas. Comida à vontade.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Ninguém vai te machucar aqui... a menos que me desobedeça.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
*Olhos fixos em Seong*
E não tente fugir. Ninguém sai dessa casa sem minha ordem.
Seong permaneceu em silêncio. Ele não tinha para onde fugir mesmo.
O Ômega ergueu os olhos e o encarou por um breve segundo.
Havia uma dor profunda em seu olhar, mas também uma centelha... de desafio.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
O que o senhor espera de mim?
A pergunta surpreendeu Min-gi.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, como se pensasse cuidadosamente sobre a resposta.
Depois, caminhou até parar na frente do garoto.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Ainda não decidi.
Seong trincou os dentes, controlando o impulso de recuar.
O cheiro do Alfa era sufocante tão perto, mas ele se forçou a manter o olhar.
Queria mostrar que não era um brinquedo quebrado. Queria, ao menos, manter um traço de dignidade.
Min-gi o observou por mais um segundo... e então se afastou.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Descanse. Amanhã, você começará a entender como as coisas funcionam aqui.
Ele fechou a porta atrás de si, deixando Seong sozinho naquele quarto silencioso.
O Ômega caminhou até a cama e se sentou lentamente. O colchão era macio, os lençóis cheiravam a lavanda. Era o lugar mais confortável que ele já havia deitado... e mesmo assim, ele se sentia preso como nunca.
Seong deitou e olhou para o teto.
Ali, naquela prisão luxuosa, começava sua nova vida.
Uma vida cheia de incertezas, silêncios perigosos e um Alfa que, por mais frio que fosse... havia hesitado ao olhar nos seus olhos.
Essa hesitação era o primeiro sinal de que algo dentro daquele monstro cruel... estava começando a mudar.
°•03 - É Melhor Você Me Obedecer, Ômega•°
Os dias na mansão Seo passaram lentamente, mas ao mesmo tempo pareciam Seong como areia fina.
Desde que foi comprado, o Ômega vivia sob vigilância constante. Tinha liberdade para andar dentro da mansão, mas os olhos sempre estavam sobre ele.
Especialmente os de Min-gi.
O Alfa observava. Sempre observava.
Nunca dizia muito, mas Seong sentia o peso daquele olhar como se fosse uma corrente invisível presa ao seu tornozelo.
Min-gi estava sempre lá, nos corredores, à mesa de jantar, à distância no jardim.
Silencioso, imóvel, com os olhos escuros fixos nele.
Havia algo naquele olhar que incomodava profundamente Seong... não era apenas frieza.
Era como se o mafioso estivesse tentando decifrá-lo. Como se algo em Seong mexesse com algo que Min-gi preferia manter enterrado.
Ele percebia quando o cheiro do Alfa se intensificava levemente ao se aproximar demais.
Quando o tom de voz dele se tornava mais grave, mesmo que sutilmente. Como agora.
Seong estava no jardim da mansão, sentado à sombra de uma árvore, lendo um livro que encontrou na biblioteca privada.
O vento leve bagunçava seus cabelos e o sol pintava sua pele pálida com tons dourados.
Por um breve momento... ele sentiu uma falsa liberdade. Mas ela se desfez quando ouviu a voz familiar, fria e firme.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Quem mandou sair da sala?
Seong ergueu os olhos. Min-gi estava parado perto da porta de vidro, os olhos fixos nele.
O terno preto ajustado ao corpo forte, a postura dominante e a expressão neutra. Mas o tom de voz não deixava espaço para dívidas: ele estava irritado.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
Eu achei que poderia vir ao jardim. Não estou tentando fugir, se é isso que pensa.
A voz de Seong saiu com firmeza, tentando parecer calmo, mas o seu coração estava acelerado.
Min-gi caminhou até ele em passos lentos e controlados, como um predador que se aproxima da presa. Parou bem diante do Ômega, o olhando de cima.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Eu não dei permissão.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
E eu não sou um cachorro que precisa de coleira pra respirar.
*Se levanta*
Min-gi segurou o pulso esquerdo de Seong com força.
O aperto não era agressivo ao ponto de machucar, mas firme o bastante para fazê-lo entender quem tinha o controle.
O calor da mão do Alfa invadiu a pele do Ômega, o cheiro forte do feromônio do Alfa o atingiu em cheio. Um arrepio involuntário percorreu a espinha de Seong, mas ele não abaixou o olhar.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
*Tenta se soltar*
Me solta.
Min-gi não soltou. Ao contrário, apertou um pouco mais...
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
É melhor me obedecer, Ômega.
Por um segundo, o silêncio se instalou entre os dois.
O peito de Seong subia e descia rapidamente. O rosto levemente corado, não sabia se era por raiva ou pela presença sufocante do Alfa.
Os olhos castanhos encaravam os de Min-gi com uma mistura de desafio e medo. Mas não de submissão.
𝑯𝒂𝒏𝒈 𝑺𝒆𝒐𝒏𝒈
Se eu for obedecer tudo que o senhor disser, então sou o quê? seu brinquedo? seu animal de estimação?
Min-gi estreitou os olhos.
O rosto dele estava a centímetros do de Seong. E, por um instante, ele ficou em silêncio.
Aquilo o irritava, o jeito como aquele garoto ainda se mantinha firme, mesmo sendo tão pequeno perto dele.
Mesmo sendo um Ômega, mesmo tendo sido vendido. Ele deveria estar de cabeça baixa. Ele deveria chorar, implorar, tremer. Mas Seong não era desse tipo.
Havia algo nele que Min-gi não conseguia quebrar. Algo que o fazia sentir... vivo.
Min-gi soltou o pulso do garoto de repente.
Seong deu um passo para trás, massageando o local, mas sem desviar o olhar.
Ainda assim, o cheiro de tensão pairava no ar. O corpo dele reagia involuntariamente à presença dominante do Alfa, era da natureza, e isso o deixava ainda mais irritado consigo mesmo.
𝑴𝒊𝒏-𝒈𝒊 𝑺𝒆𝒐
Da próxima vez que desobedecer, eu não serei tão gentil.
*Voltando para a mansão, como se nada tivesse acontecido*
Seong permaneceu parado, sentindo o sangue pulsar no pulso onde foi segurado.
E embora a raiva queimasse dentro de si, havia também outra coisa... algo mais perigoso ainda.
Ele sentia seu corpo tremer não apenas de medo, mas também de confusão. Porque no meio de tudo aquilo, de toda ameaça e controle, algo dentro dele havia reagido aquele toque. Algo profundos, estranho... e proibido.
E enquanto o sol se punha atrás das colinas, ambos sabiam que algo estava começando a se transformar entre eles.
Algo sombrio, quente e incontrolável.
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