Minhas queridas amigas.
Estou começando outra história e espero que vocês estejam comigo nessa aventura que é viver.
Teremos brigas, beijos apaixonados e em algum momento um bom hots, porque não somos santas.
Para quem leu "Duas vidas, Dois destinos"
Bernardo é filho de Meg e Edu, foi criado por eles e pelos avós e assim se tornou um menino, mimado, egoísta e sem respeito pelas pessoas.
Athena é filha de Laura, a moça que foi agredida na outra história e Meg como advogada a defendeu.
Tubarão é um dos motoristas amigo de Meg e ajudou a esconder Laura para que os jornalistas não a encontrassem e pressionassem antes do julgamento.
Se apaixonou por Laura e se casou com ela, criou Athena como filha, deu para Meg e Edu batizarem.
Então, Athena é filha de Tubarão e Laura, e afilhada de Edu e Meg.
Bernardo é filho de Meg e Edu e afilhado de tubarão.
Athena é quem comanda a transportadora e Bernardo o filho mimado vem trabalhar sob o comando dela, dois sangue quente e de diferentes classes sociais.
Agora é ver como vão lidar com as diferenças e ver se Bernardo vai amadurecer e parar de ser tão mimado.
“Bernardo Vasconcelos”
Como será que vai ser agora?
Vivi 5 anos nos EUA, estudei na mesma escola que meu pai, agora volto para o Brasil e ele deve achar que vou seguir seus passos. Nem sei se quero ser advogado, essa vida é injusta porque tenho que escolher uma profissão, tenho 20 anos, sou novo, só quero curtir a vida.
Mas sei que vou ter que pelo menos fingir que vou à faculdade, senão eles vão surtar.
Fui estudar fora do país exatamente para fugir dos dois.
Minha mãe é uma mulher diferente, é advogada e tem uma transportadora, e juntos meu pai e ela vivem essa vida maluca.
Quando não estão no fórum defendendo alguma causa, estão nas estradas do país guiando um caminhão rosa.
Quando era pequeno, achava a vida deles uma aventura, mas fui crescendo e não posso mentir, ficava com vergonha de dizer que minha mãe guiava um caminhão.
Quando meu avô, pai do meu pai, era vivo, me dava apoio e me ajudava a controlar ambos. Agora que ele faleceu, eu vou ter que aprender a enfrentar meus pais e mostrar que não quero ser igual a eles.
Tenho meu próprio dinheiro que meu avô me deixou, não preciso me humilhar para ninguém.
Com 15 anos, peguei a Maserati do meu pai para levar uma menina ao cinema e provoquei um acidente, por sorte ninguém faleceu.
Meu avô tentou me defender, mas meu pai ficou tão bravo que me deu duas opções: ou eu ia estudar fora do país, ou ia trabalhar na transportadora.
Claro que optei em ir estudar fora, trabalhar no meio daqueles caminhoneiros com o dinheiro que eu tenho? Sem condições, eu não tenho que trabalhar, sou filho dos donos, e meu avô é um dos homens mais ricos da cidade.
“Athena”
Estou parada olhando meu padrasto chegando na transportadora, ele esteve fora por 15 dias.
Tubarão é meu herói, minha mãe não cansa de me contar a história da vida dos dois.
Quando se conheceram, minha mãe precisava de um lugar para se esconder e a advogada dela, que também é dona da transportadora, pediu para Tubarão cuidar da minha mãe.
Ela estava de cinco meses de gravidez e o idiota do meu pai biológico bateu nela e quase me matou ainda no ventre.
Se eu pudesse tirar o sobrenome dele e colocar o do meu padrasto, com certeza faria, mas não posso.
Agora estou com 26 anos e trabalho na transportadora, sou formada em administração e gestora de frota, comando 50 caminhoneiros, a maioria me respeita e, quando tem algum que abusa da sorte, coloco no lugar.
Mas a maioria conhece meu padrasto e o seu Edu (Tritão), o qual é dono da transportadora com a esposa Meg (Sereia), que também são meus padrinhos e logo entendem que não vão ter vez comigo.
Namorar? Isso é quase impossível, eles são meu escudo mesmo eu não querendo.
O filho deles vem chegando do exterior, lembro-me dele desde pequeno, eu sou 6 anos mais velha.
Lembro bem dele, com 15 anos era um idiota mimado pelo avô, talvez agora tenha amadurecido e melhorado.
Só espero que não queira chegar aqui mandando como se entendesse as necessidades dos caminhoneiros.
Tubarão desce do caminhão e vem me dar um abraço.
— Athena, como estão todos por aqui?
— Estamos bem, papai, e mamãe está com saudades. Como está o caminhão?
— Um dos pneus do lado esquerdo está vazando no freio, precisa levar para a manutenção.
— Ok, me dá a chave que eu levo.
Ele estava uns dois metros longe, me jogou a chave que peguei no ar. Ele me falou:
— Vou em casa ver minha esposa querida. Vamos jantar juntos?
— Claro que sim, me esperem, não coma todas as almôndegas do macarrão.
Tubarão colocou a mão no coração, como se estivesse passando mal.
— Por quem me toma? Quando comi tudo e larguei minha princesa com fome?
— Quase sempre, se eu não chego primeiro, fico só com o resto. Você e a mamãe conseguiram comer todo o sorvete e largar o pote vazio na geladeira.
— Isso foi só uma vez que aconteceu e, em minha defesa, eu já estava saindo para buscar outro, você que chegou muito rápido.
Dei risada do jeito de meu pai e fui em direção ao caminhão.
— Tchau, pai.
— Cadê Meg e Edu?
— Foram buscar o Bernardo no aeroporto.
— Verdade! Ele está voltando para casa, espero que tenha melhorado.
— Eu também espero, pai. Mas acho que para nós não afetará em nada.
Ele não gosta daqui, nós somos muito pobres para o mauricinho mimado conviver.
Meu pai saiu dando risada e eu fui levar o caminhão para a manutenção.
Não é minha obrigação guiar os caminhões, mas aqui no pátio, com o caminhão do meu pai e o da Meg eu faço.
Edu, Meg e Bernardo
Estou no aeroporto com meu marido esperando nosso filho, espero que ele tenha amadurecido e melhorado. Porque se não melhorou, vou ter que deixar Edu agir. Prometi a ele que vou deixá-lo ensinar nosso filho a respeitar as pessoas. Agora que o avô faleceu, ele não terá ninguém para limpar a sujeira.
Vejo meu menino lindo vindo em nossa direção.
Chega e nos dá um abraço.
— Mãe, pai, vocês estão lindos.
— Como você cresceu, está mais musculoso, mais homem.
— Fiz academia, não podia continuar aquele magricela o resto dos meus dias, com um pai tão bonito desse jeito, não é mesmo, mãe?
— É, sim, meu filho.
Edu dá uma olhada de rabo de olho e diz:
— Só espero que não sejam só os músculos que cresceram, mas o cérebro também.
— Edu, deixa o menino chegar em casa primeiro.
— Eu só fiz um comentário, Meg.
Fomos em direção à esteira pegar as malas de Bernardo, que ficou olhando esperando alguém vir buscar suas malas.
Eu já me irritei com ele de novo, como pude criar um filho tão soberbo? Mas sei que a culpa foi do meu pai, fui deixá-lo participar da vida do neto e me estragou o menino.
— O que você está esperando?
— Alguém vir pegar minhas malas.
— Por quê? Bernardo. Você tem algum problema nos braços?
— Não, pai, mas eu não posso carregar minhas malas, eu pago para os outros fazerem.
— Você está de gozação com a minha cara?
— Claro que não, pensa assim, se eu carregar as malas, vou tirar o serviço dos pobres coitados que vivem disso.
Fiquei muito nervoso com meu filho, mas Meg entrou na frente, pegou uma das malas e disse para Bernardo.
— Vou carregar sua mala e depois você me paga, porque estou faminta e não dá para esperar você enxergar que está no Brasil e que carregar duas malas não vai quebrar seu braço.
— Mãe! Se for para a senhora carregar, deixa que eu levo.
Bernardo pegou as malas e fomos para o carro. Eu já senti que vou ter problemas com esses dois. Mas vou ter que deixar Edu educar esse moleque soberbo.
De repente, é só porque ele está cansado da viagem, ele vai melhorar, pelo menos eu espero.
Meu filho lindo não pode ser idiota desse jeito, porque fui deixá-lo com aquele velho cretino.
Mas por algum tempo achei que meu sogro havia mudado.
Chegamos à barraca do seu Mário, eu amo o cachorro-quente misto que ele faz. Venho aqui com Edu desde que começamos a namorar. Na época, era só ele quem cuidava da banca.
E hoje é ele e um dos filhos.
Mas o atendimento é o mesmo. Chegamos e Bernardo desceu do carro indignado.
— Quando a senhora disse que ia comer, eu achei irmos a um restaurante não nesse lugar sujo e insalubre.
Fiquei nervosa porque seu Mário é um homem digno. Se Bernardo insultá-lo, quem vai ficar irritada com ele será eu.
— Cala sua boca e não fale nada que ofenda seu Mário, ele é um homem bom e trabalhador e é nosso amigo.
— Nossa, vocês não mudam, com o dinheiro que vocês têm, não poderiam ser amigos desse tipo de gente. Bem que meu avô dizia que vocês não sabiam separar o joio do trigo.
— Você deveria lavar essa sua boca, o dinheiro não é nada sem amigos. E quem será o joio aqui?
Bernardo deu uma risada debochada.
— Então, passa todo o dinheiro para meu nome e vai viver do caminhão, quero só ver se a senhora aguenta. E claro que eu quem é o trigo.
— Meu filho, eu não vou te responder, você está me ofendendo. Mas tenho fé que você ainda vai mudar essa sua opinião.
Fiquei olhando minha mulher discutindo com Bernardo e não me envolvi. Preciso que ela enxergue nosso filho como ele é, porque quando eu tomar as rédeas e colocá-lo na linha, ela não vai tentar me impedir.
Mas já é hora de impor minha autoridade de pai.
— Agora chega, vamos comer ou você prefere ficar com fome?
— Vou comer, fazer o quê? Mas preferia um restaurante fino, com ar condicionado e muito higiênico.
Sentamos em uma mesinha, embaixo de uma árvore centenária que tem na praça, e o enjoado do meu filho comeu quatro cachorros quentes.
Quando acabamos de comer, eu paguei a conta para irmos para casa, mas não podia deixar de alfinetar meu querido filho.
— Para quem falou que aqui é insalubre, até que você comeu bem, não foi?
— Eu não gosto de comer aqui, mas já que estava com vocês, aceitei.
Dei um sorriso e fui em direção ao carro, não vou brigar com esse moleque.
Fomos para casa e Bernardo chegou já querendo dar ordens.
Viu nosso jardineiro e já o chamou.
— Ei, você!
Seu José era um de nossos caminhoneiros, o contratei porque tem uma deficiência na perna e não pode mais guiar e cuidar do nosso jardim, é um serviço mais leve.
Fiquei parado esperando seu José chegar até nós, quero ver o que esse moleque vai fazer.
— Tem duas malas no carro, o senhor pode levar para dentro e já avisa a camareira que as desfaça e tome cuidado com minhas roupas, se ela estragar, nem o salário do mês vai pagar uma peça.
Olhei para seu José porque ele estava esperando para ver o que eu e Meg íamos falar.
— Pode voltar para seu serviço, seu José, e me desculpe pela atitude desagradável de meu filho.
Bernardo ficou me olhando e disse:
— Quem vai levar minha mala para dentro de casa?
— Você, Bernardo, pegue suas malas com suas roupas de grife e leve para seu quarto, outra coisa, não temos camareira. Desfaça sua mala.
— Vou ter que desfazer minha mala? Mas para que temos tanto dinheiro se não temos ninguém para fazer esse tipo de serviço por nós?
Meg entrou na conversa.
— Devo ter jogado pedra na cruz, eu não sei onde errei. Em que momento te deixei tornar essa pessoa horrível?
— Eu não sou horrível, eu sou rico e sei aproveitar o dinheiro.
— Aqui você não terá ajuda de ninguém, pegue suas malas e leve para seu quarto. E depois do jantar, vamos conversar sobre onde você vai trabalhar.
— Mas mãe! Eu mal cheguei, me dá ao menos uma semana para eu me adaptar.
Olhei para Edu, que balançou a cabeça concordando.
— Tudo bem, vou te dar uma semana e nem mais um dia. Se você não escolher onde vai trabalhar, eu e seu pai escolheremos por você.
Bernardo veio e me abraçou, me deu um beijo no rosto.
— Obrigado, mãe, eu sabia que a senhora ia me entender. E, pai, depois precisamos ver como ficou a herança do vovô, eu quero a minha parte.
— Só uma semana, Bernardo e nada mais. E quanto à sua herança, vai ter acesso a ela na hora certa.
— Está bom, eu já entendi. E quando será a hora certa?
Entrei com Meg para dentro de casa e deixei Bernardo pegando as malas. Quando vi que meu pai havia deixado tudo para Bernardo, eu dei um jeito de ele só poder ter acesso aos bens depois que se casar, mas acho melhor não contar isso para ele agora.
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