Marinete Oliveira _ Capítulo 1

_ Uma vida simples no campo, não me vejo fora disso, não me vejo em uma cidade cheia de luzes e prédios altos onde os cavalos não podem andar livremente, Deus me livre!

Eu sou técnica veterinária na fazenda Arango, meu pai é o médico veterinário. Eu cresci aqui fui embora por um tempo só para estudar depois voltei para ajudar o meu pai no consultório e com o trabalho na fazenda

Karol:_ Amiga tá voando aí porque? - minha amiga me cutucou - olha lá - ela apontou para entrada do cemitério onde um homem de mais o menos 1,83 metros, vestido em um terno preto entrava - meu Deus... Que pedacinho de mal caminho

Marinete:_ Meu Deus Karol, estamos no cemitério - o dono da fazenda o senhor César Arango acabou falecendo de um ataque do coração

Ágata:_ O que você está fazendo aqui? - essa é a nora do senhor César. O cara não disse nada, apenas se aproximou do caixão e colocou uma rosa branca em cima

Gardênia:_ Qual a surpresa? - essa é a esposa do senhor César - o César tem o diretor de está aqui igual qualquer outro

Jorge:_ Não foi isso que a minha esposa quis dizer mãe - olhei para a minha amiga que só encarava o homem de preto

Gardênia:_ Eu sei bem o que ela quis dizer - meu pai me puxou junto da Karol para que saíssemos dali

Karol: _ Os ricos sempre fazem os melhores baracos - eu ri e o meu pai nos olhou feio

Marinete:_ Eu vou fica com o Alazão - esse é o cavalo do senhor César - deve tá sentindo falta do senhor César

Vieira:_ Os animes sentem a ausência dos donos - meu pai parou o carro na frente do estábulo

Marinete:_ Tchau papai - descemos do carro fomos direto para baia

Eu e Karol fomos andar a cavalo pelo campo.

Marinete:_ O você acha que aconteceu? - a todo tempo o meu pensamento voltava naquele homem entrando no cemitério

Karol:_ Uma vez ouvir um pessoal lá da fazenda falando que o senhor Jorge tinha um filho do primeiro casamento e que a senhora Ágata não gostava do menino e o mandou embora - Breno já me falou de um irmão que morava em outro estado, mas que havia indo embora do país - pelo que eu ouvi parece que o senhor César deixou tudo para esse neto

Marinete:_ Pois então a senhora Ágata vai soltar os cachorros, ela sempre disse que o Breno era o único herdeiro de tudo - minha amiga deu de ombros

Karol:_ Sua sogra - revirei os olhos para ela

Marinete:_ Terminei com o Breno - ela me olhou surpresa, eu ainda não havia contado a ninguém - foi ontem

Karol:_ Como assim? - nós descemos dos cavalos

Marinete:_ Depois a gente conversa sobre isso - Colocou o Alazão no lugarzinho dele

Ernesto:_ Marinete - ele veio na minha direção parecendo aperreado

Marinete:_ O que aconteceu senhora Ernesto? - ele tirou o chapéu

Ernesto:_ O senhor Breno deu ordem para que nem a senhorita nem o seu pai ponha os pés na fazenda - olhei para ele de boca aberta - ele mandou avisar que não precisa mais do serviços da senhora e do seu pai

Marinete:_ Meu Deus - o senhor Ernesto parecia tão sem graça ao me dizer isso - Não se preocupe senhor Ernesto. O senhor pode levar o Aladim para mim - ele negou - Como assim? É o meu cavalo

Ernesto:_ O senhor Breno disse que foi ele quem te deu - neguei batendo os pés no chão

Marinete:_ Não foi ele, foi o senhor César - Ernesto me olhou como se dissesse que não poderia fazer nada - tudo bem!

Karol:_ Calma amiga, quem perde são eles - olhei para o Aladim que comia sua ração. Aladim está com uma perna quebrada ele seria sacrificado, mas eu implorei ao senhor César para que não sacrificasse então ele disse que eu poderia ficar com o cavalo.

Não leve a mal o senhor César, ele não era um homem ruim, mas um cavalo com a perna quebrada não vale de nada para eles.

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Marinete Oliveira _ Capítulo 2

_ Terminei de limpar a mesa onde nós havíamos acabado de jantar

Vieira:_ Com a morte do senhor César, tanto a Ágata como Jorge irão deixar que o Breno faço o que quiser com a fazenda - papai não parecia nenhum pouco incomodado com a demissão, ele nem parecia bravo

Marinete:_ Só sinto pela senhora Gardênia, eles vão fazer ela de gato e sapato - dei um beijo na testa do meu pai e fui para o meu quarto

Desde de que eu voltei da capital que faz mais ou menos um ano, o Breno não sai do meu pé, começou com pequenos elogios, depois alguns fletes, depois veio os convites para encontros e por último os presentes eu me encantei com a forma como ele me tratava, mas depois de um tempo percebi que era só uma forma dele me conquistar, tentei mim afastar várias vezes o senhor César chegou até a intervir algumas vezes

A gota d'água para mim foi quando vi aquela cena ontem à noite no curral, eu sabia que ele não era uma pessoa fácil, mas chegar aquele ponto... Tenho pena da senhora Gardênia do que ela vai passar na mão daqueles três

Acordei com o canto do galo e já fui logo me levantando para tomar banho e ir para o consultório, já que não trabalhamos somente na fazenda Arango

Papai havia saído antes do galo cantar teve uma emergência na fazenda Milagres, então ficarei no consultório sozinha

Marinete:_ Oi meninas - falei com duas filhotes de avestruz, elas enrolaram o pescoço uma na outra e quase que acaba em tragédia - passaram bem a noite? Claro que passaram

Limpei os equipamentos fiz a lista dos animais que serão vacinados essa semana e os que nós faremos inseminações.

Ouvir alguém chamar na porta do consultório sair e vi o senhor Ernesto

Marinete:_ Bom dia senhor Ernesto - vi que ele estava com uma carroça no carro e o Aladin estava lá - aconteceu alguma coisa com o Aladin?

Ernesto:_ Sim, a perna dele amanheceu inchada e muito necrosada - me aproximei carroça

Marinete:_ Breno deixou você trazer - ele parecia um pouco sem graça - ahh...O senhor trouxe escondido hahaha

Ernesto:_ Não - a porta traseira do carro foi aberta

Eu que mandei - Hoje ele estava usando um terno azul escuro junto de uma gravata preta - o senhor Ernesto me disse que era você quem cuidava do Aladin

Marinete:_ Si... Sim - engoli em seco quando ele me olhou de cara fechada

Eu sou César Mioto - se aproximou de mim estendeu a mão - fiquei sabendo que você e o seu pai foram demitidos ontem

Marinete:_ Sim. O novo dono nos demitiu - ele suspirou

César:_ Breno não é o dono da fazenda, é a senhora Gardênia - Ele abriu a carroça - Será que tem como você ajudar o Aladin?

Marinete:_ Claro - ele e o senhor Ernesto levaram o Aladim para dentro do consultório - eu não tenho autorização para fazer nenhum tipo de cirurgia, então, vamos ter que esperar o meu pai

Ernesto:_ Nós sabemos, eu liguei para o doutor Vieira - o homem ao meu lado me olhava sem expressão alguma no rosto

César:_ O senhor Ernesto me contou que o meu avô lhe deu o Aladin - Eu apenas confirmei com a cabeça - mas esse cavalo é meu - olhei para ele de olhos arregalados, ele me deu as costas e saiu andando em direção a saída

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César Mioto _ Capítulo 3

_ É no sofrimento que você vê quem vai estender a mão para você e quem irá lhe dar as costas. Por isso me pergunta porque eu sou tão frio, mas é no sofrimento que nasce um coração frio

Perdi a minha mãe muito cedo, não tive muito apoio. Gardênia e César até tentaram intervir algumas vezes, mas o meu pai amando da sua esposa me mandou para casa dos meus avós materno, eles não eram ruins comigo,mas passavam o dia todo trabalhando e eu ficava o dia todo na escola, era uma escola particular mas tinha a opção de ficar o dia todo, pagavam mais caro, depois eu voltei para a fazenda, mas a Ágata disse que seria estranho para mim com outra criança chegando na família

Nunca fui muito com a cara da Ágata, sempre achei ela mandona demais, intrometida demais, falsa demais, ardilosa demais e maldosa demais

Para mim foi bom crescer longe, acho que nesse ponto o meu pai fez bem em me mandar embora, aqui eu seria muito maltratado mesmo que o César ou a Gardênia se intrometesse

Aladin foi o cavalo que o senhor César presenteou a minha mãe quando ela veio morar na fazenda, quando ela faleceu o cavalo foi passado para mim, mas como eu fui embora o cavalo ficou a cuidados do senhor César. Eu havia indo embora do consultório deixar o cavalo lá aos cuidados daquela mulher, o senhor Ernesto me falou que ela tem muito apego ao cavalo desde que o senhor César ficou de o sacrificá-lo.

Quando vi que o Breno mandou sacrificar o cavalo, eu logo intervir, não deixaria ele de forma alguma sacrificar o cavalo somente por capricho

Ágata:_ Quanto tempo ficara? - nem me deu o trabalho de olhar

Gardênia:_ O tempo que ele quiser - Ágata sorriu sem mostrar os dentes

Jorge:_ Quando que você irá embora? -- sentado na ponta da mesa como se fosse o chefe, papel e nem lhe caia bem

César:_ Por que tanta curiosidade ? - continuei focado no meu munguzá - é porque eu não trouxe presentes para vocês ?

Breno:_ Sempre engraçado irmão - bater os pulsos na mesa

César:_ Você não é o meu irmão - Jorge deu um soco na mesa

Jorge:_ Não fale assim com o seu irmão - olhei bem para ele

César:_ Nem você é o meu pai como que ele poderá ser o meu irmão? - joguei o guardanapo em cima da mesa e me levantei

Jorge:_ Volte, eu não terminei com você - apenas dei as costas e sair da casa indo para o campo.

César:_ Tanto espaço, porque que aquele velho nunca investiu? - tirei o terno folgando a gravata.

Observei o lugar com atenção, vi aquela mulher junto com uma loira que vi no cemitério, as duas andava lado a lado enquanto ria apontando para algum lugar aleatório, deixei isso para lá e continuei andando pela fazenda.

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Me contei o que estão achando para eu saber se esse novo jeito ficou melhor 🍑