O Despertar de Elyon
Prólogo
Antes do tempo, havia apenas Ele.
Aquele que era, é, e sempre será.
Ele falou.
E o vazio brilhou.
E o silêncio cantou.
Das palavras do Criador nasceu o universo,
e entre as estrelas, foi moldado um mundo: Elyon.
Com Suas mãos, Ele formou mares, montanhas e florestas.
Do sopro de Sua boca, vieram os ventos.
E por amor, Ele criou os povos.
Fadas, Elfos, Humanos, Sereis, Pacificadores, Feras…
Todos feitos à Sua imagem,
Cada espécie portando uma virtude d’Ele.
A esperança dançava nas asas das fadas.
A sabedoria vivia nos olhos dos elfos.
A fé ardia no coração dos homens.
A justiça rugia nas veias dos feras.
O amor fluía no canto das sereias.
A paz repousava nos humildes.
Elyon era cheio da glória do Criador.
Mas um dia, veio a desobediência.
Um passo fora da vontade d’Ele.
Um desejo de independência.
E assim, as virtudes foram perdidas.
A esperança se apagou.
A sabedoria virou orgulho.
A fé morreu.
A justiça virou violência.
O amor esfriou.
A paz foi quebrada.
E a presença de Deus se afastou.
Não por ódio.
Mas porque Ele é santo.
E o povo escolheu andar sozinho.
Passaram-se gerações.
E os sete povos se tornaram seis.
Pois o sétimo reino — El Elyon — jamais foi visto.
Ele foi prometido, mas não veio.
Os reis governavam sem direção.
As cidades viviam sem luz.
As criaturas construíam sem propósito.
Elyon se tornou um mundo belo,
mas vazio.
Um mundo que esqueceu quem o criou.
Mas… nem todos esqueceram.
Pequenos grupos ainda liam os antigos pergaminhos.
Vozes isoladas ainda oravam no silêncio.
E em um lar esquecido…
uma menina crescia lendo um Livro.
Seu nome era Rute.
E nela, a chama da fé ainda ardia.
Há muito tempo, uma profecia foi escrita:
“Quando as virtudes voltarem a florescer,
quando os seis lembrarem do sétimo,então, dos céus, descerá El Elyon.
Não feito por mãos humanas,
mas moldado pela glória do Altíssimo.
E Deus habitará entre os que O escolheram.”
Capítulo 1
🌑 Capítulo 1 – O Palácio em Ruína
O castelo parecia um monumento ao esquecimento.
As janelas empoeiradas deixavam entrar um raio tímido de luz, e o vento atravessava as pedras rachadas com um lamento antigo.
Nos corredores, ecoava o som do silêncio. Um império sem voz.
Na biblioteca, Boaz estava encostado em uma cadeira, olhos fixos em nada, como quem já se despediu de tudo por dentro.
Os livros ao redor não diziam mais nada.
O peso da coroa invisível ainda lhe curvava os ombros, mesmo que o trono já não significasse poder.
Seu império estava ruindo. E ele sabia.
Foi quando ouviu passos suaves se aproximando.
Rute entrou abraçando algo junto ao peito — um livro antigo, que costumava ler baixinho à noite.
Ela hesitou ao vê-lo, mas continuou.
Rute/Imperatriz
Eu sei que não sou o que esperava… *disse com voz serena. *
E eu sinto muito, sei como esse casamento...
Boaz a interrompeu de imediato
Boaz/Imperador
Eu não quero você aqui, saía.*Ele disse duramente, sem sequer olhar em seus olhos*
Rute segurou o livro com mais força. Nervosa e hesitante continuou
Rute/Imperatriz
Às vezes… * disse ela, olhando para o chão*
Rute/Imperatriz
…as coisas só parecem perdidas porque esquecemos que ainda têm dono.
Boaz massageou sua testa visivelmente stressado e ficando irritado com a existência de Rute em permanecer.
Boaz/Imperador
Entenda uma coisa garota...* disse, mais cansado do que cruel.*
Boaz/Imperador
Você é apenas alguém que foi jogada aqui para morrer junto com este império, então não venha dar sermões ou conselhos idiotas, isto não é um conto de fadas, é a vida real e ela é cruel.
Boaz disse se aproximando de Rute com raiva e dor em seus olhos, deixando Rute assustada recuando um pouco enquanto abraçava mais o livro antigo contra seu peito.
Rute/Imperatriz
Eu... *Ela quis dizer algo mais novamente vou cortara agressivamente *
Boaz/Imperador
Vai. Embora, agora... *Ele disse, sei olhar firme e sério.*
Rute um pouco hesitante sai enfim da biblioteca correndo para seu quarto segurando suas lágrimas.
Capítulo 2
⚫ Capítulo 2: Entre desabafos e gentilezas
O som da porta fechando ainda ecoava quando Boaz sentou-se de volta na poltrona antiga.
O couro rangia sob seu peso, como se reclamasse da existência.
Ele olhou para as chamas quase mortas na lareira.
Elas dançavam sem força.
Como ele.
Por um tempo, ficou ali.
Em silêncio.
Só ele… e a culpa que se formava.
"Você foi jogada aqui para desaparecer com este império..."
A frase martelava em sua cabeça como uma sentença.
Ele fechou os olhos, e pela primeira vez em muito tempo, não pensou no trono.
Pensou nela, na garota jovem a qual assim como ele se tornou vítima desta história infeliz.
Passou a mão pelos cabelos, exalando um suspiro cansado.
“O que eu estou fazendo?”
A pergunta não era sobre o império.
Era sobre ele mesmo.
Levantou-se devagar.
Caminhou pelos corredores frios como quem anda entre os escombros do próprio orgulho.
Quando chegou à porta do quarto de Rute, parou.
Estava entreaberta.
Ele olhou.
Ela estava ajoelhada, as mãos juntas, Boaz não conseguia entender o que ela fazia.
Os lábios dela se moviam, mas nenhum som saía.
Seus olhos estavam fechados e algumas lágrimas deslizavam pelo seu rosto.
Como se, naquele momento falasse com alguém que conhece sua dor.
Boaz sentiu um nó na garganta. Então esperou.
Sem saber por quê.
Quando ela se levantou, ele recuou e só então bateu, como se nunca tivesse espiado.
Ela veio, abriu a porta com delicadeza.
Boaz/Imperador
Eh... Podemos conversar ?
*ele disse, direto, mas com a voz mais baixa que antes.*
Rute sorriu, e lhe permitiu entrar em seu quarto.
Boaz entrou e se sentou num sofá próximo, Rute se sentou também de cabeça baixa.
Boaz abaixou o olhar.
Boaz/Imperador
Eu sei que isso tudo também foi um castigo pra você.
Esse casamento, esse lugar… essa tristeza, essa ruína... Sei que é ruim, muito ruim pra você também, você é inocente nisso tudo.
Ele respirou fundo e soltou um suspiro triste e derrotado antes de continuar.
Boaz/Imperador
Eu sou o último imperador de um império que antes era o maior, o mais rico, mais... Próspero, agora...está afundando.
Boaz/Imperador
E sinto como se estivesse a afundar com ele.
Como se tudo que restasse fosse… poeira.
Houve uma pausa.
Longa.
Rute o escutava com atenção, seu olhar mais suave e acolhedor .
Ela sorriu levemente , olhou dentro dos olhos dele e disse com voz leve
Rute/Imperatriz
Às vezes… tudo que resta é o que importa... Entendo que tudo está sobre seus ombros, é uma carga pesada, mas não precisa carregar sozinho... Como sua esposa é meu dever te ajudar...e... Quero poder ajudar....
Ela disse firmemente.
Boaz franziu levemente a testa e sorriu levemente.
Mas aquelas palavras ficaram em sua mente.
Boaz/Imperador
Infelizmente , já não há o que salvar... o povo está com fome, nenhum império quer ajudar, e já não há dinheiro pra comprar nem mesmo sementes de trigo... tudo acabou... Sinto muito que seja eu, o homem que... lhe foi destinado * Ele disse, a tristeza e dor presente em cada palavra.*
Rute o olhou com ternura, uma história veio a sua mente, junto de uma frase e ela sorriu antes de dizer com um sorriso alegre.
Rute/Imperatriz
Conheço um rei, que fez chover sementes e codornas para seu povo...
Ela disse calmamente, deixando Boaz confuso.
Boaz/Imperador
Um rei que faz chover sementes e codornas?
* Boaz riu, e suspirou antes de finalmente se levantar pra sair*
Boaz/Imperador
Acho que deve ter sido uma boa história...
Rute também se levantou e disse ainda com um sorriso no rosto, fruto de uma alegria que vinha de uma força desconhecida.
Rute/Imperatriz
Sim... O filho desse rei também diz "Venham a mim vocês cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" ou algo assim...
Ela disse divertida, rindo levemente. Esse tom fez Boaz sorrir sentindo a alegria de Rute o contagiar um pouco.
Boaz/Imperador
Tenham uma boa noite Rute... Me desculpe por mais cedo...
Rute abanou levemente a cabeça antes de olhar para Boaz com um sorriso sincero.
Rute/Imperatriz
Sei que tem muito sobre si, eu te perdoo, e ... Eu irei ajudar, quero ajudar...
Boaz apenas acenou com a cabeça e saiu deixando Rute sozinha em seus pensamentos e sua Algeria incompreensível.
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